Capítulo 1

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1792 -Logo após a Revolução Francesa

Europa

- Srta. Eva Le Blanc, vamos se apresse, o Duque Tierry Fontaine deve estar esperando; o jantar está na mesa.

Anne apertava meu espartilho e eu sentia a minha pele estremecer e ar me faltava tamanha dor.

- Srta. a Senhora sua mãe Dona Antonietta vai ficar nervosa, ela não quer fazer o Duque esperar.

- Minha mãe sabe que eu não tenho vontade de descer, não suporto vê-lo.

Toda vez que ele vai a livraria Le Blanc a minha mãe se alegra, ainda mais depois que soube que ele é um Duque, ela decidiu entregar a minha mão para ele cortejar.

Tierry "O Duque" era um homem muito bonito, ele tinha seus quase 30 anos, e eu tinha apenas 24.

Alguns fuxiqueiros comentavam que eu deveria estar casada, e para evitar os falatórios, há um mês o Duque tem me cortejado. Eu não tinha pretensão de me casar, o meu pai havia falecido e deixado algumas dívidas e o meu foco era ajudar a minha mãe e quem sabe um dia, quando as condições estivessem melhores, eu escolher com quem eu realmente queria me casar.

O meu coração era de Pierre, ele entregava pães e leite na vizinhança mesmo em meio a guerra ele se destacava em ajudar muitas famílias que necessitavam.

Em tempo de recessão o governo dificultava algumas coisas e mesmo assim, ele sempre corajoso, não se intimidava. Ele era destemido e tinha uma mente revolucionária e foi por isso que me apaixonei.

Nós conhecemos no trajeto da escola, e alguns anos depois, o meu pai comprou alguns quadros que Pierre pintou e me presenteou, logo após a minha formatura.

Com o passar dos anos, e ainda na nossa adolescência, demos o nosso primeiro beijo. Nós sempre nos encontrávamos num campo enorme aonde os guerrilheiros da grande guerra treinavam.

Os muros ao redor era furado de bala, como o local era abandonado, conseguíamos ter a nossa "privacidade", mesmo levando Anne.

Anne era a minha dama de companhia, ela ficava esperando por alguns minutos enquanto eu enamorava Pierre.

*Lembranças

- Pierre não posso demorar muito, Anne está do outro lado e não quero demorar. Falei para a minha mãe que iria comprar alguns tecidos na cidade.

- Eva fica mais amor, nossos encontros tem sido cada vez mais rápidos. -Ele se aproxima e me beija intensamente. - Senti sua mão sobre o meu vestido.

- Ei, Pierre, o que está fazendo?

- Nós já estamos tanto tempos juntos eu pensei...

- Pensou errado. Quero me casar pura, mesmo que demore um pouco.

- Mas vocês mesmo disse que sua mão foi entregue ao Duque para ele cortejar, não quero que ele seja o primeiro a te tocar.

- Eu não vou me casar com ele se é isso que está pensando.

- Você não pode garantir isso. Eu infelizmente não tenho condições de dar um bom dote para sua mãe e te pedir em casamento. Se ele fizer isso você não terá para onde correr.

- Eu não quero e vamos arrumar um jeito. Não vou ser vendida como um cachorro sem dono.

Meus pensamentos voltam ao lugar quando Anne puxou a última tira de espartilho.

- Ai Anne, desse jeito vou morrer por não conseguir respirar.

- Srta. está pronta.

Quando eu desci minha mãe estava com Tierry pedindo ao nosso empregado para colocar mais um taça de vinho.

- Filha, achei que não vinha mais, o Duque Tierry está te esperando e não é elegante da nossa parte fazê-lo esperar.

- Perdão Sr. Tierry, não foi minha intenção.

Ele se levanta e beija a minha mão.

- Srta. desculpas aceitas.

No jantar fiquei quieta enquanto a minha mãe fazia inúmeras perguntas sobre a vida "corrida" de um Duque, e também sobre os negócios da Família Fontaine.

No jantar foi servido sopa, então aproveitei o ensejo para ficar "assoprando" porque estava muito quente, fiquei o tempo inteiro de cabeça baixa.

- Filha o Duque Tierry pediu a sua mão em casamento e eu aceitei. Ele é um homem honrado e tenho certeza que fará de você uma dama pra Sociedade, e será uma honra para nossa família ter o nome Fontaine.

Cuspi a sopa sem querer.

- Tenha modos Eva. - Anne por favor traga os panos.

- Eu gostaria de ouvi-la Madame Antonietta. - Ele me fita esperando uma resposta.

- Sr. Tierry agradeço o apresso mas faz um mês que o Sr. Tem me cortejado e não vejo a pressa para tal solicitação.

- Sim, madimozele, mas quase não conversamos muito, e na minha condição de Duque preciso viajar constantemente, e como minha esposa poderá me acompanhar e com certeza teremos tempo pra nos conhecer melhor.

- Sr.Tierry acho que o casamento não é uma escola para nós conhecermos melhor. Existem muitas damas na Sociedade que gostariam de estar em meu lugar e com muito mais propriedade e qualificação para assumir essa função.

- Sinto que a Srta. está dispensando o meu cortejo e recusando o meu pedido de casamento.

Minha mãe interrompe.

- Perdão Duque Tierry os modos de Eva, creio que ela não dispensaria um partido com o senhor pode ter certeza disso.

- Eva. Se retire agora!

Minha mãe não deixou responder pois sentia que em minha palavras eu o dispensava.

Me levantei e ele fez o mesmo. Se despediu assentindo com a cabeça e beijando minha mão.

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Por favor comentem!!! Espero que tenha gostado.

Bjss

O Duque que me comprou (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora