I wanna hold your hand.

472 46 13
                                    

Ele estava ansioso com o fechamento dos últimos detalhes e o andamento das obras. Mal podia acreditar que a empresa que administrava com o melhor amigo tinha conseguido um triunfo tão grande quanto construir a Vila Olímpica em um país gigantesco como o Brasil.
Todos os olhos do mundo estariam no país e se alguma coisa desse errado a culpa seria deles.
Mas Malik confiava no amigo. E Liam confiava nele. A equipe que estava à frente era capacitada e ele tinha certeza que aquele seria apenas a conclusão de que AEDAS, era a melhor empresa da Europa, e uma das melhores do mundo.
– O que achou Zayn? Podemos ampliar a área.
Ele bocejou. Estava acabado e tinha que tomar todas as decisões sozinho. Liam estava há uma hora aproveitando a vida boa e com certeza enfiado no primeiro quarto com Luna. Ele tinha sorte. Estava prestes há fazer trinta anos e por fim, encontrará o amor da sua vida.
Ele por outro lado, queria continuar vivendo em outro continente o mais distante de Amber possível.
Ela era o inferno em forma de gente.
– Nós devemos. Uns cinco metros está ótimo. Não quero ninguém reclamando. E isso evita aglomerações nas filas.
– Então por hora está concluído. – disse o chefe de obras apertando sua mão – O que vai fazer mais tarde? Temos um ótimo restaurante japonês.
Ele sorriu, mas antes que pudesse agradecer pelo convite, um engraçadinho se intrometeu na conversa.
– Provavelmente vai estar enroscado com a loirinha da Aniballe. – disse Rick, debochado.
Rick não era um idiota, mas todavia quando existia mais de um homem na sala, parecia que outros tinham a necessidade de tirar vantagem, ou fazer comentários bestas.
Naquele momento, Rick era um idiota.
Outros riram e Malik encarou os homens curvando o cenho.
Mas que diabo.
Ele sorriu sem mostrar os dentes e depois apertou o ombro do funcionário que não parecia ter amor a vida.
– Não entendi o que quis dizer. – respondeu ele sagaz.
Rick riu olhando para os demais. O chefe de obras era o único com o cenho curvado. Ele desconfiava que também fosse o único capaz de compreender que aquele comentário era muito infeliz.
– Ah Malik, a gente viu vocês no restaurante, cheios de intimidade. – o individuo deu uma risadinha tosca olhando para os colegas de trabalho, como se falasse "Vocês viram, eu tinha razão" – E então, conseguiu pegar?
Zayn apertou o ombro dele com mais força.
– Pelo amor de Deus Rick, Candy tem dezessete anos.
– Meninas dessa idade são bem safadas, se é que me entende. – comentou outro.
Ele engoliu em seco para não voar por cima daquela mesa e destruir a cara do idiota. Candy não era aquele tipo de menina que eles estavam se referindo.
– Vocês queiram me dar licença.
Ele pegou sua pasta, arrumando sua gravata, estava furioso. Será que pensaria a mesma coisa se não a conhecesse? Será que eles não pensavam que um dia poderiam ter filhas? Meu Deus que inferno. Peter e Jhon estavam naquela sala. Eles tinham filhos, não tinham? Lembrava de ter enviado um presente para a filha de Jhon. Sabia que ninguém gostaria que se referissem as suas filhas desse modo um dia. Ela não era aquele tipo de mulher. Não era.
Idiotas. Trabalhava com um bando de idiotas.
Liam tinha razão. Como poderia ficar com uma garota de dezessete anos sem causar um alvoroço. Tudo bem, ele sabia que ninguém tinha absolutamente nada a ver com a sua vida, ele era o chefe de todos eles, mas não podia expor ela.
Ela era uma estagiária. As pessoas eram rudes.
Malik se despediu de Henrique e saiu ignorando os rostos confusos dos seus funcionários.
Não brigaria por ela, por mais que algo dentro dele quisesse muito esmurrar todo mundo. Não seria certo. Porque sabia que se mandasse todo mundo para o olho da rua, – e ele queria muito isso – seria mais um motivo para Candy estar na boca deles.
Zayn balançou a cabeça. Não queria em hipótese alguma que ela fosse o motivo das rodinhas de conversa da empresa. Ele não deixaria isso acontecer.

Quando voltou para o hotel foi direto para seu quarto. A cabeça estava pesada e o corpo destruído. Ainda tinha aquela dor chata incomodando sua boca cortada pelo soco da briga da noite passada.
Queria um pouco de paz, precisava disso.
Tirou a roupa, tomou um banho gelado e depois deitou na cama. Aquele comentário de Rick estava o atormentando. Ele não vivia enroscado na loirinha.
Ah, minha nossa.
Loirinha era muito degradante. Candy nunca seria diminutivo, não para ele.
Malik fechou os olhos pesados e deixou o corpo descansar, perdendo a noção do tempo.

Estava sonhando com uma batida de bateria de carnaval, ele conseguia ver as mulheres com aquelas roupas coloridas e brilho com penas, dançando como jamais havia visto.
Mas aquela batida começou a entrar dentro de sua mente profundamente e então ele abriu os olhos.
O céu estava escuro e as batidas que ele jurava ser de carnaval nada mais eram do que batidas frenéticas na sua porta.
Malik mal abriu os olhos e correu para abri-la. Mas assim que o fez, se arrependeu de não ter ao menos jogado uma água na cara.
Lá estava ela.
O motivo pelo qual quis mandar metade dos seus melhores funcionários para o olho da rua.
Candy Silverstone.
– Meu Deus, você estava dormindo? – indagou ela, o fitando de cima a baixo.
Droga, ele estava só de cueca. E ela com aquele vestido vermelho que havia usado na festa no outro dia, só dificultava as coisas para o lado dele.
Ela estava linda. E ele de cueca.
O mundo era um lugar muito cruel mesmo.
– Eu estava. – murmurou ele – Aconteceu alguma coisa?
– Você disse que ia me levar para jantar. – explicou ela – Podia ter me avisado que não queria mais.
– Não, eu... – ele pigarreou – Bem, nós vamos jantar.
– Mas você estava dormindo.
Zayn coçou a cabeça. Podia morrer agora, facilitaria sua vida.
– Me espere cinco minutos.
– Tem certeza?
Podia ouvir na voz que Candy havia ficado triste. Ele era um merda mesmo.
– Claro. Entre.
Ele deu licença para ela passar e se arrependeu até o fim. Silverstone estava com um perfume delicioso e por mais que não quisesse desrespeitá-la, a fitou de cima a baixo quando virou de costas e ficou imaginando todo tipo de imoralidades que podia fazer com ela ali.
– Você quer alguma coisa para beber? – indagou ele, enquanto ela sentava em uma poltrona em frente a sua cama.
Ela sorriu delicadamente.
– Não precisa. Só não demore muito.
Ela sorriu de lado. Nunca tinha a visto sorrir daquela maneira. Com os olhos mais escuros que o comum.
Zayn pigarreou.
– Eu queria poder ler seus pensamentos agora.
Ela riu.
– Não, você não queria.
Ele curvou o cenho. Tinha algo nela diferente.
– Camisa branca ou preta?
– Preta. Você fica bonito de preto.
Malik sorriu de lado.
– Você está muito estranha. Não vai me contar?
Ela entortou os lábios sorrindo.
– Tudo bem, mas não pode rir, promete?
Ele cerrou os lábios, entrando no banheiro pra trocar de roupa.
Independente do que fosse, ela sempre o faria sorrir.
– Prometo.
Ele estava vestindo a calça jeans. Ainda não conseguia acreditar que tinha aberto a porta para ela só de cueca. Tudo bem que Candy já havia o visto em várias situações comprometedoras, mas ele sempre estava bêbado. Agora era diferente.
Estava em sã consciência.
– Você promete mesmo? – indagou ela, de um jeito um tanto quanto sedutor.
Ele engasgou, literalmente.
Candy estava encostada no batente dá porta do banheiro. Menos de um metro de distância. E aqueles olhos azuis pareciam percorrer por todo o corpo dele.
– Candy, o que é...
– Eu quero um beijo Zayn. Eu preciso que você me beije.
– O que?
Por Deus.
– É sério Senhor Malik.
Droga, não me chama de Senhor, pensou ele.
– Você enlouqueceu? – ele terminou de vestir a calça, incrédulo.
– Não, é você que está me enlouquecendo.
Ele a fitou. Aquilo era um apavorante. Era Silverstone que o estava deixando louco.
Ele a queria todos os dias. Aquilo era uma tortura. E ela não estava facilitando em nada.
– Tudo bem. – disse ela – É melhor nós não jantarmos juntos. Eu não vou me segurar mais, você só se importa com que os outros vão pensar e...
Ela falava demais, por Deus.
Zayn a puxou pela cintura, tinha que fazer logo antes que começasse a pensar demais e perdesse a coragem.
– Você sabe..
– Que se você fizer isso, não vai mais parar? Eu sei. E eu não quero que pare.
Ele sorriu e ela o beijou no canto dos lábios.
– Eu não quero o que você pare.
Malik apertou seu corpo, sentindo suas curvas e a beijou. Um beijo um tanto quanto violento, com vontade e sentimento.
Ele a queria muito.
Merda, ele queria aquilo demais.
Candy arranhou sua nuca e deslizou suas mãos macias pelo seu tronco.
Sentir ela era muito bom. Seus lábios eram doces e seu gosto lembrava seu wisky preferido.
Ela o puxou pelo cós dá calça, e riu entre o beijo, enquanto dava passos para trás, até chegar a cama.
Minha nossa, ele não podia acreditar.
– Candy, eu não sei..
E então, sem que ele percebesse o que tinha feito de errado, sentiu o rosto arder em um tapa.
E concluiu que sua vida era mesmo um desastre.
Tinha acordado no chão.

Desculpa se te chamo de amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora