Ébria divina (poema)

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Deuses embriagados não conseguem afirmar,
Incompetentes, nem sabem do seu lugar.
O descontrolo e euforia provocam medo
Para o frágil humano que vive o enredo.

Da noite anterior Dionísio deambula alegre,
Segura um barril de vinho que não vergue.
Atravessa-lhe Hermes, dá-lhe um encontrão.
Sobre o Olimpo, derrama o consolo à multidão

Por engano, Atlas carrega um mero calhau
Como um cão inocente que recebe um pau.
E Sisífio rola o Mundo com despreocupação
Salta e tropeça na colina, termina em colisão.

Boom! Inicia-se o trovejar do delírio de Zeus.
Este, novato na borga, que acumula pneus.
Saturada, Hera, segue o mesmo caminho
Dispara a romã ao chão e entrega-se ao vinho.

A chama de Héstia perdia todo o sacramento,
Onde passava, cidades reduziam-se a cinzento.
Afundado nos mares de uva, Poseídon se perdeu,
Por capricho da gargalhada, o tsunami rompeu!

Fortes rajadas de tinto comprometem a seara,
Os campos de trigo de Deméter que indicara
Um ponto de partida para o mundo mortal,
Onde o álcool de trigo remete para o juízo final.

Criatura do amor havia perdido todo o encanto
Relatava histórias eróticas ás virgens, entretanto.
Tornou-se infiel e adepta dos prazeres carnais
Namorou Hefesto, Ares e muitos mais!

Oh! Do saturado oceano de fluidos Divinos
Surgiram numerosos biliões de cretinos.
Oh! Vivemos o resultado da última profecia
Embora, ainda não saibamos o que nos guia.

Somos a tremenda desgraça existencial.
Somos resto de mito, lenda, carne Universal!
Somos preenchimento deste estado colossal
Onde os Deuses conseguiram fazer tudo mal!

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