2.UMA CHANCE PARA TYLER

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Olá! O capítulo de hoje vai ser bem difícil. Me emocionei muito fazendo ele, se ele te tocar de alguma forma, deixe sua estrelinha e comente o que achou. Um beijo e até o próximo capítulo!





Capítulo 2.

De repente uma vibração dentro da mochila de Tyler, roubou sua atenção e fez com que procurasse pelo seu aparelho antes que ele desligasse.

-Sua mãe quer falar com você. - A voz da governanta da casa soou do outro lado da linha assim que o garoto atendeu o celular.

- Já estou indo.- Ele diz desligando sem esperar um resposta e rapidamente colocou suas coisas na mochila, se levantando e esbarrando em uma cadeira despercebida, fazendo um barulho e atraindo a atenção de todos do local. Inclusive a da garota de cabelos de fogo.

Quando Tyler encontrou com os olhos cor de mar da garota, ele sentiu uma pequena corrente elétrica surgir pelo seu corpo e permitiu a si mesmo se perder por alguns segundos na intensidade daquele olhar.

-Desculpe... -O rapaz pronuncia em voz alta, sem graça, após sair do transe.

Ao chegar em casa, foi direto para a biblioteca e sentiu um calafrio quando pôs a mão na maçaneta, com receio de que ela esteja trancada como sempre.

Mas não estava.

Quando Tyler entrou, logou viu sua mãe, vestindo sua blusa de frio e suas calças compridas, sentada em uma cômoda estofada que havia na janela.

-Mãe? Você me chamou?- Ele pergunta sem jeito entrando no lugar que a alguns meses atrás era o seu favorito na casa.

-Sim, chamei... Hoje foi seu primeiro dia na faculdade né?-Ela pergunta olhando para seu filho que disfarçadamente pega um dos livros da estante e começa a folheá-lo.

Tyler não consegue encarar sua mãe. Seu rosto magro e sua aparência pálida, sem vida o assustam.

-Sim... Foi.

-O que achou?

-Não era tudo o que eu imaginava...

-Isso é uma pena... Conheceu alguém?

-Um tal de Bruno veio falar comigo... -Tyler diz colocando o livro no lugar.- Mas acho que ele tem um parafuso a menos.-Ele termina e escuta um riso fraco soar pela biblioteca e então finalmente consegue encarar sua mãe.

Os olhos que antes eram cheios de vida, agora já não apresentam mais expressão e o rosto que era sempre corado agora virou apenas uma pele branca vazia.

Tyler só queria entender o que aconteceu em sua família. Eles costumavam ser tão felizes no passado...

-Sabe Tyler... Eu sempre sonhei com esse dia. Sempre quis um futuro brilhante pra você e... Hoje posso dizer que sou muito feliz com o filho que tenho... -Ela diz encostando a cabeça na estante que ficava encostada na cômoda e fechando os olhos de leve- Me desculpe por todas as vezes que... -Ela busca um pouco de fôlego para terminar a frase.- Que não te dei a atenção que você merecia. Tyler... Você é um homem maravilhoso e eu tenho orgulho de te ter como filho...- Daniela deixa uma lágrima correr pelo seu rosto.

Tyler dá um suspiro​. Não podia chorar perto de sua mãe, fortes emoções poderiam fazer mal a ela.

-Eu sempre quis ouvir isso de você​...-Ele fala e ela dá um sorriso com seus lábios finos e sem cor.

-Me dá um abraço?-Daniela pede e o filho atende seu pedido lhe dando um abraço apertado. De repente ele vê um monte de remédios jogados atrás de uma poltrona. Ele se solta de sua mãe e vai ver o que é.

-Mãe... O que é isso? - O rapaz diz pegando os frascos de remédios do chão.

-Tyler, eu(...)- Sua fala é interrompida com seu corpo indo direto para o chão.

Tyler no mesmo instante correu para socorrer sua mãe desmaiada. Chamou seu nome insistentemente, mas não obtinha resultados, então saiu pela casa procurando ajuda, até que os funcionários começaram a se alertar e a perguntar o que estava acontecendo.

Ligaram para a ambulância que levou Daniela as pressas para o hospital. Tyler foi junto com acompanhante, mas já na UTI pediram que ele esperasse em uma sala.

Foram as piores horas da vida dele. Nunca sentiu tanta angústia e medo na sua existência. Mas o pior ainda estava por vir.

Seus pensamentos foram distraídos quando a porta da sala se abriu dando a visão para seu pai, com o rosto vermelho e o corpo ofegante.

A única coisa que Tyler conseguiu fazer quando o viu ali, foi abraçar sua figura paterna, desesperado por um apoio.

Mas o velho não retribuiu.

-Nos deixe sozinhos -O homem pediu ao enfermeiro que o havia acompanhado, e este obedeceu fechando a porta.-Tyler, senta.

O rapaz se sentou apoiando os cotovelos nos joelhos e segurando a cabeça com as mãos.

-Olha... Sua mãe já estava mal a algum tempo...

-Ela morreu não é?-Ele pergunta com a voz embargada.

-Tyler...

-Eu quero ver ela... Agora.-Ele diz com os olhos cheios de lágrimas.

Paulo suspira e chama o médico, que autoriza alguns minutos de visita.
Assim que entrou no quarto e avistou o corpo sem vida de sua mãe, imediatamente​ a vontade de chorar foi embora e ele conseguiu se controlar.

-Me deixem sozinho.-Tyler pediu e foi atendido. -Por que você tinha que ser tão orgulhosa? -Ele diz após alguns minutos a sós.- Eu estava o tempo todo ali, por que não pediu minha ajuda? Eu não me importaria de ficar horas conversando com você! Mas não! Tinha que ser um poço de orgulho! -Ele fala se sentando na poltrona ao lado da cama. -Mas eu devia ter insistido... Eu devia ter arrombado aquela porta, ter te forçado a sair dali... -Ele diz deixando as lágrimas voltarem. - E sabe o que é pior? -O rapaz perguntou para o silêncio- O pior não é nem você ter se matado sem em momento algum pedir ajuda! O pior é que você continua não me ouvindo. Você não me ouviu quando eu berrei na porta daquela maldita biblioteca, que você insistia em morar. Não me ouviu quando eu disse que poderia contar comigo sempre e não está me ouvindo agora... O pior... É que eu nunca mais vou ter a chance de ouvir sua resposta algum dia...





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