Ela havia feito amizade com algumas mulheres no banheiro. Depois que Zayn decidiu que deveria pegar bebidas sozinho – ela não entendia o que tinha feito de errado para ele mudar tão depressa – chamou Luna para ir ao banheiro se olhar no espelho.
Talvez não estivesse tão bonita para ele, quanto imaginou que estava. Ou sei lá, ela não sabia lidar com os altos e baixos.
Ainda não tinha tocado no assunto sobre o quase beijo no corredor e achava que já não tinha mais coragem. Ele simplesmente mudava de uma hora para outra. Em um instante parecia que a desejava tanto quanto ela, mas do nada ele se afastava e criava um muro entre eles.
Uma barreira quase impermeável.
Quase.
Ela daria um jeito.
Na verdade já estava dando. Anna, Letícia – que para Candy era Lety – e Beatriz – Bea – estavam a aconselhando. Luna tentava conversar com ela sobre Zayn e sobre como os homens eram e para ela estava tudo bem ele querer ficar com outras mulheres, desde que não fosse na sua frente e desde que Luna a ajudasse a ficar com um homem, mas na frente dele.
As três estavam juntas e entendiam ambas conversando em inglês, entraram no assunto, falando que a garota não devia se dar por vencida daquele jeito e nem por um milhão podia deixar ele fazer com que ela se sentisse menor, muito menos desistir.
As cinco saíram do banheiro rindo, contado fatos sobre seus relacionamentos. Todas eram compromissadas e estavam loucas procurando por Malik, para descobrir se ele era tão lindo e do outro mundo como Candy havia dito.
Porém ele ainda não estava na área vip deles.
– Nos vemos mais tarde, vou procurar meu marido. – disse Anna, sendo acompanhada pelas demais jovens.
– Você prestou atenção em tudo o que elas falaram? – indagou Luna.
Candy assentiu em silêncio, suspirando fundo.
Ela não podia se sentir menos que ninguém nunca. Mas às vezes, talvez por tudo que havia passado ainda tinha algo dentro de si que incomodava. Porque ela sabia que quando passava pelos corredores da escola, sempre tinha um idiota que fazia questão de lembrar e cochichar para o amigo, que fazia isso para uma terceira pessoa e eles nunca esqueciam. Mesmo ela perdendo um ano, mesmo ela mudando de colégio.
Eles não esqueciam.
E ela também não.
E toda vez que Malik se afastava, mesmo sabendo que a culpa não era sua e que ele não sabia de nada, seu inconsciente gritava falando que era óbvio que a culpa era dela, que era nítido que ele sabia que seu corpo havia sido marcado para sempre.
Com dor e ferida. E para uma adolescente, elas eram incuráveis.
– Ah, não olha agora. – disse Luna.
– O que foi? – indagou ela, parando no mesmo instante.
– Zayn está conversando com uma loira.
Ela segurou o ar.
– Qual o problema desse homem com as loiras? Santo Deus!
Luna riu baixinho.
– Você quer ir até lá?
– Eu? Eles estão... ? – perguntou aflita.
Luna observou Zayn por alguns segundos.
– Ainda não, não sei. – respondeu incerta.
Candy bufou, derrubando os ombros. Ela já tinha tomado coragem de beijá-lo, mas sabia que os conselhos das amigas novas não serviriam de nada agora.
– Preciso ficar com alguém na frente dele! – disse ela desesperadamente – Não posso ficar aqui. Ele não olha pra mim!
Luna mordeu o lábio inferior. Nem ela sabia o que dizer.
Candy começou a caminhar ao lado oposto de onde Malik estava. Ela encontraria alguém absurdamente lindo e o arrastaria onde Zayn a pudesse ver e lascaria um beijo na pessoa até perder o ar.
E não choraria. Mesmo sentindo um nó na garganta.
Candy olhou para trás, mas não encontrou Aniballe. Talvez ela não concordasse com aquilo, ou simplesmente tivesse decido não se intrometer mais.
Seria melhor assim. Ela encontraria alguém por conta própria.
Silverstone suspirou, colocando a mão na cintura. Não tinha uma alma viva ali que ela quisesse mais do que ele e por conseqüência, não existia ninguém que chegasse aos seus pés.
Por que ele era tudo o que ela queria.
Inferno!
– Oi, aceita dançar comigo?
Ela sorriu sem graça, não havia entendido uma palavra do que o rapaz disse.
– Desculpa, eu não falo português.
Ele sorriu balançando a cabeça. Tinha o cabelo um pouco comprido e cachos nas pontas.
