10.

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Hoje é o dia do segundo ultrassom, talvez neste eu até já saiba o sexo dos bebés estou tão empolgada, só não achei graça a ter a Helena na minha cola.

Estava na porta do hospital o Ryan disse que vinha aqui ter comigo, espero que ele apareça. Já passaram dois meses desde que a bomba estourou e ele ainda não se habituou, quatro meses de gravidez.

- Desculpa o atraso. Diz chegando ao pé de mim. 

- Estamos mesmo em cima da hora. Digo enquanto o puxo para o gabinete da médica.

- Olá Catherine. 

- Olá doutora. Este é o Ryan o pai dos bebés. 

- Olá Ryan. 

- Olá. 

- Bem, vamos lá então. A médica começa a fazer os mesmos procedimentos da última vez. 

- Será que dá para ver o sexo? 

- Vai depender da posição deles. 

- Ok. A médica movimenta o aparelho em cima da minha barriga. 

- Então Catherine eles ainda não deixam ver o sexo, mas podemos ouvir os corações bater, queres? 

- Claro. 

A médica ligou o som e uma lágrima de alegria rolou pela minha face ouvir aquele som foi como se o mundo tivesse parado e eu estivesse a ouvir o som mais bonito e melodioso do universo, era tão bom.

Quando olhei para o lado o Ryan não estava mais ali.

- Ele foi embora. Diz a médica.

- É, eu sabia que não ia ser fácil. 

- Está tudo bem com vocês, só tens de ter cuidado, nada de esforços ou de nervosismo e uma alimentação equilibrada. 

- Ok doutora, obrigada. Saí do consultório e fui até ao consultório da minha mãe que estava a olhar para o computador.

Ryan

Eu estava lá, mas quando aquele som preencheu a sala, simplesmente não consegui aguentar, eu queria chorar mas não ali.

O que é que eu tenho estado a fazer com a minha vida e a dos outros?

É tudo estranho, ao ver a Cath feliz, eu pensei no que lhe fiz e em como ela quer que eu aceite aquelas crianças, a única coisa que me veio à cabeça foi se eu aceitar ficar com ela eu vou estragar aquela felicidade e eu não tenho o direito de fazer isso.

Catherine

Eu estava no consultório da minha mãe a falar com ela sobre o que tinha acontecido na consulta.

- Ele fez isso?

- Fez. 

- Talvez tenha sentido medo. 

- Eu já não sei o que fazer mais mãe, eu tenho tentado que ele aceite os filhos, mas ele não aceita. 

- Tu ainda gastas dele, não é? Eu apenas anui com a cabeça sabia que por muito traste que ele tivesse sido eu gostava dele.

- Eu realmente pensei que ao ver os filhos ele mudasse de ideia mas nada. 

- Eu lamento muito meu amor. A Evie diz que desde que foste falar com ele, ele começou a tratar melhor as pessoas por isso pode ser que nem tudo esteja perdido.

-Talvez. 

Dra. Phoebe Washington, Dra. Evie Evans e Dr. Gonçalo Gonçalves dirijam-se à entrada acidente de viação. Ouvimos a voz no auto falante dizer.

- Eu vou para a escola, adeus mãe. Dei um beijo nela e vim embora, a minha mãe é cardiologista, a Evie é neurologista.

Cheguei na escola estava a dar a aula de química, entrei e fui sentar-me na última fila junto da Sabrina e da Kate, reparei que o lugar do Ryan estava vazio.

- Como é que correu? Perguntou a Kate. 

- Mais ao menos. 

- Menina Washington, chega tarde e ainda tem a ousadia de falar com a sua colega distraindo-a. 

- Peço desculpa professora. Aquela mulher era a única professora que me dava nervos passava a vida a implicar comigo, mesmo eu sendo a melhor aluna, quando soube que eu estava grávida tratou-me como uma vadia e disse à minha mãe que estraguei o meu futuro, é claro que a minha mãe me defendeu, desde aí o seu ódio por mim piorou.

- Vamos continuar. O resto da aula correu normalmente, quando acabou a Sabrina e a Kate começaram a bombardear-me de perguntas. Respondi ao que elas queriam saber é fomos para minha casa, elas estavam a tentar convencer-me a fazer uma festa de anos, já que fazia anos no mês que vem, mas eu não sei se me apetece fazer algo.

- Por favor Cath, vá lá. 

- Sabrina! 

- É só uma festa para divertir, além disso a tia Phoebe é o tio acham boa ideia. 

- Eu estou grávida, não tenho muita vontade de andar por aí aos pulos com pessoas que me são indiferentes. 

- Fazemos assim eu e a Kate tratamos de tudo.

- Vocês não vão desistir, pois não? 

- Não. Disseram em coro. 

- Chatas. Ok, pronto, façam lá a festa.

- Nós adoramos-te. 

- Pois pois.

Assim que elas foram embora eu contei aos meus pais que ia fazer a festa, o meu pai começou logo a falar da segurança e que ele ia tratar disso.

- Pai, não é preciso exagerar.

- A Helena vai andar colada a ti o tempo todo, não podemos arriscar a que haja falhas.

- Nem pensar, eu faço anos e não estou minimamente interessada em passar o tempo todo com uma lapa atrás. Sem ofensa. 

- Não tem problema. 

- Não há mais discussão. 

- Mãe... 

- Desculpa, mas o pai tem razão, estamos sobre ameaça. 

-Vocês às vezes são tão caretas. Disse e subi para o quarto, às vezes ter um pai espião era horrível.

Decidi tomar um duche, coloquei música e fui para dentro do chuveiro, sabia tão bem sentir a água escorrer pelo meu corpo.

Fruto De Uma ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora