19.

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Helena

Como é que levamos alguém até ao sitio mais doloroso de sempre?
Talvez neste momento ele me odeie por isto, mas eu odeio-o por ter ido embora e não ter voltado. Eu penso todos os dias que tudo podia ser diferente se ele estivesse aqui naquele dia, para proteger a nossa pequena.
Agora caminhamos pelo cemitério até à campa da Emily e eu consigo sentir o ódio dele e a dor.

- É aqui. Paramos junto a uma campa que dizia Emily Sophia Silver, o nome da minha pequena.

- Eu odeio-te por isto. O Sebastian caiu sobre a campa da minha pequena.

- Eu também me odeio.

- Tu és um mostro. Por tua causa eu nunca vou conhecê-la. Vai embora daqui.

- Eu lamento! Afastei-me dali o mais depressa que pude e deixei que chorasse toda a dor tal como eu tinha feito à anos atrás.

Sebastian

Eu quis matá-la pelo que me fez, pela dor que estava a sentir, mas eu não conseguia fazer nada. Um enorme vazio tomou conta de todo o meu ser quando vi aquela pequena campa com o nome da minha filha, uma parte de mim morreu naquele momento. E eu ia odiá-la para sempre por me ter mentido. Aquilo doía mais do que eu esperava, eu queria gritar e na minha mente só conseguia repetir a pergunta: Porquê?

Helena

Depois daquilo eu precisava de me distrair e a melhor forma de o fazer era voltar ao meu trabalho, ou seja, à proteção da Catherine, por isso voltei para a escola. Quando cheguei estava quase na minha hora da aula com a turma da Catherine.

☆☆☆☆

- Então, por hoje acabámos, podem ir.

- Mas ainda falta 30 minutos.

- Aceitem como uma prenda de Natal. Todos os alunos saíram, Catherine ficou e veio até mim.

- Helena, eu ontem ouvi...

- Eu não quero falar sobre isso.

- Ok.

- E tu já falaste com a Sabrina e a Kate?

- Não, depois do que aconteceu ainda não.

- Estás à espera de quê? Elas são as tuas melhores amigas.

- Da mesma maneira que o Sebastian é a pessoa que amas...

- Já disse que não vamos discutir isso. Eu aqui sou apenas Helena Silver uma agente do MI6 destacada para te proteger.

- Ok...

Catherine

Era óbvio que a Helena não estava tão bem quanto dizia, a única coisa que eu poderia fazer era falar com o Sebastian.

- A pensar em quê? O Ryan agarrou-me pela cintura.

- Nada.

- Ok.

- Estive a falar com os rapazes, hoje à noite vamos sair? Há uma festa em casa do Jason, queres ir?

- Não sei.

- Então pensa, ainda tens a tarde toda, sim?

- Ok.

- Vamos. Hoje era o dia do ultrassom e podia ser que já soubesse o sexo dos bebés.

☆☆☆☆

Era uma hora e eu e o Ryan estávamos no consultório da médica para saber como estavam os nossos pequenos.

Fruto De Uma ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora