Ele havia ido embora.
Zayn havia ficado parado por alguns minutos – que mais pareceram horas – em frente à casa da família Silverstone. Candy não entendia porque, mas adorou ficar o observando pelo canto da janela do seu quarto no segundo andar.
Sentia-se tentada a correr naqueles minutos até onde ele estava e se despedir de verdade, do jeito que ela vira centenas de vezes nos filmes românticos.
Quando ele se foi, ela suspirou fundo. Minha nossa, ele estava ali, com ela, dessa vez só os dois. E eles haviam conversado de verdade e ela rezava para que na segunda-feira de trabalho ele a chamasse de Caramella de novo.
Ela tirou a roupa quando conseguiu e deitou na cama fitando as estrelas que tinha colocado no teto do seu quarto quando tinha treze anos. Elas brilhavam no escuro e desse modo deixava o quarto um pouco mais claro, e consequentemente, ela não precisava mais chamar os pais quando estava com medo.
Candy engoliu em seco, com as mãos sobre a barriga, com um frio na espinha. Ela queria acordar a mãe e contar todos os detalhes da noite mágica que tinha passado ao lado de Zayn Malik, mas se conteve até que o dia amanhecesse. E quando o dia amanheceu, ela se arrastou pra fora da cama. Mal tinha conseguido dormir, mas queria que o domingo – que ela tanto adorava – passasse em um piscar de olhos, porque ela mal podia esperar para ver ele.
– Bom dia filha! – disse a senhora Silverstone, que já preparava o almoço da família.
– Bom dia mãe! – respondeu a garota, sentando na bancada.
Estava tão cansada fisicamente, mas seu espirito saltitava tamanha era sua felicidade.
– Como foi a formatura? – indagou a mãe, curiosa.
Quando Candy saiu para a festa da sua chefe Luna, sua mãe havia ficado mais nervosa que ela. A senhora Silverstone, era sua melhor amiga e sabia de tudo que se passava na vida da filha.
– Ele estava lá. – disse Candy, não contendo o maior sorriso da sua vida, enquanto lembrava de Malik entrando no salão de festas.
– E então? Ele te viu?
A mãe parou tudo o que estava fazendo para encarar a filha. Ainda bem que Benedict, estava cortando grama do jardim, assim ela podia comemorar a felicidade que estava estampada no rosto de Candy.
A felicidade que só ela como mãe, queria que a filha sentisse.
– Muito mais que isso! – respondeu Candy, colocando as duas mãos na boca.
A senhora Sophie estreitou os olhos.
– Isso quer dizer o que exatamente? – falou a mãe, franzindo a testa.
Candy sorriu, sabendo que a mãe provavelmente tinha criado centenas de situações só com aquela resposta vaga.
– Nós dançamos. – começou ela, fazendo Sophie Silverstone colocar a mão no coração sem perceber – E não dançamos apenas uma vez. Nós dançamos três vezes, mãe!
Candy desejou que seus olhos tirassem fotos, assim que viu a expressão da mãe, tão contente quanto ela.
– E vocês conversaram? Candy pelo amor de Cristo, você não disse nenhuma besteira, disse?
A garota desceu da bancada, pegando uma tigela de cereal para comer. Ela queria dizer para a mãe que se sentia um pouco irritada de ela pensar que sua filha sempre falava asneira, mas pensando bem, sua mãe até que estava certa. Exceto dessa vez.
– Nós conversamos um pouco, ele foi gentil! – ela mordeu o lábio, sentindo as bochechas esquentando – Ele sabia meu nome, quem eu era e depois me trouxe pra casa.
– Ele te trouxe pra casa? – indagou Sophie Silverstone, chocada.
– Sim. Ele me trouxe pra casa.
– Ele te trouxe pra casa?
Candy sorriu.
– Sim mãe. E antes de qualquer pergunta constrangedora, ele me deixou na porta da frente, como um legítimo cavalheiro.
– Quem te deixou na porta da frente? – quis saber Benedict, entrando na conversa.
Candy sorriu amarelo, pegando a tigela de cereal, dando um beijo na bochecha do pai, antes de sair da cozinha. Quando estava na sala, gritou:
– Meu futuro marido, pai!
Ela estava tão feliz.
DSTCDA – Z.
A dor de cabeça já não o incomodava mais, o que realmente estava lhe irritando era o fato de ser três horas da tarde, e ele ter que encarar Amber, em uma tarde de domingo de sol.
Zayn não queria conversar com ela depois do que tinha feito em seu apartamento, mas seus pais achavam que era melhor tudo terminar de forma amigável, já que eram anos de relacionamento.
Malik só concordou porque sua família havia falado sobre o termino realmente. Eles não estavam pedindo para que reconsiderasse a ideia ou qualquer coisa semelhante. Até mesmo seus pais a aquela altura, sabiam que não teria mais volta, até porque aquela mulher era louca.
Todos finalmente tinham percebido.
– E então? Querem um chá? – perguntou sua avó, um pouco incomodada com o silêncio constrangedor na sala.
Ele amava sua família, mas era de praxe que sempre o deixavam em uma situação embaraçosa. Já Amber, parecia estar amando aquilo tudo. Era como se nunca fosse deixar de ser parte da família Malik, o que era terrivelmente irritante.
– Acho melhor conversamos apenas nós dois. – disse ele, a contra gosto, mas era melhor do que todos ouvindo.
– Só não quero mais brigas! – comentou Amber com um tom de voz afetada.
Ele revirou os olhos com náuseas. Ainda não conseguia acreditar que um dia da sua vida, ele chegará a pensar que ela seria sua mulher.
– Não vamos brigar. Vamos pra casa. – disse ele se levantando.
Amber o encarou confusa por alguns segundos e depois sorriu, ela achava que tinha ganhado a guerra. Malik sentiu pena.
Ele pegou um litro de whisky mais caro do bar do seu pai, na verdade Zayn pegou um whisky trinitas, de 64 anos, considerado o mais caro. Só existiam três garrafas no mundo.
Mas ele considerava que a ocasião que teria que enfrentar, merecia no mínimo uma delas.
Já que Amber era o demônio.
E para enfrentar o demônio ele tinha que encher a cara.
Zayn Malik não sabia ao certo se tinha se passado uma ou duas horas, ou mais. Ele sabia que estava em uma condição não muito boa para ter uma conversa decente com sua ex noiva.
Mas que droga, ele mal conseguia parar em pé.
– Porque diabos você bebeu tanto? – gritou Amber, enquanto ele estava no sofá tentando calcular se pegava a Mercedes ou o Audio A8 para fugir dela.
Tinha sido uma péssima ideia ter ido até a casa onde eles moravam juntos, tão bêbado daquele jeito. Bem, só agora ele via isso, e agora estava muito tarde para voltar atrás.
– Eu bebi, pra tentar aguentar ouvir sua voz! – disse ele, enrolando a língua – Mas vejamos, eu estou com vontade de vomitar e acho que não é culpa do álcool.
Amber bufou, parecendo que ia arrancar os cabelos.
– É por isso que não transávamos mais! – disse ela de repente.
Ele curvou o cenho, pensativo. Mas que diabos, aquela mulher estava falando? A culpa não podia ser dele, por não transarem mais. Se dependesse de Malik, ele comeria ela todo santo dia.
Merda. Merda. Merda.
– Nós não vamos falar sobre isso agora.
Amber riu de escárnio. Malik sentiu náuseas.
– Você sabe que é verdade. A culpa disso ter terminado assim, foi só sua.
Zayn levantou irritado. Mal dera dois passos em direção dela, para falar poucas e boas – afinal, se ele bebia, era porque ela fazia com que ele bebesse –, mas Amber o segurou pelos ombros, o puxando para um beijo afobado e desajeitado.
Mas que merda era aquela? Droga, ele não podia deixar... Ele não podia.
Amber ergueu os braços em torno do seu pescoço e não parecia que soltaria antes que os dois ficassem ser ar, ou sei lá, até que o sufocasse e morresse. Zayn tentou se afastar, mas ela desceu com uma das mãos até o meio de suas pernas.
Inferno! Ela sabia exatamente como ter ele em suas mãos, literalmente.
Amber sorriu quando ele tirou o blazer que o apertava e segurou a cintura dela, puxando seu corpo contra si. Ela o empurrou contra o sofá, sentando em seu colo em seguida.
Ele só conseguia praguejar. Ela era muito gostosa. E fora só dele, por anos.
Malik mordiscava o lábio inferior de Amber, enquanto a abraçava com força, conta seu corpo. A loira, arrancou pela cabeça rapidamente seu vestido, a única bendita e santificada peça de roupa que a mantinha vestida.
Zayn Malik engoliu em seco, não queria concordar com sua cabeça de bêbado, mas sentia falta do corpo daquela mulher. Sentia falta de cada pedacinho da pele dela. Suas faculdades mentais não estavam o ajudando a resistir e cara, ela estava nua, no seu colo.
Mil vezes merda.
Ele engoliu em seco, beijando a barriga dela em seguida, fazendo com que Amber, tomasse a rédea total da situação. Ele estava perdido.
Ela arrancou suas roupas, puxando ele para cima do seu corpo. Amber tinha olhos claros, era loira, e uma boca rosada. Por um momento, ele lembrou de Candy Silverstone, a garota que trabalhava para Aniballe. Zayn balançou a cabeça perplexo enquanto Amber trilhava uma sessão de beijos e mordidas por seu corpo. Ele não se surpreendeu, afinal Candy era absurdamente linda, mas aquela não era a ocasião ideal. Ela era apenas uma garota.
Amber enfiou a mão dentro da sua cueca, fazendo ele se contorcer. Droga, não podia pensar na garota naquele momento, podia? Será que seria preso por isso?
Amber desceu com a boca até seu querido companheiro de guerra, o General – era assim que ele se referia ao seu pênis – e começou a beijá-lo, e sugá-lo.
Por Deus, aquilo era bom demais para ser verdade.
Ele só podia estar bêbado mesmo, para não evitar aquela situação com Amber. Não, ele não podia, mas... ah nossa, era bom demais.
Ele enfiou a mão no cabelo dela, e os fios loiros caíram entre seus dedos. Não tinha o mesmo tom, mas era muito parecido com o... ah Meu Deus.
– Carame...– ele parou de respirar.
O que aconteceu em seguida foi culpa dele. Amber o encarou com as sobrancelhas curvadas e depois, talvez percebendo na cara dele de que não tinha se enganado e de fato seu ex noivo havia começado a pronunciar o nome de outra enquanto ela dava tudo de si, explodiu.
E que Deus tivesse piedade dele, porque ela ia matá-lo.
– O que você pensa que está fazendo? – indagou ela aos berros, levantando do sofá.
Zayn sequer pensou em uma resposta decente. Ele estava tão perplexo com que havia acontecido que se Amber ateasse fogo na casa, ele ainda não saberia o que fazer em relação a quase ter dito em voz alta o apelido de Candy Silverstone.
Meu Deus, ele queimaria no fogo do inferno.
– Essa é a piranha por quem me trocou? Qual é o nome dela? – gritou Amber andando de um lado para o outro.
Só então Zayn percebeu que precisava sair dali o quanto antes. Não queria que ela soubesse em quem ele estava pensando, ou faria da vida da pobre garota – que ele sequer beijou – num martírio.
– Não sei do que está falando. – disse ele, dando de ombros.
Não ia se safar, ele tinha noção disso. Mas jamais contaria sobre Candy. Ele não era louco.
– Zayn Javadd Malik, fala de uma vez o que é que você pensa que está fazendo, antes que eu descubra sozinha.
Ele tinha plena certeza que naquele instante ela estava tomada pelo demônio que habitava nela. Engoliu em seco, levantando em seguida, mas teve que desviar de um vaso que provavelmente partiria sua cabeça se lhe atingisse.
– Fala o nome dela!
– Não tem ninguém e se tivesse nós dois não estamos mais juntos! Pelo amor de Deus mulher, você tem que parar com esses surtos.
Amber urrou, fazendo ele segurar uma risada debochada. Droga, aquilo era a briga mais cômica em todos aqueles anos. E desse vez a culpa era sua.
Sua ex olhou para o lado com os olhos cuspindo fogo. O celular dele tocou na hora mais inconveniente possível, era Liam.
– Se não me contar, vou perguntar pro Payne. – ameaçou ela.
Malik se conteve em dar de ombros. Aquilo era ridículo demais pra ser verdade. Ela podia ligar para o Papa que ninguém saberia do que estava falando, afinal ninguém sabia quem poderia ser Carame... Bem, talvez Luna.
– Não o incomode! – disse rapidamente – Ele está com Luna.
Amber olhou o celular e depois o fitou com a boca entreaberta.
– Luna? Aquela Luna?
Nada na sua vida podia ficar pior do que isso. Ele suspirou fundo e depois concordou.
Era aquela Luna.
Ele estava ferrado.
