Capítulo XIII - Intimamente amigos

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Pessoal, antes de iniciarem a leitura de mais um capítulo gostaria de saber se o tamanho dos capítulos está agradando todo mundo, gostaria muito da opinião de vocês, boa leitura.

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Luciano me olhava consternado, eu estava cansado desse olhar, eu não queria que tivessem pena de mim, não mesmo! Me fazer de coitado não mudaria o fato que eu tinha sido estuprado e que eu mesmo procurei isso quando eu aceitei ir para o motel com João aquela noite, eu ainda me sentia um lixo, sujo, mas pensar que eu não era tão vítima assim e que eu revidei quando pude estava fazendo com que eu me sentisse melhor.

- Eu nunca imaginei que algo assim aconteceria comigo, ele não era violento, só não demonstrava afeto, mas nunca me agrediu... - baixei a cabeça.

- Eles nunca são violentos Fabrício, geralmente são exemplares, pais de família, os supostos homens de bem... - Luciano descreveu o assassino de seu irmão.

- Eu precisava de você Luciano... - baixei a cabeça e chorei baixinho.

- Fabrício, tudo o que eu fiz contigo nesses últimos dias foi por que eu não aceitei que por minha causa eu estava te perdendo... - ele baixou a cabeça e gritou alto - eu me arrependi no mesmo instante em que propus ficarmos um tempo distante um do outro, eu não sabia como lidar com toda a situação, mesmo te amando eu tinha medo de assumir, foi mais fácil esconder...era melhor ter sua amizade e ter você por perto do que não ter você nem como amigo... - Luciano estava se abrindo de uma maneira que era difícil de acreditar.

- Doeu você dizer que suas amizades eram selecionadas, que você tinha mudado o nível elas, você sabe o que é se sentir um lixo? - Ele assentiu.

- Fabrício, eu sou ex presidiário, eu matei um homem, óbvio que eu sei o que é se sentir um lixo, outra coisa, eu me sinto assim desde aquele dia na porta do prédio onde você mora - ele confessou.

- Machucou demais... - não escondi minha tristeza.

- Eu queria te machucar! Você me machucou, por minha causa mesmo, eu estava tão confuso e alguns dias antes ver você entrando no motel com aquele desgraçado não ajudou... - ele estralou os dedos, sua voz carregada mostrava que estava com raiva.

- Você me viu entrar com ele no motel? - perguntei completamente envergonhado.

- Vi e me frustrei por não ser eu, queria ir lá dentro e tirar ele de tapa de lá, aquele direito era meu, eu que te amo...não um babaca que era seu colega de faculdade... - o ursão era ciumento, puxou o pai dele.

- Nós não somos preparados para algumas coisas... - era isso, eu precisava desabafar - como eu dizia a você eu nunca imaginei que ele ia fazer aquilo comigo... - Disse com pesar, Luciano se aproximou.

- Eu estou aqui...agora estou aqui...desabafa comigo Fabrício... - sem esperar uma resposta ele então me puxou junto com ele para o sofá, eu me deixei levar, ele respeitou meu momento e então eu relaxei.

- Eu sabia que não ia durar muito, eu era muito bocó mesmo... - Luciano alisou meu ombro - acho que eu não me dei valor e me conformei com o primeiro que me ofereceu seu pau... - eu era patético mesmo.

- Continua Fabrício...bota para fora, aliás, você não é patético... - Ele sorriu para mim.

- Eu era apaixonado por ele, nunca existiu amor, ele queria alguém para foder, usar, aliviar sua tensão e o seu tesão, eu queria alguém, um companheiro, mas com medo de ficar sozinho acabei aceitando a situação de puto, de objeto...você não sabe como eu me arrependo - não consegui olhar para Luciano, olhei para um ponto específico na parede.

Coração FeridoOnde histórias criam vida. Descubra agora