Capítulo 8

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Dias se passaram, Christian começou a me ensinar, primeiro a selar Storm, depois montar, vi que era apenas coisa da minha cabeça. Apesar de grande, com um pouco de jeito aprendi rápido. Storm parecia entender minha dificuldade e me ajudava, ficando quieto, enquanto o montava. Christian falava que ele gostava muito de mim, por isso agia assim.

Aprendi a cavalgar, primeiro com Christian atrás de mim, na sela, segurando as rédeas me ensinando como comanda-las, coisa que me deixava por vezes sem ar. Depois sozinha e ele apenas guiando Storm do chão e no dia que consegui dar a primeira volta sozinha sem ele, foi uma verdadeira comemoração, desci do cavalo fazendo a dancinha da vitória que José sempre fazia, Christian me encarou sério, como que não acreditasse no que via, e depois explodiu em uma gargalhada, não aguentei e gargalhei com ele também.

E assim passávamos as manhãs, íamos em um carro da fazenda, eu e José, nos encontrávamos com Christian e Thara e começávamos nossas aulas. Mas naquele dia, estava menstruada e não me sentia bem, por isso preferi ficar em casa, mas José havia ido e eu aproveitei para passar um pouco de tempo com meu avô.

— Tenho orgulho de você, minha neta, está fazendo o que sua mãe nunca conseguiu, se tornar uma Amazona.

— Não é bem assim, apenas aprendi a montar e você tem que dar o mérito ao professor também, Christian é ótimo.

— Sim, ele é muito bom mesmo. Fico feliz também em ver que estão amigos.- Penso em tudo o que eu e Christian compartilhamos esses últimos dias, no choro que dividimos na clinica, realmente, nos tornamos grandes amigos.- só fico triste por você logo ter que ir embora, você encheu de luz essa casa.

— Vô.- falo manhosa e deito em seu colo, ele me acaricia os cabelos, me sinto tão bem ali.- prometo que volto nas minhas próximas férias.

— Se você ainda me encontrar, não se esqueça que já sou velho e doente, não sei o que me espera daqui pra frente.

— Não fale assim, não suportaria perde-lo.

— Mas você tem que ter isso em mente, mas só peço uma coisa, se não quiser se mudar para cá, nunca venda essa casa, minhas terras, isso não é só um pedido, é uma ordem. Não quero estranhos comandando os meus funcionários, destruindo o que demorei anos para manter.

— Ok.- respondo por impulso, não sei se serei capaz de manter essa promessa, não entendo nada de administração, não sei nem como cuidar de um cavalo, a não ser de Storm, mas Christian sempre me auxilia.

— Preciso que saiba de algo, mas fique entre nós.- sua voz é grave e séria, olho para ele.- fiz meu testamento, você e Christian dividiram isso. - Pisco os olhos, pensando que Christian realmente é muito importante para meu avô. - Não tive filho homem, minha criança, sua mãe me deu você, que para mim é tudo, então tenho que deixar uma parte disso para alguém que sempre trabalhou comigo, que além de funcionário e amigo, o considero como filho.

— Decisão mais que correta.- falo beijando a mão que acaricia meu cabelo, ele sorri.

— Fico feliz que não se oponha.

— Porque me oporia?

— Se um dia você se casar, pode ser que seu marido não aceite isso.

— Vô, nunca vou me casar, nunca vou deixar um homem fazer o que meu pai fez com minha mãe.- falo taxativa e ele arregala os olhos.

— Não fale assim, seu pai é um verme e você com certeza vai saber escolher melhor que sua mãe.

— Você sabe do meu pai?- percebo que ele fala do meu pai no presente, por anos pensei que ele já pudesse estar morto, mas pelo modo que meu avô fala, parece que não.

50 Tons- Escolhas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora