16. UMA CHANCE PARA TYLER

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No dia seguinte, Tyler levantou cedo como de costume. Tomou café sozinho no quarto e foi estudar. Sua casa era seu quarto. Raramente saia de lá sem necessidade. Precisava conseguir terminar essa faculdade para sair logo daquela casa.

Enquanto estudava, algo deixava o rapaz agitado. Como se ele precisasse fazer alguma coisa mas não sabia o que era.

De repente, por impulso, Tyler saiu de seu quarto e caminhou até onde era o quarto de Melissa.

-O que você está fazendo?- Ele perguntou parado na porta. A menina estava no chão, segurando duas bonecas.

-Brincando de boneca! Vem brincar comigo!

-Não posso. Tenho que estudar.

-Vaai! Por favor! É só um pouquinho!

O rapaz suspirou.

-Só um pouquinho?

-Sim!!

E então Tyler se sentou no chão junto a garotinha e começaram a inventar histórias e quando o rapaz percebeu, os dois estavam correndo pela casa brincando de pega-pega.

-Milena! Não corre nas escadas que você vai cair daí!- Jaqueline alertou a filha enquanto tirava o pó de uma mesinha que ficava ao lado do sofá com um abajur em cima.

A menininha saiu correndo em direção a área de lazer.

-Estou feliz que tenham se acertado.-A Mulher dá um sorriso fraco e Tyler a fuzila com os olhos.- Ela não tem nada a ver com o que aconteceu entre nós.

-Tem razão. E você deveria se envergonhar. E quando ela perguntar sobre como você e o pai dela se conheceram? O que você vai responder? "Há minha filha, nós nos conhecemos num motel e ele era casado mas depois a esposa dele se matou e ficou tudo bem" -O rapaz fala fazendo uma voz fina.

-Quando você vai parar de me humilhar? Eu sei que errei, mas a culpa não foi só minha e tudo que quero é dar pra Melissa a família que ela merece! Se não for parar essa guerra por mim, pare por ela! Eu não me importo se você me aceita ou não, mas não quero discutir na frente dela. Ela esperou tanto pra te conhecer e eu...

-Por ela.

Segunda- feira chegou, e junto com ela uma idéia. Tyler foi até a coordenação da universidade e colocou seu nome na lista para ser transferido para um outro campus numa cidade perto. Talvez, se tivesse sorte, no próximo bimestre poderia já se mudar de cidade.

Os dias foram se passando, dias que viraram meses. A relação de Tyler com Melissa estava cada vez melhor e os dois eram muito unidos. O rapaz parou de brigar com a mulher de seu pai, por causa da irmã, mas o ódio que sentia, não havia desaparecido.

-Ela destruiu minha família! Não vou perdoar ela nunca!

-Tyler... Eu sei que é difícil mas isso só vai ser pior pra você! -Pricila diz. Eles estavam passando a última aula na biblioteca. -Como você acha que ela se sente, toda vez que te vê e lembra que sua mãe se matou por que seu pai a traiu com ela? Será mesmo que ela dorme direito a noite?

-Se ela dorme direito ou não, não importa! C4guei! Os dois não pensaram nisso na hora.

-Uma hora você vai ter que seguir em frente Tyler! Você precisa largar o pescoço deles! Só assim vai conseguir viver em paz de novo...

-Minha paz já foi tirada a muito tempo! E se eu perdoar aqueles dois, eles vão achar que está tudo bem! Mas não está!

-Eles sabem que não está tudo bem Tyler, ninguém é tão idiota.

-Diz isso por que não conhece meu pai.

-O que eu quero dizer é: Você vai mesmo ficar alimentando essa sede de vingança com sua vida toda pela frente? Tyler, acorda! Nada do que você faça vai trazer sua mãe de volta! Ela está num lugar melhor! Fora desse mundo caótico e terrível que vivemos! Você tem tanta coisa com o que se preocupar! Faculdade, trabalho, uma namorada talvez?! Siga em frente, o que passou, passou e vai depender de você ficar remoendo isso e transformar sua vida num lixo ambulânte, ou ser uma pessoa da qual sua mãe iria se orgulhar.

Tyler não teve resposta para aquilo. Apenas olhou para o caderno na sua frente e voltou a desenhar.

No dia seguinte o rapaz foi chamado na coordenação da universidade. Já estavam à menos de uma semana das férias e todos estavam exaustos. Inclusive Tyler.

-Bom, Tyler, como você tem excelentes notas e muita recomendação dos professores, não foi difícil conseguir vaga pra você na faculdade, nem no estágio. Mas tem uma coisa... Você vai precisar da autorização de seu pai por que ainda não tem dezoito anos.

-O quê? Sério?

-Sim. A universidade não pode tomar conta de você e eles precisam de uma garantia de que alguém vai se responsabilizar pelos seus atos ou caso algo dê errado.

-Mas, eu faço aniversário no segundo dia das férias...

-Eu sei Tyler, mas precisamos mandar o que for preciso até o final dessa semana, se não eles vão liberar a sua vaga.

-Okay. Obrigado! -Tyler diz e sai da sala com uma pasta, escrito tudo o que ele deve levar ainda naquela semana e entre as coisas estava a maldita lista de autorização.

Ele detestava depender de seu pai. Se sentia um completo inútil quando precisava de uma autorização dele pra fazer qualquer coisa.

Mas, ele precisava passar por isso só mais uma vez.

Mais uma vez e nunca mais. Depois de sua formatura, Tyler sumiria pelo mundo e nunca mais pisaria de novo naquela cidade.

-Não vou assinar nada. Por que você quer ir pra lá se a faculdade é aqui?

-A oportunidade de estágio é muito boa! Não posso deixar passar! E o campus vai me dar alojamento por um preço mais barato! Eu pago com o salário do estágio e do que eu juntei trabalhando aqui!

-E desde quando você tem dinheiro moleque?

- Desde o momento que eu decidi que vou lutar para não precisar  de mais nada de você.

-Você vai quebrar a sua cara.-Paulo assinou, contrariado.



Olá!!! Tudo bem? Espero que tenha gostado do capítulo de hoje e uma coisa muito inesperada vai acontecer em breve! Não esqueça de deixar sua estrelinha e seu comentário okay?! Beijos, até a próxima.

OBS: Desculpa pelo atraso na postagem é que acabo esquecendo hehe'

UMA CHANCE PARA TYLEROnde histórias criam vida. Descubra agora