Capítulo sem título 11

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Como havia decidido me afastar de Christian, cumpri.

Deixei de ir ao Haras com eles, falando que queria passar a ultima semana paparicando meu avô, coisa que realmente queria fazer, a decisão de ficar afastada de Christian só me fez querer isso mais.

Christian entendeu meu lado, mas José não, contei a ele do relógio, mas omiti o desejo de beijar Christian, senão não teria mais paz na vida.

E infelizmente a semana voou, chegou sexta, iria partir no sábado de manhã e enquanto fazia minhas malas, tudo o que vivi nesse ultimo mês passava como um filme na minha cabeça, resisti várias vezes ao choro, não queria admitir, mas me apeguei muito a esse lugar, a essa gente, ao meu avô e a Christian, admitir isso quase faz meu coração virar do avesso.

— Com licença.- escuto a voz dele e olho para a porta do quarto que estava aberta.- tudo bem?

— Sim, entre.

Ele entra, parece tímido, quase rio com isso. Encosta-se a uma cômoda e tira o chapéu, me observando.

— Foi um mês muito bom.- fala e sua voz é triste.

— Sim, amei essas ferias, aprendi muita coisa.

— Pretende voltar nas próximas?

— Com certeza, meu avô está bem idoso, quero poder passar mais um tempo com ele, quem sabe tiro uma folga e viajo para cá, ficar uns dias com ele.

— Seria bom, Ian está muito frágil e vendo você partir, está meio chateado.

— Cuide dele para mim?- peço largando a peça que estava dobrando e parando em frente a ele.

— Claro, afinal ele é como um pai para mim.

— Obrigada.

— Vim aqui por um motivo.- olho curiosa.- Storm, acho que sente sua falta e também acho que gostaria de se despedir dele, ele está lá fora.

— Com certeza, vamos. - Faz que sim, e caminho na frente dele, descemos as escadas, José está na sala com seu notebook, me olha curioso, faço uma careta, ele resiste a dar uma risada e saio para a varanda, Storm está amarrado a cerca e como sempre, trota feliz por me ver, desço os degraus e vou até ele, encosto meu rosto no dele o acariciando.- olá, senti sua falta.- ele resfolega, penso que vou sentir saudades dele também, que droga, não quero chorar.- vou sentir a sua falta amigo, obrigada por ter sido paciente comigo.- acaricio seu rosto,- cuida do seu Dono, ele as vezes perde a cabeça.- falo baixinho para que Christian não me ouça, olho para ele que está de braços cruzados nos observando, Storm se inclina mais para mim, como se pedisse mais carinho, talvez ele saiba que não nos veremos mais, isso me machuca, o abraço, encostando meu rosto no dele, acabo deixando lágrimas molharem seus pelos. Beijo seu rosto.- até qualquer dia.- acaricio seu rosto, olho a ultima vez para seus olhos e me afasto, secando meu rosto.

Subo as escadas de cabeça baixa, tento não encarar Christian, acho que vou chorar de novo.

— Ele também vai sentir sua falta.- olho para ele, percebo um duplo sentido em suas palavras. Agora quem baixa o olhar é ele e o levanta em seguida.- queria te fazer um convite.- arregalo os olhos.- aceita jantar comigo? Há um restaurante ótimo na cidade, gostaria de te levar até lá, um jantar de despedida.

Fico o encarando um tempo, ponderando, sinto que a semana que me afastei dele, corre o risco de ruir se aceitar o convite, mas por outro lado, penso na amizade linda que criamos, em todas as turbulências que passamos juntos no ultimo mês, acho que tudo isso merece ser lembrado com carinho e nada melhor que um jantar para selar isso.

— Ok.- respondo e ele sorri, acho que o maior que já vi.

— Te pego as oito.- fala tirando o chapéu, passando as mãos pelos cabelos.

50 Tons- Escolhas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora