Pensei em várias coisas. Mas era inacreditável como o Caio estava sempre no meio de tudo.
Dimitri ainda conduzia. Notava que ele estava zangado com esta situação, mesmo não me mostrando.
- Zaira, alguma vez pensaste em mim quando estavas presa?
A sua voz saiu como se fosse um sussurro.
- Porque queres saber isso?
Pergunto, fixando os meus olhos nos seus.
Dimitri não desviou o olhar da estrada, apenas deslocou a sua mão até à sua carteira, entregando-ma.
- Vê o que tem aí dentro.
Achei estranho o facto de ele me mandar fazer aquilo. Abri-a com cuidado e reparei que continha um anel no meio de cartões e algum dinheiro.
Um anel de noivado.
- Dimitri, o que é isto?
Ele pára o carro a meio do caminho e agora, sem dúvida que eu era a única coisa para a qual ele olhava.
- Ia ser a tua prenda. Naquele dia, de manhã quando ele te levou de mim, quando eu deixei que ele te levasse de mim.
Abri a boca, surpresa.
- Foi o meu pai que te obrigou a fazer isso?
Ele assentiu que sim, mas logo continuou.
- Uma boa parte sim. Tu sabes a opinião dele acerca do nosso casamento, mas eu sabia que eras tu que devias ficar comigo, bem eu sabia antes de ver com aquele homem.
Ele diz referindo-se por momentos a Caio.
- Eu não sabia, sabes que eu sofri muito com a ideia de seres assim, teres várias mulheres. Dimitri, quando me foste buscar ao hospital deste logo olhinhos para a da receção, como queres que eu goste de casar com alguém assim?
Ele desviou o seu olhar, retirando o anel das minhas mãos.
- Tu precisas colocá-lo agora. Não podes voltar sem isso.
Como assim colocá-lo?
- Dimitri...
Ele pegou na minha mão e colocou o anel no meu dedo. Não pude deixar de reparar no sorriso que ele deu após ver como ficava.
Será que era mau eu querer que isto fosse com Caio?
A minha cabeça está uma confusão.
- Fica lindo em ti, eu sabia que escolhi bem.
Desta vez, foi a minha vez de olhar para a estrada. Eu sabia que tinha que fazer isto, era o contrato que tinha feito.
Tudo pela segurança de Caio.
- Vamos continuar o caminho Dimitri. Temos ainda muito pela frente.
Digo mudando de conversa.
Caio
- Pensava que ainda podíamos ter uma chance, Caio.
Harriete falou.
- Desculpa, mas não. Eu amo-a mesmo, acredita. É estranho falar isto, logo a ti. Mas é a verdade Harriete.
Com a ajuda dela, deitei-me de novo na cama. A partir de agora irei esperar cada minuto, cada segundo para saír daqui. Para outro sítio, outro lugar longe de todos.
Só eu e Zaira.
- Ca-aio... Isso também pode ser da febre. Veremos como estás daqui a um tempo.
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In(quebrável) - Máfia e Vingança
RomanceLivro único: © All rights reserved ® 2017/2018 Caio Jones decide raptar a filha do seu pior inimigo para finalmente vingar a morte do seu pai. Porém, os dois acabam por ter uma relação amorosa, estragando os seus planos de vingança por completo. ...