Estava se sentindo exausto. Amber havia passado na casa de Liam aquela tarde. Ele não sabia ao certo o que queria fazer, mas seu amigo dissera que ela parecia estar bem. Só procurando respostas que Zayn já estava cansado de dar. Aquilo o preocupava. Conhecia a mulher muito bem para saber que se estava calma, logo mais algo ia acontecer. E quando deitou no sofá do seu apartamento, depois de jantar com os pais de Candy, não se surpreendera tanto quando policias bateram em sua porta.
Um mandato de prisão, até segunda ordem. O fato era que Zayn Javadd Malik estava sendo acusado de abuso de menores. Ele bufou irritado, um tanto quanto estupefato por Amber levar aquela situação odiosa para ele, de maneira tão baixa. Só podia ser uma brincadeira de muito mau gosto.
Tudo bem que assim que abrira os olhos aquela manhã, sabia que alguma coisa muito estranha estava no ar. Mas, contudo, não pensará que algo como aquilo fosse acontecer. Abuso de menores? Mas que diabos. Jamais tocaria em Silverstone... Ele respirou fundo.
Só existia uma pessoa capaz de acusá-lo de tal atrocidade. Uma mulher inconformada com o término. Era óbvio que a acusação havia partido dela. Zayn engoliu em seco, e quando os policiais pediram para ele acompanhá-los, assentiu caminhando com cólera.
Aquela mulher era o demônio em forma de ser humano. Quando Malik chegou à delegacia, ligou para seu advogado. Marcus. Ele teria que tomar providências o quanto antes.
Não demorou muito para que o homem chegasse desesperadamente ao local. Ele já estava com a cabeça cheia devido ao caso de Booth – ainda precisava lidar com isso sem Candy descobrir – e agora, ele bufou, tinha Amber.
– Eu não quero que envolvam Candy nessa situação. – vociferou.
– Fica calmo. Eles vão revistar sua casa antes, seus pertences...
– Nós estamos juntos Marcus. Eu tenho uma relação com ela, mas é consensual. Os pais dela sabem caramba!
– Você tem que entender que é uma acusação grave, Zayn.
– Ela faz dezoito anos daqui algumas semanas. Por Deus!
– Eles vão querer um depoimento dela.
– Não. – disse em um tom de voz sério e sucinto – Não a deixe saber disso, por favor. Candy acabou de passar por uma agressão. É só eles puxarem a ficha, vão ver tudo lá. Marcus, dê seu jeito.
Definitivamente aquele era o pior dia da sua vida. Não devia ter saído de casa. Sequer aberto os olhos. Sua cabeça parecia que ia explodir. Aquilo com certeza era obra de Amber. Só podia ser.
Ele ia matá-la.
Candy não podia passar por mais aquela situação em sua vida.
Não, não, não.
– Malik, eu vou conversar com eles. Estão vendo seu celular e seus computadores. Vocês trocavam mensagens...
Seu advogado deixou a frase morrer.
Zayn suspirou fundo, irritado.
– Mensagens eróticas? Não, nunca.
– Ótimo. E quanto a fotos?
– Pelo amor de Deus, você acha que eu estava abusando dela?
– Não, eu não acho. Mas se tiver alguma coisa eles vão chamá-la até aqui. – explicou Marcus, pacientemente.
– Não. Não tem nada de fotos e mensagens. – ele colocou a ponta dos dedos nas têmporas – Diga ao policial que foi Amber. Ela está armando contra mim. Contra nós.
– Tudo bem. – assentiu ele – Eu volto mais tarde.
Malik deitou em cima da mesa. Não estava aguentando de dor de cabeça. Seu mundo estava girando e logo ia enlouquecer se continuasse naquela salinha imunda, tendo que responder perguntas que sentia repulsa.
Nunca encostaria um dedo em Candy sem ela permitir. Jamais. Em hipótese alguma.
Sabia que ainda era uma garota e as pessoas podiam ver de outra forma. Pela grande diferença de idade. Mas ele tinha caráter e acima de tudo a amava. Estaria louco se tocasse nela contra sua vontade.
Aquilo tinha que acabar. Amber não podia tomar sua vida nas mãos e achar que tinha o poder de manejá-lo como bem entendesse. Ele não era seu brinquedo. Não mais. Sem contar que defenderia Candy de todo mal que ela pudesse causar a garota. Não permitiria que sua ex noiva chegasse perto dela outra vez.
Zayn se espreguiçou na cadeira. Sua cabeça estava doendo tanto que chegava a ser insuportável. Ele precisava sair dali o quanto antes – sem ninguém descobrir do ocorrido – e encontrar a loira demoníaca que Amber havia se tornado. Ele a faria ser deportada do país com a raiva que estava sentindo, seria capaz disso. Faria alguma loucura, pelo menos uma vez na vida. Daria todo o dinheiro que tinha e a mandaria para Ushuaia. Ela com certeza encontraria alguém e seria feliz bem longe dele. Estava farto. Simplesmente farto.
– A acusação foi retirada. – comunicou Marcus – Não encontraram provas.
Ele suspirou fundo, aliviado. Havia passado horas, enclausurado sem saber o que estava acontecendo do lado de fora.
– Senhor Malik – disse um policial se aproximando dele – sinto muito pelo inconveniente, mas são as regras.
– Eu sei, está tudo bem. – ele se virou para Marcus – Ela sabe?
Ele negou com a cabeça.
– Ninguém ficou sabendo.
– Que bom.
– Vem, vamos pegar seus pertences e tomar um café. Quero saber tudo sobre essa história.
Malik balançou a cabeça.
– Você já não sabe?
Seu advogado deu de ombros.
– Eu pago.
– Com o meu dinheiro.
Marcus riu, mas Zayn não estava achando nada engraçado. Queria decepar alguém.
Estava se sentindo mais leve, mas ainda sim, sentia um aperto no peito. Graças a Deus nada mais grave havia ocorrido. Não se perdoaria se Candy tivesse que passar de novo por um interrogatório com perguntas um tanto quanto inconvenientes.
Ele acompanhou o homem mais velho até uma cafeteria que ficava aberta vinte e quatro horas. Contou há ele tudo o que podia sobre Candy e sobre seu fim perturbado com Amber, agora que ela descobrirá que Malik estava com outra pessoa. Ainda estava tarde, mas ele tinha plena certeza do que faria assim que o sol chegasse ao céu.
Acabaria com aquela mulher.
Não esperou muito. Assim que a manhã seguinte se iniciou e o mundo – ou melhor –, boa parte da Inglaterra, começará a viver novamente, ele saiu com apenas um propósito.
Não seria agressivo. Seria direto. Amber só queria estar com Zayn por causa do dinheiro.
Nada mais que isso. E seria isso e apenas isso que ele daria há ela.
Logo quando chegará em sua antiga casa, o sorriso de sua ex o fez sentir vertigem. Sabia que o que havia acontecido durante a madrugada a faria vibrar imaginando que tinha mostrado muito bem do que era capaz. O que ela não entendia, era que aquilo só o afastava cada vez mais.
– Eu achei que já tínhamos conversado. – disse, exausto daquele mesmo assunto.
– Não. – respondeu na lata – Só acaba quando eu quiser acabar.
– Você está fora de si.
– Candy Silverstone, nasceu dia 30 de novembro. O aniversário dela é daqui algumas semanas. Já comprou presentinho?
Ele não quis saber como ela havia descoberto aquilo.
– Amber.
– O que? Pensou que ia deixar ela tirar você de mim?
– Fala o que você quer e vamos acabar logo com isso. Eu deixo os carros pra você, essa casa, a fazenda, o apartamento em Manhathan, e alguma das lanchonetes que já estão no seu nome. É uma quantia exorbitante. Não precisará trabalhar pelo resto da vida se souber administrá-lo.
– Eu quero você. – disse ela, se aproximando dele – Eu quero você!
– Não dá.
– Claro que sim. É só você terminar com a garota e voltar pra casa.
– Amber, que parte você não entendeu...
– Não, Zayn! – gritou ela, jogando um vaso no chão que estava próximo – Que parte você, não entendeu, que vai largar dela e voltar pra casa? Ou será que vou ser obrigada a conversar com Luna?
– O que? Do que está falando?
Ele ainda estava olhando para os cacos no chão, quando finalmente entendeu o que significava aquela ameaça.
– Ah, ela adoraria saber da verdade.
Ele fechou os olhos massageando suas têmporas.
– Não vai fazer isso. Eu acabo com você, Amber.
– Ela entraria em choque se soubesse da verdade. Quem realmente Liam Payne é. E ele mataria o amiguinho, por ter contado seu segredo.
Ele não seria culpado pela destruição de Payne. Não mesmo.
Mas ah, seu coração estava apertado. Sabia exatamente o que ela ia pedir. Amber sorriu maligno, e jogou o cabelo pro lado, se aproximando dele de novo. Zayn deu um passo para trás. Aquilo não podia acontecer.
– O que quer que eu faça?
– Você sabe.
Malik olhou para o lado engolindo em seco. Se ignorasse aquela ameaça, provavelmente o mundo desabaria aos seus pés. Já havia provado em carne viva do que Amber era capaz.
E contar a Luna que ela e Liam já haviam namorado antes do acidente – antes dela perder a memória – e ele escondia isso durante todos esses anos e até hoje, enquanto estavam juntos novamente, provavelmente destruiria ambos. E se Payne descobrisse que havia confiado um segredo a Zayn e agora Amber estava prestes a contar a Aniballe – porque seu melhor amigo não era tão confiável assim – a amizade dos dois chegaria ao fim.
Ele não permitiria. Não seria capaz.
Mas como teria a coragem de terminar com Candy? De ferir seus sentimentos novamente? Ele a amava. Merda, queria ter conhecido a garota anos atrás. Queria ter sido seu primeiro e único amor. Desejava mais que tudo outro caminho para os dois.
Era seu fim. Só podia.
– Vou sair daqui e vou direto conversar com ela. – disse antes que algo pior saísse da boca da mulher.
Ela sorriu, soltando um gritinho.
Ele estava vazio por dentro.
Amber não estava com sua cabeça no lugar. Ela literalmente havia enlouquecido.
E tinha certeza da destreza dela para acabar com Candy. Uma mulher com raiva e desequilibrada iria até o fim.
O pior momento da sua vida até hoje havia sido a morte de Pantera. Ele amava seu cavalo e durante anos, Pantera se tornará seu melhor amigo. Entretanto aquele se passará a ser o segundo pior momento da sua vida. Ele não tinha ideia do que falaria para Candy.
De como contaria há ela que não a queria mais, sendo que essa era a mentira mais descabida do século.
A pior dor do mundo seria machucá-la e ele estava a dois passos de fazer isso.
Seu coração estava batendo com força contra o peito e suas mãos tremiam. Mal sentia as pernas e toda vez que tentava respirar corretamente, sentia uma dor terrível.
Pensará muito no caminho para a casa dela. Podia contar a verdade. Porém outra pessoa ficaria sabendo sobre a história de Liam e Aniballe. Por mais que confiasse em Candy, não podia correr o risco. A última vez já havia aberto a boca em um momento de fraqueza e contado o maior segredo da vida do amigo a Amber e agora se via naquela situação de merda.
Droga, ele realmente não sabia como seguir a diante.
Ela estava radiante descendo as escadas do colégio. Faltava apenas algumas semanas para se formar e para completar dezoito anos. Ele engoliu em seco. Tinha prometido que há levaria ao baile, já havia mandando algumas ideias para o presente dela ao joalheiro, entretanto nada daquilo ia acontecer.
Ele teria que quebrar o coração da garota. Infelizmente.
– Que surpresa. – disse ela, com um sorriso lindo.
Zayn a observou por um instante. Estava tão perfeita. Os olhos mais claros do que de costume em contraste com a pupila escura que quase tomava toda sua íris. Não queria ser um cretino, mas não existia outra saída. Talvez um dia simplesmente terminassem aquela relação e ele... ele não podia perder o amigo. Payne era seu irmão. Não o trairia dessa forma. Jamais seria capaz disso.
– Aconteceu alguma coisa? – indagou ela, curvando o cenho preocupada.
Ele sorriu tentando amenizar a dor no peito. Não queria perdê-la. Não queria mesmo.
– Não. Só queria te ver.
Ela jogou os braços em torno do pescoço dele.
– Podemos almoçar e ir trabalhar juntos, se puder é claro.
– Seria ótimo. Era essa minha intenção.
– Tenho que ajudar Luna no projeto da ponte. Ela está atrasada.
– Mas não é daqui há uma semana?
– Sim.
Ele balançou a cabeça, abrindo a porta do carro para Candy. Seus ombros estavam rígidos e suas mãos soavam. A boca estava seca e o coração batia no peito atormentado.
Pela primeira vez sentirá medo de verdade. Medo do que ela podia pensar quando ele dissesse que tudo o que haviam vivido, chegará ao fim.
Só de Malik imaginar, um nó se formara em sua garganta. Ele estava péssimo.
Acabado por dentro. E talvez deixará transparecer seu apavoramento no meio do caminho até o restaurante, porque Silverstone que normalmente era uma tagarela sem limites, estava silenciosa, o encarando de esguelha, certamente preocupada com o silêncio dele.
Não conseguia conversar como se nada fosse acontecer. Como se não fosse partir o coração da menina que amava.
– Alguma coisa está acontecendo? – perguntou preocupada, se remexendo no banco do carro.
Ele pigarreou.
– Nós precisamos conversar. – disse por fim, com uma angustia no peito.
Por Deus, ele estava com tanto medo. Estava apavorado. Sabia que ia se arrepender dessa decisão até o último dia da sua vida. Mas não podia colocar mais Candy naquela história sobre o acidente de Luna. Teria que ser firme.
Zayn fechou os olhos por um instante. Não queria ter de fazer, mas precisava. Só faria isso para o próprio bem dela. Assim que abriu os olhos novamente e a encarou viu lágrimas se formando no canto dos olhos dela.
Malik olhará para frente novamente, parando o carro na esquina. Não conseguia encarar Candy. Era fraco demais para isso.
– O que foi? – indagou ela, com a voz fraca.
– Eu andei pensando sobre nós.
– E? Eu fiz algo que não gostou? Me desculpa por isso.
– Não. – disse rapidamente.
Você é perfeita, desejou acrescentar, mas ficou em silêncio.
– Então? Eu posso melhorar, é sério.
– Não é nada disso. É – suspirou fundo, sentindo uma fisgada no coração –, nós... isso não vai dar certo.
– Ah.
Ele desejou morrer.
DSTCDA – C.
Ele dissera aquilo em voz alta e sequer a olhará nos olhos. Zayn estava frio, percebera isso assim que o viu em frente ao colégio. Sua postura não era a mesma e aquele sorriso fraco também o entregará. Mas ela jamais imaginará que ouviria isso dele.
Não agora, em que tudo parecia estar indo tão bem.
– Você não gosta mais de mim?
– Não quero que pense que a culpa é sua!
– Eu não entendo.
– Existem coisas que não podemos explicar. – disse ele, a olhando por fim.
Ela queria morrer. Queria que o mundo acabasse naquele instante, ou que Zayn desse uma gargalhada maravilhosa e dissesse que aquilo não passava de uma brincadeira com ela.
Mas os segundos se passaram e então Candy perceberá que desejos nem sempre se realizavam. O silêncio se transformará em minutos e ela soltou um soluço abaixando a cabeça.
Droga, odiava ser chorona, mas não conseguia fingir ser outra pessoa. Aquilo era ela.
Uma garota totalmente apaixonada, que sentia que o amor era o sentimento mais pleno da face da Terra e meu Deus, era tão injusto que ela não pudesse vivê-lo uma única vez.
Era tão injusto ela não ser feliz com quem amará e dera tudo de si.
Porque? Que coisas eram aquelas? Ela não entendia.
– Por favor, diga algo. Não pode ser apenas isso, Zayn.
– Não chore.
– Como não quer que eu chore? – replicou ela.
– Sempre vou estar aqui. – Malik colocou uma mão, sobre a dela – Mas será de um modo diferente.
Ele só podia estar brincando. Então aquele era o fim? Se perguntou, quase morrendo do coração. Não. Não podia ser assim. Meu Deus.
– O que quer dizer com isso?
– Que... – ele olhou para fora da janela. – nós não podemos ficar juntos, mas eu tenho um carinho grande por você, sempre vou ajudá-la se precisar de mim.
Ela permaneceu em silêncio por um tempo. Era isso mesmo que estava ouvindo. Ele tinha um carinho muito grande por ela? Por Deus, não!
– Porque não podemos? Eu preciso de uma explicação. Não pode ser assim.
Estava desesperada. Só de imaginar sua vida longe dele... Só de imaginar ambos trilhando caminhos separados, ela queria morrer. Não! Não tinha entregado seu coração para Malik simplesmente abandoná-lo.
– Eu pensei muito hoje a noite.
Era mentira. Aquilo era mentira. Eles estavam ótimos na última vez que haviam se visto.
Não podia ser. Não podia.
– O que é que você tenha feito eu perdôo, eu juro!
– Não Candy você não pode! Você merece mais que isso.
– É Amber? Ainda gosta dela?– por mais que doesse seu coração, ela queria saber – Porque eu amo você... Droga Zayn, eu amo você... E se eu tiver que ser sua amante, serei e Deus tenha piedade de mim, porque sei também que isso é errado, mas tudo que é feito por causa do amor é santificado.
– Por favor, não diga besteira. Eu jamais pediria uma coisa dessas a você, Candy.
– Então me diga, o que houve? Não pode simplesmente aparecer e falar que não da mais. Eu quero um motivo. Eu preciso de um.
– É Amber.
Nada na vida dela havia sido mais doloroso do que aquele momento. Claro que já tinha passado por situações degradantes e desumanas, Malik mesmo sabia disso. Entretanto, um amor não correspondido era algo que só quem passará na vida, podia entendê-la naquela hora. Seu coração estava muito mais do que partido. Estava nas mãos dele desde que o conhecerá e Zayn simplesmente o jogará fora.
Durante todos aqueles meses, tudo o que havia passado, não significava nada para ele. Já que provavelmente, não esquecerá Amber um minuto. Candy havia sido apenas uma distração.
– Isso é sério? – indagou ela, com um pouco de esperança.
Ele estava mesmo dizendo isso há ela? Sem piedade alguma dos seus sentimentos?
Zayn inspirou fundo, a olhando por um instante. Seus olhos estavam vermelhos.
E então ele balançou a cabeça, confirmando há ela, que tudo havia mesmo acabado.
Silverstone sorriu, deixando as lágrimas escorrerem sem fim.
– Então, espero que seja feliz. – disse com a voz fraca, sentindo o mundo desabar.
Ele ficou quieto. Não disse uma palavra. Sequer parecerá se importar com o "eu amo você" que havia dito. Era isso. O seu conto de fadas mais uma vez, chegará ao fim.
E dessa vez, ela não se reergueria tão fácil.
Candy desceu do carro e caminhou firme, sem olhar para trás. A cada passo que dava, pedia silenciosamente, enquanto as lágrimas iam caindo, que ele aparecesse atrás dela, mas o caminho até a empresa fora marcado por tristeza e decepção.
Porque Zayn não surgirá. Porque ele amava Amber. E ela não era suficiente. Nunca fora e jamais seria.
A sorte da garota – se é que podia chamar assim –, era que Luna permanecerá quase toda a tarde trancada no escritório arrumando todos os detalhes do seu projeto. Candy ficara em silêncio por todo tempo. Logo quando entrará na AEDAS, deixou o que tinha acontecido para trás e se concentrará no que precisava fazer.
Fingir que nada havia acontecido.
Porém por diversas vezes, correrá ao banheiro para chorar baixinho. Obviamente sabia que seus olhos estavam inchados, mas ninguém tocara no assunto. Estava com tanto medo de encontrá-lo pelos corredores, entretanto, uma partezinha do seu coração desejava vê-lo.
Desejava olhar em seus olhos, mais uma vez. E perguntar por que tinha feito aquilo com ela.
Porque dado presentes, os melhores beijos, carinho, atenção e seu melhor sorriso, se depois ia pedi-los todos novamente.
Não continuaria ali. Passara o dia como um zumbi sem vida. E ao decorrer dos dias aquilo só pioraria. Não seria fácil tomar aquela decisão, mas Luna teria que entender.
Não podia contar a verdade além de tudo, então culpara a si mesma.
– Como assim sair da empresa? – indagou Luna, quase gritando.
– Meus pais exigiram.
– Você não pode estar falando sério.
Ela deixou uma lágrima escapar. Odiava mentir, mas fora ela quem tinha entrado naquela situação e não seria agora, depois de todos aqueles meses que contaria a verdade para sua amiga, por mais que doesse nela como o diabo, seria assim.
– Pode ligar pra eles se quiser.
– Não, claro que não. – disse, suspirando fundo. – Vou sentir sua falta.
– Eu também. Mas minhas notas estão péssimas. É meu último ano.
– Eu entendo. Quero o seu bem. Você será uma mulher incrível.
Ela sorriu, deixando outra lágrima cair.
– Obrigada. Espero você na minha formatura.
– É claro que vou. Espero que consiga se recuperar no colégio e entre em uma boa universidade.
– Estou pensando em fazer um curso de fotografia.
– Jura? Não sabia que gostava. Bem, isso será incrível, tenho certeza.
Silverstone respirou fundo. Ainda precisava voltar no outro dia, mas faltaria aula para assinar os papeis e rezaria um terço para não encontrar com ele.
– Vou sentir sua falta. – falou, sincera.
Luna sorriu, com os olhos marejados.
– Eu também vou. – disse a abraçando – Todos nós vamos.DSTCDA – Z.
Ela havia ido embora há alguns dias. Partido. Por culpa dele. Zayn tinha plena certeza disso. Não quisera ter se apaixonado. Sabia, tinha que ser humilde, e falar que sabia que tinha se encantado com a bagunça dela e com seu entusiasmo com a vida, mas como poderia conseguir ter um relacionamento com uma garota treze anos mais nova que ele? Nunca sequer havia beijado uma garota tão nova assim. Amber havia feito tudo detalhadamente para ferrá-lo.
Nossa, que Deus o ajudasse, porque queria matar a todos. Lembrar de Candy chorando na sua frente, partirá seu coração fazendo-o se sentir completamente vazio e podre.
Sequer tivera coragem de contar a verdade. De contar que passará a noite na delegacia por obra de sua ex noiva e que a mesma havia o chantageado para terminar com a garota.
Era um covarde.
Ele não queria ter se apaixonado, porque agora estava destruído.
– Você está bem? – perguntou Luna, inquieta.
Ela havia dado a notícia de que Candy passaria um tempo na Bélgica, na casa dos avós logo depois da formatura. Zayn estava longe de ficar bem. E algo dentro do seu peito dizia que Aniballe sabia exatamente que alguma coisa estava acontecendo. Mas não queria ter de dizer. Como contaria para ela que ele e Candy estavam juntos durante um bom tempo. E que tinha se apaixonado pela garota mais sensacional no mundo inteiro e a perderá, partirá seu lindo coração. Luna o mataria.
Meu Deus, não. Ainda precisava lidar com as chantagens de Amber, em contar sobre o segredo de Liam a Aniballe. Provavelmente, se isso viesse a acontecer, ele não se perdoaria.
Porque seriam mais duas pessoas que amava – porque claramente amava Luna e Payne – que teriam a vida destruída e os corações quebrados por ele.
– Uhum. – pigarreou antes de continuar – Bem, ela disse o por quê?
Ele se remexeu na cadeira, com um embrulho dentro do estômago. Não sabia o que era aquela sensação, mas não parecia ser algo bom. Ela colocou o lápis entre os dentes sem perceber, pensando em alguma resposta, Malik se reclinou tentando disfarçar a ansiedade.
– Cansou de Londres.
Ele engoliu seco. Era doloroso falar sobre ela.
– Candy tem razão. – disse – Fico feliz pela garota. Ela era... boa.
– Boa. – repetiu Luna, erguendo uma sobrancelha – Candy era mais que isso. Ela era especial.
– Você fala como se a garota tivesse morrido. – disse ele, olhando um ponto por trás dos ombros de Aniballe.
– Desculpa. É que sinto falta dela.
Ele olhou a mulher nos olhos e sorriu, formando uma linha fina e reta entre seus lábios, também sentia a falta de Candy Silverstone.
n/a: só meu coração fica apertado nessa fase? E quem não sente falta de Candy, meu Deus hahahaha </3
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Desculpa se te chamo de amor.
Hayran KurguQuando se têm dezessete anos toda garota deseja se apaixonar. Bem, na verdade toda mulher deseja se apaixonar, isso em toda sua vida. Mas o que acontece com uma garota que acha que encontrou sua alma gêmea aos dezessete anos? Candy Silverstone acred...