C A I O
- Diz lá Theo. Porquê?
Continuava a insistir com ele para que me desse alguma justificação mas apenas ouvia a Zaira respirar do meu lado.
Levantei-me, visto que estava sentado à sua frente e fui até o armário da entrada, onde tinha guardado as algemas que havia posto na Zaira.
Eu não podia descuidar-me deste jeito, sabe-se lá se ela ainda não fugia se me visse distraído.Quando cheguei outra vez à beira dela, peguei nas suas mãos e prendi-as.
- Desculpa Zaira, mas eu não te quero perder.
Afirmo ao ver o seu rosto sem cor após as colocar.
Ela não disse nada e virou a sua cara para o lado enterrando a sua cabeça no sofá.Decidi não ligar para a birra que ela estava a fazer. Ela não podia escapar, apesar de tudo o que aconteceu connosco não faz com que eu desista de tudo aquilo que tenho planeado, ela é e sempre será apenas um isco para eu conseguir capturar o seu pai de uma vez por todas.
Não posso negar, que desde que a beijei e que me deixei levar por este desejo não consigo parar de pensar nela. Na sua cara de inocente ao colarmos os nossos lábios e a forma como os seus olhos ficavam brilhantes quando estavam a encarar os meus.Mas... Ela sabe que eu sou apenas o seu raptor que apenas se quer vingar.
Procuro à minha volta o homem que estava estendido pelo chão. Avisto-o ainda inconsciente, no mesmo sítio desde que levou com aquilo pesado na cabeça. Vou até ele e arrasto-o até ao carro, colocando -o de seguida no porta-bagagem.
Depois de um dos dois estar despachado, vou até Zaira e pergunto-lhe onde estava o outro.- Lá em cima Brooklyn. Perto da porta.
Ela fala sem vontade e vira a cara para o outro lado. Subo as escadas e olho para dentro do quarto, mas para a minha surpresa este encontrava-se vazio, sem nenhum rosto do homem que Zaira afirmava ter deixado sem sentidos.
Desço as escadas apressadamente, e quase tropeço no último degrau ao ver Theo a agarrar a Zaira pelo pescoço acompanhado do homem que eu tanto estava à procura.- Gostas mesmo dela, não gostas? - Theo perguntou.
- Larga-a já!
Zaira encontrava-se presa por Theo e podia ver já lágrimas a escorrer dos seus olhos. O Theo estava metido desde o início... Fui tão burro por não perceber isso...
- A tua boneca agora vai passar para as nossas mãos - revirei os olhos. Eu nunca a entregava sem lutar por isso.
- Theo estou-te a avisar a ti e ao teu amigo, larga-a agora!
Olho por momentos para o homem que devia estar ainda " inconsciente". Ele estava a sangrar pela cabeça e via-se que estava em muito mau estado, supreendia-me o facto de ele conseguir ainda andar.
- Não achas que a melhor vingança seria a matar? O pai dela irá ter a maior tristeza do mundo e nós ganhávamos Caio.
- O que queres dizer com isso?
Digo ao olhar para ela de novo. Eu não queria matá-la nem sequer magoá-la, nunca foi a minha intenção e não a vai ser agora.
- Quero dizer que devias nos ter dito que te querias vingar do pai dela há mais tempo. Devias ter entrado no nosso grupo desde sempre, desde o princípio de tudo... Mas estavas sempre tão ausente.
- Que estás a falar Theo? Tu sabias que ele tinha matado o meu pai - Retorquiei - Pensava que eras meu amigo.
Após uma curta pausa, Theo respondeu - Vou dar-te uns segundos antes de a matar de vez.
Vejo a arma do tal homem no chão perto do móvel à beira do sofá. Talvez eu consiga chegar lá sem que ninguém se aperceba.
A cara de Theo transbordava raiva. Não parecia ele a falar, estava a dizer coisas que desde que o conheço nunca antes mo disse.
Já não o conhecia.
- Deixa-a em paz. Por favor, Theo.
Eu gostava dela.
Gostava mesmo.
Podia sentir os olhos do outro homem como laser, como se me quisesse matar apenas com o olhar.
Vamos lá, Caio - Disse para mim mesmo com firmeza. Estava a deixar que o medo de a perder me descontrolasse por completo. Nunca havia sentido isto por ninguém e estava a achar bastante assustador a ideia de que talvez tudo isto é culpa minha. Eu é que a pus nesta situação. E agora... Agora ela está em perigo.
- Caio... Eu era teu amigo e acredita levei uma grande porrada por ti - disse enquanto mostrava todas as suas negruras e cortes.
- Porrada?
Eu estava tão confuso neste momento.
- Sim. Esta merda toda foi por tua causa, eu levei porrada porque tu fugiste com a miúda e eu é que apanhei do chefe e sabes que mais? Eu estou farto de ti. Esta rapariga morre e é agora.
Diz apontando a arma para Zaira. Eu precisava de chegar àquele móvel o quanto antes. Não podia deixar que ela morresse.
E aí as memórias passaram todas pela minha cabeça. Quando eu vi o meu pai, sozinho, estendido na linha do comboio e o próprio Roger Bernardi a sorrir.
Desta vez não iria fugir.
Deixei de ser covarde.
- Zaira!
Digo ao correr para ela quando vejo Theo pronto para disparar a arma. Não podia deixar que o tiro a alcançasse e para isso meti-me na sua frente.
- Não, Caio!
Consegui ouvir ainda a voz meiga de Zaira antes de cair no chão e apagar por completo devido ao choque.
Continua
∞E agora?? Será que ele vai sobreviver??
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In(quebrável) - Máfia e Vingança
Любовные романыLivro único: © All rights reserved ® 2017/2018 Caio Jones decide raptar a filha do seu pior inimigo para finalmente vingar a morte do seu pai. Porém, os dois acabam por ter uma relação amorosa, estragando os seus planos de vingança por completo. ...