Capítulo 14

17 2 0
                                    

Uma semana mais tarde, Cassandra tentava alegrar um pouco a atmosfera da villa — que se encontrava melancólica com a ausência de Franco —, colhendo flores do jardim e arranjando-as nos vasos.

No momento em que Sam apareceu vestido em seu novo uniforme, ela sentiu um aperto no coração. O garoto ia partir, mas ela não o beijou e abraçou como costumava, porque ele ficara muito independente na Itália e não gostava de ser tratado como uma criança. Era duro aceitar aquilo, porém precisava deixar o irmão crescer...

— Sam, você tem certeza de que não quer que eu vá junto? É seu primeiro dia na escola!

— Não, Cassie, não precisa. Vou com Gino e Tony. Se você me acompanhar, os outros rapazes vão rir de mim.

— Está bem!

Naquele instante. Enzo surgiu na porta, avisando:

— Todas as coisas já estão no carro. Está na hora de irmos.

— Boa viagem, meu bem! A gente se vê no final da semana.

— Tchau, mana! Vou sentir muito sua falta — acrescentou o menino, saindo às carreiras.

Coincidindo com a saída de Sam, Tadeu chegou trazendo um pacote embalado com papel de presente, que colocou sobre a mesa.

— Não fique triste, Cassie. O garoto logo estará de volta. Venha cá ver uma coisa. Creio que vai deixá-la mais alegre. É um presente de casamento. E bem pesado, para ser sincero.

— Ora, Tadeu, você não precisava se incomodar com isso!

— É aí que você se engana! Não fui eu quem comprou. Aliás, não sei quem foi. Simplesmente deixaram o pacote lá em casa.

— Se você não sabe quem me mandou isso, imagine eu!

— Veja se tem algum cartão dentro.

Intrigada, Cassandra desfez o pacote e, ao levantar a tampa da caixa, surgiu diante de seus olhos um enorme porta-retrato confeccionado em ouro.

Tadeu soltou um assobio de admiração.

— Minha nossa! Isso deve valer uma fortuna. O remetente não fez economia.

— É uma peça linda, de muito bom gosto — acrescentou Cassandra, tocando o objeto.

Enquanto isso, Tadeu remexia na caixa e achava um cartão. Depois de olhá-lo dos dois lados ele leu em voz alta:

— "Sra. Luciano, que seu casamento seja longo e feliz. Assinado, Alessandro Forli." Puxa, estou impressionado, Cassie!

— E eu, surpresa. Por que ele me enviou um presente de casamento se nunca nos encontramos pessoalmente?

— Talvez ele costume mandar lembranças a todos os promotores recém-casados...

— Pois essa história não me convence. Deve existir alguma outra explicação.

Com um gesto amplo, Tadeu apontou o pacote.

— O que você pretende fazer com isso?

— Vou devolvê-lo imediatamente. Não posso aceitar presentes dele ou de quem quer que seja por um falso casamento.

— É uma pena! Daria para alguém viver um ano em Nova York com o dinheiro que esse objeto custou.

Dizendo isso, ele fechou a caixa e depois virou-se para beijar Cassandra no rosto.

— Tenho um encontro importantíssimo hoje. Preciso ir. Vim só para lhe trazer o presente. Talvez a gente se veja mais tarde.

Sem lhe dar tempo a outros comentários, Tadeu retirou-se da sala, seguindo rumo ao hall de saída da mansão.

AO SABOR DOS TEUS CAPRICHOSOnde histórias criam vida. Descubra agora