33 - Maratona - 7/10 - (Revisado)

632 49 7
                                    

- Pai, pai, pai! Me ajuda! Eu preciso de uma coisa que eu joguei sem querer em cima do armário do quartinho, pega pra mim por favor, eu preciso muito, pega pra miiiim! - Bia começou a puxar a mão de seu pai para baixo tento toda a atenção do empresário.

- Calma minha filha, mas que desespero. O que raios você fazia no quartinho e porque você jogou seja lá o que lá pra cima do armário? Se lembra como você quebrou seu pé, não se lembra? Você quer quebrar de novo por acaso? - Disse seriamente, levantando para atender o pedido da loirinha.

- Não, claro que não, isso dói muito. Por isso mesmo que eu chamei o senhor - Explicou arrastando o homem.

- Ave Maria, quanta pressa!

-/-

- Miguel, em nome de Jesus meu filho, vai devagar. Você já viu alguém se perder para achar um interruptor dentro de um quarto que nem é grande? - Dulce disse revirando os olhos enquanto era arrastada por seu filho.

- Mas eu tenho medo mãe, poxa vida. Liga logo antes que a Bia chegue e me leve a força pra dentro desse breu enorme! - Cruzou os braços emburrado. Dulce suspirou revirando novamente os olhos e entrou.

- Só você mesmo oh menino, o que você não me pede rindo que eu não faço chorando não é? - Resmungou já entrando no quarto que as crianças fizeram o favor de deixar extremamente escuro.

- Encontra ele mãe! - Gritou, encostando a porta e já indo para o seu esconderijo secreto quando ouviu a voz da amiguinha no corredor.

-/-

- Isso não faz sentido, Beatriz! Essa boneca não teria como parar lá em cima nunca - Falou impaciente.

- Paiê! Eu só preciso da minha boneca. Pega pra mim vai? O senhor só sabe perguntar, perguntar, nós mulheres não temos explicação, entende isso! - Disse com um bico, Christopher a encarou por uns segundos e soltou uma risada.

- Tá minha filha, tá bom, eu pego essa boneca. Você me inventa cada uma - Entrou no quarto e Bia encostou a porta devagar.

-/-

- Rápido, precisamos trancar agora! - Miguel sussurrou saindo de onde estava escondido.

- Sim, precisa ser rápido. Eu seguro e você tranca, sem fazer barulho pelo amor de Deus! - Bia disse nervosa já entregando a chave para o amigo e segurando a maçaneta devagar, e fechando completamente a porta sem fazer o mínimo som - Já! Agora, Miguel!

- Pronto! - Miguel girou a chave sem nenhum barulho também e os dois se afastaram dali, nervosos - Conseguimos?

- Conseguimos! Isso! - Bia sorriu dando um pulinho enquanto abraçava o menino que prontamente retribuiu.

- Vamos embora daqui antes que descubram a gente. Agora é a segunda parte do plano.

- Certo, vamos!

Os dois saíram dali correndo e se misturaram de forma que ninguém notou que eles estavam por ali.

-/-

- Bia, liga essa luz se não eu não vou encontrar nada!

- AAAH! - Dulce deu um mini grito se virando para frente e ligando mais que depressa o interruptor que ela procurava.

- Aí, Dulce! Que susto, mulher! - Pôs a mão no peito fechando os olhos.

- Que susto digo eu, cara. Você ainda vai me matar se ficar aparecendo assim nos lugares - Revirou os olhos acertando um tapa leve no braço dele.

- O que você tá fazendo aqui em? - Perguntou sorrindo.

- Eu vim ligar a luz pro Miguel, ele disse que ele e a Bia iam brincar aqui dentro - Explicou normalmente - E você, em? - Levantou uma das sobrancelhas.

- Vim buscar uma boneca que a Bia disse que jogou por cima do armário, não me pergunte como. E inclusive - Ucker colocou uma das mãos em cima do armário e tirou de lá uma das bonecas de sua filha - Tá aqui essa coisa feia, agora vamos devolver isso para as nossas coisas feias - Soltou uma risadinha sendo acompanhado pela ruiva.