DSTCDA – C.
Candy logo descobriu que sua chefe era mais curiosa do que ela. Claro que ela não ia dizer isso, mas Luna Aniballe parecia que teria um infarto ali, na sua frente, quando contou sobre a noite da formatura. Não tinha contado detalhes, mas ela já estava comemorando, enfiando um monte de minhoca na cabeça da garota.
Não que ela não gostasse, afinal, sentia como se precisasse de mais um passo para chegar até ele, e tendo Luna ao seu lado, tudo parecia certo.
Só que os dias foram passando e nada dela ver o homem. Na segunda-feira, seu nervosismo era tanto que ela passou a tarde toda, praticamente no banheiro. Havia sido um desastre total, e no fim ele não apareceu. O que no fundo ela deu graças a Deus, porque seria no mínimo constrangedor vê-lo tendo dor de barriga.
Nos outros dias quando perguntava a Senhorita Aniballe sobre ele, ela parecia desconversar, ou simplesmente dizia não saber. Mas Candy tinha impressão que ela sabia, até porque, vivia com o Chefe, o sócio e melhor amigo de Malik. Que havia dado há ela nada menos do que um apartamento em Hyde Park.
Os dois viviam pelas caças um do outro e quando não estavam brigando, estavam aos beijos escondidos no escritório dela. Enquanto Silverstone ficava de segurança, mesmo que eles não pedissem.
– Alguma notícia sobre Zayn? – quis saber ela, já desacreditada, entrando no escritório de Luna.
Payne havia acabado de sair. E ele parecia enérgico com alguma coisa, toda vez que ele saia do escritório da Senhorita Aniballe – aos berros – ela logo entrava para saber sobre o que estavam conversando. Principalmente nas últimas semanas. Porque tinha medo de que tivesse feito alguma coisa errada e que o beijo no canto da boca fosse demais e ele simplesmente quisesse evitar ela agora, mas dessa vez Luna sorriu.
– Soube que ele e Amber tiveram a briga mais feia do século.
Candy sentou na mesa da sua chefe, com as pernas bambas. Tinha tanto papel em seus braços que estava com medo de derrubar tudo.
– Com assim? – ela engoliu em seco.
– Liam me contou que ele não veio trabalhar nas últimas semanas porque não tinha mais condicionamento psicológico. Acho que ela quebrou a casa inteira.
– Não acredito! Que vaca.
Ela disse colocando uma das mãos sobre a boca, mas era verdade. Que tipo de mulher era aquela? Meu Deus, Malik não merecia aquilo. Candy estava perplexa.
– Nossa, acho que cheguei em péssima hora.
A garota arregalou os olhos quando ouviu atrás de si, a voz de Zayn. A reação de Luna não foi diferente. Se ele chegasse ali um segundo antes, elas não saberiam o que seria dos seus empregos. Candy engoliu em seco.
– Não, não! Pode entrar Sr. Malik. – disse Aniballe sorrindo pacificamente.
Silverstone desceu da mesa derrubando vários papeis. Droga, aquilo não podia ser menos constrangedor. Ela quis se enterrar embaixo das pernas longas da sua chefe.
Que vergonha.
– Não estou interrompendo a conferência das garotas? – comentou Zayn, com um tom de voz cômico.
Por Deus, não era assim que tinha imaginado a primeira vez que o veria depois da formatura. Isso se ele já não tivesse esquecido dela. Que mundo injusto.
– Claro que não! Fique a vontade. – enquanto Candy juntava a papelada que havia deixado cair, viu pelo canto dos olhos Luna apontando a cadeira para ele se sentar.
Ela não tinha duvidas que fosse desmaiar.
– Se soubesse minha definição de ficar a vontade você não diria isso. – Zayn disse, seu tom de voz era sedutor.
A garota engasgou com a própria saliva. Ele havia dito isso mesmo para Luna? Ai meu Deus, bem na frente dela. Ela queria morrer.
Depois de todos aqueles dias fantasiando como ia ser vê-lo novamente e de todas as conversas que tinha criado na cabeça, ele simplesmente estava flertando com Luna bem na sua frente.
Ela tinha beijado no canto dos seus lábios. Mas que inferno, ela tinha se insinuando.
Candy Silverstone engoliu e resto de dignidade que tinha, jogou todos aqueles malditos papeis que estavam desorganizados em seus braços, e saiu da sala sem olhar para nenhum deles.
Assim que fechou a porta sentou de frente para o computador, pegou o celular e mandou uma mensagem para a mãe. Era pedir demais que pelo menos uma vez o cara que ela queria, quisesse ela também? Porque depois de anos, ela finalmente tinha se apaixonado por alguém, porque ela sabia que ele era o cara, e droga, ele estava lá, flertando com Luna Aniballe, uma pessoa que ela sequer podia odiar, porque ninguém em sã consciência podia odiar ela. Luna era doce, inteligente, engraçada e linda.
Mas o que deixava Candy mais entristecida era que ela não se sentia tão diferente de sua chefe. Talvez ela não fosse tão inteligente ou bonita, mas se sentia engraçada e gentil. Será que isso não era suficiente?
"Mãe, o que eu tenho de errado? Porque todo mundo parece não me ver mais?"
Ela não esperou pela resposta da mãe. Nem teve tempo de pensar, Luna abriu a porta a chamando alto.
– O que houve? – perguntou ela assustada.
– Ele está bêbado.
DSTCDA – Z.
Tudo bem, estar na merda para ele, já estava sendo normal. Depois que contou a Amber sobre Luna Aniballe, seus dias se tornaram os piores da vida. Ele jamais quisera trair o melhor amigo, mas o que podia fazer? Não queria prejudicar a garota. E a essa altura ele nem sabia mais porque ele estava a protegendo, afinal, Liam Payne era seu melhor amigo a mais de dez anos.
Ele tinha feito uma merda triunfal, era isso.
Quando conheceu Liam na pós em Dubai, ele estava passando por grandes problemas. E quando Zayn se referia em grandes, ninguém jamais imaginaria que podia ser tão, mais tão grande. Ele mesmo ficou chocado ao descobrir a história do garoto, e hoje pensando bem, seria melhor nunca ter descoberto. Porque agora tinha dado com a língua nos dentes.
Ele e Luna já haviam namorado. Anos antes, não agora, há muito tempo atrás. Ambos acabaram se envolvendo em um acidente – provocado por Liam – fazendo com que Luna perdesse a memória e esquecesse dele. Por motivos que Zayn jamais conseguiu entender, Payne havia deixado a garota para trás e agora, por obra do destino – o que na opinião dele era a coisa mais insana do milênio –, eles trabalhavam juntos.
E ela sequer sabia que um dia, aos dezoito anos de idade na época, tinham namorado.
Malik mal conseguia olhar para ela naquele instante, ao saber que tinha contado sua história para uma terceira pessoa, e a mesma, estava sabendo que Aniballe estava de volta e com Liam. A cabeça dele parecia que ia explodir, então decidira que o melhor a se fazer era beber. Ele queria encher a cara, porque se seu melhor amigo desconfiasse que alguém poderia contar a Luna seu segredo, ele tinha certeza que essa pessoa estaria morta.
E nesse caso, quem morria seria ele.
– Ahm... – resmungou Luna, o acordando do transe – Você... precisa de algo?
– Eu só queria conversar.
Na verdade ele queria pedir desculpas, mas não tinha nem como pensar em falar algo do tipo. Droga, tinha bebido tanto que os móveis da sala dela não paravam de girar. Provavelmente ele passaria mal em breve.
– O que houve? – indagou ela, no mínimo preocupada.
– Minha vida está uma merda ultimamente. – disse ele, sentindo o gosto do álcool na boca – Eu... Olha, não contei para o Liam. Ele está um chato ultimamente, não me leve a mal.
– Tudo bem.
Zayn se debruçou sobre a mesa dela.
– Fiquei com a Amber depois da formatura. – confessou ele – Íamos ter uma reunião em casa, não sei como acabamos no meu sofá... E eu falei muita merda pra ela. Coisas que não devia contar à ninguém... você me entende?
Luna a cabeça que sim, mas ele tinha impressão de ela não estava entendendo nada.
Malik pegou seu cantil do bolso e tomou um grande gole. Ele só queria beber.
– Está se sentindo mal? Por isso está bebendo? – perguntou ela um tanto preocupada.
– Sim. E vim aqui porque não quero que Liam saiba sobre isso. E eu precisava contar pra alguém...eu simplesmente precisava...eu precisava.
Ela levantou da cadeira indo ao lado dele. Zayn parecia aflito.
– Não se preocupe, todo mundo tem recaídas. Vocês viveram anos juntos e é normal errar. Todo mundo erra e com certeza beber não é a melhor saída.
Ele ficou quieto, com seus próprios pensamentos. Tentou beber mais um pouco, mas ela confiscou seu objeto.
Droga, ele estava tão bêbado que mal conseguia brigar pela bebida. Ah se ele tivesse bebido um pouquinho menos, arrancaria aquele cantil das mãos dela e tomaria até a última gota, até apagar.
DSTCDA – C.
– Bêbado? – ela estava tão chocada, que teve que perguntar mais algumas vezes para ter certeza se ouviu certo.
Zayn Malik bêbado aquela hora do dia, no trabalho, não era algo normal de se ouvir todos os dias. Mas assim que viu o cara por quem estava apaixonada quase caindo da cadeira do escritório de Aniballe, ela não precisou ouvir mais nada. Ele realmente estava bêbado.
– É bêbado. – respondeu Luna impaciente – Você para de ficar com essa cara de quem viu um fantasma e me ajude a fazer alguma coisa.
– Vocês estão falando de mim? – indagou Zayn, enrolando a língua – Eu não estou bêbado!
– Claro que não. – respondeu Luna dando tapinhas em seu ombro.
Ela empurrou a secretária para fora da sala e fechou a porta.
– Sabe dirigir?
Candy concordou com a cabeça.
– Ótimo, você vai levar ele pra casa.
– Como? Você enlouqueceu? Eu nem sei onde ele mora! – ela estava nervosa, Luna também, mas algo tinha que ser feito.
– Você não foi comigo no apartamento dele aquele dia? –Luna revirou os olhos bufando – Candy, não é hora pra bancar a boba apaixonada! Pense com clareza. Se Liam pegar ele aqui ou qualquer outra pessoa, a reputação do seu amado vai pelos ares.
– Tudo bem, tudo bem! Só estou nervosa. – ela hesitou – Não consigo processar que ele está bêbado ali dentro.
– Eu muito menos. Agora vá e pegue o carro dele. A chave deve estar em seu escritório.
– Como vou entrar no escritório dele e pegar a chave? Você ficou louca?
Elas ouviram um barulho estranho dentro da sala da Senhorita Aniballe e então Luna abriu a porta na mesma hora. O corpo de Zayn estava estatelado no chão e ele gemia baixinho. Por sorte do destino ou não, suas chaves caíram do bolso do paletó.
Candy quis morrer. Não, ela mataria Amber primeiro, por fazer Zayn estar naquele estado, depois mataria o próprio bêbado inconsequente e então se mataria, por ser tão trouxa a ponto de estar apaixonada por um homem que mal conseguia parar em pé.
Era o fim.
O plano era Luna descer com Malik pelas escadas, o que Candy achou bem complicado, mas não quis dizer nada, sequer conseguia raciocinar, então faria tudo o que ela pedisse.
Mas quando ela mencionou que Candy fosse até o estacionamento pegar o carro de Zayn ela congelou, sentiu fadiga e falta de ar constante. Como ela pegaria o carro dele? Além de cada dia ele estar com um, provavelmente se fizesse algum arranhão – ela não contaria para Luna naquele momento, mas tinha reprovado na carteira de habilitação –, ela teria que vender todos seus órgãos no mercado negro para pagar, pelo menos um dos arranhões.
Minha nossa Senhora, ela estava tremendo feito vara verde. Aquilo só podia dar errado.
Candy tinha plena convicção de que se meteria em encrenca aquela manhã, quando acordou e se atrasou para escola. Não tinha culpa se tinha que ficar até tarde estudando porque era seu único horário vago, ela tinha que ajudar Luna. Ela só não sabia que dessa vez ela não era a culpada e quem estava aprontando era justamente Zayn Malik.
O que é que ele tinha na cabeça? Aquilo era um absurdo completo. Luna estava apavorada ela podia ver, mas pedir para ela pegar o carro do seu chefe sem a permissão dele era um incrível e tremendo absurdo. Bom, certamente não era tão petulante quanto ele estar bêbado àquela hora do dia. E no trabalho. Candy sabia que algo bom não podia ter acontecido ou ele não estaria naquele estado caótico. Ela só se perguntava se aquilo tinha a ver com Amber e a tal briga do século.
Por Deus, que não fosse Amber.
Silverstone tirou a mulher asquerosa da cabeça e segurando a chave de Malik entre os dedos, como se fosse seu bem mais precioso, ela se dirigiu até o estacionamento procurando pelo carro dele.
Não devia ser uma tarefa difícil, ela estava com a chave, quem desconfiaria que havia pego do dono sem permissão? Ninguém brigaria com ela se descobrissem o que estava fazendo, afinal era para o bem do chefe deles.
Ela não conhecia carros muito bem, mas logo soube qual pertencia a Zayn. Era o mesmo com o qual ele tinha a levado para casa. Candy fez uma breve prece antes e com o coração na mão e a imaginação de que um dia aquele carro pertenceria há ela também, entrou com as mãos suando.
Pela primeira vez na sua vida se sentiu responsável por alguma coisa. Nesse caso, alguém. Era legal saber que sua chefa confiava nela a esse ponto. E mais incrível ainda saber que ela teria Zayn Malik inteiro para ela.DSTCDA – Z.
Ele definitivamente tinha perdido o bom senso no meio do caminho da sua vida. Sim, da vida. Não no caminho da casa para o bar ou do bar para o trabalho. Ele havia feito a maior merda da sua vida em contar para Amber sobre Liam e Luna e agora sabia que teria que arcar com as consequências. E sabia que elas podiam ser catastróficas.
O gosto do álcool queimava sua garganta e ele não conseguia entender mais o que estava acontecendo, só ouvia alguns resmungos de Aniballe e então foi jogado dentro do seu carro. Ele sabia que era o seu, mas não entendia porque estava no banco do passageiro, até que ouviu a voz dela.
– O que é que você está fazendo? – perguntou com a língua pesada.
Candy o fitou um pouco assustada, depois se aproximou dele, fazendo com que Zayn perdesse toda a sanidade que habitava dentro de si, ao sentir o perfume dela. Caramella, o prendeu com o sinto de segurança e disse algo inaudível a Luna Aniballe. Depois ligou a preciosa Ferrari e então ele desejou de todas as formas possíveis e inimagináveis, que aquilo fosse apenas um sonho.
– Você está bem? Olha, nós vamos chegar logo. – ele não sabia se tinha entendido ao certo, estava olhando pra frente, pensando que talvez aqueles fossem os últimos minutos da sua vida.
O movimento na rua era grande e ele quis sair dali correndo, levando sua preciosa Ferrari junto, é claro. Ele estava tremendo.
Candy acelerou e depois freou bruscamente, fazendo o corpo dele ser jogado para frente.
Meu Deus, eles iam morrer.
– Você sabe ao menos o que está fazendo? – indagou ele de novo, sentindo a cabeça pesar.
Zayn podia sentir ela o queimando com os olhos.
– Não se intrometa. Pelo amor de Deus, você está bêbado ás três horas da tarde!
Ele riu a contra gosto. Não queria receber um sermão de uma garota de dezessete anos, sem contar que entrelinhas, ela tinha grande parte de culpa por isso estar acontecendo.
Ah meu Deus, se ela sonhasse que Amber havia quebrado metade da sua casa quando ele pensou nela na hora que estava sendo tomado pela boca da sua ex noiva.
Nossa, ele estava fodido. Realmente fodido.
– Quem é o chefe? – indagou ele, presunçoso.
Candy o olhou com uma expressão furiosa, notando seu sarcasmo, mas preferiu ficar calada. Ela acelerou o carro e depois freou bruscamente, fazendo o corpo de Malik ser jogado de novo para frente. E então, para o topo dos seus constrangimentos da vida, ele vomitou.
– Espero que isso tenha respondido a sua pergunta. – disse ela irônica, descendo do carro em frente ao seu apartamento.
Droga, ela era boa.n/a: Posso dizer que estou apaixonada? Eu recebi algumas mensagens no twitter pessoal #karitavalle e no da personagem #candysilverston e to boba com todos comentários positivos que recebi, de todas as plataformas que posto, no wattpad estava sendo o mais difícil, mas acho que agora vai, hahahah Obrigada a todos, de coração.
E as minhas Caramella's que me ajudam em tudo.
Beijão <3
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Desculpa se te chamo de amor.
FanfictionQuando se têm dezessete anos toda garota deseja se apaixonar. Bem, na verdade toda mulher deseja se apaixonar, isso em toda sua vida. Mas o que acontece com uma garota que acha que encontrou sua alma gêmea aos dezessete anos? Candy Silverstone acred...