Capítulo XIV

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              POV Emily Stuart

- Emily, o que você anda fazendo ultimamente? - Alex perguntou enquanto eu abria a geladeira.

- Como? - perguntei sem conseguir entendê-lo.

- Você saiu hoje, não deu a minima satisfação e ao que eu vejo tem feito muito isso nos últimos dias.

- Bom, eu já tentei deixar isso claro a você em outros momentos mas você insiste em não entender minhas palavras - respirei fundo - vou tentar ser mais clara então: quando eu precisava de você, você ignorou minha existência. Seu trabalho se tornou sua prioridade, demoraram anos até que eu percebesse que eu não era nada para você além de uma filha obediente. Então, por favor, não tente bancar o pai preocupado porque você nunca se importou.

- Quando você era menor, me respeitava mais - foi o que ele disse enquanto tentava aparentemente controlar a raiva por minhas palavras.

- Quando você ainda aparecia por aqui né, hoje não me vejo na obrigação de nem me dirigir a palavra à você. - Poderia parecer frio da minha parte mas eu sentia que ele não tinha mudado nada e eu não poderia abrir a guarda.

- Me respeita, Emily - ele falou alto comigo mas eu não abaixei a minha cabeça.

- Não fale alto comigo - disse baixo, controlando ao máximo minha voz.

- Eu não quero que você continue vendo aqueles seus amiguinhos daquela academia. Eles não estão sendo boa companhia para você.

- Eu não deixarei de ir à academia - respondi desistindo daquela conversa.

- Você tem dezesseis anos Emily - ele respondeu - Não ache que você manda em si mesma porque isso não acontece. Se eu digo que você não vai mais para aquela academia é porque você não vai.

- Você nunca foi meu pai - respondi perdendo um pouco da minha paciência - Não vai ser agora.

Eu sai da cozinha, não poderia discutir muito com ele. Se eu perdesse a cabeça ele teria a razão e minha mãe concordaria com ele. Mas eu não deixaria de ir para meus treinos de jeito nenhum.

Escutei batidas suaves na porta e respirei fundo sabendo que era minha mãe.

- Pode entrar - disse.

- Emy? - ela disse vindo em direção a minha cama e se sentando. - Como foi o seu encontro?

- Foi perfeito - disse sorrindo e tentando controlar a coloração do meu rosto ao lembrar dos acontecimentos na sala de cinema.

- Vocês foram ao cinema? - ela perguntou e E eu assenti sorrindo leve mas eu conhecia a ruga de preocupação que se instalava em seu rosto.

- É o Alex não é? - perguntei fechando os olhos levemente para controlar minha raiva.

- Por que vocês não conseguem simplesmente se dar bem? - ela perguntou aparentemente cansada.

- Porque ele não pode dar uma de pai agora, mãe - eu respondi, estava cansada de fingir que estava tudo bem.

- Ele é seu pai, Emily - ela disse.

- Ele nunca agiu dessa forma, nunca esteve aqui quando eu precisei, nunca se importou em saber se eu estava bem, nem nos meus aniversários ele aparecia mãe, a senhora mais do que ninguém, não deveria me julgar por minhas atitudes hoje.

- Desculpa, Emy - ela estava chorando e isso partia meu coração - eu só não quero que vocês fiquem brigando. Eu queria tanto que vocês ficassem bem.

- Eu sinto muito, mãe - eu disse a abraçando - mas eu não posso fingir que está tudo bem e deixa-lo controlar a minha vida como se ele tivesse algum direito sobre ela.

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