5. UMA CHANCE PARA TYLER

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Tyler se sentou em sua carteira com suas mãos suando. Sempre que tinha prova ele ficava nesse estado de nervosismo e ansiedade por medo de não ir bem. O que nunca acontecia, o rapaz sempre tirava as melhores notas da turma.

- Ô cara! Relaxa! Você estudou mais que essa universidade inteira pra essa prova e agora vai ficar aí encanado?- Bruno fala, indignado.

-Não sei... Não tô confiante.

-Você nunca tá! Sabe do que você precisa? Cerveja! Hoje a noite vamos pra um bar aqui perto e vamos encher a cara. Você tá muito tenso véi!

-Eu não sou muito fã de cerveja.

-Você não é fã de nada nessa vida! Vamos! Anime-se! Cê tá na faculdade!!

-Grandes merdas. Quer saber? Eu tô indo pra Biblioteca.

-Já vai se enfiar lá? E as outras aulas?

-Assiste, e se tiver alguma coisa importante, me passa depois.- Tyler diz dando as costas para o amigo. Chegando na biblioteca, ele cumprimenta a bibliotecária e percorre os olhos pelo lugar.

Ela não está lá.

O rapaz decidiu estudar um pouco e depois de algumas horas ficou lendo um livro indicado por seu professor.

-Posso sentar aqui?- Ele escuta e olha em direção a pessoa.

-Claro.

-Veio mais cedo? Seu professor faltou?-Pricila pergunta curiosa.

-Não estava com saco pra Assistir aula hoje.- Ele responde sem ânimo.

-Tá bom, eu vou ficar quieta e deixar você ler seu livro chato em paz.

-Não é chato! É bem útil pra profissão que vou seguir! Fala sobre truques para usar perante o tribunal.

-Nossa, isso é realmente muito​ divertido. Que tipo de livro você mais gosta?

- Clássicos.

-O quê?! Você é praticamente uma ofensa para a literatura fictícia!

-Por que? Os livros clássicos além de serem muito interessantes ainda nos permitem ter um pouco mais de conhecimento sobre o movimento da época.

-Interessante? Por favor! Nem minha avó leria isso! Qual foi a última vez que leu uma ficção científica?

-Não sei... Uma vez eu li algo sobre a teoria científica sobre o universo.

-Você já leu alguma coisa só por ler? Sem precisar aprender nada?

-Acho que não.- Tyler respondeu e ela deu um suspiro de decepção, abrindo sua mochila e tirando de lá um dos dois livros que carregava na bolsa de ficção científica.

-Leia isso! Já que você consegue engolir esses monstros que você chama de livros em uma semana, esse aqui vai ser fichinha pra você.

-Tudo bem, vamos fazer um acordo. Eu vou ler isso, e você lê... Esse aqui. -Tyler diz, pegando um livro em sua mochila e entregando para ela.

-"O alienista"? Sacanagem! Eu te dou um livro super legal e você me dá isso? Qual a chance desse livro ser legal?

-Esse é o meu trato. Só leio o seu livro se você ler o meu.

-Okay... Não tô achando justo, mas okay.

-Não venha me falar de justiça, o Alienista não tem nem cem páginas, esse que vc me deu tem o que? Trezentas?

-Duzentas e trinta e oito pra ser mais exata.- Pricila diz e ele ri.

-Que curso você faz?

-O que você acha?

-Letras?

-Pois é...

-Você quer ser professora?

-Sim... Digamos que me dou bem com gente mais nova.

-Uau... Que coragem! Eu não serviria pra ser professor nunca.

-Imagino! Seus alunos ficariam com sono só de te ver.

-Nossa! Posso ser muito legal se eu quiser.

-O problema é que você nunca quer!- Bruno surge dando um leve tapa no ombro de Tyler que leva um susto.

-Dá onde você saiu?!- O rapaz assustado diz colocando a mão no coração.

-Vim ver se você estava vivo. Aqui tá tudo o que teve de importante hoje! - Bruno diz entregando um papel com vários tópicos. -Temos trabalho pra apresentar quinta feira, o tema tá aí também.- Ele fala e acena para a garota que sorri amigavelmente.

-Tá bom, valeu.

-Tchau! -O rapaz se despede e sai da biblioteca.

-É seu amigo? -Pricila pergunta.

-É... Quase isso.- Tyler responde e ela ri.

-Bom, eu já vou indo, tenho que ir para o café, se eu me atrasar de novo meu chefe me demite.

-Bom trabalho! -Ele diz sorrindo mas sentindo uma vontade imensa de pedir para que ela não vá.

-Bons estudos!-Ela fala colocando sua mochila sobre o ombro e sai.

Tyler fica ali até depois das seis da tarde e só vai embora depois que a moça dá biblioteca avisou que ia ter que fechar.

O rapaz chamou o carro pelo aplicativo e quando o automóvel chegou, ele decidiu ler o livro que Pricila havia lhe emprestado. Foi o caminho todo entretido na leitura que acabou o impressionando bastante.

Chegando em casa foi para a cozinha e procurou algo para comer, mas para sua surpresa a geladeira e a dispensa estavam vazias. Nem ovo tinha.

Quando sua mãe estava viva isso nunca acontecia.

Tyler decidiu ligar para algum lugar e pedir comida. Enquanto o pedido não chegava, ele foi para o quarto e tomou um banho, quando saiu, ficou lendo o livro indicado até que escutou a campainha tocar.

Ele pagou a comida e subiu para o quarto. No dia seguinte ele teria que fazer compras já que seu pai havia dispensado a cozinheira- que era a responsável por manter a dispensa e geladeira cheias.

De repente ele escuta seu celular tocando.

-Alô?

-Tyler! Me ajuda... Vem aqui no café, tem um homem me olhando estranho e eu tenho que fechar...

-Tô indo. -Ele desligou, correu para a garagem, pegou sua bicicleta e pedalou o mais rápido que conseguiu até o café onde Pricila trabalhava. Chegando lá, viu pela janela do lugar o homem chegando perigosamente perto da garota que ia andando para trás e acabou batendo em uma das mesas.
Tyler deixou a bicicleta caída no chão e entrou com tudo no estabelecimento.

O rapaz chega e puxa o cara pelo colarinho, o prensa em uma parede com o braço em seu pescoço e olha nos olhos do aproveitador.

-Você acha legal assediar garotas?- Ele diz e o cara o olha assustado.

-Não! Eu só estava conversando com ela!

-Acontece que ela não quer conversar com você Imbecil! Sai daqui e não volta nunca mais, se eu ficar sabendo que você apareceu aqui de novo, eu te quebro em dois! Entendeu?!

-S-sim! -O homem disse apavorado e saiu correndo assim que Tyler o soltou.

O rapaz que estava ofegante e com o coração acelerado sentiu alguém o abraçando.

-Obrigada, obrigada, obrigada!- Pricila dizia com a voz abafada pelo peito do rapaz que retribuía seu abraço.- Não consigo nem imaginar o que teria acontecido de você não tivesse chegado...

-Não importa o que teria acontecido, o que importa é que não aconteceu. Vamos, eu vou te levar pra casa.


Muito, muito, muito tempo depois, um capítulo legal sai pra vocês!

Tudo bem? O que fez de bom hoje? (Responda nos comentários)
Bom, espero que tenham gostado do capítulo, fiz com muito amor e dedicação pra vocês! Dêem seus votos pra me incentivar a continuar ok? Beijos no coração!

Até a próxima.

UMA CHANCE PARA TYLEROnde histórias criam vida. Descubra agora