17. UMA CHANCE PARA TYLER

113 10 1
                                        

Tyler levou a autorização para seu coordenador que passou a cuidar de tudo para que o rapaz se mudasse no próximo bimestre. Chegando em casa, se surpreendeu com berros vindos do segundo andar. Ao entrar na sala a briga ficou mais intensa.

-Não é esse o futuro que eu quero para minha filha!

-Você acha que eu gosto de ter que fazer isso? O mundo é capitalista Jaqueline e quem não segue o ritmo fica pra trás!!

-Não quero saber!! Você já meteu meu nome em muita coisa ruim e eu não vou aceitar que faça isso de novo.

E então seu pai respondeu alguma coisa que o rapaz não conseguiu ouvir.

-Isso não é pensar na família! E se você não desistir dessa merda, eu vou embora com minha filha!- a mulher grita e Tyler escuta uma porta se abrindo com brutalidade e passos firmes na escada. Quando olha, vê Jaqueline com uma aparência exausta. -Tyler? Você por aqui a essa hora? Aconteceu alguma coisa?- Ela pergunta, espantada, pois o rapaz nunca vem para casa na hora do almoço.

-Comigo não. Mas com vocês... O que aconteceu?

-Pergunte para o seu pai. Eu estou indo ao médico. Você pode buscar a Melissa na escola pra mim né? Que bom! Obrigada. Tchau.-A moça fala fria ao ouvir os passos do namorado no início da escada e sai da casa.

-Que merda você fez desta vez?- Tyler pergunta ao avistar Paulo descendo as escadas rapidamente.

-Se você acha que pensar na nossa família é uma merda, então eu realmente fiz merda.- O homem diz caminhando até a cozinha e pegando um copo e uma garrafa de whisky.

-Vamos lá Paulo. Eu sei que as suas histórias sempre tem frente e verso... Continue!- O rapaz diz  seguindo seu pai.

-Eu não tenho Obrigação de te contar nada! É só adolescente egoísta e irresponsável!- Paulo diz, bebendo um gole do líquido.

-Parece que temos muito em comum não é?

-Olha, eu não tenho que ficar ouvindo você me insultar dentro da minha própria casa. Tenho mais o que fazer!- O homem fala e sai pegando a chave do carro e batendo a porta.

E mais uma vez o rapaz estava sozinho. Ele foi até a cozinha onde a cozinheira estava amassando alho.

-Hein... -Nesse momento ele se deu conta de que não sabia o nome da funcionária.- Não precisa fazer almoço hoje...

-Sim, senhor.-Ela responde e ele sai, para buscar sua irmã no Colégio.

Chegando lá ele entra e não faz a mínima ideia do que fazer para encontrar a criança.

-Hey! Tyler não é?!- O rapaz escuta uma voz familiar. Nathan.

-Oi!- Tyler diz, tímido.

-Não sabia você tinha irmão!

-Até pouco tempo nem eu sabia.

-Sério?!- O rapaz dá uma gargalhada incrédulo -Como assim?!

-É uma longa história... Mas e você? Tem irmão?

-Não, tenho um primo que está passando uns dias na minha casa, porque os pais dele foram viajar.

-Hum... E como que faz pra achar as crianças aqui? Eu tô perdido.

-Você sabe em que ano seu irmão está?

-Irmã. Não sei... Ela tem uns quatro anos...

-Então ela está no pré um. Vem que eu te mostro.-Nathan o guiou por todo o colégio.

Chegando na porta da sala o amigo abriu e Tyler falou com a professora que logo chamou a menina que veio correndo.

-Tyler? Você veio me buscar hoje?

-Sim. Sua mãe não pôde vir.

-Hein, você já almoçou? Eu e a Pricila vamos ir agora.

-Bom, vou aceitar por que eu já ia almoçar fora de qualquer jeito mesmo...

-Okay! Só vou buscar meu primo no banheiro. Acho que ele caiu no vaso.-Nathan comenta e ri.

Após o menino chegar, os dois foram para o carro e o motorista passou na faculdade para buscar a namorada, que quando entrou no carro, o cumprimentou com um selinho.

-Eu perdi alguma coisa?- Ela pergunta sem entender como Tyler havia ido parar no banco de trás do carro do namorado dela.

-Encontrei com o Tyler na creche e o convidei pra almoçar com a gente.

-Sério?! Que milagre você sair de dentro de quatro paredes!- Ela diz se dirigindo a Tyler, que apenas deu um sorriso sem graça.

Eles foram para o restaurante e fizeram seus pedidos, que chegaram depois de um tempo.
Ficaram conversando distraidamente enquanto as crianças brincavam numa área infantil do lugar. Após isso, Nathan dirigiu até a casa de Tyler, deixando a Melissa com a babá e em seguida, levou os dois amigos para o café.

Assim que chegou Tyler já foi atrás de começar o serviço. Limpou as mesas, lavou os banheiros, limpou a sala de seu chefe, a área principal e depois foi ajudar Pricila no atendimento. Por volta das quatro da tarde quando quase não tinha movimento Pri o chamou.

-Eu... Precisava ouvir a opinião de alguém que não fosse da minha família...

-Não sei se vou poder ajudar mas, pode falar.

-Estamos achando que meu irmão está se envolvendo com drogas... Ele tem chegado mais tarde em casa e está sempre alterado.

-Vocês já tentaram falar com ele?

-Sim... Mas ele sempre diz que é paranóia da nossa cabeça e expulsa a gente do quarto. Meu irmão nunca foi assim...

-É realmente complicado, por que vocês não tem tanto controle da vida dele, pelo fato dele ser jovem e tal.

-Sim... Obrigada por me ouvir. Precisava falar pra alguém que não fosse julgar ele.

-Vai ficar tudo bem. Seu irmão é muito gente boa. Ele vai sair dessa.-Tyler fala, abraçando-a.

-Deus te ouça.

A noite caiu e Nathan veio buscar a namorada e ofereceu carona para o rapaz que aceitou de bom grado já que teria que evitar gastar dinheiro para ter o bastante para se estabilizar na nova cidade.

UMA CHANCE PARA TYLEROnde histórias criam vida. Descubra agora