Parte 51

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Camila Pov

Estava sentada na mesa da cozinha preenchendo alguns papéis para a minha saída definitiva do FBI, e eu também decidi que arranjar um emprego seria uma boa opção invés de ficar em casa o dia inteiro.

Senti mãos tocarem os meus ombros e joguei a cabeça para trás encontrando os olhos verdes de Lauren.

-Boa tarde Camila. -Ela disse se inclinando e selando meus lábios.

-Boa tarde Laur. -Voltei minha atenção para o papel, ela sentou ao meu lado e capturou um dos papéis.

-O que é isso?. -Perguntou fitando o papel marrom.

-A minha saída definitiva do FBI. -Falei escrevendo.

-Ah, certo, e esses?. -Apontou para os brancos.

-Currículos, vou espalhar pela cidade amanhã. -Ela se mexeu na cadeira.

-Você não precisa de um emprego. -Disse baixo.

-Ah, eu preciso sim, não gosto de ficar em casa sozinha, depois de tudo que aconteceu comigo, eu não consegui ir para o FBI e isso dificultou completamente todo meu processo de vida. -Respirei fundo. -Tudo bem se não quiser, mas eu não vou ficar em casa enquanto você trabalha e Siméon está na escola.

-Tudo bem Camila, que droga. -Levantou da cadeira saindo da cozinha.

Apoiei os cotovelos na mesa e coloquei as mãos no rosto passando nos cabelos depois, está difícil de conviver com Lauren, ela e esse temperamento dela ativo, como se fosse destruir alguém à qualquer minuto, que ela destrua, menos eu óbvio.

Lauren Pov

Camila não pode simplesmente decidir fazer o que ela quiser, porra, nós somos noivas, temos que entrar em um consenso, tudo bem que eu não queria colocar Siméon em um colégio agora afinal, ele não tem documentos e ela teve que fazer algo para que alguém aceitasse Siméon lá.

E agora ela decidi buscar emprego sem me comunicar nada, qual será o próximo passo em falso?.

-Oi, será que dá pra a gente se encontrar?Estou precisando extravasar. -Falei ao telefone.

-Aconteceu alguma coisa Lauren?. -Sua voz era de preocupação.

-Não, só preciso beber. -Ouvi um som positivo e respirei fundo indo até meu closet.

Me arrumei, peguei as chaves do carro e desci as escadas devagar.

-Vai sair?. -Camila perguntou, ela estava em pé de costas para mim, na porta de vidro da sacada da sala.

-Vou, volto mais tarde. -Bati a chave na minha mão e ela balançou a cabeça positivamente devagar e eu suspirei saindo de casa.

Quando entrei no elevador, apoiei minha cabeça na parede de metal e suspirei, eu realmente preciso beber.

(...)

-Então, só por tudo isso você está se sentindo...?.

-Me sinto deixada Verônica, sozinha, eu sei que pode ser egoísmo da minha parte querer Camila apenas para mim e só para mim, mas eu me sinto obrigada a ter ela ao meu lado, eu não quero chegar em casa e ela não estar, eu gosto de chegar e ser recebida da mesma forma que ela sempre me recebeu, um beijo e um abraço, isso é, tão bom. -Vero suspirou.

-Lauren, vocês precisam fazer terapia de casal. -Olhei pra ela com deboche.

-Você é idiota?Nós não precisamos disso, só estamos com problemas, pequenos, dá para resolver. -Cruzei os braços.

-Casais que tem problemas pequenos, acabam piorando toda a situação Lauren, é bom você procurarem alguém que entenda disso. -Revirei os olhos e me inclinei.

-Eu já achei. -Peguei meu copo. -Vodka. -Virei o pequeno copo e fechei os olhos com força sentindo minha garganta queimar.

-Vai devagar, você está dirigindo. -Balancei a cabeça em sinal negativo freneticamente.

-Foda-se, eu já disse que hoje, eu só saio daqui, carregada. -Gritei e Verônica riu negando.

-Você não tem jeito Lauren. -Me deu um soco me fazendo rir e virar outro copinho.

Camila Pov

Já passava das dez e nada de Lauren, à cada cinco minutos que o relógio marcava, eu abria a porta na tentativa falha de vê-la cruzar o corredor, acorda Camila, ela não vai voltar pra casa hoje, você fez merda, é, Camila sempre faz merda.

-Tia Mila?. -Ouvi a voz de Siméon e olhei para a escada.

-Oi Sim, vem aqui, está sem sono?. -Perguntei quando ele estava vindo em minha direção.

-Estou, não consigo dormir direito. -Sentou no meu colo de lado abraçando meu pescoço. -E você?Está sem sono?.

-Estou esperando Lauren, ela ainda não chegou. -Ele suspirou.

-Pode me colocar para dormir?Estou com medo de ficar lá em cima sozinho. -Sorri.

-Claro querido, vamos. -Levantei e subi com ele devagar indo direto para seu quarto.

Fiquei alguns minutos ninando ele que estava com um sorriso doce nos lábios, depois que constei que ele estava dormindo me levantei dando um beijo em sua testa e saí fechando a porta.

Quando eu estava descendo as escadas, a porta foi aberta e Lauren caiu na sala quase que de cara no chão. Fechei os olhos com força e continuei descendo, os abri e ela estava tentando fechar a porta.

-Me deixe fazer isso. -Falei passando por ela e ela sussurrou um obrigada me fazendo sentir o cheiro de álcool. -Você bebeu?. -Perguntei olhando para ela.

-Só um pouquinho. -Fez gestos de pequeno sendo que seus olhos estavam quase vesgos.

-Quem te trouxe pra casa?Com quem você estava?. -Perguntei puxando-à pela camisa.

-Vero. -Disse arrastadamente. -Minha melhor amiga, linda e gostosa. -Seria engraçado se não fosse trágico.

-Vamos tomar um banho Lauren. -Puxei ela até a escada.

-Vai me ver pelada?Eu tenho namorada, ela não vai gostar disso. -Disse arrastado me fazendo rir mas logo me recompus.

-E por que você não foi atrás dela e veio até à mim?Ela vai ficar triste por você estar na casa de outra garota. -Ela me olhou rindo.

-Eu errei o apartamento eu acho. -Coçou a cabeça.

Entrei no quarto com ela e à coloquei sentada na cama, voltei até a porta trancando-à e quando me virei, Lauren estava em pé, dançando desajeitada alguma música.

-Vem Camzi, dance comigo. -Me chamou e eu ri.

-Você é tão idiota, por que você bebeu?. -Fui tirar sua blusa e ela agarrou minha cintura apertando com força contra seu corpo.

-Eu precisava beber, ou eu iria enlouquecer. -Disse beijando meu pescoço.

-Lauren, para. -Falei tentando afasta-lá. -Lauren, por favor. -Ela mordeu meu pescoço me fazendo revirar os olhos.

-É só carinhos Camzi. -Sorri levando minhas mãos aos seus braços e tentando solta-los da minha cintura.

-Lauren, depois do banho, vamos. -Falei com una voz fina batendo o pé no chão e ela riu beijando minha bochecha.

Seus lábios encontraram os meus e deram início à um beijo lento com gosto de vodka, coloquei a mão em seu peito tentando afasta-lá porém ela era mais forte que eu.

-Vamos tomar banho. -Falei entre o beijo.

-Não quero. -Puxou meu lábio inferior.

-Mas você vai. -Belisquei sua barriga e ela me soltou rindo. -Graças a Deus. -Puxei sua blusa pra cima e à empurrei para o banheiro.

Hostage-CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora