Parte 1: Choque de Realidade.
- Anda veado, rebola esse cuzão no meu cassete, safada...bichinha – ordenava João alucinado fazendo carretas de tesão, enquanto eu gemia de dor e chorava em silêncio com a cara afundada no travesseiro por causa das estocadas violentas que ele me dava. Seu tesão e êxtase era tanto que ele nem se preocupou no meu bem-estar, mas por que ele se preocuparia, eu era um mero objeto sexual em suas mãos, estava ali apenas como um cu e uma boca, dois buracos para satisfaze-lo.
A dor era tanta, eu estava acostumado com o pênis do João, inclusive com um pouco mais de força, mas dessa vez ele estava forçando, me machucando mesmo. Não era sexo, transa...
- Puta, é para isso que você serve – ele puxou meu cabelo e me fez encara-lo, pela primeira vez estava com medo dele, seus olhos raivosos pareciam ver o meu medo, seu nariz próximo ao meu rosto farejavam meu desespero. Quando enfim soltou meus cabelos voltou a me estocar, eu já não reagia, reagir era pior – seu lugar é no chão, seu veado imundo, você só serve para satisfazer homens como eu, só serve para ser usado e esculachado por macho...vagabunda.... – Ele mal acabou de dizer isso e senti seu pau inchar e seu corpo tremer, um calor no meu anus me deu a certeza que ele gozou. Cansado da foda ele relaxou seu corpo em cima do meu, coisa que antes eu gostava agora era repugnante, sujo, eu me sentia sujo.
João rolou para o lado ficando de joelhos, eu estava imóvel. Ele deu um tapa forte na minha bunda e ainda passou a cabeça do seu pênis em minha bunda para limpar o excesso de esperma. Eu não consegui encara-lo, mas pelo espelho vi que havia sangue junto com o esperma e ainda vi ele olhar com deboche para isso como se fosse um prêmio, uma vitória.
- Te sangrei bicha... – disse ele no meu ouvido, meu corpo todo doía - Anda veado, vou tomar banho para ir encontrar a Valentina – ele levantou da cama e foi em direção ao banheiro, mas antes se virou e me encarou – nunca mais pense em me enfrentar seu merda, não tente ser forte, pois ambos sabemos que não é – ele riu e fechou a porta, ouvi ele abrindo o chuveiro logo depois. Sentei na cama e me encolhi, chorei, chorei com vontade.
Eu tinha sido estuprado, o simples fato de não querer chupa-lo há meia hora atrás para atender uma ligação do meu pai que pela terceira vez estava me ligando e que provavelmente era importante fez ele perder a cabeça, me esbofetear me jogar na cama forçar o sexo comigo que pedi, implorei para ele parar, mas ele não parou e ainda debochou de mim, simples assim, era a vontade dele contra a minha, a força dele contra a minha, mas o único culpado disso tudo era eu.
Até meia hora atrás o cara que entrou no banheiro todo cheio de si e que agora está cantando no chuveiro todo faceiro por ter gozado gostoso e ter tido a foda tão tensa que queria comigo era o meu centro de tudo, o motivo de eu levantar da cama todas as manhãs animado e ir para faculdade ansioso toda noite, mas agora ele mostrou que é mais um filho da puta que só quer gozar, usar e depois jogar fora, um egocêntrico que só pensa no umbigo dele e em suas necessidades.
Bastou eu dizer não uma única vez para ele me agredir, uma única vez em que eu não fui sua puta obediente, seu veadinho prestativo, uma única vez e ele me bateu, não foi como das outras vezes em que ele me dava tapas fortes, das outras vezes era tesão, dessa vez eu vi a raiva em seu olhar, a raiva de contradizer ele e não obedecer uma ordem sua, não pensou duas vezes em levantar a mão para mim.
Os 15 minutos em que João ficou no banho foram tempo suficiente para mim pensar e decidir o que fazer. Pensei muito, lembrei de tudo o que passei com ele e decidi que não dava mais, já estava pensando essa possibilidade há alguns meses, mas hoje foi o fim. Aguentei muita coisa dele.
Conheci João há quase dois anos atrás quando comecei a cursar engenharia civil, foi um pouco depois de eu ser transferido de Caxias do Sul para Belo Horizonte por causa do meu trabalho. Lembro que cheguei atrasado para o primeiro dia de aula e João todo solicito me ajudou, foi um dos primeiros colegas com quem conversei e no início ele era legal, charmoso, mas marrento e mandão. De todos os colegas de sala João era o que tinha mais presença, o que mais chamava atenção, era alegre, brincalhão, um cara de 30 anos, 1,84m, 98 kg, branco, cabelos e olhos pretos, barbudo e peludo na medida certa, estilo bolachão, não era sarado, mas por causa da prática do boxe tinha um corpo mais trabalhado, mas ainda assim era um cara grande e sua descendência árabe mostrava isso. Me encantou logo de cara.
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Coração Ferido
RomantikEntre encontros e desencontros muita coisa pode acontecer. O amor vem de onde menos se espera, ele pode nos surpreender. A dor, anseios e tudo o que gira a vida de dois amigos, pode mudar o sentimento deles de um para o outro?