Capítulo sem título 4

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Três dias que estávamos na fazenda e não saímos de casa, nem eu, nem José. Eu queria aproveitar um pouco mais a companhia de meu avô, colocar nossas conversas em dia e também descansar um pouco da loucura que vivi nas ultimas semanas, o tratamento da minha mãe, as noites mal dormidas no hospital, depois funeral, preparativos para a viagem, não sabia que estava tão cansada até que passei uma tarde inteira dormindo, só acordando na hora do jantar e depois ir dormir de novo, uma noite inteira completa.

José não queria sair e conhecer a fazenda, pois não tinha companhia, então se distraia lendo um dos milhares de livros em seu Kindle, presente de Conan, e lógico que aproveitando a folga de Conan, passaram um dia todo pendurados no Whatsap, acho que quando voltarmos, talvez eles resolvam elevar um nível a mais no relacionamento deles, coisa que sempre incentivei José a fazer, mas ele muito grudado comigo, não queria me deixar sozinha em nosso apartamento, mas assim que voltarmos, vou bater o pé e ele tem que ir ser feliz, precisamos cortar um pouco esse cordão, por mais que doa, mas ele tem que ir atrás de sua felicidade, já me ajudou tanto, esteve comigo durante tanto tempo, segurou minha mão por anos, agora ele merece ter alguém para segurar sua mão.

— Então Fada, vamos às compras ou não?

— Preciso né.- faço cara de desagrado, não queria dar o braço a torcer para o Senhor Sem Paciência, mas a verdade é que precisava de algo menos despojado, se quisesse me aventurar a conhecer a fazenda do meu avô.

Descobri nesses dias que Christian era uma espécie de administrador e braço direito do meu avô, além de melhores amigos.

A fazenda do meu avô não era tão grande, mas era muito conceituada na região e no mercado de laticínios, fora que possuía um Haras que rendia um bom dinheiro, e esse era administrado completamente por Christian, que era um excelente cavalheiro além de Domador de cavalos, de acordo com o que meu avô me disse.

— Precisaremos de um carro?- José fala, arqueando a sobrancelha, penso no Jipe e faço uma careta.- podemos falar com seu avô.

— Sim, vamos, vou me arrumar.- me levanto para me vestir e sairmos, coloco uma das poucas calças que trouxe, penso no que Christian pensaria em me ver assim, balanço a cabeça, tenho que parar de pensar nesse homem.

Falamos com meu avô e ele designou Taylor a dirigir para a gente, pelo ao menos até conhecermos o caminho para a cidade, depois na próxima nos viramos, fico contente por não ser Christian.

Taylor nos leva para um Shopping, estacionando o carro e dizendo que nos esperaria ali. Tenho dó do pobre.

Entramos no shopping e partimos para a missão de comprar roupas esportivas para mim, depois de quase duas horas, estamos exaustos e sedentos.

José também comprou muita coisa para ele e estava pensando em comprar algo para Conan, mas antes iriamos comer e beber algo.

Chegamos a Praça de Alimentação com as sacolas, nos sentamos rindo e lendo o cardápio.

Escolhemos os lanches, bebidas e sorvetes, José vai fazer nossos pedidos, enquanto verifico minhas atualizações no celular. Uma risada atrás de mim, me deixa em alerta, eu conheço essa risada, José que vem vindo com nosso lanche, para olhando por sobre meus ombros, algo em seu olhar me diz que é o que penso.

Viro-me lentamente e encaro o par de olhos zombeteiros, que se desviam automaticamente para minhas sacolas, acomodadas em uma cadeira ao lado, droga. Mas então olho para o lado e vejo um garoto, fotocopia dele, segurando uma bandeja de lanches, filho só pode, não disse que o tal era casado?

— Fazendo compras, moça?- me pergunta em tom debochado tenho vontade de mata-lo, mas sorrio doce:

— Boa tarde para você, também Christian, sim é sempre bom fazermos umas comprinhas de vez em quando, faz bem para o ego feminino.- olho para o menino.- olá.

50 Tons- Escolhas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora