Boa tarde pessoal, como muitos me pediram um capítulo com o ponto de vista do Luciano, aqui está. Não desenvolvi muito ele para não prejudicar outro capítulo que será postado daqui uns 4 dias, quando eu voltar para o Brasil. Até lá.
Minha semana tinha começado da maneira errada. Eu estava estressado, insuportável e sabia que tudo era culpa minha e não dele. Fabrício tinha tudo e nada a ver, era ao mesmo tempo minha benção e minha maldição. Ele simplesmente volta e acaba com minha paz, mas era tudo culpa minha, eu tinha que pagar pelo que fiz, e eu não sabia mais o que fazer, entender, ou melhor, lutar com os meus sentimentos, pois ao mesmo tempo que estava me portando feito um babaca com ele eu queria ir lá e dizer que me arrependo tanto do que fiz e que não consigo sozinho, mas a arrogância e meu orgulho não deixam.
A reunião com o secretário de obras do estado estava confusa, ou melhor, eu estava confuso e cansado, não queria estar ali, mas eu tinha, eu e meu pai éramos os responsáveis pela gestão da obra de ampliação do aeroporto e muita coisa estava em pauta.
- Luciano... - Minha mãe chamou minha atenção, todos me olhavam, inclusive o cliente que esperava o meu posicionamento sobre o cronograma da obra - então... - ela puxou o assunto de volta.
- Não vejo problemas em enxugar o planejamento, contanto que não prejudique a obra, eu confio na minha competência e da minha equipe - respondi seguro de mim para o senhor Duarte, secretário de obras do estado.
- Quanto e revisão do projeto da reforma da pista, alguma objeção? - Perguntou ele, mais como um teste do que como dúvida.
- Por mim eu começaria as obras antes das chuvas de fim de ano e antes do movimento da alta temporada, não queremos o aeroporto saturado ou com voos sendo desviados - encarei meu pai que sorriu discreto.
- Concordo com você - disse ele fazendo sinal para seu advogado - acredito que ambos queremos o melhor para a região, vejo que confiei nos profissionais certos para trazer mais progresso para a nossa serra - sorriu ele.
- O que depender da Cazzarotto Consultoria nós vamos sempre fazer o melhor - respondeu meu pai com o ego super inflado.
- Faço das palavras do meu pai as minhas - reforcei o que meu pai havia dito.
- Então estamos entendidos rapaz - disse ele se levantando e indo até o meu pai e minha mãe onde ambos trocaram cumprimentos e após me pediu para o seguir até a saída- nos vemos daqui alguns dias - ele estendeu sua mão, ele não era alguém que se intimidava e parecia querer fazer o certo.
- Claro, vou aguardar uma nova visita e aproveito e levo vocês até a obra, gosto de fiscalização, ainda mais a do meu cliente, até mais...- retribui o cumprimento e após sua saída voltei para a sala de reuniões.
- Você estava distante Luciano - comentou minha mãe quando ela cortava um pedaço de cuca recheada com chimia de uva.
- Eu estou cansado mãe, só isso... - tentei desviar o rumo da conversa.
- Eu sei que cansaço é esse, sei o nome e sobrenome - odiava o sarcasmo da minha mãe.
- Se sabe eu prefiro que não comente - ela e meu pai me encaram pelo tom ríspido que usei com ela - esatrei na minha sala, desculpa - pedi e me retirei deixando os dois sem entender.
Minha sala tinha se tornado o meu refúgio, era ali onde me afogava no trabalho e esqueci dos meus problemas. Outros que me ajudavam eram os meus amigos, mas nesse momento eu tinha medo de encontrar eles e também uma outra pessoa.
- Luciano... - Alguns minutos depois minha mãe apareceu na porta, ela não parecia chateada, mas me olhava com um misto de curiosidade e pena.
- Não me olhe assim, eu nao preciso disso, por favor... - pedi, ela veio até mim e me abraçou, me agarrei nela e relaxei.
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Coração Ferido
RomanceEntre encontros e desencontros muita coisa pode acontecer. O amor vem de onde menos se espera, ele pode nos surpreender. A dor, anseios e tudo o que gira a vida de dois amigos, pode mudar o sentimento deles de um para o outro?