Duas semanas depois...
Oito horas da manhã, mais um dia de escola, mais um dia a ver pessoas que não me dizem nada.
- July!
- Sim menina.
- Os meus pais ainda estão em casa?
- Não, só a menina Helena. Quando ela falou eu revirei os olhos.
- Obrigada, podes ir.
- Com licença.
A July saiu e eu fui tomar um duche rápido, coloquei a primeira roupa que me apareceu na frente e sai do quarto.
Tentei sair pela porta dos fundos para não ter de ver a Helena, mas sem sucesso, quando estava a sair fui apanhada.
- Onde é que vais?
- Para a escola.
- Pela porta dos fundos? Parece mais que estavas a tentar sair sem eu saber.
- Eu tinha de tentar.
- O teu pai não ia gostar nada.
- Tu és sempre assim tão...
- Tão?
- Agarrada ao trabalho ou tiras folga de vez enquanto?
- No meu mundo não há tempo para folgas.
- Que idade tinhas quando te tornaste espiã da agência?
- Oito anos, altura em que perdi os meus pais.
- Isso quase que é escravatura.
- Não, foi uma forma de lidar com a perda. E era isso ou um orfanato cheio de crianças.
- Lamento.
- Bem já estamos atrasadas, vamos. Cheguei na sala e a primeira coisa que vi foi a "Dama de ferro", o nome fica-lhe bem.
- Novamente atrasada menina Washington.
- Peço desculpa.
- As desculpas não se pedem, elas evitam-se. Aquela mulher sabia como me tirar do sério, não aguentava mais estar calada e explodi.
- O que é que a senhora tem contra mim? Pergunto e todos me olham espantados.
- Nada Menina Washington.
- Então porque embirra comigo?
- A menina está a ser insolente.
- Eu só quero um motivo para que passe a vida a tratar-me mal.
- Saia.
- Desculpe?
- Foi o que ouviu estou a expulsa-la da aula.
- Isso não é justo. Diz a Kate.
- Calada menina ou quer ir fazer companhia à sua colega.
- Com todo o gosto. Ela disse e levantou-se, foi ter comigo e puxou-me para fora da sala.
- Mais alguém quer ir fazer companhia às colegas?
- Se não se importa eu vou com elas. Disse a Sabrina e saiu. Quando a aula acabou a dama de ferro veio ter comigo ao bar.
- Temos de falar menina Washington.
- Diga.
- Em particular, siga-me.
- Claro. Eu segui-a até à sala da direção.
- Eu devo-lhe um pedido de desculpa pela minha atitude para com a menina.
- Eu só quero entender porque me odeia tanto.
- Porque a menina tem coragem para fazer aquilo que eu não fiz.
- Não estou a entender. Ela olhou para a minha barriga.
- Foi há 23 anos, a minha filha teria 23 anos se eu não a tivesse morto.
Como? Ela está a crer dizer o que eu penso.
- Desculpe, mas eu não tenho culpa disso.
- Tem razão, só que foi mais forte que eu.
- A senhora não me pode humilhar só porque eu decidi ter os meus filhos, não é assim que se fazem as coisas.
- Eu sei.
- É melhor eu ir.
- Claro.
Quando sai da direção esbarrei com o Ryan.
- Desculpa.
- Não faz mal, estás bem?
- Sim. Porque é que foste embora ontem?
- Eu não me estava a sentir bem.
- Sabes Ryan eu desisto de te tentar compreender.
- Já me perdoaste?
- Ryan...
- Eu sei, fiz asneira, não devia ter-te envolvido nas minhas apostas.
- Tu disseste na minha cara que estes filhos podiam não ser teus.
- Eu estava de cabeça quente.
- Foi mais fácil deitar a culpa para mim.
- Eu não queria. Desculpa.
- O remorso pesa na consciência. Eu tenho de ir. Ele agarrou no meu braço e colou as nossas bocas.
- Eu ainda te amo, isso não era mentira, talvez ao início tu fosse só uma aposta, mas agora não.
- Quem me garante isso?
- Eu, confia em mim.
- Fiz isso uma vez e não acabou nada bem.
- Isso foi porque eu só pensei em mim, mas agora não.
- E estás à espera de quê agora?
- Que me perdoes.
- Não achas que agora é tarde?
- Por favor.
- Eu tenho de pensar.
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Fruto De Uma Aposta
Teen FictionCatherine Washington: Uma jovem adolescente de 17 anos, anda no último ano do ensino médio e está prestes a entrar na faculdade. Vive a sua vida como outra garota qualquer, o seu único defeito perante todo o colégio é ser uma garota nerd sempre agar...