Capítulo dezesseis - Não esperava

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           Já não quero saber se os outros saibam que eu e Liam estamos juntos, mas ele disse que quer que todos saibam num momento específico. Ele vai tratar de tudo. Por enquanto, ninguém ainda sabe do nosso namoro.
           Liam está me paparicando muito na última semana. Leva sempre a minha mochila, traz um pequeno lanchinho para mim e me manda mensagens lindas antes dormir. Não pensei que namorar com ele fosse tão bom assim.
          Hoje faço dezoito anos. Meus pais continuam zangados com sei lá o quê, por isso não me dizem nada. É sábado, mas eles saem para um almoço especial na casa de alguns amigos.
          Eu não quero saber o que eles vão fazer se eu sair, apenas vou sair. Pego na minha bolsa e saio de casa sem me importar com nada. Peço à Liam para me buscar.
           Ele está na sua moto com uma camisa regata, calças rasgadas e usando um boné. Liam me beija e me entrega o capacete.
           — Feliz aniversário, Moreninha.
           — Você é a primeira pessoa a me desejar feliz aniversário. — Digo abraçando ele depois de subir na moto.
           — Me sinto honrado!
           — Onde você vai me levar?
           — Depois você verá.
           Ele acelera a moto e vamos para a estrada.

          Liam pára a moto e me ajuda a descer. Nós estamos numa feira. Eu sempre quis ir numa feira. Pulo nos seus braços e abraço ele, que me dá um beijo apaixonado.
            — Sou ótimo a te surpreender. — Ele diz.
            — Eu sempre quis estar aqui. Obrigada.
            Ele me leva para dentro da feira e observo os diversos jogos que têm nesse mesmo lugar. Não sei o nome dos jogos, mas vou jogar todos eles.
          — O que você vai querer primeiro? — Pergunta Liam.
           — Aquele! — Aponto para o jogo em que um homem fica pendurado e debaixo dele há um baril gigante de água.
          — Você quer que o pobre homem se molhe? — Ele ri. — Vamos!
         Liam compra algumas fixas e me entrega. Eu entrego ao homem que está premiando e me entrega três bolas.
         Liam beija minha testa. — Para dar sorte! — Ele diz.
         Eu tento acertar no alvo, mas falho todas as vezes. Liam tenta e acerta todas as vezes. Como ele ganha, escolhe três prémios. Escolhe três ursinhos de pelúcia pequenos e me entrega.
           — Para você.
             Jogámos quase todos os jogos da feira, mas eu não ganho. Apenas Liam ganha. Estamos com quinze ursinhos agora, mas eu quero ganhar.
           — Eu quero ganhar o maior, Liam! — Digo.
          — O quê? Eu nem sei como vamos levar esses quinze e você quer mais um? O maior?
          Pestanejo e faço beicinho como uma criança. Ele ri e me entrega mais fixas. Eu vou no jogo de atingir o palhaço.
          Seguro as três bolas e tento acertar no palhaço, mas sempre que atiro, ele desaparece. Desisto. Liam acerta em todas e ganha o ursinho maior.
           — Acho que já chega de jogos. Você quer um algodão-doce? — Pergunta.
           — Quero. O que fazemos com esses ursinhos todos?
          — Eu dou um jeito. — Ele sorri e me beija.
          Eu vou comprar o algodão-doce para mim e para Liam. Um homem bem vestido olha para mim como se eu fosse um pedaço de bife. Me sinto desconfortável, de repente.
            Me arrependo de usar calções jeans curtos e uma blusa justa. Ele não pára de olhar. E quando eu saio dali ele agarra o meu braço.
            — Olá! — Ele diz sorrindo.
           — Posso ajudá-lo em alguma coisa? — Pergunto.
          — Vamos para o meu carro e você vai saber. — Ele segura meu braço com força.
          — Eu estou acompanhada. Eu tenho namorado.
          Liam aparece e dá um soco no homem. Ele cai no chão e levanta rapidamente para contra-atacar. Liam desvia cada soco e o homem já parece cansado.
           — Vai cuidar dos seus netos e deixa minha namorada em paz, seu pedófilo de merda! — Liam me puxa para ele e saímos dali.

Malditamente quebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora