Franco segurou a esposa nos braços, sentindo-se o mais feliz dos homens. Encontrá-la sã e salva era a maior felicidade de sua vida.
— Cassie, minha adorada, você está bem? Eles não lhe fizeram nenhum mal?
— Estou bem, sim. Eles nem me tocaram.
Franco afastou-a um pouco para examinar-lhe o rosto, porém logo puxou-a de volta. Não se continha de alegria por tê-la junto de si.
Cassandra encostou a cabeça no peito forte e protetor, mal acreditando naquele sonho feliz.
— Vou levar você para casa, Cassie.
— E a polícia? Não preciso prestar depoimento?
— Isso ficará para amanhã. Hoje você é toda minha; não vou dividi-la com ninguém.
Sem ao menos ouvir o que o marido explicava aos policiais, ela se deixou conduzir para o carro.
Enquanto Franco dirigia, observou-lhe o perfil másculo, como se o estivesse vendo pela primeira vez.
— Pare com isso, Cassie. Não vou conseguir chegar em casa se você não tirar os olhos de mim... Ah, quanto a Sam, não se preocupe. Ele ficou na escola o tempo todo e recomendei que o afastasse da televisão. Assim, não soube de nada.
— Isso é ótimo. Ele ainda é muito criança para se envolver com essas coisas. Aconteceu alguma outra coisa enquanto estive presa?
— Só uma novidade. Chegou a sentença final do juiz sobre a custódia de Sam. Agora, ele é legalmente seu.
Com os olhos rentes de lágrimas, ela respondeu:
— Obrigada, Franco. Devemos tanto a você que jamais poderemos pagar.
— Cassie, eu já não lhe disse para não me falar em pagamento? Tudo que quero é você. Meu desejo é que sejamos uma família.
Aquilo era também o que mais ela ansiava. No entanto, como esquecer seu parentesco com Alessandro Forli? Ser neta daquele homem equivalia a arruinar a carreira de Franco, o que ela não pretendia.
— Por que você ficou triste de repente, Cassie? — Franco perguntou, enquanto estacionava o carro na villa.
— Não foi nada. Depois conversaremos.
Naquele momento, vindos de dentro da mansão, a governanta e Tadeu aproximaram-se.
O rapaz abraçou a cunhada com força, girando-a no ar. Em seguida, pouco se importando com o irmão, que continuava no carro, carregou-a para casa.
Franco permaneceu alguns minutos ao volante, pensativo. Finalmente, depois de muitos anos, compreendia o suicídio de seu pai, após o assassinato da esposa. Durante muito tempo, nutrira um rancor surdo contra o velho, considerando seu gesto como uma fraqueza de caráter. Mas, se seu pai amara a mulher como ele amava Cassandra, chegava a ser justificável. A vida sem Cassie seria um deserto sem fim.
Quando ficou a sós no quarto. Cassandra encheu a banheira com água morna e sentou-se, tentando relaxar.
Após alguns minutos, porém, sua mente recomeçou a trabalhar, lembrando-lhe certos problemas que ela preferia esquecer.
Depois de tudo que haviam passado juntos, como dizer ao marido que decidira partir? Além disso, temia que, se Franco a tomasse nos braços, ela perderia as forças para levar adiante os seus planos.
Com a cabeça em turbilhão, Cassandra saiu do banho, enrolou-se numa toalha, depois secou os longos cabelos até brilharem como seda. Um leve barulho no quarto ao lado chamou sua atenção.
Com tristeza, decidiu que aquele era o momento de comunicar a Franco que partiria para os Estados Unidos. Dirigiu-se à porta e, quando já ia abri-la, parou. Não tinha forças. Hesitou, torcendo as mãos, e, finalmente, com um gesto brusco, entrou sem bater.
Franco estava próximo da janela. Ao vê-la, atravessou o quarto com passadas rápidas e tomou-a nos braços. Cassandra lutou consigo mesma para não fraquejar. Então disse:
— Precisamos conversar. Franco.
— Hoje não. Essa conversa pode esperar. O que precisamos é ficar juntos!
Dizendo isso, segurou-lhe o rosto entre as mãos e beijou sua testa, os olhos, as faces, até que afinal pousou os lábios sobre sua boca de modo possessivo e sensual.
Uma onda de paixão percorreu o corpo dela de maneira tão devastadora que não deixava lugar a nenhuma resistência. Como podia negar àquele homem o que ela mais desejava entregar?
Sem pensar mais, Cassandra passou os braços pelo pescoço dele, puxando-o de encontro a si. As mãos fortes deslizaram por suas costas, afastando a toalha que a envolvia, deixando-a completamente nua.
Então, Franco ergueu-a nos braços e depositou-a com suavidade sobre a cama. Numa fração de segundo, livrou-se das roupas, sob o olhar cheio de sensualidade e ânsia de sua mulher.
O desejo e a excitação, que por tanto tempo haviam reprimido, explodiram finalmente na união dos dois corpos sedentos.
Fizeram amor várias vezes, até que, exaustos, ficaram quietos na cama, cobertos de suor. Viviam a intensidade e o encanto da mais perfeita compreensão.
Com o passar do tempo, porém, o peso da situação frágil em que se encontravam voltou com força à mente de Cassandra. Não queria arruinar a carreira do marido, mas tampouco queria perdê-lo.
— O que houve, Cassie? Está triste outra vez?
— Por favor, Franco, agora não.
Um mau presságio atingiu o coração de Franco, que a abraçou novamente, como se temesse perdê-la.
Após alguns minutos, notou que ela adormecera. Cobriu-a com o lençol e ficou a contemplar o belo rosto por um longo tempo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
AO SABOR DOS TEUS CAPRICHOS
RomansaEram estranhos, mas já se desejavam como dois amantes Franco jurou descobrir todos os encantos, toda a sensualidade de Cassandra... A primeira vez que Franco viu Cassandra foi um deslumbramento. Montada num esplêndido cavalo negro, como uma amazona...