Parte 59

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Lauren Pov

Hoje era o dia da audiência, Camila estava mais nervosa que tudo, e tudo era motivo de choro, não entrávamos no quarto do Siméon desde o acidente do banheiro.

-Camz?. -Chamei e ela respondeu em um som nasal. -Está na hora, vamos. -Ela assentiu e se levantou da cama.

Peguei as chaves do carro e fechei o apartamento saindo junto com Camila, entrelacei nossas mãos e entramos no elevador em direção ao estacionamento.

Minhas mãos ainda estavam entrelaçadas nas de Camila quando avistei Dinah e Normani. Dinah estava encostada na lateral do carro e Normani à pressionava, elas pareciam estar realmente se dando bem.

Acho que Camila viu elas também, porque apertou minha mão com força.

-Passaremos direto. -E assim fizemos, entramos dentro do carro e colocamos nosso cinto.

Quando estávamos saindo Dinah conheceu meu carro e acenou, buzinei com um sorriso labial e saí dali.

(...)

-Iniciada a audiência número 0098, todos os júri em seus lugares. -Camila estava apertando minha coxa em baixo da mesa.

-Vai dar tudo certo Camz, calma. -Sussurrei em seu ouvido e ela assentiu.

(...)

-Eu acho que minha cliente tem todo direito da guarda da criança senhor, ela o resgatou das ruas, o alimentou, deu um abrigo e vestimentas, uma coisa que ele não estava recebendo desde os seis anos de idade, além do mais, recebia amor e atenção de ambas as partes. -Peter dizia.

-Ele está sob a minha responsabilidade. -O homem gritou.

-Silêncio. -O juiz disse batendo a marreta na madeira. -Quero que o Sr.Barthes entre. -O segurança assentiu e abriu uma porta enorme de madeira.

Eu estava quase pedindo arrego, mas eu não sairia dali até ter Siméon sobre minha guarda e guarda de Camila.

Siméon entrou e sentou na cadeira que estava ao lado do juiz, ele sorriu quando me viu e viu Camila.

-Ele está tão lindo. -Camila sussurrou.

Ele vestia um pequeno terno vinho com gravata branca, escolha de Austin.

-Sr.Barthes, o que podes dizer sobre a Srta.Jauregui e a Srta.Cabello?. -O juiz perguntou.

-Elas foram como minhas mães, na verdade elas ainda são como minhas mães, tia Mila me protegeu e me tirou das ruas, eu devo a minha vida à ela, e o mesmo eu digo para tia Laur, além de mãe, ela foi como uma irmã que eu nunca tive. -Disse olhando para o juiz, sorri.

-E sobre seus tios?. -Perguntou e ele olhou para o casal que estava ao nosso lado.

-Eu não os conheço. -Disse e todo mundo começou a cochichar.

-Silêncio. -O juiz gritou novamente batendo a marreta. -Como não os conhece?Eles são seus tios. -Disse incrédulo.

-Desculpe senhor, mas eu nunca os vi na vida. -Disse dando de ombros.

-Que mentira Siméon, somos seus tios, você não pode nos negar por causa de duas aberrações. -A mulher disse com nojo.

-A única aberração que vejo aqui é você, que teve coragem de largar uma criança nas ruas e ainda matou a minha mãe, eu tinha seis anos mas eu não era cego. -Disse e o juiz abriu a boca.

-Do que está falando Siméon?. -Ele perguntou.

-Isso mesmo, eles mataram meus pais e me largaram na rua, eu mereço estar com elas. -Apontou para nós.

-Eu não admito que minta assim na nossa frente. -Sua tia disse.

-Mentir?Para que eu mentiria?. -Cruzou os braços.

-Para ficar com elas. -Ele negou.

-Eu não preciso mentir, a verdade liberta, já a mentira. -Deu de ombros.

-Siméon, você tem noção do peso das suas palavras?. -O juiz perguntou.

-Sim senhor, eu tenho noção, pelo amor de Deus, eu tenho nove anos, não tenho dois, parem de me tratar como se eu tivesse acabado de nascer. -Falou irritado e Camila soltou um risinho ao meu lado.

-Tenha calma querido. -Ouvi Peter dizer.

-Sei o que estão pensando, que elas serão uma má influência para mim, mas acreditem, prefiro estar com duas pessoas maravilhosas que transbordam amor, do que estar com os assassinos dos meus pais, eu prefiro brincar com meus tios gays, do que chorar durante uma noite inteira com medo de ser o próximo a morrer à sangue frio, eu prefiro ser uma criança livre, à ser uma criança com problemas psicológicos. -Disse e todos estavam com a boca aberta.

Um silêncio enorme no tribunal estava desconfortando tanto à mim quanto Camila. O juiz olhava insistente para Siméon enquanto Siméon olhava com os olhos fumegante para seus tios.

Ouvi a marreta do juiz bater e Camila se levantar rapidamente, tudo em câmera muito, muito lenta. Vi o corpo de Siméon se erguer e ele correr até nós pulando e jogando os braços para cima. Camila me balançava como se tentasse me acordar do transe. E quando acordei ouvi os gritos de felicidade do Siméon.

-Nós conseguimos tia Laur. -Ele gritou mais uma vez e eu o peguei no colo girando ele no ar. -Eu sou filho de vocês agora. -Disse beijando meu rosto inteiro me fazendo rir.

-Viu, eu disse que conseguiríamos. -Peter disse tirando sua gravata. -Parabéns Lauren, você merece. -Me abraçou e Siméon bagunçou seus cabelos pretos.

-Você consegue acreditar nisso?Nós conseguimos. -Camila dizia, quando olhei para onde sua voz vinha, ela estava falando animada com Austin.

Deixei Siméon no chão e fui até ela puxando-à pela cintura e ela sorriu antes de eu colar seus lábios nos meus em um beijo de comemoração.

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