Desperto, mas não consigo abrir meus olhos, sinto tanta dor, não só no rosto, mas em todo o corpo, sinto carinhos na minha mão, em meus cabelos, tento abrir meus olhos , não consigo, isso me frustra, sei que Christian está ali, quero tanto vê-lo, dizer a ele que estou bem, mas não consigo.
Meus pensamentos se vão para a cena mais horrível que já passei na vida, nunca pensei que meu pai pudesse chegar a tanto, que me odiasse tanto. Sinto lágrimas rolarem pelo meu rosto, suas mãos secam minhas lágrimas, logo sinto seus lábios, beijando meus olhos e murmurando que estou a salvo agora. Acabo desistindo de acordar, e deixo que a escuridão me leve de novo.
"Tenho dez anos, estou brincando com uma das bonecas que minha mãe me deu, escuto o quebrar de garrafa, me assusto, me escondo atrás do sofá, olho por cima e o vejo vir, cambaleando, totalmente nu, fecho os olhos, minha mãe diz que as pessoas não podem andar nuas assim. Ele se senta e me vê atrás do sofá, o sorriso que me dá, me traz calafrios, penso em correr e o faço, mas me pega antes de chegar ao meu quarto, me pega no ar, falando coisas que não entendo, tento me soltar das mãos dele, mas é pior, parece que o instiga mais, sinto sua mão passar ali, onde minha mãe fala que ninguém pode mexer, choro com isso, mas ele continua, e acaba rasgando meu vestido, me apertando contra ele..."
— NÃOOOOOOOO! – ouço meu grito, desesperado, sinto um abraço forte, quente e protetor.
— Sou eu, Christian, seu amor.- escuto a voz que é capaz de aplacar todo o medo que existe dentro de mim, não me debato mais, relaxo nos braços dele, escuto meu choro, mas não consigo acordar, penso em até quando vou ficar assim, sinto aquele sono chegando e durmo de novo.
Sinto o cheiro de perfume do meu lado, aspiro, reconheço que é de Christian, suas mãos acariciam meus cabelos, tento abrir os olhos, o fito, consigo vê-lo, apesar da imagem estar desfocada.
— Amor...- murmuro e sinto seu beijo, quase suspiro com isso.
— Oi.- sua voz é suave, vejo a nuance de seu sorriso.- como se sente?
— Tonta.- respondo com sinceridade, sinto que não posso forçar a vista que tudo roda ao meu redor.
— Vou chamar o médico.
— Não me deixa sozinha.- falo segurando a mão dele.
— Nunca, meu amor, você nunca mais vai sair de perto de mim.- me beija e sinto suas lágrimas, não o quero chorando. Abraça-me e ficamos assim, até o médico entrar no quarto e me cumprimentar, falando que vai fazer alguns exames, e depois vou me alimentar. Apenas aceno com a cabeça, é tudo tão distante.
Depois que como uma sopa que Christian me dá, acabo por adormecer de novo, me sinto melhor, como se voltasse para casa, para o lado do amor da minha vida.
Acordo, abro os olhos, tudo parece mais nítido, como sempre sinto seu carinho nos meus cabelos, olho para ele, agora sim posso ver seu rosto.
— Oi.- fala sorrindo, meu coração se aquece com isso.
— Oi.- respondo em um meio sorriso, sinto meu rosto doer, acho que faço uma careta.
— Está com dor?- faço que sim.- vou chamar o médico.
— Quanto tempo estou aqui?
— Duas semanas.
— Tudo isso?- faz que sim.
— Você estava sedada, não suportaria as dores, e quando tiraram a sedação, você demorou dias para acordar de vez.
— Bom dia, Sra Grey, vejo que despertou de vez.- um médico fala ao entrar no meu quarto.
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50 Tons- Escolhas do Coração
Fanfiction"Um amor verdadeiro é aquele que resiste ao teste do tempo. É ter ao lado uma pessoa que conhece todas as nossas imperfeições e continua nos amando do mesmo jeito. É enfrentar os desafios e as dificuldades de mãos dadas, porque quem ama de verdade s...