Ela tinha que tomar uma decisão muito séria. Bem, talvez a mais séria mediante aos últimos acontecimentos.
Tinha um vestido verde escuro, soltinho, que marcava a cintura ou uma saia florida com uma blusinha clara.
Ela estava a quinze minutos tentando escolher qual dos dois era a melhor opção, para mais um dia de trabalho casual.
– O verde. – disse seu pai, enfiando a cabeça no quarto dela – Vamos, você está atrasada para a aula.
– Me de um minuto. – disse ela sorrindo para o Senhor Silverstone.
Ele tinha razão, o verde ficaria mais bonito. E era a opinião de um homem.
Ela mal tinha dormido aquela noite. Deitou na cama depois de um longo banho, com a camiseta dele feita de pijama. E passou cada detalhe na sua cabeça, tentando não esquecer de nada. Principalmente do gosto do seu beijo.
Quando abriu os olhos pela manhã, ela finalmente se sentiu realizada. Seu sorriso estava mais bonito, a pele dela parecia brilhar e seus lábios estavam mais rosados.
Ah, aquilo era bom demais.
Depois de fazer uma prova extremamente difícil de física, ela foi almoçar no restaurante que ficava ao lado do prédio da AEDAS. Cumprimentou seu garçom preferido e jurou que ouviu os pássaros cantando do seu lado enquanto caminhava para o estágio.
Aquele sentimento era muito bom.
Queria encontrar Luna de uma vez e contar sobre tudo o que tinha acontecido antes do beijo.
Como ele havia a tratado com respeito e carinho. E como ele havia sido sincero em suas conversas sobre a vida.
Ela estava no elevador, sozinha, mexendo em seu celular, quando alguém entrou rapidamente, fazendo a erguer os olhos. Era Liam Payne.
O chefe dos chefes, namorado – não que eles contassem para alguém, mas ah, ela sabia de tudo – da sua chefe, Luna Aniballe.
– Olá Caramella! – disse ele sorrindo, a chamando pelo apelido que Luna tinha inventado.
Caramella era Candy em italiano. E Aniballe era italiana. Até estava a ensinando falar algumas coisas.
– Oi, senhor Payne.
– Como estão os estudos? Está dando conta?
Era tão absurdamente constrangedor conversar com ele daquela maneira. Sem Luna por perto. Como se ela não soubesse o que eles fazem trancados naquele escritório.
– Hoje tive uma prova difícil, mas acho que me dei bem.
Ele assentiu.
– Se precisar de alguma coisa é só me avisar. – comunicou ele, parecendo estar realmente interessado em saber sobre o desempenho escolar dela.
– Obrigada.
O elevador parou de novo e dessa vez, viu Zayn Malik, se despedindo de uma moça muito bonita, aos sorrisos. Cheio de intimidade, com uma mão na curva da cintura dela enquanto a outra estava no seu rosto.
Candy não conseguiu evitar ao olhar de soslaio para Liam Payne ao seu lado. Ele tinha curvado o cenho, o que fez com que ela o imitasse.
Malik olhou para eles um pouco assustado. Não tinha percebido quem estava lá dentro.
Candy quis morrer quando ele entrou sério. Parando ao lado dela.
– Você resolveu aquele problema? – indagou Payne, sério, assim que as portas se fecharam.
Zayn pigarreou antes de falar.
– Mais ou menos.
Zayn virou para encarar Liam, fazendo Candy dar um passo para trás.
– E você está ansioso com os projetos?
– Mais ou menos.
Silverstone entortou um sorriso. Por algum motivo Liam estava irritado com Zayn o que fez ela querer beijar seus pés, porque ao contrário dele, ela não podia demonstrar absolutamente nada.
– Preciso ver alguns detalhes que eles estão me pedindo. – comentou Malik.
Liam o encarou assentindo.
– Nós temos que conversar depois. Está uma confusão naquele prédio.
– Bando de imprestáveis. – respondeu ele bufando.
Candy sentiu levemente os dedos dele, roçarem os seus. Ela inclinou a cabeça para fita-lo. Sentiu nos olhos dele que se perguntava se estava tudo bem.
Silverstone não queria bancar a ciumenta, mas ele tinha que concordar que sorrir daquele jeito para uma moça bonita como aquela, no dia seguinte que tinha a beijado era muita audácia da parte dele.
Ela afastou a mão, cruzando os braços. O elevador parou no décimo primeiro andar e então saiu. Os dois homens sabiam que ela tinha que descer no treze – apelido do último andar – , mas queria mostrar para Zayn que estava brava sim. E não se importava com o que Liam ia pensar sobre a secretária da namorada dele, estar batendo os pés, irritada.
– Você não está brava comigo, está? – indagou Malik, caminhando atrás dela.
Candy revirou os olhos, mas sorriu de lado por ele ter escolhido aquele caminho, já que o escritório também ficava no treze, como o de Payne.
– Porque eu estaria? – questionou ela, dando de ombros.
– Se pudesse, te beijaria agora.
Ela parou estática, olhando para os lados. Ele sequer havia falado aquilo em voz baixa.
– Você só esta falando isso para que eu não fique brava, por estar se exibindo para aquela moça. Mas eu não te julgo, ela era muito bonita.
Ele sorriu, segurando o braço dela, enquanto andavam pelos corredores.
– Você está brava então? Eu sabia.
Ela se virou para encará-lo.
– Senhor Malik, eu não estou brava.
– Ah, é claro que não. – provocou ele.
– Não seja contundente comigo.
Ele abriu a boca, soltando uma exclamação.
– Não estou sendo.
– Senhor Malik, o senhor pode flertar com quem quiser do mesmo modo que eu. Então se puder me dar licença, vou conversar com Brooklin antes de subir para o escritório da Luna.
Ele passou a mão na barba, um pouco irritado, trocando o peso nas pernas.
Candy nem sabia se Brook estava naquele andar, mas havia mentido, para ver a reação dele.
Era óbvio que estava irritada, mas não podia fazer nada diante disso, a não ser a mesma coisa.
Se Zayn ficasse com ciúmes dela também, por fim saberia das intenções dele.
Não queria se apaixonar por um cara que queria ficar com ela escondido das outras pessoas. Queria alguém que segurasse sua mão independente da onde estivesse.
Ela sabia que uma relação com ele, era quase impossível que isso acontecesse, mas exigia que a respeitasse, independente de qualquer coisa.
– Você só está fazendo isso para se vingar de mim. – concluiu ele.
– Disso, você nunca vai saber. – respondeu ela, curvando os lábios em um sorriso demoníaco.
– Ah, é mesmo?
Candy cruzou os braços na altura do peito, erguendo uma sobrancelha, enquanto o encarava, com o coração oscilando dentro do peito. Ele estava tão perto e ao mesmo tempo, tão distante.
– Talvez você se surpreenda comigo, Malik.
Ela não sabia da onde havia tirado aquilo, mas estava adorando. E quando ele a encarou desafiador, soube que tinha acertado.
– O que quer dizer? – indagou ele, em um tom desconfiado.
Ela engoliu uma risada. Não sabia.
– Eu preciso ir. – respondeu, sorrindo docilmente.
Ele levantou uma sobrancelha.
– Você...
– Candy, que bom te encontrar aqui! – disse Mellanie, surgindo ao lado dela, toda sorridente para Zayn Malik.
– Surpresa?
Mellanie, uma mulher que Candy não suportava nos dias de hoje, sequer a olhava para dizer alguma coisa. O tempo todo, focava em Zayn.
– É, nós precisamos trocar algumas ideias novas para empresa. – ela estendeu a mão em direção ao seu chefe – Olá, senhor Malik.
Candy revirou os olhos irritada. Elas não tinham nada para conversar. Se quer trabalhavam em um projeto.
– Eu estou atrasada, conversamos disso depois. – comentou ela, sorrindo amargo, olhando para uma mulher que sequer parecia perceber que estava ali.
– Também estou. – disse Zayn dando de ombros – Vamos Senhorita Silverstone?
Candy sorriu amarelo, irritada. Ele tinha aquele ar superior que ela sentia vontade de vomitar.
Malik passou por Mellanie sorrindo abertamente – fazendo a mulher suspirar – e encostou de leve no braço de Candy, roçando a ponta dos seus dedos delicadamente na pele dela.
– Vou pela escada. – disse ela impaciente.
– Ah, você não ia conversar com Brooklin? – indagou ele, cruzando os braços enquanto caminhava ao lado dela.
Podia morrer que seria mais divertido do que tê-lo ali, com aquele tom de arrogância que ela odiava. O que estava acontecendo? Era ele quem tinha flertado com a mulher, não ao contrário.
– Eu estou indo, se você sair do meu pé.
– Eu vou.
– Então vá.
– Mas eu vou, mesmo.
Candy sorriu balançando a cabeça. Ficariam naquela por dias.
– Até mais Senhor Malik. – disse ela, vendo vestígios de Brooklin do outro lado do corredor.
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Desculpa se te chamo de amor.
FanfictionQuando se têm dezessete anos toda garota deseja se apaixonar. Bem, na verdade toda mulher deseja se apaixonar, isso em toda sua vida. Mas o que acontece com uma garota que acha que encontrou sua alma gêmea aos dezessete anos? Candy Silverstone acred...