CAIO 28

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CAIO

Eu podia lhe dar tudo de mim, sentir tudo o que ela sente.

Pois, eu nunca senti isto por ninguém. Parece algo impossível de explicar, só sei que é forte.

É tão estranho pensar que alguém tem este efeito sobre mim. Que não posso fazer nada acerca disso, pois o sentimento já é demasiado grande para conseguir mudar alguma coisa.

Respiro fundo, enquanto olho para a paisagem à minha volta. Estava há horas a procurar a saída deste lugar.

Era um bosque enorme, que ligava dois caminhos totalmente iguais. Após ver que o lado esquerdo não dava para nenhum lado, tento ver o direito.

Estava com tantas ideias para a ver que me esqueci do facto de ter de lidar com o Bernardi e os seus homens, logo depois de a encontrar.

Sorrio, quando vejo uma mansão ao longe. Só podia ser aquela do qual todos falam.

Decidi deixar o carro de Harriete junto de uma árvore, para não chamar a atenção a ninguém desnecessário. E com isto eu quero referir a Roger.

Ajeito o meu cabelo e pego em algo para me ajudar a proteger do que eu iria ter que enfrentar.

Há medida que me aproximava, mais as minhas mãos tremiam e o meu coração acelerava.

Mas, uma pergunta continuava na minha mente, rodando e rodando à procura de uma resposta.

Onde estaria Zaira, precisamente?

Consegui ver a entrada da casa, ocupada por dois homens vestidos de escuro, com pistolas nos bolsos dos casacos e nas suas mãos, que faziam questão de as mostrar uns aos outros, como uma espécie de prêmio.

- Idiotas- pensei.

Atirei uma pedra para o lado oposto do que eu estava e os mesmos foram ver se era alguém. Aproveitei e apanhei um deles de costas, roubando a arma da sua mão, guardando-a de seguida no bolso traseiro das minhas calças.

Entrei sem dar nas vistas, ainda nem acreditava que estava dentro da mansão daquele homem.

Esperei a minha vida toda para isto.

Parecia estar tudo sossegado, não fazia nenhum sinal de estar a ser seguido ou visto. Continuei a caminhar e cheguei a um corredor de chão escuro. Vi um homem no fundo, segurando outra arma, junto a uma porta cinzenta.

Decidi não ir por lá e tentar achar Zaira por outro sítio.

Olho para as escadas e lembro, que talvez, os quartos devam ser lá em cima. Mas, algo não me parecia certo. Estava a ser tudo fácil demais...

Começei a subir as escadas uma a uma, acelerando cada vez mais rápido. Quando já estava no topo, ouço uma voz chamar-me, aquela voz.

- Tenho que admitir que estou impressionado.

Engulo em seco, apontando a arma para o homem à minha frente. Ele vestia um terno preto, acompanhado de uma arma na sua mão.

Parece que vai ter de ser arma contra arma, visto que será mesmo a única maneira de me conseguir defender, mas não queria mostrar para já esse trunfo. Seria um absurdo se o desvendasse já.

- Roger.

Falo, com arrogância. Ele dá uma risada irónica, quando sou preso por dois dos seus homens, que aparecem por detrás de mim.

- Achavas mesmo, que ias ter esta facilidade toda para entrar?- Ele aproxima-se de mim, mas eu tento não mostrar o medo de sentir aquilo que, possívelmente, o meu pai também sentiu, eu não podia deixar que ele me deixasse vulnerável a esse ponto- Aqui só entra quem eu quero.

Os meus braços estavam a doer, visto estar a preso com uma corda qualquer, que apertava forte os meus pulsos.

Só pensava que o meu plano tinha corrido mal e o medo de não conseguir ver mais a Zaira, preencheu a minha mente.

Queria que ela soubesse que tentei tirá-la daqui, lutar por ela.

Assim, eu não morreria em vão.

- Você é um monstro!

Falo, olhando nos seus olhos.

Ele dá uma risada e faz um sinal estranho para o tipo forte da direita. Segundos depois, o mesmo homem mete-se na minha frente, enquanto que o outro segurava-me por trás.

Eu sabia o que vinha dali.

Um murro acertou no meu rosto, como em outras partes do meu corpo, o que causou bastante dor.

Estava cada vez mais difícil de resistir e as minhas forças estavam a esgotar-se à medida que ia apanhando mais daquele homem. Tentava saír daquele aperto, mas infelizmente era como se fosse impossível.

A minha vida acabava de ser entregue a Roger Bernardi e eu não podia estar mais preocupado com isso.

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CONTÍNUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.
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