Not Welcome Anymore

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Música: Case Closed - Little Mix

Preparados? rs

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POV PERRIE EDWARDS

A aura festiva do Natal, de alguma maneira, não me atinge. Não sei se são todos os problemas que estão em minha cabeça, ou o nervosismo que sinto ao pensar na possibilidade de contar a minha mãe que não sou heterossexual. Com Caitlin não tenho com o que me preocupar - sei que ela me aceita como sou, e continuará me amando de qualquer maneira.

Mas, no momento, eu quero conversar com uma pessoa mais do que com qualquer um.

Disco o número em meu celular, e aguardo sem paciência até ele atender. Sua voz sai rouca e lenta, e concluo que ele deveria estar dormindo.

- Pezza?

- Oi, Jonnie - digo, sorrindo. Eu realmente sinto sua falta.

Após desaparecer sem deixar rastros, de alguma maneira, Jonnie soube do ocorrido entre Zayn e eu e ligou-me para saber se estava tudo bem. Desde então, tenho seu número, mas tento não ligar muito para não incomodá-lo.

- Desculpe, eu esqueci do fuso horário - essa hora é madrugada na Nova Zelândia, coisa que eu não tinha pensado antes de ligar.

Em um súbito ataque de coragem, Jonnie tinha resolvido largar a faculdade (de Direito, aquela que nossa mãe o obrigou a cursar), pegar o dinheiro que havia juntado de seu emprego e fugiu para Nova Zelândia. Lá não está sendo muito fácil, já que ele não tem mais a ajuda de nossa mãe para ajudá-lo em nada - ela até tirou-o do testamento. Afinal, ambos bem sabemos que com Deborah Edwards não se discorda.

- Sem problema - posso ouvir a cama ranger, assim notando a baixa qualidade do quarto no qual Jonnie está instalado.

- Eu só liguei para dizer Feliz Natal - falo, ajeitando-me no banco do carro.

Acho que eu só estou atrasando minha entrada na casa que um dia chamei de minha, mas que agora parece mais uma prisão.

- Feliz Natal, Pezza - meu irmão responde, e consigo imaginá-lo sorrindo para mim. - Gostaria de poder estar aí com você.

- Eu também - suspiro. - Vou contar hoje à mamãe sobre eu e Jade.

Eu já havia falado a Jonnie sobre isso, e ele disse que sabia. Claro, isso me surpreendeu, mas ele me conhece muito bem.

Jonnie fica em silêncio por algum tempo antes de responder.

- Bem, você é mais corajosa que eu.

- Jon, assim você me faz ficar ainda mais nervosa - olho para minhas unhas, já curtas por causa de meu nervosismo.

- Desculpe P, não foi minha intenção - um bocejo sai entre suas palavras. - Bom, você sabe que eu estou aqui para o que precisar, assim como Caitlin e todos seus amigos. Qualquer coisa que Deborah disser não muda a pessoa maravilhosa que você é. Amo você, irmãzinha.

- Também amo você, Jonnie - suas palavras parecem dar o combustível que eu precisava para encarar minha mãe. - E é por isso que vou deixá-lo dormir. Boa noite, tenha belos sonhos. Até logo.

Jonnie despede-se e desliga a ligação. Respiro fundo antes de pegar minha bolsa, os presentes de Caitlin e saio do carro em direção a uma das casas de repouso de meus pais, essa em Trenton, em Nova Jersey. O lado bom é que fica a apenas uma hora e pouco de Nova York - se o trânsito não estiver congestionado -, caso algo dê errado.

Afastando esse pensamento da cabeça, entro na casa. O clima está muito mais quente que lá fora, e Alfredo ajuda-me a tirar o casaco e as botas. Para minha mãe, nunca foi um problema andar de meias, já que sempre prezou pelo piso brilhando - mesmo que nunca fosse ela que limpasse.

In The Name Of Love | JerrieOnde histórias criam vida. Descubra agora