- É vamos logo atrás desses dois pes... - Dulce puxou a maçaneta e nada aconteceu, a mulher tentou outras vezes e então virou para o loiro que estava distraído, arrumando a janela do quarto - Christopher... er...

- O que foi? Porque você não abriu a porta ainda? - Virou para ela confuso.

- A... bom, a porta não quer abrir - Disse nervosa.

- Mentira Dulce, para de ser idiota - Riu de leve - Abre isso logo, senhorita Saviñon.

- Eu tô falando sério merda, não tá abrindo olha só - Puxou algumas vezes na demonstração. Ucker rapidamente se aproximou dela e fez o mesmo.

- Como assim?

- Miguel Espinosa Saviñon, abre essa porta agora antes que eu arranque sua língua fora! - Dulce disse seriamente. Ucker riu de leve olhando para ela.

- Tenho certeza de que não fo...

- Ucker, eu sei muito bem o que eu pari, isso é a cara desse garoto - Cruzou os braços - Miguel!

- Dulce, não foi eles - Falou de forma calma.

- E como você tem tanta certeza? - Virou para ele arqueando a sobrancelha. Ucker a segurou delicadamente pelos braços, fazendo com que a mesma ficasse nervosa automaticamente.

- Linda, essa porta bate assim mesmo. A gente precisa chamar o senhor que arruma isso, mas como ainda não temos empregada nenhuma dormindo aqui acabou ficando pra depois. Mas é normal, ela bate - Explicou.

Dulce suspirou e abaixou a cabeça, envergonhada com a proximidade.

- Mas e agora? Como vamos sair daqui? - Perguntou focando em seus próprios dedos.

- Vamos esperar, já já as crianças percebem que estamos demorando e vem aqui nos libertar desse quarto - Brincou a fazendo rir.

- Ai ai, viu. Eu espero mesmo que seja só a porta porque se tiver dedo do Miguel nisso eu penduro ele no lustre - Ameaçou o fazendo rir.

- Vamos pendurar eles juntos - Concordou.

Com as crianças...

- Miguel, precisamos achar sua mãe e ir pra casa amor. Já tá tarde - Anahi pegou o sobrinho pela mão.

- Mas tia... a mamãe não tá aqui - Contou naturalmente.

- Como ela não tá aqui? É claro que ela tá aqui garoto - Negou andando enquanto puxava ele.

- Bom, o cabeçudo do meu irmão também não - Poncho chegou segurando Bia no colo - Você deveria ficar aqui, tá muito tarde pra vocês irem embora.

- Essa idiota deve ter ido andar com aquele outro idiota - Annie suspirou revirando os olhos.

- Fica vai, deixa eles lá fazendo qualquer coisa. Amanhã você vai - Poncho insistiu. Annie o encarou por uns segundos.

- É tia. Não podemos deixar a mamãe aqui, se ela voltar ela vai ficar doida nos procurando - Miguel ajudou.

- Mas eu não tenho outra roupa galera - Disse óbvia.

- Pega uma da May, fica por favor, amanhã você vai - Disse com um sorriso. Annie suspirou e sorriu.

- Melhor você ficar mesmo, ninguém mais sai daqui essa hora. Tá muito tarde, tem um quarto de hóspedes enorme só pra você e sua irmã - Alexandra chegou dando o ultimato, as crianças deram sorrisos cúmplices discretos.

- Tudo bem, tudo bem. A gente fica - Se rendeu.

- Eeeeeh, Miguel você pode dormir comigo lá no meu quarto! Na caminha de baixo, né vovó! - Bia perguntou animada.

- Sim querida, vamos crianças. Hora de dormir - Saiu levando todas as crianças com ela. Dona Alexandra fazia isso muito bem e sem ajuda nenhuma.

- Vem, vou te dar uma roupa - Poncho a puxou pela mão.

A Babá Dos Meus Filhos (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora