13. UMA CHANCE PARA TYLER

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Tyler continuou trabalhando, sua rotina era, levantar de manhã, ir para a faculdade, estudar, trabalhar, estudar mais um pouco e dormir. Acabou que o rapaz esqueceu da ideia de mudar de curso, pois certo dia ele chegou a conclusão de que seria advogado para colocar todos os bandidos que puder na cadeia.

Paulo ligava para o filho todos os dias, mas o rapaz apenas desligava.

Tyler e Pricila se aproximaram bastante, pois a maior parte do dia eles passavam juntos, se tornando melhores amigos, mesmo em poucos dias.

Seria uma amizade perfeita, se não fosse por uma coisa.

- Eu acho que estou gostando dela. -Tyler desabafa. Era Domingo a tarde e Bruno havia comprado algumas garrafas de cerveja.

-Você acha?

-Não sei... O que eu faço?

-Conta pra ela.

-Cê tá louco? Vai estragar tudo!

-Tudo vai ser estragado uma hora ou outra. E um amigo sempre me diz: É melhor se arrepender por algo que você fez do que se arrepender por algo que você não fez.

-Pois é... Acho que você tem razão. - Tyler diz tomando um gole de sua cerveja. - Hoje ela vai participar da cerimônia da igreja dela, e me convidou pra ir.

-Olha aí! É uma ótima hora pra você se declarar! Não sei por que mas estou sentindo que ela sente o mesmo por você.

-Então tá.- Tyler falou e tomou mais um gole de sua cerveja.

Os dois ficaram mais um tempo ali, e depois o rapaz foi se arrumar, em seguida saiu, pegando um ônibus e indo para o local indicado por Pricila dois dias antes.

Chegando lá, a missa já havia começado. Ele apenas entrou e sentou discretamente no último banco do lugar. Logo chamaram algumas pessoas que iriam fazer a leitura e lá estava ela. Sua expressão era séria, mas seus olhos brilhantes entregavam a felicidade, e as mãos juntas apertando uma a outra, entregavam o nervosismo.

Após a benção final, todos começaram e se cumprimentar e dizer "a paz de Cristo". Tyler ficou confuso e apenas saiu dali, a procura de sua amiga.

Ele a vê abraçando uma mulher mais velha, aparentava ter uns quarenta e três anos. Deve ser uma tia. Assim que sai do abraço, Tyler pôde ver seu sorriso iluminado e seus olhos sintilantes. Aquela roupa que ela usava, a deixava parecendo um anjo, seus cabelos estavam soltos, formando ondas nas pontas. Ela estava perfeita.

Assim que a garota vê o amigo, vem até ele e lhe dá um abraço.

-Você veio!!

-Pois é, vim.-Tyler percebeu um grupo de pessoas se juntando com família de Pricila. Um homem mais velho, uma mulher quase da mesma idade do homem e um rapaz de uns vinte e cinco anos.

-Nossa não dá nem pra acreditar (...) -Ela fala e é interrompido por uma moça que Tyler deduziu ser uma prima de Pricila.

-Olha quem veio te ver!-A moça diz puxando Pricila pela mão até o meio do grupo, deixando Tyler ali sem expressão.

A garota viu alguém e colocou as mãos na boca, surpresa. Em seguida ela abraçou o rapaz que chegou a pouco no grupo. Eles se abraçam forte, com muita saudade envolvida e todos sorriem para eles. Ao fim do abraço os lábios dos dois se encostam começando um beijo lento e discreto.

Nesse momento, Tyler sente seu coração acelerar, suas mãos suar e seu chão sumir.

Após uns três minutos Pricila vem com seu namorado para perto de Tyler.

-Tyler, eu tenho que te apresentar alguém! Esse é Patrick, meu namorado. E amor, esse é Tyler de quem eu te falei.

-Olá! Prazer!- O rapaz diz dando um sorriso firme, igual ao aperto de mão que fez Tyler se sentir um frango.

O rapaz foi chamado por uma das mulheres do grupo, então ele saiu, deixando Tyler sozinho com Pricila.

-Você nunca me contou que tinha um namorado.- O rapaz inicia.

-Você nunca perguntou.- Ela responde e ele ergue uma sombrancelha, fazendo-a rir.- Ele estava num intercâmbio, no Canadá, há seis meses. Eu estava muito triste em relação a isso e preferi não falar sobre isso com ninguém, pra tentar fazer o tempo passar mais rápido... E deu certo!!- Pricila sorri e bate palminhas.

-Amor, vai ter janta lá em casa. -Patrick diz, passando o braço ao redor do pescoço da namorada. O rapaz tinha uma barba perfeitamente desenhada em seu rosto. -Tyler, vamos com a gente?

-Am... Foi mal, é que eu acho que se eu demorar mais um pouco vou perder o ônibus pra voltar.

-Relaxa, eu te dou uma carona! Sério, vamos lá! Tenho alguns assuntos pra esclarecer com você.

Nesse momento Tyler gelou por completo. Que assuntos?

-Você bebe?- Patrick pergunta segurando uma garrafa de cerveja aberta e outra fechada.

-Mais ou menos.

-Aceita? - O rapaz ergue a garrafa fechada e Tyler a pega, agradecendo. Ele estava sentado em um sofá de jardim que havia na varanda da casa.-Eu queria te agradecer por ter salvado a Pricila aquele dia no café.-Patrick diz se sentando ao lado de Tyler, que o olha confuso. -Ela me contou. Sério, nem eu sei como te agradecer. Ela é tudo pra mim e se alguma coisa acontecesse com ela, eu nunca me perdoaria.

-Se algo acontecesse não seria culpa sua.

-Claro que seria. Eu não estaria lá para proteger ela. Mas agora isso não vai se repetir... Quero estar com ela em todos os momentos, pra compensar o tempo que passamos separados.

-Isso é bom.

Um silêncio paira no ambiente e Patrick encara o nada como se estivesse pensando se falaria ou não o que estava em sua cabeça.

-No dia da formatura dela, eu quero pedir ela em casamento.

-Sério?

-Sim, ainda estou pensando direito no que fazer, mas vai dar tudo certo. Amanhã de manhã vamos fazer um teres aqui em casa. Só com os amigos pra comemorar o aniversário dela. Você vem?

Claro que era aniversário dela! Como Tyler pôde esquecer?

-Sim, venho.

UMA CHANCE PARA TYLEROnde histórias criam vida. Descubra agora