Capítulo 6: Maldito coração.

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Ed suspirou irritado mais uma vez enquanto esperava a não muito competente recepcionista voltar com sua permissão para visitar seu amigo.

O rapaz sabia que aquilo seria arriscado e muito perigoso, principalmente para Julie, que não fazia ideia do que aquilo tudo significava, apenas concordava.

  -O senhor pode entrar - disse ela voltando a sentar em sua cadeira e apertando o botão que liberava a porta automática - Tem meia hora.

  -Só isso?

  -Se não fosse por mim você não teria nem mesmo isso, querido - disse sorrindo - Dr. Carter é bem rígido em relação à visitas.

  Ele assentiu e seguiu em frente lendo os nomes dos pacientes nas plaquinhas que ficavam nas portas até achar o do amigo.

Bateu na porta e abriu, entrando rapidamente para dentro do pequeno cubículo. Acendeu as luzes e se deparou com um assustado Coringa encolhido em um canto do quarto repetindo frases sem sentido para si mesmo.

  -Coringa? - chamou.

O palhaço olhou para o amigo parado perto da porta e sorriu.

  -Ed - disse - Quanto tempo.

  -Finalmente conseguiremos te tirar desse lugar.

  -Cuide de Julie - disse erguendo-se do chão - Trouxe tudo que precisamos?

  -Você acha que eu tenho cara de quem faz coisas pela metade?

Coringa sorriu novamente e caminhou para mais perto de Ed.

  -Então colocaremos esse plano em ação, depois de amanhã já é natal, Julie adora o natal.

  -Então faça o que ainda precisa ser feito aqui dentro, do lado de fora tudo está pronto - ele suspirou passando as mãos pelos cabelos - Tem certeza de que não ouvem o que falam ao telefone?

  -Não tenho - respondeu Coringa - Eles não conseguirão nos parar, Ed.

O outro sorriu orgulhoso.

  -Tem razão - coçou o queixo pensativo e sentou-se na única cadeira existente no quarto - Mas ainda tenho uma dúvida.

  -E qual é? - Coringa encarou Ed com curiosidade.

  -Tem certeza de que a Dra. Quinzel vai te ajudar?

  -Ela não vai me ajudar - continuou enigmático - Eu vou usá-la.

  -E não liga para ela?

  -É claro que não - desviou o olhar sentindo um gosto amargo na boca ao dizer aquilo - É só uma mulherzinha qualquer.

Ed observou o amigo atentamente e notou que ele não falava olhando nos olhos, isso acontecia quando ele mentia, o que significava que por mais que negasse, existia alguma coisa entre ele e a médica.

  -Entendo.




Harley engoliu em seco quando olhou no relógio e percebeu o horário, ela sabia quem viria agora ou pelo menos devia vir. Essa euforia e nervosismo toda vez que atendia Coringa a deixava perturbada, sabia que era errado, mas não conseguia controlar si mesma.

Além do mais, ela sentia que ele mudava e isso a fazia ter esperanças de que ele pudesse sair dali e talvez se conhecessem do lado de fora dos muros daquele lugar.

  -Olá, doutora - disse a voz conhecida entrando em sua sala - Como você está?

  -Estou bem - respondeu tentando não parecer afetada - Por que faltou em sua última consulta?

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