Capítulo 5
"Hay cosas conocidas y otras desconocidas, y entre ellas hay puertas"
O clima em Adelaide naquele domingo de manhã era o melhor possível, sol, calor, o céu aberto. Anahi estava curiosamente animada para aquele passeio, era diferente de todas as outras vezes. Todas as pessoas iam até eles procurando aventura, mas Alfonso chegou sendo justamente o contrário, ele estava ali a negócios, fugindo de toda e qualquer diversão.
Ela não poderia dizer a primeira vista que aquele homem de cara amarrada, que parecia que não tirava o terno nem para tomar banho, ia acabar se mostrando tão inseguro, sensível e até semelhante a ela em suas preocupações. Ela sentia vontade de dar ele um dia diferente, um dia que ele se lembrasse, era esse o trabalho que ela era apaixonada. Sendo assim, Anahi cuidou de tudo, já tinha trocado o turno, verificado o transporte e separado na mochila itens de emergência caso precisasse, ela tinha aprendido ao longo dos anos naquela aventura que é melhor prevenir do que remediar.
Quando ela chegou ao jardim, Alfonso estava em uma mesa trabalhando, o notebook aberto em que ele digitava algo totalmente concentrado, o café da manhã intocado esfriando na mesa e ele parecia estar em qualquer outro lugar, menos ali. Anahi se aproximou observadora e cautelosa, ansiosa para conta-lo de onde se conheciam, tocando levemente os ombros dele e o chamando baixo. Alfonso estava tão concentrado que só notou a presença dela ao sentir seu toque em seus ombros, ele virou com um meio sorriso. Anahi vestia uma jardineira em jeans claro, uma blusinha curta branca totalmente despojada, os cabelos grandes, soltos tão naturais quanto seu rosto lavado e mesmo assim, ela estava linda, encantadora. O sol contra ela, a maneira como ela sorria e o olhava docemente, parecia que a iluminava ainda mais.
— Tudo bem? — ela perguntou atenciosa — Pronto para ir? — ela sorri demonstrando sua leve animação.
Alfonso suspirou. Ele queria honestamente jogar aquele notebook longe, a reunião de daqui a pouco e os compromissos, calçar o primeiro chinelo que visse na frente e ir com ela para onde ela o quisesse levar, mas ele não podia. Tinha tanta coisa a perder, coisas que ele lutou toda sua vida, que abdicou, que roubou, que causou danos a quem ele não queria causar, agora era sua obrigação preservar aquilo que ele construiu, suas vontades não valiam de nada perto de tudo que ele tinha como dever. Daniela na ligação da última noite tinha o lembrado, sem querer, do que era importante, era naquilo que ele precisava focar. Anahi era a liberdade, era a leveza, era a alegria, mas nada daquilo pertencia a ele.
— Desculpe, Anahi, eu realmente não vou poder ir.. — ele diz em um honesto lamento.
— Algum problema? — ela expõe sua preocupação sincera ante de qualquer desapontamento.
— Trabalho demais.. — ele sorri sem dentes, frustrado — Não é uma vida fácil.. — ele brinca e ela sorri assentindo.
— Uma pena, mas eu entendo, claro.. — colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha, Anahi deu um passo se afastando — Vou deixar você trabalhar em paz. — ela deu um sorriso de lado antes de virar as costas e sair de perto dele.
Alfonso a acompanhou com o olhar até ela sumir da sua vista e se odiou por aquilo. Anahi tinha algo tão especial e marcante em sua presença que o fazia querer ela por perto em todos os momentos, o fazia inexplicavelmente bem conversar com ela, estar com ela. Ele viu que ela também estava animada para aquele passeio e a ideia de sua companhia ser para ela tão agradável como era a dela para ele, soava bem, era raro. Alfonso tinha Ucker, seu melhor amigo, Maite que também contava, Daniela, mas ele não podia dizer de nenhum deles que se sentia totalmente a vontade e aberto da maneira como Anahi extraiu dele em algumas horas.
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Amor sem Onde
FanfictionVendo o dia ir embora da janela de um avião, ou em uma praia do outro lado do mundo, Anahi não tem endereço, sua casa é aqui e também é lá. O jet lag não é a única coisa que Anahi tem de diferente com Alfonso Herrera. Ele, um empresário workaholic...