8. UMA CHANCE PARA TYLER

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24 de dezembro de 2013

Tyler acordou cedo naquele dia, abriu seu cofrinho onde havia juntado durante o ano inteiro, pois queria dar alguma coisa realmente legal de presente para sua mãe.

Chega de cartões da escola.

Ele contou as moedas e ao todo conseguiu juntar cinquenta reais e setenta centavos. O garoto colocou as moedas num pacotinho, escreveu o valor que havia lá em um papel e colocou no bolso para não esquecer.

Ele caminhou até uma lojinha que havia perto de sua casa comprou para sua mãe um porta jóias e uma bijuteria barata. E ainda lhe sobraram alguns vinte e poucos reais que ele usou para comprar uma gravata azul para seu pai.

Chegando em casa, correu para seu quarto, embrulhou tudo com papel de presente e escondeu na sua gaveta de cuecas.

Logo sua mãe o chama para almoçar. O garoto desce as escadas de marmore correndo pois estava morrendo de fome e ao passar pela sala, vê a árvore de dois metros e meio que havia montado com seu pai na noite anterior.

Quando chegou na cozinha se sentou correndo e começou a devorar a comida.

-Calma Tyler! A comida não vai fugir.- Daniela diz e o menino diminui sua pressa.- Onde o senhor foi hoje de manhã? Saiu de casa sem avisar pra onde ia, quando vinha... Fiquei preocupada.

-Eu só fui comprar umas balas alí na esquina. -Tyler sempre teve o pensamento rápido.

-Atá... Mas da próxima vez avise que está saindo okay?

-Tá bom.

A verdade é que Daniela já tinha visto os presentes, por causa de um erro do garoto. Ele deixou a porta aberta enquanto embrulhava as caixinhas e sua mãe acabou vendo.

No dia seguinte os três estavam sentados à mesa novamente saboreando um prato especial feito pela cozinheira.

Depois da janta, eles ficaram conversando sobre vários assuntos como sempre faziam e uma hora depois, Paulo se levantou.

-Hora de abrir os presentes!-Seu Pai disse e Tyler sorriu, os dois correram até a árvore de Natal e Paulo começou a pegar as caixas.

Daniela, sempre calma e graciosa, chegou depois e sentou-se na poltrona.

-O que será que o Papai Noel deixou pra você hein Tyler? Olha só! Três presentes!!! -Paulo disse tirando as três caixas de baixo de árvore.

Tyler nem acreditava mais em Papai Noel. Nunca acreditou pra falar a verdade. Mas ele não dizia, por medo de desanimar seu pai.

Começou a abrir os presentes e por fim, ganhou: um vídeo-game com seus três jogos favoritos, um helicóptero de controle remoto e uma bola de futebol.

O pequeno garoto não se sentia feliz, pois os presentes que seus pais lhe deram, eram muito melhores dos que os que ele tinha pra dar.

O garoto subiu as escadas abatido, pegou os pequenos presentes e levou para seus pais.

-Acho que vocês não vão gostar... É muito simples... -O menino disse com os olhos baixos e de repente se sentiu sendo abraçado por sua mãe.

-Meu filho, não é por que uma coisa é simples que ela não tem valor... Quero que entenda isso okay? -Ela disse e então abriu o presente. O sorriso que apareceu no rosto dela, Tyler jamais esqueceria. Ela praticamente amou o presente e Paulo também. Como os pais de a ambos já havia falecido, os únicos presentes que recebiam, era os de Tyler.

E nem o presente mais caro do mundo poderia superar os cartões cheios de amor, dados pelo seu filho.

Dias atuais.

-Como você pode cursar letras e não gostar de Clássicos?- Tyler estava indignado.

-Não gostando.

-Mas e os livros que eles pedem pra você ler?

-Você está confundindo Letras com  curso chato pra caramba! Sem falar que você lê os livros que te falam se quiser. No caso, eu não quero.

-Não sei como consegue.

-Como você decidiu que queria fazer advocacia?

-Não sei... Acho que meu pai decidiu por mim.

-Hã? Você está fazendo essa faculdade por que seu pai mandou?

-Não é só por isso. Eu gosto do meu curso e estou aprendendo bastante. Talvez no futuro eu faça outra faculdade, mas por enquanto eu acho que ficar nessa é a melhor opção.

-Ah... Okay. Se você diz.

-Eu acho que eu sei por que gosto tanto de clássicos. Na biblioteca lá de casa tem muitos e eu cresci lendo eles.

-Biblioteca?

-É...

-Você tem uma biblioteca em casa só pra você?

-É... Acho que sim.

-Nossa! Deve ser muito legal!

-Se você quiser, eu posso te mostrar. Lá tem vários livros e quem sabe a gente encontra uns de ficção científica lá?

-Ah Eu vou aceitar! Nunca conheci ninguém que tivesse a sua própria biblioteca! É o sonho de todo leitor. Quando eu posso ir na sua casa?

-Agora.

-Agora?

-Quer dizer... Se você puder.

-Bom, antes eu tenho que ligar para os meus pais pra avisar, mas é claro que eu posso!! -Ela diz empolgada.

Os dois colocam seus materiais na mochila e vão para a casa de Tyler. Era sábado mas a biblioteca ficava aberta o dia todo. Quando o rapaz abre a porta da biblioteca, os olhos de Pricila chegam a brilhar.

Ela entra hipnotizada com a quantidade de livros que tinha lá.

-Minha mãe costumava ler muito. Então ela e eu passavamos horas juntos aqui.

-É muito linda...- A garota diz encantada. -Posso ver?- Ela pergunta se referindo ao livros.

-Claro. Mas acho que os que vão te interessar estão naquela estante.-Ele diz apontando.

Pricila pegou alguns livros e todos tinham capas maravilhosas que faziam ela ter vontade de engolir o livro naquela mesma hora.

Os dois passaram o resto da tarde lendo e Pricila acabou levando alguns pra casa prometendo devolve-los assim que acabasse. Seus olhos brilhavam enquanto segurava os dois livros com capas maravilhosamente decoradas.

-Pode ficar com eles. Preciso de lugar pra por outros livros e eles estavam ocupando espaço.

-Sério?! Aaaah! Obrigada, obrigada, obrigada!! Não sei nem como retribuir!

-Leia o Alienista​.

-Nossa! Que pesado. Vou ler e depois de falo se odiei muito ou pouco.

Ela diz e os dois se despedem.



Olá! Tudo bem?
Bom, Capítulo na segunda, como o prometido! Espero que tenha gostado! Fiz com muito carinho!

Beijos e até o próximo capítulo!

OBS: OBRIGADA PELAS 100 VISUALIZAÇÕES!! ESTOU FAZENDO ESSE LIVRO COM MUITO CARINHO!

UMA CHANCE PARA TYLEROnde histórias criam vida. Descubra agora