Capítulo três - Primeiro dia de aulas

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                  O uniforme do colégio me deixa sem graça. É uma saia cinza bem escura, uma camiseta branca e um pullover cinza claro por cima dela. Felizmente nada de meias, apenas uso os meus sapatos confortáveis e faço um rabo de cavalo nos meus cabelos pretos.
                     Pego na minha mochila e saio do quarto. Como sempre, meus pais estão na mesa me esperando para comer. Eles são rigorosos demais até para eles mesmos. São tantas regras que tenho que seguir!
                   — Bom dia, papai e mamãe! — Sento na mesa junto deles.
                       — Bom dia, filha. Como você se sente sobre seu primeiro dia de aulas? — Minha mãe pergunta.
                       — Muito ansiosa! Espero que corra tudo bem.
                       — Claro que vai correr bem, Blaire. É só você se comportar, como sempre!
                      Como as minhas panquecas tranquilamente. Eu sei que estou nervosa, mas não preciso mostrar isso a ninguém. Preciso de uma lista mental sobre o que fazer no meu primeiro dia num colégio de verdade.
                     Meu pai levanta primeiro e beija a minha mãe depois a mim. — Até logo meus amores, eu preciso ir.
                     — Meu amor, eu vou com você também estou um pouco atrasada. — Minha mãe levanta também, e beija minha testa. — Adeus filha.
                       Sorrio para eles. Meu pai é um cirurgião muito destacado e ele quer que eu siga seus passos. Deles ou da minha mãe, que é arquiteta. Ninguém me pergunta o que eu quero.
                       Levanto da mesa também, agarro numa maçã e saio correndo. Não quero chegar atrasada no meu primeiro dia de aulas. Nervosismo é tanto, que meu coração vai sair do lugar, se não me controlar.
                       Lewis, o meu motorista, me espera na frente do Kia Sportage preto do meu pai. O carro que Lewis sempre usa, para me levar em algum lugar.
                       Entro no carro, vejo se não esqueci de alguma coisa, olho para mim no espelho e como a minha maçã durante a longa viagem até ao colégio.

                    Pelo vidro do carro, posso ver que o Morgan Helton College é enorme! É mesmo grande, bonito e sofisticado. Parece um sonho, já que é a primeira vez que piso numa escola.
                       Saio do carro sem esperar Lewis e vou correndo para dentro do colégio, que nem uma criança numa loja de brinquedos. Eu sei que meu pai era capaz de me colocar num colégio só de meninas, por isso, quando mais rápido souber, melhor para mim.
                       Quando entro, meu alívio é notável. Há homens também. Felizmente meu pai não fez isso comigo. Estava pensando que se fizesse, voltaria a ter aulas particulares.
                    Observo cada canto e me perco no momento, quando bato no ombro de alguém assim que me viro. Uma garota ruiva, com batom vermelho, e unhas pintadas de preto.
                   — Desculpa! — Digo.
                   — Olá eu sou a Jolene, e você? É nova por aqui? — Ela sorri e estende a mão para mim.
                       — Sim. — Aperto a sua mão. — Sou a Blaire. Muito prazer!
                       Ela segura o meu braço e me guia para os cacifos. Seus cabelos ruivos batem no meu rosto quando ela se vira para abrir seu cacifo e coloca os livros lá.
                       — Você deve estar se perguntando porquê eu trouxe você aqui. Primeiro, a Bruna Levigne, é uma bruxa e ela sempre trata mal ou recruta as alunas novas, segundo, você parece simpática e eu não quero que sofra nas mãos dela, acredita, eu já sofri e ela não presta, e terceiro, é sempre bom ter amigos novos.
                       — Bem... obrigada. Eu estou um pouco perdida.
                      — Você parece muito perdida, mas não se preocupe, eu vou te ajudar. Eu ganhei o concurso de Miss carisma no ano passado. — Ela fecha o cacifo.
                         — Sério?
                         — Sério. Você vai conhecer tudo em menos de uma semana. Prometo!
                         Acabei de chegar e já tenho uma amiga. Que maravilha! Bom trabalho Blaire! Você está se saindo muito bem para uma novata.
                       Sigo Jolene pelas escadas, e entramos numa sala de aulas com apenas duas pessoas dentro dela. Um garoto loiro de óculos lendo um livro e uma garota de cabelos castanhos até ao fim do seu rosto, também de óculos mexendo no celular como se estivesse hipnotizada.
                       — Você senta atrás de mim. Eu sento na frente para poder chamar a atenção dos professores. — Ela diz. Eu sento onde ela indica. Sento ao lado da garota do celular.
                     — Ok.
                     — Há coisas que você precisa saber. Grava bem esses nomes: Bruna, Grant, Scott, Bratt e Lambert. Se afasta deles. Você deve evitar eles se quer continuar nesse colégio.
                    — Está bem. Eu vou me afastar.
                       A garota do celular olha para mim depois para Jolene. — Amiga nova, Miss carisma? — Pergunta depois volta a olhar para o celular.
                       — É a Blaire. Ela é nova e não deve sofrer nas mãos do esquadrão homicida.
                       — Olá Blaire, eu sou a Sophie, sou amiga da Jolene também. Como você está? — Ela continua olhando para o celular.
                        — Nervosa, mas bem.
                       Um aluno entrou na sala com uma camisa e o pullover colete cinza por cima. Seu cabelo castanho está bem penteado e senta duas cadeiras atrás de Sophie. Olho para Jolene.
                   Ela se aproxima e sussurra: — É o Shane Walter. Um dos alunos mais inteligentes da turma.
                     — Oh! — Não tenho mais nada a dizer.
                      Olho para trás para ele e seus olhos me encontram. Ele é bonito. Viro imediatamente para Jolene novamente.
                       — Bom, acho que você quer saber sobre mim. Jolene Watson, 17 anos. Estou nesse colégio desde os 15. agora você!
                         — Também tenho 17 anos.
                         — Onde você estudava?
                         — Em casa. Eu tive aulas particulares desde pequena. Não sei o que deu para meu pai mudar de ideias.
                         — Você não tem irmãos?
                        — Não!
                        — Bem, eu tenho cinco! Você não imagina o que eu passo. Sou a irmã do meio. E para piorar, Sophie está apaixonado pelo meu irmão. É horrível.
                     Os alunos entram na sala, pouco a pouco. Reparo agora num garoto loiro com o cabelo bem penteado sentando perto de Shane.
                        — Ele é o amigo de Shane, o Paul. Ele é lindo! — Ela dá um suspiro apaixonado.
                       — Mais lindo que o seu irmão? — Pergunta Sophie. — Duvido!
                       — Que nojo! — Jolene vira para frente do quadro.
                       Uma loira com saltos altos e com a saia do uniforme curta, sem o pullover e com a camisa com os dois primeiros botões apertos, revelando que tem peitos grandes, entra na sala com uma garota atrás dela segurando o que parece ser as coisas de ambas. Ela senta na frente e sua amiga na trás.
                       — Podem respirar a vontade, eu cheguei! — Ela diz, com o chiclete na boca.
                      — A gente reparou Bruna! — Sophie responde. Uma das pessoas que tenho que me afastar.
                       — Não falei com você caixa de óculos! — Bruna responde e depois ri.
                      Outros alunos entram. Um moreno de olhos âmbar e um loiro de olhos azuis. Eles não estão usando o pullover, e têm o rosto sério e perigoso. Eles sentam na mesma fila que Bruna deixando dois lugares livres no meio da mesma fila.
                        Jolene vira para mim. — O moreno é o Grant, e o loiro é o Bratt, o meu irmão.
                       Arregalo os olhos. — O seu irmão?
                       — Um ano mais velho. Ele estaria na universidade, mas incendiou literalmente a antiga escola onde estudava. Meu pai gastou milhões na fiança dele. Percebe porquê é perigoso?
                        — Sim. Já entendi. Não chegar perto. — Falo.
                       — Linda menina!
                      A porta se abre mais uma vez e mais alunos entram. Entre eles vejo Scott. O... amigo... do... Liam. Mas que droga?
                       — Esse é o... — Sophie começa.
                       — Scott! — Interrompo.
                       — É tão óbvio assim? — Jolene pergunta. — Só falta o Lambert.
                       O professor entra com um sorriso no rosto. Ele parece ter a idade do meu pai, uns quarenta e muitos, mas parece simpático.
                        — Olá meninos! Sou o vosso professor de matemática, Prof Collins.
                       — Eu sou a Bruna, a mais popular daqui.
                      — O que importa, minha menina, não é a popularidade, mas sim a capacidade de cada aluno. O nosso país precisa de jovens eruditos, não outra coisa. — Responde professor Collins.
                      — Eu concordo! — Digo alto suficiente para todos ouvirem.
                  Bruna lança para mim, um olhar mortal. Parece que já somos rivais. Foi bem rápido.
                      — Você não imagina como ela é irritante! — Sophie diz guardado o celular.
                     — Estou começando a imaginar. — Respondo.
                     A sala está cheia e falta apenas um lugar para ser preenchido. Não consigo parar de olhar. Como será esse Lambert?
                        Então, como se o universo tivesse me ouvido, a porta abre e todos nós olhamos para ela. Lambert entra na sala de aula, com o pullover até ao cotovelo, mostrando sua tatuagem, com a gola da camisa em pé, e com o cabelo bagunçado. Se eu tivesse um copo com água molhava agora o meu rosto. Meus Deus! Lambert é Liam?
                      Ele anda lentamente até o lugar vazio, e depois olha para mim sem demonstrar nenhuma emoção. Como se meu rosto fosse estranho para ele. Será que pode ser um irmão gémeo?
                    — Ele é o Lambert? — Pergunta para Sophie.
                  — Em carne e osso!

Malditamente quebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora