Arkham

Prólogo

  -Pudinzinho! - chamou ela entrando na cobertura do namorado e jogando as sacolas de compras no sofá de couro preto da sofisticada sala de estar.

  Coringa massageou as têmporas e suspirou, esperando a porta ser escancarada pela garota como sempre, será que ela nunca iria se cansar e desistir da ideia de que ele não poderia realizar seu sonho de ter uma "família feliz"?

  -Achei você - disse ela cantarolando assim que abriu a porta da forma como ele tinha previsto - Você sempre está aqui ou atrás de algum inimigo, principalmente aquele chato do Batman, então acaba se tornando previsível...

  Ela rodeou a mesa sentando-se no colo dele e passando os braços ao redor do pescoço do namorado.

  -Previsível? - repetiu irritado empurrando-a de seu colo e levantando-se - Eu não sou previsível! - bateu o punho fechado na mesa fazendo com que alguns papéis voassem e algumas coisas caíssem no chão.

  Harley arregalou os olhos e afastou-se lentamente dele.

  -Ah, meu amor, eu quis dizer previsível para mim - disse docemente e engoliu em seco quando ele lhe dirigiu um olhar furioso - Não precisa ficar bravo.

  Ele continuou encarando a loira e começou a se aproximar dela, fazendo com que Harley recuasse um passo para trás cada vez que ele estava mais perto.

  -Saia daqui - disse sério colocando as duas mãos na porta atrás dela - Agora.

  -Mas Pudim, eu...

  -Pare de me chamar assim! - gritou e ela estremeceu, suspirando tristemente e virando-se para abrir a porta do escritório dele.

  Antes que ela saísse, ele a puxou de volta pelo pulso para perto de si e a olhou profundamente nos olhos, quase como se não soubesse por que ela ainda continuava estando ali.

  -Eu não sou previsível.