Uma semana mais tarde, Cassandra tentava alegrar um pouco a atmosfera da villa — que se encontrava melancólica com a ausência de Franco —, colhendo flores do jardim e arranjando-as nos vasos.
No momento em que Sam apareceu vestido em seu novo uniforme, ela sentiu um aperto no coração. O garoto ia partir, mas ela não o beijou e abraçou como costumava, porque ele ficara muito independente na Itália e não gostava de ser tratado como uma criança. Era duro aceitar aquilo, porém precisava deixar o irmão crescer...
— Sam, você tem certeza de que não quer que eu vá junto? É seu primeiro dia na escola!
— Não, Cassie, não precisa. Vou com Gino e Tony. Se você me acompanhar, os outros rapazes vão rir de mim.
— Está bem!
Naquele instante. Enzo surgiu na porta, avisando:
— Todas as coisas já estão no carro. Está na hora de irmos.
— Boa viagem, meu bem! A gente se vê no final da semana.
— Tchau, mana! Vou sentir muito sua falta — acrescentou o menino, saindo às carreiras.
Coincidindo com a saída de Sam, Tadeu chegou trazendo um pacote embalado com papel de presente, que colocou sobre a mesa.
— Não fique triste, Cassie. O garoto logo estará de volta. Venha cá ver uma coisa. Creio que vai deixá-la mais alegre. É um presente de casamento. E bem pesado, para ser sincero.
— Ora, Tadeu, você não precisava se incomodar com isso!
— É aí que você se engana! Não fui eu quem comprou. Aliás, não sei quem foi. Simplesmente deixaram o pacote lá em casa.
— Se você não sabe quem me mandou isso, imagine eu!
— Veja se tem algum cartão dentro.
Intrigada, Cassandra desfez o pacote e, ao levantar a tampa da caixa, surgiu diante de seus olhos um enorme porta-retrato confeccionado em ouro.
Tadeu soltou um assobio de admiração.
— Minha nossa! Isso deve valer uma fortuna. O remetente não fez economia.
— É uma peça linda, de muito bom gosto — acrescentou Cassandra, tocando o objeto.
Enquanto isso, Tadeu remexia na caixa e achava um cartão. Depois de olhá-lo dos dois lados ele leu em voz alta:
— "Sra. Luciano, que seu casamento seja longo e feliz. Assinado, Alessandro Forli." Puxa, estou impressionado, Cassie!
— E eu, surpresa. Por que ele me enviou um presente de casamento se nunca nos encontramos pessoalmente?
— Talvez ele costume mandar lembranças a todos os promotores recém-casados...
— Pois essa história não me convence. Deve existir alguma outra explicação.
Com um gesto amplo, Tadeu apontou o pacote.
— O que você pretende fazer com isso?
— Vou devolvê-lo imediatamente. Não posso aceitar presentes dele ou de quem quer que seja por um falso casamento.
— É uma pena! Daria para alguém viver um ano em Nova York com o dinheiro que esse objeto custou.
Dizendo isso, ele fechou a caixa e depois virou-se para beijar Cassandra no rosto.
— Tenho um encontro importantíssimo hoje. Preciso ir. Vim só para lhe trazer o presente. Talvez a gente se veja mais tarde.
Sem lhe dar tempo a outros comentários, Tadeu retirou-se da sala, seguindo rumo ao hall de saída da mansão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
AO SABOR DOS TEUS CAPRICHOS
RomanceEram estranhos, mas já se desejavam como dois amantes Franco jurou descobrir todos os encantos, toda a sensualidade de Cassandra... A primeira vez que Franco viu Cassandra foi um deslumbramento. Montada num esplêndido cavalo negro, como uma amazona...