Capítulo 8: Acha mesmo?

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Harley abriu os olhos e constatou que não estava em seu quarto e muito menos no hospital. O cômodo que estava era grande e espaçoso, assim como a cama. O lugar cheirava a perfume masculino, e as paredes tinham tons frios, deixando o lugar com um aspecto, de forma estranha para ela, acolhedor.

Com certeza aquele era o quarto de um homem.

Ela ergueu o corpo assustada lembrando-se do que acontecera com ela antes de apagar de vez e soube que estava na casa de seu paciente, ou melhor, ex-paciente.

Saiu do quarto e foi para o corredor onde haviam várias outras portas, seguindo o murmúrio de vozes que ouvia. Assim que se aproximou mais da porta de onde vinham os sons, ela notou que a primeira voz era a voz meiga e feminina de Julie, as outras duas eram masculinas, uma era de Coringa e a outra ela não soube identificar o dono.

Assim que entrou no cômodo, ela arregalou os olhos para o lugar incrível que ela nunca imaginara entrar, era uma cobertura bem no centro da cidade.

Uma das paredes do lugar haviam janelas que iam do chão até o teto, oferecendo uma bela vista da cidade. Uma jacuzzi se encontrava no canto perto das janelas e um pequeno bar no lado contrário.

Do outro lado da sala, haviam dois sofás de couro preto e uma poltrona do mesmo material, acompanhados por um tapete felpudo da mesma cor, que ficavam de frente para uma televisão que ninguém estava assistindo.

Julie que estava no sofá menor esticada preguiçosamente, virou a cabeça para olhá-la, em seguida os dois homens que estavam em pé a encararam como se ela fosse um fantasma.

  -Olá - disse aproximando-se do trio mais um pouco - Não pedirei que me expliquem nada porque eu realmente não quero saber e também porque já imagino de quem seja esse lugar e como conseguiram.

  -Estou tão feliz que esteja bem! - exclamou Julie sorrindo e indo ao encontro da loira, abraçando-a - Conseguiremos passar o natal juntas e fora daquele lugar horrível.

Harley sorriu, Julie era como a amiga que ela nunca teve.

  -Eu gostava daquele lugar horrível - disse e o sorriso no rosto bonito da menina diminuiu.

  -Desculpe - disse ela baixando o olhar - Como você está?

  -Bem, eu acho - ela suspirou - Por que estou aqui?

Foi a vez de Coringa falar.

  -Julie queria a trouxéssemos porque sabia que te internariam lá e perderia seu emprego, sem poder sair daquele lugar para sempre ao saberem que nos ajudou a fugir - explicou colocando gelo no copo com whisky - Se não estiver feliz com isso pode ir embora, ninguém te obrigará a ficar.

Ed olhou para o amigo e estranhou o fato de ele estar irritado com aquilo, normalmente Coringa simplesmente ameaçaria a moça para ficar e passar o natal com Julie, sem pestanejar, para em seguida manda-la ir, mas dar a ela a opção de ir embora sem as ameaças, era com certeza algo novo.

  -Não seja rude - disse Julie sentando-se novamente no sofá de couro - Harley é minha amiga e não admito que falem com ela como se fosse uma qualquer.

Coringa suspirou dramaticamente, entediado.

  -Não seja tão sensível - o vilão andou para perto de Harley como se estivesse avaliando-a - Sua amiga é mais forte do que pensa, pequena Julie, não se ofenda por ela.

  -Como é? - foi a vez de Ed falar, o amigo engasgou e tentou sorrir em seguida, fazendo Julie precisar segurar o riso.

  -Não se preocupe, querida - pronunciou-se Harley que encarou o palhaço a sua frente com o olhos azuis quase soltando chamas de fogo - Ele só finge que não liga - disse medindo-o de cima a baixo, imitando o que ele fizera segundos atrás, e caminhando para perto da amiga, sentando-se ao lado dela.

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