– Eu não falo inglês.
Ela sorrindo, olhando para os lados, procurando Zayn. Não queria ser rude, mas não podia perder ele de vista.
– Você... You ... ahm.. – ele colocou a mão na própria cintura e rodopiou.
Candy riu. Aquilo só podia ser uma tentativa de convite para dançar.
– Você quer dançar?
– Sim! Dançar!
– Ah, claro!
A garota pegou a mão dele gentilmente e ele a rodopiou rindo em seguida.
Quando se aproximaram ele perguntou em inglês:
– Qual é o seu nome?
– Candy.
– Candy? – repetiu ele incerto.
– Isso. – concordou ela – E o seu?
Mas antes que ele pudesse responder as pessoas começaram a dar alguns passos para trás, os empurrando e quando ela se deu conta viu que uma briga estava acontecendo no meio da festa. Seu coração gelou.
Zayn Malik estava prestes a levar um soco.
Luna surgiu na hora empurrando um covarde que ia bater em Malik pelas costas.
O mesmo havia se virado para Aniballe pronto para machucá-la. Candy estava petrificada, não sabia o que fazer.
Deixou o rapaz que estava dançando sozinho e correu até onde seus amigos estavam.
Por sorte ela viu do outro lado da confusão Anna, Lety e Bea puxando Luna para fora da briga. Uma delas gritava alguma coisa em português e seus respectivos conjugues entraram junto entre socos e gritaria, foi só quando um dos que parecia ser inimigo, puxou o corpo para cima do outro que ela percebeu que se tratava de Liam Payne.
Meu Deus, o que eles estavam fazendo?
Por entre a multidão Candy viu a silhueta de Zayn, ela não podia ficar parada ali. Precisava fazer alguma coisa. Ele não podia se machucar. Silverstone empurrou algumas pessoas que estavam na sua frente sem nem ao menos pedir desculpas ou sentir medo de se machucar, ela só queria ajudá-lo. Ajudar Payne.
A garota chegou esbaforida entre Malik e um outro homem. Por sorte Zayn não estava apanhando, mas seu supercílio sangrava e a boca parecia estar cortada.
– Já chega Zayn! – pediu ela desesperada.
O homem se virou para encará-la e talvez por querer ou não, ela não sabia dizer, deu uma cotovelada na sua têmpora a deixando meio zonza.
Merda. Merda. Merda.
– Candy, você ta bem? Candy! Ah seu verme inútil!
Ela segurou o braço de Malik, só queria sair dali. Queria ver Luna, saber se Liam estava bem e sumir. Que ideia era aquela. Ah, sua noite havia sido uma grande merda.
Silverstone colocou a mão onde havia levado a pancada e Zayn a abraçou pela cintura a puxando para o lado, no mesmo instante que os seguranças surgiram acalmando todos.
– Por favor, você está bem?
– Estou, só estou tonta, confusa. O que está acontecendo? Porque você e Liam estavam brigando?
Ele bufou, gemendo de dor.
– Eu não sei, só vi que Liam estava socando um cara, imagino que seja por causa de Luna.
– Não acredito que isso aconteceu.
– Você está bem mesmo? – indagou ele preocupado.
Candy concordou com a cabeça. Ela colocou a mão na boca dele, limpando um pouquinho de sangue. Ele fez careta.
– Se eu estivesse com vocês nada disso teria acontecido.
– Não, a culpa não foi sua. Fui eu quem a deixou sozinha.
Zayn a apertou contra seu corpo e beijou sua testa.
– Não vamos discutir de quem é a culpa agora, eu só quero que você esteja bem e Luna também.
Ela sentiu seu corpo estremecer. Só precisava dele para ficar bem.
– Eu estou, juro. É de você que temos que cuidar.
Candy ficou na ponta dos pés e não pensou muito no que fazer, apenas fez.
Ela umedeceu os lábios e o beijou no canto da boca, onde provavelmente um soco havia o cortado. Malik não fez nada, apenas fechou os olhos a apertou com força.
Seu coração estava a mil por hora.
Sua sanidade havia se esvaído.
A única coisa que ela sabia era que precisava dele.
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Desculpa se te chamo de amor.
FanfictionQuando se têm dezessete anos toda garota deseja se apaixonar. Bem, na verdade toda mulher deseja se apaixonar, isso em toda sua vida. Mas o que acontece com uma garota que acha que encontrou sua alma gêmea aos dezessete anos? Candy Silverstone acred...