Relationship.

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Nas últimas semanas Candy tivera pesadelos com Douglas preocupando seus pais, entretanto o apoio e a presença de Zayn todos os dias acalmara seu coração.
Ela se sentia melhor quando ele a abraçava e sua alma parecia querer se conectar com a dela.
O toque dele segurando sua mão com força, demonstrando que não precisava sentir medo, que Malik estaria ali se precisasse dele, era tudo que a confortava.
Quando se perguntava por que tivera que passar por aquilo de novo, porque ela e não qualquer outra pessoa, ele a fazia bem. Porque a resposta de todas as perguntas sempre estivera a sua frente.
Jamais vivenciaria o melhor momento da sua vida se não fosse por Booth. Candy não percorreria o mesmo caminho que a levará até Zayn e talvez perdesse a grande chance – a chance que poucos têm, ela pensava – de encontrar o grande amor da sua vida.
Silverstone suspirou fundo. Não precisaria ir trabalhar, Zayn havia a dispensado por tempo indeterminado, disse que se Luna voltasse antes dela, mentiria sobre um atestado de gripe, ou qualquer coisa do tipo.
Ela estava bem.
Lógico que já tivera dias melhores pensou, mas a primeira vez que Douglas a agrediu, tudo foi sombrio e mil vezes mais doloroso.
O que havia acontecido, era como um borrão em sua mente.
Tinha aprendido nas suas inúmeras sessões de terapia que nada daquilo era sua culpa. E hoje ela sabia disso.
Se Booth não conseguia lidar com os problemas dele, ela não tinha nada a ver com isso e por mais mal que fizera há ela, Candy esperava que um dia ele entendesse. E que se não abrisse os olhos de uma vez por todas, as coisas só piorariam.

Depois de fazer um prato gigantesco de panquecas e pegar todo tipo de cobertura na geladeira, Candy se jogou no sofá. Passaria o dia todo ali assistindo That 70's show e pensando em como era lindo ver Ashton e Mila juntos de novo.
Entretanto seu celular tocou e Silverstone quase desmaiou ao ver o nome na tela. Toda vez que ele surgia, independente se era apenas para dar um oi e perguntar se ela estava bem, a garota sentia o mundo abaixo dos seus pés, se transformarem em nuvens.
– Zayn? – indagou.
– Bom dia. – disse ele – Como está se sentindo?
– Estou bem, obrigada.
– Fico aliviado em saber disso. Ahm... eu estava pensando se podia te ver hoje.
Ela colocou a mão em cima do coração e soltou um sorriso.
– Claro. Que horas?
Ai meu Deus. Ele queria vê-la de novo.
Seria um novo encontro? Um que desse certo dessa vez? Sua cabeça estava a mil.
– Bem, você podia abrir a porta? Está um frio aqui fora.
Ela se levantou rapidamente.
O que?
– Você está aqui? – indagou desesperada.
– Estou. – respondeu ele, rindo.
Minha nossa.
Ela estava com o cabelo desgrenhado, os olhos inchados, tinha acabado de acordar.
E ele estava ali. Parado em frente à casa dela.
Candy suspirou fundo.
Tudo bem, tudo bem. Se ele fosse o amor da sua vida – e ele era –, Zayn teria que se acostumar em vê-la daquela maneira. Aos seus olhos, ela seria a mulher mais linda do mundo.
Assim esperava.
– Ahm... deixa eu achar a chave, só um pouquinho.
– Tudo bem.
A chave estava na fechadura, mas ela precisava de uma desculpa. Desligou o celular e correu para frente do espelho, no banheiro.
Meu Deus.
Passou apenas um perfume e desejou sorte a si mesma.
Logo quando abriu a porta, sentiu seu coração aquecer dentro do peito.
Malik vestia um moletom verde – um pouco grande para ele –, que o deixava com uma aparência uns dez anos mais jovem. Ele estava lindo e tinha sacolas nas mãos.
– Bom dia. – disse ele, dando um beijo na bochecha dela – Posso entrar?
Candy assentiu, boquiaberta.
Quando Zayn passou, sentiu seu perfume amadeirado.
– O que trouxe?
– Eu liguei para seu pai, perguntei se ele se incomodaria se eu passasse um tempo aqui. Como ele disse que eu seria bem vindo e seria ótimo você ter companhia, cá estou eu. E trouxe comida.
Ela sorriu, balançando a cabeça.
Zayn sempre era imprevisível e ela amava isso nele.
– Ligou para meu pai mesmo? – indagou, sem acreditar.
Ele deu de ombros, sorrindo malicioso.
– Eu disse que eles me adoram.
– Ah claro. – retrucou.
– Onde coloco?
– O que tem ai?
– Algo para o almoço. Surpresa. Mas antes vou fazer um café.
– Tudo bem, vamos para cozinha então.
Ele assentiu seguindo a garota. Candy ainda não estava acreditando que Malik estava ali.
– Preciso que coloque água para esquentar, enquanto eu separo os ingredientes. – disse ele, como um chefe de cozinha.
Ela fez uma reverencia exagerada, tirando risadas dele.
– Que café vai fazer? Eu prefiro chá, Milky.
Ele balançou a cabeça, separando alguns ingredientes.
– Vou fazer algo que tomava com Liam em Dubai. É quase um chá, vai cardamomo e açafrão.
Ela fez careta.
– Precisa de tudo isso mesmo? – perguntou, sentando na bancada – Não pode ser um chá normal com muito leite?
– Sim, se você gosta do convencional.
– Ai. Essa doeu.
– Desculpa. – disse ele, se aproximando dela, se encaixando entre suas pernas – O que me diz?
Ela mordeu o lábio inferior, em uma tentativa falha de tentar esconder o sorriso.
– Sobre o que? – Candy colocou os braços em torno do pescoço dele.
– Sobre ser convencional. Às vezes é bom mudar, deixar o chá de lado e se afogar no café.
Silverstone não conseguiu segurar o riso.
– Você acabou de tentar ser sexy, falando de café?
Ele riu a acompanhando.
– Não estava tentando ser sexy. No que você estava pensando?
Ela enrubesceu no mesmo instante. Pelo amor de Deus, ele estava no meio de suas pernas, não conseguia pensar em outra coisa.

DSTCDA – Z.

Ela o encarava com os olhos incrivelmente azuis. Uma cor tão intensa que não tinha nada parecido para descrever. Era um azul único. Um azul dela.
Por Deus, ele queria muito beijá-la.
Essa era a única coisa que queria fazer desde que Candy abrirá a porta. Mas estava tentando se conter. Precisava descobrir se ela estava bem antes.
– Para de me olhar assim! – reclamou, colocando as mãos em seu rosto.
Ele sorriu. Não percebera que estava a olhando como bobo.
– Eu não consigo. – disse, apertando a cintura dela contra seu corpo.
Candy era linda. Estava com o cabelo emaranhado, os olhos inchados e mesmo assim continuava a mulher mais linda que ele já vira em toda sua vida.
– Zayn! – reclamou ela de novo, balançando a cabeça.
Os lábios dele se transformaram em um sorriso malicioso.
– Desculpa, mas é que você está absurdamente linda. – falou. – E tão cheirosa – ele se aproximou dela, sentindo o perfume em seu pescoço. – Não consigo me afastar ou parar de te olhar.
Silverstone deu uma risadinha envergonhada e o abraçou com força por cima dos ombros, enquanto suas pernas envolviam sua cintura.
Malik a beijou. Não aguentava mais aquela distância entre suas bocas. Ela tinha lábios perfeitos que mereciam ser beijados. Colocou as mãos por baixo da blusa dela sentindo sua pele quentinha a ouvindo arquear um segundo por causa do choque que sua mão gelada provavelmente havia causado.
Zayn subiu lentamente até chegar aos seus seios.
Ah meu Deus, ele a desejava tanto.
Candy suspirou profundamente, passando a língua contra a linha da mandíbula dele, até chegar ao lóbulo da sua orelha.
– Zayn? – sussurrou ela. – Nós estamos na cozinha.
Ele se afastou apenas para apreciá-la. Não importava onde estavam, queria ela. Precisava dela.
– Shhh.
Malik só queria tocá-la. Queria que Candy Silverstone pertencesse há ele mais uma vez.
Estava derramando desejo por cada parte do seu corpo, cada curva e pedaço de pele. Sentia-se ansioso toda vez que os movimentos do corpo dela dançavam em sua memória, da última noite em Paris e da sensação prazerosa que era sentir ela se contorcendo embaixo dele.
– A água está quente. – disse ela, com receio.
Ele deu um passo para o lado. Não queria que a casa pegasse fogo. Não de maneira literal.
Candy desceu da bancada e desligou o fogão. Zayn a abraçou de costas, jogando o cabelo dela para frente, deixando uma pequena parte do seu pescoço exposta.
Ele a beijou lentamente, fazendo a garota se arrepiar.
– Não consigo te beijar como gostaria. Sua blusa não deixa. – disse, ouvindo-a rir.
– Não seja por isso. – respondeu ela, tirando seu moletom, ainda de costas para Malik.
Ele se segurou, cerrando os punhos. A admirou de cima abaixo, despindo seu corpo com os olhos.
Candy colocou as mãos sobre os pegadores do fogão e quando ele tocou seu pescoço novamente, passando as mãos em sua cintura, ela contorceu os pés.
Ele a abraçou colocando uma mão em sua barriga, enquanto a outro deslizava a alça da sua lingerie. Malik beijou, lambeu e mordiscou seu pescoço, sua clavícula a nuca. Candy se curvava sentido cócegas e jogava o quadril contra ele, o que não ajudava em nada a fazer com que mantivesse sua sanidade intacta. Estava louco por ela.
Abriu seu sutiã e Silverstone se cobriu com as mãos. Minha nossa, ela de costas era ainda mais linda. Suas curvas eram tão delicadas. Era incrível e talvez sobrenatural a atração forte que sentia por Candy. Ele estava tão profundamente envolvido naquela relação.
– Nós estamos na cozinha! – disse ela de novo, rindo e virando-se de frente para ele.
Zayn a abraçou para que não sentisse envergonhada.
– Eu sei. Quer parar?
– Não.
Ele sorriu de lado maliciosamente.
– Eu também não.

DSTCDA – C.

– Queria ficar aqui, mas tenho uma reunião com os advogados de Booth.
Ela engoliu em seco. Não queria ter envolvido Zayn em uma situação tão embaraçosa quanto aquela, mas se não fosse ele, provavelmente estaria em um hospital de novo. Ou até pior.
A garota o abraçou, se aconchegando em seu peito.
Depois de boa parte do chão da cozinha ter sido a cama deles, Candy achará melhor subir para seu quarto. Claro que pararam na sala, no corredor e por fim na cama, onde estavam quase caindo no sono.
– Precisa mesmo ir? – indagou, bocejando.
Zayn sorriu, passando a mão em seu cabelo.
– Eu podia marcar para outro dia, mas não quero dar motivos para piorar a situação.
– Tudo bem. – disse, beijando a linha do maxilar de Malik – Eu vou te ver quando?
Zayn virou por cima dela, se apoiando com os cotovelos ente sua cabeça. Ele estava sorrindo e Candy jamais se cansaria de contemplá-lo.
– Eu nem fui e já está com saudades?
Ela sorriu, revirando os olhos.
Ele estava certo, mas não podia entregar o jogo tão facilmente.
– Claro que não. – disse dando de ombros – Perguntei por que sei que o senhor, não resiste ficar muito tempo longe de mim.
Dessa vez ele riu.
– Acha que eles se importam se eu me atrasar um pouco? – perguntou Zayn, sussurrando contra a pele dela.
Silverstone mordeu o lábio inferior, tentando esconder o sorriso.
– Por quê? – indagou, contorcendo seu corpo para provocá-lo.
Zayn desceu com uma mão contornando a silhueta da garota e os olhos penetrados em cada pedaço do seu corpo que seus dedos tocavam.
– Porque você está certa. – disse ele, apertando sua cintura com força – Eu não consigo... – Malik ergueu os olhos até encontrar os dela – não consigo ficar longe de você.
Minha nossa.
Ela sorriu. Ela sorriu tanto que seus lábios curvaram para cima. Esperara ouvir isso há muito tempo. Se ele não a estivesse tocando, juraria que era mais uma alucinação da sua cabeça.
Candy o puxou pelos ombros, queria beijá-lo, sentir sua pele de novo contra a dele, suas mãos tocando seu corpo, ouvir sua respiração pesada contra a boca dela.
Minha nossa.
– Eu também não consigo ficar longe de você. – disse, entre o beijo, sentindo um sorriso de Malik se transformar contra seus lábios.
Eu te amo.
Eu te amo, Zayn Malik. Disse a si mesma.
Eu te amo.

Ela estava dormindo, sonhando com uma tarde deliciosa em Paris, quando sentiu alguém sentando ao lado de sua cama.
Depois que Zayn quase perderá a reunião com os advogados de Douglas pela segunda vez, achará melhor não provocá-lo mais.
Era difícil ficar longe dele, mas Malik havia deixado claro que assim que terminasse com os abutres empregados de Booth, ligaria para ela e se não fosse tão tarde surgiria como se nunca houvesse passado a tarde toda em sua casa e passaria mais um tempinho ao seu lado.
E ao lado de seus pais.
Candy mal acreditava que sua vida podia chegar a ser tão perfeita assim.
– Querida? – chamou sua mãe, passando a mão em seu cabelo.
– Hum... – resmungou.
– Zayn veio aqui?
Candy se ajeitou na cama, abrindo os olhos, para conversar com a mãe.
– Veio. Ele ligou para o papai.
– Seu pai me disse. – ela pegou uma mecha do cabelo de Candy, enrolando os dedos – Ele também me perguntou se vocês têm algum... tipo de relacionamento.
– O que respondeu?
– Que eu sabia que você gostava dele. Não sei de mais nada, desde quando ele veio aqui pela primeira vez.
Ah ela lembrava muito bem daquele dia. O primeiro beijo.
Candy pigarreou antes de falar.
– Mãe, nós ficamos. E estamos juntos, eu acho.
– Acha?
Silverstone sentou na cama, se apoiando nos joelhos.
– Ele nunca me pediu em namoro ou algo do tipo, mas... – ela encarou os olhos claros da mãe, Sophie a observava curiosa e apreensiva – eu sinto que Zayn gosta de mim.
– Ele é bem mais velho que você querida.
– Isso importa?
A Senhora Silverstone umedeceu os lábios e depois sorriu.
– Não, pra mim não importa. Mas você sabe que algumas pessoas mal intencionadas, vão comentar.
Ela deu de ombros, suspirando fundo.
– Eu não me importo. Ele é um bom homem, sabe tratar uma mulher com respeito e não refiro a mim. Qualquer mulher. Qualquer pessoa. E alguém da classe dele, podia muito bem ignorar o resto do mundo. Mas não.
Sua mãe concordou levemente. Candy sabia que até ela já havia percebido aquele lado de Malik. Sem contar as pesquisas feitas na internet.
A garota desconfiava que Sophie soubesse sobre Amber, ou Vacamber – um apelido que criará para a ex noiva de Zayn –, mas não falará nada, esperando que a filha contasse algo.
Porém, ela ainda não se sentia segura. Ou simplesmente quisesse esquecer o fato que ele já fora apaixonado por outra pessoa – e ainda podia ser.
– Só quero que te faça bem. – disse sua mãe – Se ele machucá-la saiba que já vi vários tutoriais na internet de como se vingar de um homem. O primeiro é cortar seu pênis.
– Mãe!
– O que foi?
– Sua mãe está falando abobrinhas de novo? – indagou o Senhor Benedict, entrando no quarto da garota.
Candy balançou a cabeça.
– Papo de garota, pai.
Ele ergueu as mãos, se rendendo.
– Não sei nada do que estão conversando então.
– Sobre pênis. – comentou Sophie.
– Mãe!

DSTCDA – Z.

– Eu não vou assinar nada. Não quero nenhum acordo. – vociferou ele, irritado.
Estava há horas tentando chegar a uma conclusão do caso. Mas Malik não aceitaria nada.
Douglas Booth – ou verme, como gostava de chamá-lo, porque aquele rapaz não era um ser humano – tinha que pagar por seus crimes.
Seus advogados estavam oferecendo uma quantia absurda para que Candy e ele tirassem suas acusações e Booth ficasse livre, completamente impune.
Era tão absurdo que quando mostraram a proposta, Malik ficou alguns segundos em silêncio tentando processar a ideia. Só podia ser brincadeira.
– Amanhã retomamos. – disse seu advogado, Marcus.
– Não. Eu já tomei uma decisão. Vamos levar isso até o fim. – Zayn se levantou, estava de saco cheio – Eu quero esse moleque atrás das grades. Eu quero que ele apodreça lá. Nós temos histórico da sua agressão mais grave, ele quebrou duas costelas da garota. E vocês vêm me dizer pra não processá-lo? Isso fisicamente. Sem contar os danos psicológicos que causou há ela.
– Senhor Malik, nós estamos querendo preservar seus nomes. – disse um dos engravatados de Booth. Um tal de Edwards.
Zayn bufou.
– Preservar nossos nomes? Vocês são ridículos.
– Acha que a mídia não vai se intrometer? – indagou o outro advogado, o mais engessado deles – Você é dono de uma das maiores empresas do nosso país. Estão ligados com eventos que movem o mundo todo. Acha que não será um atrativo seu relacionamento com uma garota treze anos mais nova que o Senhor?
Ele parou.
Malik travou as pernas, encarando o homem com fogo nos olhos. Seu relacionamento com uma garota treze anos mais nova, como ele havia dito, não interferia em nada sobre o fato de que Candy tinha sido agredida por Booth.
– Não envolva o nome dela. – pediu sereno, mas com o punho cerrado.
O homem riu de escárnio.
– Não envolver o nome dela? – indagou, balançando a cabeça. – Só estamos aqui por causa dela.
– Não. Estamos aqui porque o seu cliente a machucou. E quando estou falando de machucar, não é um simples arranhão.
– O que essa garota tem? – perguntou o advogado.
– O que?
– Zayn, não vamos mudar o foco. – pediu Marcus, seu advogado.
Ele inspirou fundo, se perguntando por que todo mundo parecia implicar com Candy. Talvez – a resposta veio rápida – porque, ela era luz em meio à escuridão.
– Amanhã entramos em um acordo, Brown. – disse Marcus.
– Tud...
– Não. – interveio ele. – Eu já disse que não teremos acordo. Marcus. Vou ter que mandá-lo embora e achar alguém capaz de entender o que estou pedindo? – indagou, quase gritando.
Estava muito irritado. Podia esmurrar seu advogado e os outros dois até que sua raiva passasse. E ele acreditava que isso não fosse acontecer tão cedo.
– Mas Senhor Malik, – começou seu advogado pacientemente – o Senhor não pode entrar em um escândalo.
Zayn se curvou, se aproximando de Marcus, que ainda estava sentado.
– Acha que vou me sujeitar a isso? A receber dinheiro de uma família imunda, porque não quero meu nome envolvido com o de Silverstone?
– Zayn, não quis dizer isso.
– Eu sei que não, Marcus. – respondeu, erguendo os ombros para trás em uma postura firme – Vocês dois, avisem para seu chefe que vou acabar com a vida dele, se chegar perto dela de novo. – suspirou fundo – Acho melhor irem embora logo, sou um homem ocupado.
Ele olhou no relógio. Queria ver Candy antes de entardecer.
Os dois abutres levantaram com uma arrogância que fizera Malik querer arrastá-los pelo colarinho para fora da sua empresa. Aquela reunião havia sido patética.
Quando Brown passou por ele, Zayn segurou seu braço.
Se fosse para mostrar poder, todos ali na sala sabiam quem venceria.
– Sabe o que Candy tem? – indagou – Tudo. Absolutamente tudo. E ela é minha, só minha. E se quiser me processar por isso, processa vai.
Malik soltou o braço do advogado com certa violência e saiu da sala, arrumando sua gravata, aquilo estava o sufocando.
Sabia que se envolver com uma garota tão nova causaria dor de cabeça, mas ele estava disposto a passar por cima de todos.

– Então você está querendo me dizer, que o namorado dela que batia na garota, apareceu do nada e agora está te processando, porque você bateu nele até desmaiar?
– Porque ele estava tentando abusá-la.
Liam colocou as duas mãos na cabeça, se apoiando com os cotovelos na mesa. Ele estava tão absurdamente pasmo e confuso com toda a história que os gritos que Zayn imaginou que seu melhor amigo iria dar, não aconteceram.
– Vai com isso até o fim? – quis saber ele.
– Sim. Não tem como nós perdemos.
– Eu sei que seu lado protetor pede que faça alguma coisa, mas não acha que seria melhor aceitar o acordo? É uma boa indenização.
Malik cruzou os braços, cerrando os punhos. Não podia socar Liam, ele era como seu irmão.
Mas nossa, como queria fazer isso agora.
– Se alguém tentasse algo contra Luna, o que você faria? Não precisa nem responder. Nós vimos muito bem o que houve no Brasil. – respondeu, seco.
– A questão não é essa. Você está se envolvendo com uma menina.
– Ela fará dezoito daqui a pouco.
– E Amber? Já lidou com ela?
Ele encarou o amigo por alguns segundos. Liam conhecia muito bem seu ponto fraco.
– Se ela descobrir vai pirar. Já sabe que alguma coisa com a família Booth está acontecendo, mas não quero que se envolva com Silverstone.
– Mas ela vai.
Zayn estremeceu. Odiava aquela situação. Não se perdoaria se Amber fizesse alguma coisa contra Candy. E como Payne havia dito, sabia que se sua ex descobrisse sobre eles, faria alguma loucura. Ela estava descompassada desde o término.
– Tenho alguns projetos, depois ligo para ela. – comunicou, já se sentindo arrependido – Luna volta quando?
Payne sorriu.
– Semana que vem. Graças a Deus estamos voltando ao normal. Você precisa conversar com ela também.
– Eu vou.
Droga. Ele se esquecerá completamente do episódio no Brasil. Por sua culpa – internamente ele culpava Candy –, havia extrapolado com algumas garotas no quarto do hotel em que Liam estava hospedado e Luna terminará com ele, pensando que o autor fosse seu namorado.
Zayn precisava concordar com a história que Payne já havia contado a Aniballe e ainda contar toda a verdade para sua garota.
Candy Silverstone ia matá-lo.
Só de imaginar, Zayn sentirá uma pontada na cabeça.
Inferno.
Ele estava terrivelmente em apuros.
Com a corda no pescoço.
Prestes a pular.

Primeiro ligou para Amber. Ia encontrá-la em seu apartamento com os documentos que pedirá a Marcus, seu advogado, com todos os pertences que seriam divididos. Lógico que vetará essa parte da conversa, mas, contudo, se sentia confiante.
Depois ligará para Candy.
– Eu queria muito te ver, mas realmente não posso ir, preciso resolver alguns assuntos da empresa.
– Claro. Não se preocupa.
Merda, odiava mentir para ela.
– Ahm... te vejo amanhã?
Ele ouviu um riso abafado dela.
– Pode ser. Estava pensando que já estou pronta pra voltar à rotina.
– Isso é ótimo.
– Talvez te veja no trabalho.
Ele sorriu.
– Isso é melhor ainda.
– Até amanhã Zayn!
– Até Candy. Eu vou ficar aqui, – disse ele, sentindo necessidade de explicar há ela – no meu apartamento... Sozinho. Com um monte de trabalho pra fazer, mas pensando em você.
Ela riu.
– E eu vou terminar meus deveres atrasados... Pensando em você. Até amanhã.
– Até.
Ele suspirou fundo.
Porque sentia como se tivesse a traindo? Era uma sensação tão estranha encontrar Amber, sem o conhecimento de Silverstone. Se fosse algumas semanas atrás, seria algo que ele consideraria normal, afinal passará anos ao lado dela. Mas agora, a situação causava um incomodo dentro do peito.
Entretanto, pensou ele, era por um bom motivo.
Deixaria seu passado para trás, por fim.

DSTCDA – C.

Assim que desligou o celular, Candy pensou em um plano. Nunca fizera nenhuma loucura e Zayn sempre a surpreendia. Talvez não fizesse mal, em retribuir.
Tomou um banho, vestiu a melhor lingerie e depois de falar aos seus pais que encontraria Luna e quem sabe – odiava mentir para eles, então preferiu desviar da verdade completa – encontrar Malik mais tarde também.
Logo que saiu de casa mandou uma mensagem para sua chefe, perguntando como estavam as coisas, porque Luna ainda não havia voltado há empresa e Candy estava começando a ficar preocupada. Depois rezou de todas as maneiras, para Afrodite, a Deusa do amor. Queria muito que Zayn sentisse a mesma sensação inebriante que ela sentirá todas as vezes em que a surpreendia.
Lógico que nunca chegaria aos seus pés, mas ela estava torcendo que ele gostasse.
Depois de pegar o metrô, passou em um mercado para comprar vinho – um não tão caro – e alguns ingredientes. Porém por ser menor de idade – não importava se faria dezoito há poucas semanas ou não – ela tivera que trocar por chá. Claro que não teria a suntuosidade do que Malik já havia preparado, mas a ideia era de que enquanto ele trabalhasse, ela cozinharia.
Depois eles comeriam enquanto tinham conversas inteligentes.
E se saísse uma gororoba, o que na verdade era bem provável acontecer.
Pediria uma pizza.
Pizza sempre resolvia tudo.

Estava com as mãos cheias de sacolas e sua bolsa linda da Louis Vuitton – a qual Malik havia dado há ela –, quando esbarrou em uma mulher que saia do prédio.
Ela era loira, usava um vestido de alta costura e estava com cara de poucos amigos.
– Desculpa. – disse Candy.
– Você vai entrar? – indagou a mulher, ríspida.
– Vou sim. Pode apertar o interfone pra mim? É o apartamento, 16A.
A mulher encarou Silverstone curvando o cenho, parando imediatamente.
– O 16A? – questionou ela.
– Sim. – assentiu, sorrindo.
Ai meu Deus, estava tão nervosa.
A mulher respirou fundo e apertou o interfone com força.
– Tenha uma boa noite. – disse ela, sorrindo abertamente, totalmente diferente de uns segundos antes.
– Obrigada, a Senhora também.
Candy fechou o portão e esperou que Zayn respondesse.
– Pelo amor de Deus, não me diga que esqueceu alguma coisa? – indagou ele, irritado.
Ela demorou algum tempo para entender. E seu coração se apertou dentro do peito.
– O que?
– Candy? O que você... Merda, entre logo.
Ela viu a porta do prédio abrir no mesmo instante. Seus olhos estavam marejados em segundos e um turbilhão de suposições passará em sua cabeça.
Antes de subir, olhou para trás e do outro lado virá à mesma mulher a encarando.
Será que estava com Zayn? Pensou, sentindo tudo desmoronar.
Candy subiu com pressa, jurando a si mesma que se ele tivesse feito alguma coisa – qualquer coisa – ligaria para sua mãe para por em prática o que havia aprendido.
Tudo estava correndo ligeiramente bom e perfeito demais para ser verdade. Lógico que ela era mais um passatempo. Lógico que ele preferia uma mulher como a que tinha encontrado lá em baixo. Ela tinha um corpo maravilhoso, era linda e aparentava ter poder, assim como ele.
Não era uma adolescente desengonçada e cheia de problemas.
Enquanto subia para o apartamento deixará algumas lágrimas escorrerem.
Droga, odiava ser chorona. Odiava mais ainda o fato dele ter sido grosso com ela.
E mesmo assim, Candy não havia dado as costas. Ela não fugiria enquanto ele não desse uma boa explicação.
Não demorou muito e quando o elevador abriu as portas e ela colocará o pé para fora, encontrou Malik parado na porta do seu apartamento, com uma feição que ainda não conhecerá.
Parecia um tanto quanto preocupado.
– Candy, o que está fazendo aqui? – quis saber ele, mas com um tom diferente na voz.
– Eu vim fazer uma surpresa. – respondeu, erguendo as sacolas e com a voz embargada.
Ele sorriu carinhosamente.
Droga, ele sorriu e ela se desmanchou inteira.
– Vem, vamos conversar.
Malik a abraçou por cima dos ombros, e pegou suas sacolas a levando para dentro do apartamento.
– Só me diz quem esqueceu o que. – pediu.
Zayn fechou a porta com o pé e colocou as compras dela no chão, puxando Candy pela mão. Até que seus corpos ficassem o mais próximo possível.
– Era Amber. Eu pensei que era ela.
– Zayn! – exclamou, dando um passo para trás, sentindo as mãos de Malik a segurar pela cintura.
– Não pense nada de errado.
– Porque mentiu pra mim?
– Porque acho estranho encontrá-la agora que estamos juntos. Mas eu precisava fazê-la entender que acabou.
Ela o encarou sabendo que as pupilas dos seus olhos estavam gigantes, pelo tanto que estava apaixonada por Zayn. Ele havia dito em alto e bom som que estavam juntos.
– Era ela lá em baixo? – perguntou apreensiva.
Meu Deus, aquela mulher não. Ela era linda.
– Você a viu?
– Acho que sim.
Ele bufou.
– Esqueça isso. Não quero que pense que fiz algo de errado. Jamais faria algo pra te machucar.
Ela sorriu. Ainda precisariam conversar sobre o assunto, ainda se sentia insegura, mas se de alguma forma um dia tudo aquilo acabasse, ela queria ter apenas bons momentos para se recordar, então guardou seus medos em um lugarzinho escondido, iria esquecer por um determinado tempo. E aproveitar cada segundo com ele com leveza e cumplicidade.
– Trouxe comida.
– Hm.. – resmungou ele sorrindo de lado, apertando a baixo da sua cintura.
Candy riu.
– Nachos.
– Nachos?
– Sim.
– Sou alérgico a comida mexicana. Eles usam muita pimenta. – explicou ele, quebrando o nervosismo dentro dela.
– Isso é sério?
Zayn sorriu, concordando silenciosamente.
– Podemos comer pizza se preferir. – disse ele.
– Ótimo! – pensou. Sim, ele só podia ser sua alma gêmea – Você liga pedindo?
Ele negou.
– Vamos comer em algum lugar. Quanto mais gente melhor.
– Por quê?
– Porque eu quero te contar tudo o que conversamos – respondeu ele, sorrindo – e causo você queira me matar, terá testemunhas. 


n/a: Não é um dos meus capítulos preferidos do mundo, mas ele traz muita situação que pode fazer o rumo desses dois. 


Desculpa se te chamo de amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora