Capítulo dezenove - Apenas coisas ruins

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            Acordo com as vozes dos meus pais discutindo. Em toda a história da relação deles, eu nunca ouvi eles discutirem. Essa deve ser a primeira vez. Eles parecem sempre estar de acordo que isso me surpreende.
           Eles gritam, mas eu não entendo o que estão dizendo. Acho que é melhor não me intrometer. Vou fingir que não está acontecendo nada e vou para o colégio.
            Vou para o banheiro fazer minhas necessidades e demoro por aí uns quarenta e cinco minutos. Depois seco o cabelo, penteio e vou vestir meu uniforme.
          É um dia diferente, mas parece ser o mesmo. Ainda sinto saudades de Liam. Ele está fazendo muita falta para o meu coração. Ele me magoou, por isso o odeio. Ele não merece estar nos meus pensamentos a essa manhã.
          Vou tomar o café, mas não vejo ninguém. Então vou para o colégio e como uma maçã pelo caminho. O único problema é que Lewis continua sem fazer as minhas vontades. Tudo graças ao meu pai.

             As aulas podiam ter sido melhor se Lambert não tivesse feito "gracinhas" sobre mim o tempo todo. Eu não entendo porquê ele continua fazendo isso. Quando ele descobrir tudo, cai ser tarde demais.
           Infelizmente, Lambert está no meu grupo e eu tenho que aturá-lo. Havia muita gente, mas o professor escolheu ele. Estávamos fazendo o trabalho. Não tínhamos outro lugar para fazer o trabalho, por isso viemos para o apartamento de Lambert.
           Pego no livro e leio para eles. — O Existencialismo era uma doutrina filosófica e intelectual que teve início na Europa (França), em meados do século XX. O Existencialismo sofreu influ... — Eu leio, mas Lambert me corta.
            — Tenho tanto sono! — Ele finge um bocejo. — Você tem que ler com mais vida! Já que deve ser a única coisa que sabe fazer!
          — Respeite ela, Lambert! — Shane olha para ele com raiva.
          — Não faz mal, Shane. — Respondo. — Posso continuar? — Pergunto.
           — Eu já ouvi o suficiente! — Lambert estica seus pés na mesa de centro.
           — Você quer beber alguma coisa? — Shane pergunta para mim.
          — Espero que não tirem nada daqui. Podem sair e fazer uma pausa para o almoço.
          Shane levanta. — CHEGA! Você pensa que isso é uma brincadeira? Nem eu nem Blaire queríamos fazer esse trabalho com você, acredite! Apenas não queremos uma negativa.
          Lambert ri. — As princesas estão zangadas? Precisam de um calmante?
          — Cala a boca! — Digo.
          Ele levanta e fica na minha frente. — Não querem estar aqui então vão embora! Eu simplesmente não suporto vocês os dois.
           — Nós só queremos fazer esse trabalho. Quanto mais cedo começarmos, mais cedo terminamos e você não tem mais que nos aturar, Lambert. Deixa Blaire continuar.
         — Está bem.
         — Eu vou começar de novo. — Digo. — O Existencialismo...
         — Desculpa, mas não consigo mais ouvir sua voz. — Lambert senta.
          — Eu assim não consigo! Porquê você é assim? — Pergunto num tom alto. — Você me humilhou, não acreditou em mim, partilhou um vídeo que não deveria, mas estou tentando fazer esse trabalho com você. Eu sim devia ficar com raiva!
          — Que culpa eu tenho se você não presta? — Ele pega no celular.
          — Eu lamento muito que você seja assim. Um dia, não muito distante, você vai se arrepender! — Digo e arrumo as minhas coisas.
          — Blaire! — Shane segura meu braço. — Calma. Vamos resolver isso. Não podemos deixar de fazer o trabalho só porque temos um idiota nos enchendo.
          — Você pode ficar se quiser. Eu vou embora!
          — Vocês acham que eu quero vocês aqui? Estou fazendo isso apenas porque o trabalho vale metade da nota. Eu não quero ver os vossos rostos. — Lambert diz indo até a cozinha.
          — Desculpa, Shane, mas eu não posso mais ficar aqui. — Pego na minha mochila.
          A porta abre e nós vemos Jolene entrando. Eu reviro os olhos. Ainda bem que estou indo embora desse maldito lugar.
          — Eu acho que vou com você, Blaire. — Shane também pega nas suas coisas.
          — Oi! — Jolene diz num tom amigável.
          — A gente já vai. — Digo e levo Shane comigo. Não quero saber o que eles vão fazer. Não quero nada que tenha a ver com Lambert.
           — Ele é tão insuportável! Eu não sei como há pessoas que o aturam. — Shane diz.
          — Não quero falar sobre esse idiota. Aonde a gente vai agora?
          — Comer um sorvete. Se você quiser. Ou podemos ver um filme. — Não quero fazer as coisas que fazia com Lambert. Nem pensar.
           — Eu tenho que ir para casa. Meu pai me colocou de castigo. Lembra? — Beijo a sua bochecha. 
            — Lamento. Um dia vou resgatar você. Então amanhã a gente se vê no colégio?
            — Claro.
            — Depois eu ligo para você. — Ele me beija.
            Eu gostaria de saber o que Lambert e Jolene estão fazendo. Sei que não é da minha conta, mas estou curiosa quanto a isso.

Malditamente quebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora