Ultimamente tem-se ouvido falar em drones e em aviões. Aquelas aranhas voadoras com ventoinhas nas patas arriscam gravar, em direto, um acidente de avião. Bem, pelo menos essa é a minha primeira interpretação das ocorrências que têm vindo a tomar lugar no aeroporto de Lisboa.
No momento em que escrevo, já foram reportados 17 incidentes destes. Todos eles ameaçaram concretizar o fim do mundo. É o caso do drone que, no dia 8 de Agosto, obrigou dois voos a abortarem a aterragem e outros três a alterarem a rota de aproximação. Ou seja, ao todo, foram cinco os voos comprometidos por apenas um destes bichos!
Deste modo, vou tentar explorar o bom e o mau associados a estes "acidentes" (como gosta de dizer a imprensa) e pode ser que lá para o fim o leitor fique, no mínimo, convencido de que a zona que estes drones optam por sobrevoar, não é assim tão negativa.
Por um lado, imagine o cenário apocalíptico que se revelaria se, subitamente, todo o pessoal fosse manobrar os seus drones para o aeroporto. Deste modo não seria preciso entrar em contacto com o estado Islâmico, se quiséssemos uma catástrofe à altura. Arrisco-me a dizer que é por isso que nunca recebemos uma visita inesperada daqueles camaradas permanentemente bronzeados - sempre souberam que nos destruiríamos a nós próprios.
Por esta altura, torna-se plausível dizer que a ajuda exterior só necessitamos para a economia, amigos. E, ainda assim, se o número de incidentes com drones aumentar exponencialmente, as multas (até 2500 euros) pagarão, de certo modo, a restante dívida interna do país.
Na verdade, também no momento em que escrevo, apercebo-me, perplexamente, das potenciais qualidades, quer a nível do setor da defesa, quer do setor económico, que estes incidentes podem ter sobre o país.
Por outro lado, se pensarmos um bocadinho mais, podemos chegar a desconfiar das intenções de quem dirigia aqueles drones no aeroporto, podiam ser os gajos da Troika. Assim, sem nos apercebermos, estaríamos a passar multas a quem, em tempos, já devemos muito dinheiro (e os mafiosos não gostam dessas jogadas). Estaríamos a dar um tiro, de norte a sul, no nosso próprio pé. Outra vez.
Enfim, acho que, enquanto português, é meu dever apoiar toda a catástrofe que se passa dentro do país para evitar concorrência à destruição. Cancelem voos, aeroportos, colidam drones com aviões. Pode ser que venham a ter uma certa empatia pelas nossas exorbitantes demonstrações de estupidez. Ah, já agora, aumentem também os preços da gasolina para que nenhum terrorista possa fabricar, legalmente, uma bombita em território nacional.
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Mistifórios do Hoje: Uma Sova de 2017
HumorAqui encontrará um pequeno conjunto de poemas e de crónicas que pretendem descrever com alguma insensatez a sova que assistimos o ano 2017 a apanhar. Pretendo, por outro lado, exibir algum do meu pior humor conciliado com a minha pior das lamechies...