EXTRA - 3 DE 3

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Aqueles lábios estavam a dar cabo de mim.
Nunca tinha ficado assim com nenhuma rapariga. Ela faz me esquecer tudo mesmo sendo ela a filha dele.

E é por isso que sabe tão bem. Sabe a proibido e eu gosto disso.

- A menina Zaira portou-se mal e agora vai sofrer as consequências.

Digo enquanto desaperto as minhas calças. Ela deu um sorriso ao olhar em redor de mim e conseguia perceber pelos seus olhos o quanto ela também me queria.

Ela estava simplesmente irresistível com aquela lingerie de cores claras.
Ouço-a soltar um gemido no meu ouvido, enquanto as minhas mãos descobrem e exploram, de novo, todas as suas perfeições, parando na sua barriga, onde lhe faço um rasto de curtos beijos acabando no seu peito pálido.

- Não pares...

Ela falou junto ao meu ouvido e arrepiou-me por completo.
Quando estava prestes a retirar as calças ouço alguém gritar do andar de baixo fazendo eu, rapidamente, separar os meus lábios do seu doce corpo.

- Acabou a brincadeira, Caio.

Pela voz percebi que era o Theo. Só não percebia era o motivo de ele estar aqui e aparecer sem avisar.
Entretanto, a morena olhava-me com cara de quem não estava a perceber nada da situação e quem era a pessoa que estava lá em baixo a chamar pelo meu possível nome.

- Tu chamas-te Caio?

Ela perguntou sentando-se em seguida na cama, após me ver vestir uma T-shirt qualquer que havia em cima da cómoda.

- Merda. Não saias daqui.

Ela não podia saber o meu nome. Porra Theo!

Saio do quarto furioso por ela ter descoberto como me chamava, até porque não sei como ele conseguiu entrar aqui dentro.
Ao chegar à sala vejo Theo ao fundo, mas ao contrário do que pensava, ele não se encontrava sozinho, mas sim com dois gorilas, um de cada lado do seu corpo prendendo-o no ar.

- Seja bem aparecido, Jones.

O homem da direita fala retirando uma arma escondida do seu casaco.
Levanto as mãos num ato defensivo e logo eles se aproximam de mim largando, em seguida, Theo no chão.

Quando estavam perto de mim o suficiente apontaram-me a arma à cabeça.

- Eu tive que lhes dizer onde estavas Caio, avisei-te que isto podia acontecer.

Não estava a acreditar que tinha sido descoberto pelo meu melhor amigo.
Que tudo por o qual lutei e defendi, estava agora destruído.

- Que é que querem?

Digo tentando-me fazer de forte, eles não podiam perceber a minha tristeza naquela hora ou iam usar isso contra mim.
Os dois homens riem de mim enquanto um me prendia os braços violentamente.

- O que queremos?- Diz balançando a arma que estava agora a milímetros de mim- Nós queremos a miúda. A filha dele, Caio.

- Não sei do que estás a falar.

Digo.

Eu sabia que se dissesse que ela estava no andar de cima eles me matariam logo a seguir. E depois... Depois acabavam por matar a Zaira também.
Tal como eu, eles não gostavam do Roger Bernardi e queriam ver todos os que estavam com ele mortos. Mas não é esse o meu ponto de vista, eu não pretendo matar ninguém, eu só quero justiça.

- Pensas que não sei que a tens aqui? O teu amigo boca grande falou tudo, tivemos sorte que ele aceitou vir para o nosso lado.

Olho para Theo e ele apenas desvia o seu olhar do meu. Como é que a pessoa que eu mais confiava pode-me trair desta maneira?

- Não sei do que estás a falar. Estou sozinho aqui.

Repito, mas o meu comentário apenas me fez ganhar um enorme pontapé na barriga.

Eu sabia que eles não iriam parar até a encontrar.

- Tu! - O homem que estava a apontar-me a arma vira-se para o outro que estava com ele- vai procurá-la ali em cima e não desças sem ela, ouviste?

Vejo-o apontar para as escadas. Ele assentiu e começou a subi-las sem exitar.
Tinha medo do que eles pudessem fazer com a Zaira, afinal ela é a filha do Roger.

- E tu Jones, vamos conversar. Diz-me onde está o dinheiro dela.

- Dinheiro?

Não fazia ideia do que ele pudesse estar a falar. Nunca tinha ouvido falar de nenhum dinheiro da Zaira, nem muito menos, que era de certa forma tão invejado.

- Não te faças de desentendido ou eu rebento com a tua cabecinha em três segundos!

- Eu já disse que não sei!

Puxo a arma e num ato repentino empurro-o para o chão.

E é aí que Zaira apareceu do nada, como se fizesse o papel de vilão mau durante todo o tempo.

Vejo-a atrás do homem para o qual estava prestes a desfazer-me em bocados e dar-lhe com algo grande e pesado na cabeça. Fico contente por desta vez ter resultado.

- Para a próxima avisa que vai haver convidados.

Zaira diz quando vê o homem inconsciente à sua frente.

- Como?!

Digo surpreso. Não acreditava que ela tinha conseguido salvar-me de dois assassinos profissionais desta maneira, visto que ainda se encontrava do mesmo jeito que a deixei no quarto. Sem roupa.

- O meu pai treinou-me. Ah e obrigada por deixares a porta aberta, deu jeito.

Pisca-me o olho e aí eu lembrei-me. Saí do quarto tão furioso com o Theo que acabei por me esquecer de fechar a porta dela à chave.

- E o outro? Onde está?

Pergunto-lhe, referindo-me ao que a foi procurar no quarto.

- Inconsciente, no quarto onde estava.

Senta-se no sofá e inclina as suas pernas para cima rindo. Não acredito que ela está a pensar fazer sexo comigo enquanto há dois homens inconscientes e mais um aqui connosco na sala.

- Zaira agora não é boa altura...

Esta rapariga não é mesmo normal.

- Porquê "Caio"?

Diz fazendo ênfase no meu nome.

- Há mais uma pessoa aqui.

Digo apontando para Theo no fundo da sala. Ele estava a sangrar do nariz e via-se que tinha levado uma grande porrada, talvez feita por aqueles dois. Eu ia ajudá-lo hoje, mesmo depois do que ele fez, mas amanhã ele iria desaparecer de vez da minha vida. Iria ir para longe pelo seu próprio pé e eu nunca mais o queria ver, não depois deste ato que ele teve para comigo.

Zaira observa-o e tenta se tapar com as mãos.

- Pega e ajuda-me a levantá-lo.

Digo atirando-lhe a minha T-shirt que tinha vestida, ficando apenas em tronco nu.
Com a ajuda dela puxei-o para o sofá mais próximo. Ele não me olhava nos olhos nem dizia nada.

- Como puseste me fazer isso? Eu nunca na vida te denunciava, nem que para isso tivesse que morrer Theo.

A minha voz não saiu zangada naquele momento mas sim triste. Ele era o meu melhor amigo mas agora eu via-o como um estranho qualquer. Que não teve a lata de me proteger como eu sempre o protegi.

S

TAY ALIVE, OKAY?
ASWER ME.
TALK TO ME.

In(quebrável) - Máfia e Vingança Onde histórias criam vida. Descubra agora