Little blonde girl.

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  Ela não conseguia parar de rir, tinha alguma coisa naquela bebida ou no ar, ou naquela vista maravilhosa ou no lugar onde eles estavam que estava mexendo com o consciente de Zayn Malik.
Ele estava tão solto e tão... ele.
Candy ria a cada segundo e lhe chegava a faltar ar que e às vezes tinha que pedir para ele não olhá-la ou simplesmente parar de falar. Mas eram cinco minutos de conversa séria para duas horas de bobagens.
Não lembrava da última vez que tinha sentido aquela leveza com alguém. A última vez que tinha gargalhado até seus pulmões não aguentarem.
A vida de Zayn durante a faculdade havia sido hilária. Mesmo ele tentando não tocar no nome de Amber ela sabia que a maioria das situações que ele tinha passado ela estava junto.
E não se importava.
Candy era apenas uma menina quando eles estavam vivendo suas loucuras. Bem, quando ela estava junto às histórias não eram lá tão divertidas assim. Porém quando ele começava a contar um fato sobre Payne e ele, ai sim ela não parava mais de rir.
Apesar de ele falar que o Senhor Liam aprontava mais que ele, ela sabia que Malik não era um santo. E ele havia confessado que quando Amber viajava para a casa dos pais ele saia beber com alguns amigos, mas só isso. Jamais tivera coragem de traí-la.
Não queria saber do relacionamento deles, era um passado bem distante, mas era bom saber que ele não tinha a traído. Malik era um homem que faltava no mundo.
Ele era totalmente diferente do único cara com qual tinha se envolvido. Douglas nunca chegaria aos pés de Zayn.
Booth tinha péssima mania de achar que o mundo girava ao seu redor e sendo filho de quem era, podia muito bem ajudar pessoas como Malik, mas nossa, ele nunca faria isso.
Candy chegava a pensar que talvez Booth fosse uma versão de Amber. Bem, talvez não.
Duvidava que Amber bancasse a louca e bebesse todas apenas porque achava que era legal. Zayn não tinha cara de quem permaneceria em um relacionamento abusivo. Jamais.
Já ela era uma tola.
Não que tivesse ficado. Ela não quis ficar, nunca quis.
Mas uma parte da sua cabeça, talvez aquela parte negra que cada ser humano tem, ainda a fazia pensar que talvez, só talvez deveria ter ficado, porque era nítido que Douglas precisava de ajuda. E ela negou há ele esse pedido.
Mas se ficasse... Droga, ela não podia ficar.
Porque não poderia ver então aquele sorriso do homem mais gentil e educado que ela tivera a sorte de conhecer. Não conseguiria ver os olhos mais dourados e enigmáticos e não sentiria o doce dos lábios dele na sua pele.
Ela fez a coisa certa. Ela voltou a respirar por causa dele.
Porque seria ele. Era ele.
E agora ela entendia que precisava passar pelo inferno para chegar ao céu.

– Não acredito! – disse ela de repente.
– O que foi?
– Está tocando Ed Sheeran. Ai meu Deus!
Zayn parou por um instante. Duvidava que ele reconheceria a música. Já ela, na primeira nota, sentiu seus pelos se arrepiar.
Era perfeito.
Não sabia o porque ele tinha a levado até lá, mas estava com o coração transbordando de tanta felicidade. Não tinha nada que pudesse estragar o momento deles.
O momento que havia sonhado durante toda a viagem e nossa, ela mal tinha pregado os olhos depois que ele falou que ia levá-la para jantar.
E lá estavam eles, juntos, comendo cheese burguer ­no alto de uma favela no Rio de Janeiro.
Surreal era a palavra certa.
Aquilo que estava vivendo era surreal.
– Não conheço a música. Só sei aquela que fala do mar de Tenerife.
– Você lembra dessa música? – indagou ela surpresa –Tocou no seu carro aquele dia.
Candy sorriu olhando para baixo, lembrando do dia que havia mencionado entre linhas. Sonhava com aquele momento todas às vezes antes de dormir.
– Que dia? – perguntou ele, erguendo as sobrancelhas confuso.
Ela semicerrou os olhos o fitando.
Sério mesmo? Como ele não lembrava? Bem, era óbvio, certamente beijava uma a cada dia. Ela era apenas mais uma. Uma que só tivera a sorte de estar no lugar certo e na hora certa, porque se fosse outra pessoa com Luna, provavelmente ele faria a mesma coisa.
– Nada. Esquece. – disse ela, bebendo um pouco de refrigerante.
Ele pigarreou.
– O dia em que eu te... beijei?
Ele praticamente sussurrou o final da frase, se inclinando na frente dela.
Candy engoliu em seco, olhando para a orla da praia iluminada há quilômetros de distância deles. Aquele seria um belo momento para dar um apagão da cidade e ela escapar pela surdina ou simplesmente o suficiente para ele não ver suas bochechas coradas.
Ah que vergonha.
Ela podia morrer ali mesmo.
– Não foi? Foi esse dia que eu beijei você? – questionou ele, dessa vez um pouco alto demais.
Silverstone o encarou por fim. Não podia morrer sempre de vergonha. Tinha que manter a compostura de uma mulher diante aos comentários dele.
– Foi. Na verdade – ela se apoiou na mesa com os cotovelos se aproximando o máximo dele – você implorou para me beijar.
Zayn sorriu de lado a encarando de um jeito diabólico.
– Você cedeu.
– Só por dó.
– Tsc, tsc. – estalou ele com a língua – Vou ter que implorar de novo?
Ela paralisou.
Sua pupila devia estar gigante devido ao arrebatamento que havia sido aquela pergunta.
Droga.
Eles estavam flertando era claro e evidente, mas não sabia que ele seria tão direto. Pensou que talvez, que talvez, ele demorasse um pouco mais.
Ela engoliu em seco.
– Eu estava brincando Candy. – comentou ele, um pouco sem graça, se encostando na cadeira – Nossa, essas cadeiras são horríveis não são?
– Preciso ir ao banheiro.
Ela disse a primeira coisa que veio em mente e saiu ouvindo ele a chamar baixinho.
Não sabia onde ficava o banheiro, mas entrou na primeira porta que viu uma boneca desenhada na frente. Seus olhos estavam marejados e sua garganta pegava fogo, segurando um soluço idiota.
Ela se encostou na parede gelada de um solitário e olhou pra cima deixando as lágrimas ridículas escorrerem pelo seu rosto.
Qual era o problema dele?
Por Deus.
Alguém tinha que explicar há ela qual era o problema dele, porque não estava entendendo aquilo. Ele estava brincando com ela, era isso? Era esse o defeito de Zayn Malik? Brincar com ela?
Ah que inferno, ela queria sua mãe. Queria Luna. Queria alguma amiga.
Não estava entendendo. E se tivesse beijado ele ao invés de ficar parada como uma idiota, ele ia empurrá-la e falar que estava brincando e depois reclamaria da maldita cadeira, como um completo idiota?
Ela ia matar Zayn Malik.
Porque havia sido tão rude?
Sua cabeça ia explodir. Durante todo o tempo que estavam juntos, desde que haviam saído de Londres ele parecia ser outra pessoa. Era leve, carismático e passava uma boa parte do tempo com ela. Era óbvio que tinha pensando sobre o beijo em questões de segundos – um tempo record diga-se de passagem – depois que insinuou que queria e no instante seguinte percebeu que ela não era nada do que ele queria.
Era a única explicação.
Ela saiu do privado secando as lágrimas, não choraria por causa daquilo. Voltaria lá e seria clara com ele.
O colocaria contra a parede.
Porque se ele não a queria, tinha muito gente naquele lugar que sim. E em Londres, nossa, o primeiro da sua lista seria Brooklin e faria questão de visitá-lo no escritório em horário de serviço e esfregaria na cara de Malik que qualquer um era muito melhor que ele.
Sim, ela faria exatamente isso.

De longe ela o viu. Tinha uma janela de vidro que separa onde ela estava e a mesa deles.
Zayn sorria com a língua entre os dentes e a garçonete que os atendia, estava inclinada encostando um pouco da perna na perna dele.
Era demais para ela.
Era demais pra qualquer um.
Candy suspirou fundo e ao se virar para ir até a mesa, bateu em um rapaz um pouco mais alto que ela, de cabelos cacheados. Ele sorriu se desculpando e pegou no braço dela falando mais alguma coisa.
Ela sorriu sem graça.
– Não falo português, sinto muito.
– Imaginei que não podia ser mesmo brasileira. – disse ele em inglês – É muito bonita e... loira demais.
Ela riu.
– Obrigada. – disse assentindo.
– Desculpa, novamente.
– Tudo bem. – respondeu ela caminhando firme, como se estivesse indo para a guerra.
Quando chegou a mesa sorriu simpática para a garçonete. Zayn a encarou desconfiado, mas não falou nada.
– Quer pedir a conta? – perguntou ele – Ou quer mais alguma coisa?
– Você quem vai pagar, não é?
Ele assentiu e ela pegou o cardápio na mesma hora.
– Eu quero tudo o que tem de sobremesa. Tudo.
– Candy, você não precisa...
– Precisa o que Malik? – indagou ela ríspida. – Fala pra ela, eu quero tudo. E o que eu não conseguir comer, vou levar pro hotel.
Ela sorriu de novo para a garçonete desejando falar em português e dizer algumas poucas e boas, mas o problema ali não era ela, por mais que odiasse a ideia, era ele.
Malik a fitou por alguns segundos e depois bufou, falando alguma coisa para a mulher.
– Antes de ela ir – comentou a garota irritada – você pergunta se ela pode me trazer uma caneta?
– Pra que quer uma caneta? – quis saber ele.
– Por que eu quero. – respondeu ela birrenta.
Ele pediu para a garçonete que se retirou em seguida e depois a olhou quieto. Ela mal podia olhá-lo, se não choraria ali mesmo. Tinha que ser forte. Zayn Malik não a conhecia, ela o faria sentir raiva de si mesmo, como ela estava sentindo dela.
– Candy, quer mesmo todas aquelas sobremesas? Talvez demore horas.
– Pode ir embora se quiser.
Não tinha intenção de ser tão grossa, mas ele estava merecendo.
– Você não entende. – murmurou ele – Você simplesmente não entende.
Ela piscou algumas vezes, olhando para ele por fim.
– Me explica.
– Não tem como.
A garçonete chegou entregando a caneta a ela. Candy o observou por um tempo, não tinha nenhuma expressão em seu rosto. Nada que dizia que ele se arrependerá ou não.
Ela balançou a cabeça e escreveu seu número em um guardanapo.
– Pede pra ela levar esse papel na mesa do canto, para aquele menino de cabelo enrolado.
Era o mesmo que havia batido quando saiu do banheiro.
– O que? Não vou pedir isso.
– Porque não?
– Você não conhece esse cara. – respondeu ele como se achasse aquilo óbvio.
– Eu mesma levo então.
– Você não vai sair dessa mesa. – advertiu ele, arrogante.
Zayn pegou o guardanapo da mão dela e entregou quando a garçonete veio até eles com uma porção de sobremesas.
Quando ela enfiou a primeira na boca, do outro lado viu o garoto acenar e então sorriu.
Malik ia descobrir que Candy Silverstone era vingativa.

DSTCDA – Z.

Ele sabia que se existisse no mundo uma porção de garotas que soubessem daquele momento com Candy todas elas desejariam sua cabeça rolando pelo morro do Vidigal, mas meu Deus, ninguém sabia que ele queria tanto isso quanto todas elas.
Um momento, um único momento de sobriedade e tinha estragado uma noite inteira.
Uma noite que talvez não tivesse fim. Ou quem sabe o fim fosse no seu quarto.
Puta merda, ele podia se jogar dali mesmo que não faria diferença.
Era um idiota. Um completo arrogante, cretino e idiota.
Mas caramba, ela tinha o fitado com aqueles olhos assustados. Como ia beijá-la? Parecia estar com medo.
E então a lembrança de uma garota veio em sua mente. Ela era treze anos mais nova que ele.
Não três ou seis, mas treze.
Ele queria beijá-la.
Minha nossa, Deus sabia o quanto ele queria beijá-la.
E só ele sabia o que tantas outras coisas gostaria de fazer com Silverstone, mas não podia.
Porque era uma menina. A loirinha da Aniballe.
Só de lembrar dos comentários idiotas sentia náuseas.
– Como foi o jantar? – indagou o Senhor Miguel abrindo a porta.
Zayn o encarou em silêncio, estava segurando várias embalagens de sobremesa. Aquilo não era uma pergunta apropriada para o momento.
– Obrigada. – disse Candy sorrindo para o motorista.
Ele queria matá-la por dar o número do seu celular para um desconhecido, mas também não tinha muita moral por dar em cima de Ana – a garçonete – era isso ou correr atrás dela ajoelhado pedindo desculpas.
Candy mexia demais com seu psicológico, ele não estava sabendo mais lidar com aqueles altos e baixos.
Zayn colocou no banco da frente todas aquelas caixas ridículas de sobremesa e sentou atrás, ao lado dela.
Por mais que quisesse gritar com ela, não tinha moral alguma pra isso.
Ele era o culpado.
Silverstone se arrumou no banco e se inclinou encostando a cabeça na janela. Ele só queria saber o que se passava pela mente dela. Bem, provavelmente seria algo sobre como ele era imbecil. E talvez essa não fosse à melhor definição.
O celular acendeu nas mãos dela e Candy sorriu olhando a tela. Ah, se fosse aquele estranho com cabelo desgrenhado ele iria gritar com ela.
– É o rapazinho? – indagou ele.
Caramella virou para encará-lo com uma expressão de poucos amigos.
– Rapazinho? – repetiu ela, condescendente – O nome dele é Caio.
Caio. Aquilo não era nome. Que idiota.
– Você não devia estar conversando com um estranho.
Ela revirou os olhos.
– Nós conversamos enquanto você estava lá com a garçonete.
Ele engoliu em seco.
– Que bom que fizemos amizades então. – disse ele, irônico.
– É.
Foi à última palavra dela. E a última conversa deles dentro do carro.
Zayn desbloqueou o blackberry e abriu alguns e-mails. Não podia dizer mais nada, ela tinha o desarmado por completo ao dar o número do celular para aquele moleque. Ele estava furioso e tinha que permanecer sereno por fora.
Aquilo era o inferno mesmo.

Eles estavam entrando no hotel com a companhia do Senhor Miguel que havia insistido em levar as sobremesas para o quarto de Candy.
Ele não queria que a noite terminasse estranha daquele jeito, mas já não sabia o que fazer para que ela tirasse aquela cara desapontada e um tanto quanto irritada.
Malik também estava desapontado e irritado com ele mesmo, mas droga, a merda já tinha sido feita.
Como queria voltar a trás e nunca ter falado aquilo sobre o beijo. Ela não merecia, nem ele.
Agora ambos estavam se sentindo de forma esquisita e o ar entre eles era constrangedor e um tanto quanto estranho.
Quando estavam quase chegando em frente ao elevador – com certeza aquela seria a pior parte e ele estava quase desistindo da ideia para subir de escada – ouviu Rick e Brian o chamando, caminhando em sua direção.
Zayn olhou diretamente para Candy, que estava completamente alheia a situação.
Merda, merda, merda.
– E ai chefe? – cumprimentou Rick, apertando meu ombro – Oi loirinha.
Ele se dirigiu a Silverstone, dando uma piscadela para ela.
Candy curvou o cenho e ele jurou que seu semblante se transformou de irritado para assustado em segundos.
– Você me chamou do que? – indagou ela, com a voz baixa.
Rick olhou para Zayn, Brian e depois para o Senhor Miguel, querendo que todos prestassem atenção no que ele estava falando.
Malik ia socá-lo se ele a desrespeitasse. Ia perder a cabeça.
– De loirinha.
A garota deu um passo para trás e passou por todos os homens rapidamente, sem falar nada, subindo as escadas sem olhar pra trás.
– O que foi que eu disse?
Zayn revirou os olhos. Puta merda.
– Senhor Miguel, o Senhor pode levar essas sobremesas para ela?
– Claro Sr. Malik.
Ele assentiu e saiu em direção ao bar sem mencionar uma palavra para seus empregados insignificantes.
Precisava beber. Precisava tirar a garota da cabeça e agir de maneira condescendente na frente dos dois idiotas. Mas dentro dele algo gritava exigindo que fosse atrás dela e perguntasse por que ela havia saído correndo.
Ele era um imbecil.
Tinha acabado de ganhar o certificado.

DSTCDA – C.

Toda garota tinha seu divisor de águas na vida. Bem, ao menos ela achava isso. Porque Candy tinha os seu. E aquele homem que ela esbarrava às vezes na empresa, com um jeito arrogante tinha a chamado de loirinha. E ela sentiu asco daquilo.
Alguns podiam achar que ela não passava de uma garota nojenta e talvez mimada. Porque o que é que tinha de mais aquele apelido? Bem, para ela tudo.
Tudo de ruim.
Quando estudava há dois anos esse era seu apelido e havia sido Douglas quem havia dado e a última vez que ouvirá, aquele som tinha uma conotação desagradável e podre.
Ela saiu correndo como uma covarde, mas por um momento, por um breve momento, sentiu-se encurralada e suas lembranças de uma tarde cinzenta lhe vieram à mente.
Aquela palavra que para maioria das pessoas era insignificante, para Silverstone trazia muito mais do que memórias, trazia sua vida passada.
Loirinha era alguém que ela havia sido um dia.
Hoje ela era Candy Silverstone. A Caramella. A doce Caramella.

Ela entrou no quarto e foi direto ao chuveiro. Queria esquecer. Esquecer tudo.
Pra sempre.
Ligou a água quente e se despiu do vestido, ficando apenas de lingerie.
Cada gota que caia era como se a livrasse daqueles momentos que pareciam estar impregnados na sua cabeça. Candy se abraçou e fechou os olhos.
Ele estava lá. De novo.
Seus olhos escuros como jabuticaba, a boca desenhada, os traços feitos com exatidão e perfeição. Ninguém jamais diria que ele podia ser o verdadeiro demônio em forma de gente.
Douglas Booth era mal. Ela não acreditava que existiam pessoas assim, até conhecê-lo.
Era aquele ditado: O lobo em pele de cordeiro.
Era exatamente assim que ele era.
E ela sentia calafrios ao lembrar de tudo.
Loirinha, pensou ela, que repugnante.
Silverstone deixou a água escorrer pelo corpo e a sensação ruim foi passando aos poucos. Não queria agir daquela forma na frente deles, principalmente na frente de Malik, mas não era forte a ponto de bloquear aquelas lembranças e continuar a vida ignorando o passado.
Sabia que Zayn não perceberia que ela tinha realmente fugido daqueles homens, provavelmente ele pensaria que ela simplesmente estava fugindo dele.
Nossa, como gostaria de estar com ele agora. Seria tão reconfortante.
Ela desligou o chuveiro se enrolando em uma tolha e deixou o corpo cair na cama, colocando seus fones de ouvido e Bethoveen para acalmar seu coração. Ia respirar um pouco e dar continuidade ao plano com o brasileiro. Porque se Malik havia pensado que ela não seria capaz, ele estava muito enganado.
Ela ia provar que quando uma pessoa quer dá-se um jeito. E ia fingir que queria Caio, mais do que tudo. E se realmente surgisse algo entre eles, ela simplesmente deixaria acontecer.
Tudo o que sabia até agora era que ele se chamava Caio era brasileiro, mas tinha estudado durante dois anos no Canadá. Ele morava em um bairro que ela não conhecia no Rio de Janeiro, mas procurou no Google e lhe parecia um lugar amigável. Candy tinha noção de que seria perigoso dar continuidade no plano, mas ela sabia se cuidar.
E Caio não parecia ser uma má pessoa. Bem, ela tinha quase certeza. Depois que conhecerá Booth, ela sabia diferenciar. Era alguma coisa nos olhos, ou simplesmente ela sabia como uma espécie de sexto sentido, a áurea da pessoa.
Ou ela confiava ou não.
Estava quase certa que tudo bem conversar com o rapaz. Aquilo deixaria Zayn cuspindo fogo e ela queria muito, muito mesmo que ele sentisse o mínimo de ciúmes dela.
A noite tinha tudo para ser a melhor da sua vida se ele não a tivesse estragado com aquele comentário idiota. Silverstone ia fazê-lo se arrepender de abrir a boca.
Pacóvio, pensou ela rindo, Zayn Malik era um pacóvio.
Ele não fazia por mal. Raramente o que ele falava tinha a intenção de deixá-la irritada ou magoada, mas mesmo assim o fazia. E isso o tornava um tolo.
E ela uma boba.
Uma boba totalmente e perdidamente apaixonada.

O relógio marcava nove horas da manhã. Ela vestiu uma bermuda jeans, uma blusinha solta e por baixo tinha colocado seu biquíni – um tanto quanto pequeno – brasileiro.
A noite tinha saído confusa, mas no fim, passou a madrugada conversando com Caio e ele havia a feito ficar calma e agora estava pronta para conhecer um pouco mais da cidade carioca com o cara que tinha conhecido em menos de vinte e quatro horas.
E ela iria contar absolutamente tudo para Zayn.
Entretanto, quando pegou sua bolsa e abriu a porta, se deparou com todas suas caixinhas de sobremesa em frente a ela. E do outro lado ele estava lá. Sentado com as pernas cruzadas vestindo bermuda e uma camiseta branca, comendo algumas das delícias que ela tinha o feito comprar.
Ela sorriu antes de fala alguma coisa. Malik era realmente impressionante.
– O que é que você está fazendo aqui? – indagou ela, não escondendo sua surpresa no tom da voz.
Ele sorriu, com os olhos inchados.
– Vim ver se estava tudo bem, então vi que não tinha comido as sobremesas que me fez comprar ontem e achei um desperdício. – ele deu mais uma colherada e depois continuou – Quer tomar café?
Ela riu balançando a cabeça. Queria tanto ficar. Queria sentar ao seu lado, mandar uma mensagem pedindo mil desculpas para Caio e esquecer do mundo ao lado de Zayn Malik. Mas não seria certo. Primeiro, porque o homem que estava sentando lindamente na sua frente, sempre dava um jeito de escapar das mancadas que dava da forma mais fofa que existia no mundo. Era um fato, ele sempre a surpreendia.
Mas não dessa vez.
Ela não deixaria que ele pensasse que toda vez que quisesse a companhia dela, ele teria. Não era bem assim. Em um dia pisar na bola e no outro trazer flores.
Esse era o mal dos homens. Eles não pensavam antes de fazer algo estúpido. Porém depois, achavam que era só aparecer com flores e bombons que estaria tudo bem.
Talvez em outra época. Talvez uma Candy uns meses atrás.
Agora seria diferente. Ele precisaria de mais.
– Eu vou ter que deixar tudo isso pra você, – ela passou por ele, vendo um Malik curvar o cenho – tenho um encontro agora.
– Um encontro? – indagou ele – Não me diga que é aquele garoto.
Ela sorriu.
– Ele mesmo. Estou atrasada, até mais.
Zayn se levantou rapidamente, ficando mais alto que ela.
– Você não vai sair com aquele cara!
– Porque não?
– Candy, pelo amor de Deus, você não conhece a pessoa, ele pode ser um maníaco, um bandido vendedor de órgãos.
Ela revirou os olhos. Ele parecia seu pai.
– Eu conheço ele. Nós conversamos por horas.
– Você o que? Não se pode conhecer uma pessoa tão rápido assim. Ele pode estar te enganando.
– Não adianta você falar. Eu vou de qualquer jeito. – ela deu de ombros.
– Não. Você não vai. – disse ele, aumentando o tom de voz.
– Senhor Malik. – vociferou – Você não manda em mim.
Ele piscou algumas vezes e deu um passo para trás.
– Você está certa, desculpa. – disse ele – Qual é o nome desse rapaz? Completo. Preciso ao menos saber com quem anda. Pela sua segurança empresarial. Luna me mataria se acontecesse alguma coisa.
Ela suspirou fundo.
– Caio Oliveira. – respondeu ela, enrolando um pouco a voz.
– O número do celular dele também.
– O quê?
– Ou você não sai desse hotel hoje. E eu falo isso como seu chefe.
– Você não pode mandar em mim.
Zayn colocou as duas mãos na cintura e suspirou fundo.
– Eu posso. – disse sereno demais – E se você não me der o número do celular dele, você está demitida.
– O que? – ela praticamente gritou.
Ele estava brincando, não estava? Ah diabos.
– Vamos. – Zayn fez sinal com a mão e ela bufou.
Ele parecia mesmo seu pai.
Idiota. Mil vezes idiota.
Zayn entregou o celular dele para ela e Candy anotou o número de Caio, com o nome Caio Delicious. Já que era pra irritar, ela sairia na frente de um jeito ou de outro.
Malik encarou aquilo e guardou o blackberry no bolso.
– Pronto? Posso ir? – indagou ela, irônica.
– Na verdade não. Mas você sabe o que faz da sua vida.
Ela assentiu e deu as costas.
– Tchau Senhor Malik.
Candy pegou as escadas. Não teria coragem de esperar pelo elevador. E quando virou o corredor, sentiu seu peito arder.
Porque sempre era uma tortura ficar ao lado dele? Porque ele tinha que implicar tanto com ela, já que tinha a ignorado pela segunda vez? Inferno.
Ela respirou fundo. E desceu aqueles inúmeros degraus praticamente correndo.
Se pensasse muito, voltaria até ele.
E não podia voltar. Ou ele ganharia e sempre seria assim.
Silverstone chegou ao saguão de entrada esbaforida e com muito calor. Ela arrumou os cabelos emaranhados e suspirou fundo quando viu o moreno de cabelo cacheado do lado de fora do hotel.
Ele era muito mais bonito do que ela lembrava.
E quando sorriu ao vê-la saindo, ela sorriu de volta.

DSTCDA – Z.

Ele estava em frente ao hotel sentando em um pequeno bar, olhando o movimento das pessoas indo e vindo da praia. Era engraçado como a cultura deles era tão diferente até na forma de conversar. Bem, principalmente na forma de conversar.
Os britânicos eram conhecidos por seu sotaque forte, entretanto enquanto estava sentado ali observando todos, às vezes ficava em dúvida sobre como a pessoa falava.
Eram tantas maneiras que ele se via rindo sozinho.
Sozinho.
Inferno.
Estava há horas esperando ela voltar, como um idiota.
Não estava preocupado. Tinha conseguido rastrear o rapaz pelo número de telefone – na verdade havia sido Joseph quem tinha feito a espionagem – e puxado toda a ficha dele.
Caio não era uma pessoa com quem tinha que se preocupar. Era um moleque carioca como qualquer outro. A única preocupação de Zayn era pelo simples motivo dele ser um homem. Ele era um homem e estava se divertindo com Candy.
Caio estava fazendo tudo o que ele queria ter feito com a garota que ele queria.
A vida era muito divertida mesmo. Ele devia rir de si mesmo.
A culpa era dele, não podia negar que não estaria naquela situação se não tivesse dado em cima da moça no bar na noite passada.
Ele estava terminando sua vigésima água de coco quando a viu do outro lado da rua, sendo deixada em frente ao hotel.
Malik suspirou fundo.
Luna logo chegaria com Payne e se ela não estivesse lá, Aniballe provavelmente surtaria desejando sua cabeça. Elas eram como carne e unha e ele chegava a pensar que talvez existisse um amor entre elas, que ele ainda não conhecia. Eram quase como irmãs.
Candy estava rindo alto que ele conseguiu ouvir o som da sua risada do outro lado. Ela parecia radiante com alguma coisa que o garoto disse.
Ele não podia ficar ali. Não podia mesmo.
Zayn levantou caminhando lentamente até eles. Queria que ela se despedisse logo e ficasse longe do rapaz de uma vez por todas.
Ora, ele estava surtando.
Que homem patético tinha se tornado, pensou ele. Ela estava ferrando com sua cabeça. A loirinha da Aniballe. Aquilo era ridículo demais.
Ele revirou os olhos, parando um pouco longe dos dois, para que pudessem se despedir de uma vez. E em um piscar de olhos, descobriu que ela tinha muito mais poder sobre ele do que queria admitir.
Com as mãos no bolso da bermuda, virou a cabeça para outro lado e deu uma risada baixa e desdenhosa. Aquilo era uma grande merda. Bem, na verdade era provável que isso fosse acontecer, mas bem na frente dele era estranho.
Algo dentro de Malik esquentou e incomodou. Não sabia dizer o que era, mas droga, – mesmo não querendo admitir –, sabia que era por culpa dela.
Quando olhou de volta, ela estava sorrindo envergonhada, dando um passo para trás.
Ele engoliu em seco.
Amava sua vida. Amava ter dinheiro, ser um homem de vários negócios, ter poder, empresas, carros e agora mulheres a sua disposição. Gostava de sentir-se poderoso, todo homem em suas faculdades mentais gosta, pensou ele, mas era terrivelmente degradante ter seus trinta anos, seu dinheiro, seu poder e tudo o que seus funcionários desejavam dele e ainda sim sentir inveja de um moleque qualquer apenas por estar beijando a garota que ele queria.
A garota que ele sonhava todas as noites.
Ele estava sufocando por dentro.
Malik suspirou fundo enquanto pensava sobre aquilo. Ela era tão bonita, doce, gentil e engraçada. Ela era companheira, amiga, sociável, inteligente. Era brincalhona, tagarela, às vezes abusada, mas mesmo assim delicada. Ele revirou os olhos, vendo Candy subir correndo as escadas do hotel.
Ela era tudo o que ele queria. Não podia esconder de si mesmo.
Não mais.
Entretanto não podia tê-la.
Não podia levá-la para passear e conhecer lugares que gostaria ao seu lado. Porque não podia segurar sua mão quando bem entendesse e sequer beijá-la. Então seria obrigado a assisti-la. Seria um espectador da sua incrível e maravilhosa vida.

Tinha planejado a reunião com Liam assim que ele e Aniballe chegaram de viagem. Seu melhor amigo estava radiante na manhã seguinte e Malik estava quase se enforcando com a própria gravata ouvindo Payne falar o quanto Luna era maravilhosa e perfeita.
Sua salvação tinha nome; Maria Julia.
Ela trabalhava para Henrique e estava do outro lado da mesa enquanto ele falava sobre os últimos detalhes da obra. Maria Julia não parava de encará-lo, desde que entrará pela porta da sala e ela era tragicamente esculpida para ele naquele momento.
Durante a noite não havia tirado Candy Silverstone da cabeça.
Aquela mulher serviria para acalmar seus nervos.
Não seria suficiente. Mas ela era loira e tinha olhos claros. Lógico que não tinha o mesmo tom e nem o mesmo sorriso doce e sapeca, mas ele estava ficando louco.
Assim que a reunião terminou, pediu a Liam – que ia permanecer mais um pouco – para usar sua suíte presidencial. Queria impressionar. Queria sentir que estava no poder de novo.
Não seria tão difícil conversar com Maria Julia e levá-la para um lugar mais reservado. Ela mesma parecia querer aquilo mais que ele.
E então, quando entraram no hotel parte de si queria mandá-la embora, mas não era aquela parte que estava tomando posse da sua mente. Era o corpo que precisava de um pouco mais de atenção. De um calor, um carinho, um aconchego.
Maria Julia era divertida e muito, mas muito atraente.
E quando terminaram de tomar a primeira garrafa de whisky, ele esqueceu onde estava e com quem estava. Simplesmente se deixou levar.
E mal sabia, que toda sua vida mudará aquela noite.

n/a: E O HEXA? VEM? EU ESPERO QUE SIM!!
OBRIGADA A TODOS PELO APOIO E A DIVULGAÇÃO, MEU CORAÇÃO TRANSBORDA! <33

AMO VOCÊS. 

Desculpa se te chamo de amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora