One Secret.

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– Isso é...– ela pensou um pouco antes de responder – Chopin?
Zayn tirou as mãos do volante e as ergueu.
– Frédéric François Chopin.– disse ele, fazendo charme.
Ela abriu a boca sorrindo. Ainda bem que tinha acertado aquela. Se bem lembrava era Noctures, uma das canções mais lindas que já tinha escutado em toda sua vida. Isso que ela era uma fã histérica de Ed Sheeran. E na sua opinião ele era um rei. Seu poeta preferido.
– Eu adoro essa música, não tinha como errar. – disse ela. – Posso escolher agora?
Ele assentiu.
Zayn estava a levando para casa, mas por causa de um acidente que havia acabado de acontecer o carro não saia do lugar. Não ia para frente, nem para trás. Eles estavam presos.
Não que ela achasse aquilo ruim. Na verdade estava amando cada segundo. Não queria deixa-lo e terminar aquelas conversas que pareciam se encaixar perfeitamente. Queria ficar com Malik até o fim dos seus dias.
– Ed Sheeran? – indagou ele.
– Sim, meu futuro marido. – respondeu ela, sorrindo. – Essa é uma das minhas músicas preferidas dele.
– Você precisa me apresentar o noivo. –Zayn se encostou na porta do carro para fita-la – Tenho que saber quais são suas reais intensões.
Candy aumentou um pouco o volume do rádio, amava aquela música de verdade.
– Escute isso, ele é um gentleman. – ela fechou os olhos, encostando a cabeça no banco, cantarolando baixinho – "You got the kind of look in your eyes. As if no one knows anything but us."
Estar ali, a poucos centímetros de distância do homem que sonhava ter em sua vida, era muito surreal. Tinha alguma coisa naquela canção que mexia com o coração dela.
– Você realmente gosta desse cara. – concluiu ele rindo.
Candy abriu os olhos, o olhando fixamente. Se ele soubesse.
– "I'm so in love, so in love, so in love, so in love" – respondeu ela, cantando junto com a música.
– Você não tem namorado? – indagou ele de repente.
– Não.
– Impossível.
– Você acredita que no baile anual do colégio, ninguém me convidou? Sabe o que é isso? Ninguém.
Ele acelerou um pouco o carro, mas nada que ela pudesse se preocupar. Não queria ir embora, não justamente agora que ele parecia estar se importando pelo status de relacionamento dela.
– Não pode ser verdade. – disse ele, sorrindo torto, enquanto mexia no cabelo.
– Eu juro pra você. Não que eu queira ir com um bando de adolescentes. – ela revirou os olhos.
Mas a verdade era que sim, queria muito ir ao baile anual do colégio novo, já que nunca tivera a chance de ir ao seu colégio antigo. Queria ter as experiências que todos os alunos no colegial tinham. E um baile era sagrado.
– Porque meninos tem que convidar? Porque você, não faz isso? – Zayn curvou o cenho olhando para ela – Seus olhos tem a cor do mar de Tenerife!
Ela piscou algumas vezes. Ed Sheeran falava aquilo na música.
– Por isso eu gosto do meu ruivo.
– Porque ele fala sobre você.
Candy sorriu, corando, por ele estar reparando nela tão intimamente.
– Então? Já pensou sobre tomar iniciativa de convidar alguém?
Ela mordeu o lábio, seu coração batia tão forte contra o peito. Sabia exatamente porque ninguém a convidava para o baile, ou porque não tinha nenhum namorado ou paquera.
Todo mundo tinha medo do seu ex namorado e por mais que estivesse estudando em outro colégio e ele provavelmente vivendo a vida – sem lembrar que ela existia – em uma das melhores universidades de Londres, ninguém esquecia deles. Não no colégio, onde as pessoas só sabiam comentar sobre a vida alheia. Sobre a tal garota nova, ex de Booth.
Ela sabia disso, porque no passado era exatamente assim, como as meninas que via passar por ela nos corredores.


DSTCDA – Z.

Ela estava em silêncio por alguns minutos. Ele desconfiava que não tivesse percebido isso, quando balançou a cabeça piscando freneticamente. Talvez não devesse ter tocado naquele assunto, ele tinha três irmãs, sabia como elas eram com aqueles assuntos.
Sentimentais ao extremo.
Não que acreditasse que ninguém tinha a convidado para o baile.
Meu Deus, Candy Silverstone era linda e vestida com as roupas dele, a deixava ainda mais doce, como seu nome.
– Bem... – limitou­­­­-se ela a dizer.
A maneira como a garota olhou para as próprias mãos fez com que ele pensasse realmente a respeito. O que os meninos do colégio dela tinham na cabeça?
Se Candy fosse uma garota do seu tempo de estudante, provavelmente ele seria apaixonado por ela. Na verdade ele tinha certeza que isso aconteceria.
– Srta. Silverstone... – disse ele cordial, fazendo com que ela o encarasse de maneira gentil, com a cor dos olhos que o cantor havia descrito na música, a cor do mar de Tenerife – posso te levar ao baile?
Não sabia exatamente porque havia feito aquilo, mas quando se deu conta, o convite tinha saído da sua boca. Não que fosse se arrepender de levar uma garota tão legal e bonita quanto ela para um baile. Entretanto, era um baile do colegial. O que lembrava ele, que ela só tinha dezessete anos.
Candy piscou algumas vezes, nem ela esperava por aquilo, o que fora motivo de orgulho para ele. Gostava de deixar as pessoas sem ações.
Mas os minutos foram passando e ele começou a odiar a ideia estúpida de agradar a garota, já que era bem possível dela rejeitar o convite. O que ele podia jurar que estava acontecendo bem na sua frente, já que ela o encarava sem graça, completamente muda.
Ele se remexeu no banco do carro, aquela porcaria nem andava para frente, muito menos para trás.
Ele resmungou baixinho. Pelo jeito estava fadado a passar vergonha na frente de Candy.
Quando ficou claro que ela não abriria a boca, ele resolveu falar. Porque tinha que falar alguma coisa, não poda fazer papel de idiota.
– Esse silêncio todo foi bem constrangedor. – disse ele.
Silverstone sorriu concordando com a cabeça.
– Eu estava esperando que você falasse que era brincadeira.
Ele curvou o cenho.
– Porque eu faria isso?
– Porque já fizeram? – indagou ela, mas aquilo não era uma pergunta.
– Não acredito que algum babaca tenha feito isso com você.
Ela deu de ombros como se não se importasse, mas ele sabia que ela se importava. O que o deixava profundamente irritado. Ele queria levá-la ao baile por toda lei.
Queria comprar um vestido para ela, um que ela ficasse terrivelmente sexy e linda. E queria comprar joias, um colar com algum diamante... Nossa, ele queria muito fazer isso e queria leva-la com seu carro mais caro, só para que todos os garotos que a ignoraram ou a constrangeram, morressem de inveja dele e porque achava que ela merecia isso.
Silverstone era uma boa menina, não via o porquê alguém faria isso com ela.
– Bem... – repetiu ela, olhando para as próprias mãos.
Ele acelerou um pouco o carro.
– Eu te convidei de verdade. – disse ele, sentindo necessidade de esclarecer aquilo – Mas se não quiser ir comigo, tudo bem.
– Não! – ela o olhou, colocando uma mão em seu braço – Eu quero.
Sentado ali, olhando para o mar dentro dos olhos dela, ele se deu conta de que não só precisava leva-la para o baile, como precisava beijá-la.
Zayn demorou um pouco, mas sorriu, quando ela aceitou.
E tudo ficou tão diferente.

Ele queria ser o tipo de cara que vinha tentando ser nas últimas semanas. Um homem que não tinha compromisso com nada, que dormia com uma a cada noite e às vezes com duas durante o dia. Mas a quem queria enganar? Ele sempre fora do tipo de homem que sentia-se feliz apenas com uma. E era fiel a ela. Por mais que passasse a maior parte do seu relacionamento brigando, ele não achava que esse era um motivo – nada era motivo – para se trair alguém que dorme ao seu lado, todo santo dia.
Ele olhou por trás dos ombros dela. Já tinha escurecido. Ele podia perguntar quando seria aquele baile do colegial ou como deveria ir vestido, mas a boca rosada dela, estava entre aberta, e os olhos dela pareciam brilhar de uma forma que ele não sabia explicar.
Talvez ele pudesse... talvez não faria mal.
– Eu..– disse ela, tirando a mão do braço dele, ficando um pouco constrangida, com a maneira que ele a olhava. – ahm..
– Eu posso te beijar?

DSTCDA – C.

O que?
Pelo amor de Deus, alguém tinha que estar ali, filmando aquele momento da sua vida, que ela guardaria para sempre. Não sabia se tinha escutado direito, mas meu Deus do céu, ele tinha pedido para beijar ela? Minha nossa, Candy ia desmaiar em breve.
Tudo bem que estava esperando por aquilo desde o momento que havia esbarrado nele no Monmouth café, mas agora que aquele sonho de fato estava acontecendo, ela não sabia como reagir.
Queria esbofetear Zayn Malik, por tê-la deixado parecendo um pimentão vermelho. Porque ela sabia que não estava com aquela tonalidade sensual que descreviam nos seus romances perfeitos. Candy estava sentindo seu rosto queimar como brasa, então ela sabia perfeitamente que devia estar sendo ridícula, por não esconder seu constrangimento, por aquela pergunta. Já que para ele, provavelmente era algo natural, porque o infeliz estava com aquele sorriso de lado, a encarando de um jeito que as pernas dela estavam moles.
Meu Deus.
– Você quer realmente que eu te responda isso? – indagou ela, um pouco mais alto.
Estava histérica. De todas as coisas que ele podia ter perguntado, tinha feito justamente aquilo. Ela estava hiperventilando. Olhava para Zayn com um pavor crescente.
Ele sorriu. Um sorriso indulgente. Parecia estar gostando daquela situação.
– Bem, eu não posso simplesmente atacar você.
Ah, mas ele podia sim!
– Eu não vou te responder isso.
Ele mordeu o lábio inferior, segurando um sorriso e acelerou um pouco mais o carro.
Eles estavam em uma caminhonete, já que na Ferrari ele havia vomitado. Ninguém os via ali dentro, e ela desejou muito que ele simplesmente a atacasse, sim.
Que diabos. Ele queria provoca-la, vê-la constrangida. Tinha feito isso à noite toda.
– Sou um gentleman do século passado, fazer o que. – disse ele dando de ombros.
Ela revirou os olhos.
– Você é um senhor de 1800, com todo mundo ou só comigo?
– Ah, eu podia dizer que é com todos, mas não sou muito educado com meu melhor amigo e nunca deixei outra pessoa dirigir meus carros, então eu acho que seja só com você.
Ele sorriu, com uma mão no volante e o cotovelo encostado na janela. Alguma coisa no ar havia o deixado extremamente sedutor, o que era uma grande merda.
– Tenho que sentir algum triunfo com essa declaração?
– Deve.
Ela revirou os olhos sorrindo. A verdade era que sua deusa interior estava sambando uma avenida inteira, gritando para todo mundo sua conquista.
– Você não vai mesmo responder minha pergunta? – indagou ele, colocando as duas mãos no volante, deitando com a cabeça sobre elas, para observá-la.
Ela ia desmaiar. Mas estava conversando com um homem. Um homem que já havia tido um relacionamento sério a ponto de querer casar com a pessoa. Ela não podia simplesmente ter um ataque de pânico ali, ou falar alguma coisa estúpida e sabia que tinha feito isso a tarde toda. Mas ele estava bêbado e a situação era totalmente diferente.
Agora ele queria beijá-la e pela maneira como a encarava, queria muito aquilo.
Então precisava dizer a coisa certa.
Silverstone se aproximou dele, tentando agir da maneira mais segura que podia. Ele levantou as sobrancelhas com um ar desconfiado.
Ela chegou até onde sua sanidade mental a deixava. Perto do braço dele, que estava encostado no volante. Alguns centímetros da boca, e então falou a primeira coisa que lhe veio à mente.
– Eu quero que você faça aquilo que tem vontade. – disse ela sussurrando.
Seu coração estava quase saindo pela boca, mas ela manteve a compostura de uma mulher adulta. A verdade era que queria dizer, "Por favor, me beija logo." Mas se conteve.
Naquela frase tinha muito mais do que uma permissão para beijá-la. E os olhos dele ficaram tão intensamente escuros, que ela soube que ele havia entendido.
Malik se afastou da onde sua cabeça estava apoiada, se inclinando na direção dela, com um sorriso nos lábios.
Ele ia beijá-la.
Meu Deus, ele ia beijá-la.
Ele passou os dedos na bochecha dela, colocando seu cabelo atrás da orelha. Ela mal podia respirar, sentia seu coração acelerado e borboletas no estômago.
Ele olhava para os lábios dela, como se existissem apenas os dois no mundo e de fato, para Candy era exatamente isso que estava acontecendo.
Já podia se ver caminhando pela empresa sendo cumprimentada pelos empregados dele, todos falariam " Bom dia Senhora Malik ".
Minha nossa, ela ia desintegrar em breve. Candy Silverstone Malik.
E então ele encostou os lábios dele nos dela. Tão suavemente que a fez soltar um gemido baixinho.
Malik colocou a mão na cintura dela, a puxando para mais perto e genuinamente, acariciou seus lábios com a ponta da língua. Candy colocou a mão entre os cabelos dele, sentindo aquele arrepio toda vez que ele cerrava lentamente seus lábios nos dela.
E antes que eles pudessem aprofundar o beijo, várias buzinas fizeram eles se afastarem assustados.
O trânsito havia sido liberado.
Ela queria gritar umas poucas e boas, mas Malik acelerou o carro para acalmar aquelas pessoas impacientes e sem corações que estavam estragando o momento mais lindo da vida dela.
E quando eles viraram a esquina em um silêncio terrivelmente constrangedor, ela sentiu a mão dele em sua nuca. Zayn a puxou e colou seus lábios com força contra os dela, em um breve selinho molhado entre sorrisos.


DSTCDA – Z

Desculpa se te chamo de amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora