Os grandes e malvados Lobos.

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Dirigimos em silêncio até o bairro Ucraniano. Quando chegamos, Ethan estacionou a Mercedes em um espaço na rua. Era cedo para a ConManada, mas ainda era tarde em uma noite de sexta-feira, para o restante do bairro, o qual estava tranquilo e enormemente vazio de tráfego . Saímos do carro, ajeitamos nossas Katanas e caminhamos até San Bridget, a qual estava bem iluminada pela lâmpada da rua e luz da fachada.
Parei por um momento e levantei os olhos para a Catedral.
“Catedral” era definitivamente um nome apropriado. San Bridget era um bonito edifício, com pedras cor pêssego e um punhado de torres coroadas por cúpulas cor turquesa, que pareciam toucas de esqui. Uma janela gigante de vidro pintado estava colocada em frente do edifício, seus três painéis retangulares mostrando uma cena pastoral com arvores e borboletas, um cervo deitado pacificamente no meio.
A igreja era uma joia arquitetônica no meio de um bairro de classe operaria, como um resto perdido de um antigo conto de Fadas, uma pagina da historia que não foi mexida, transportada da espessura do bosque da Europa do Leste até o lado oeste de Chicago. Era, sem dúvida, muito parecida com o bairro ao seu redor em um aspecto, estava muito, muito silenciosa. Não é que eu esperasse piquetes e protestos, mas pelo que tínhamos visto antes, os Metamorfos não eram do tipo de ir com cuidado em uma noite boa.
— Afirmo que é estranho que se reúnam em uma igreja. — eu disse.
— É incomum. — Ethan disse atrás de mim. — Mas não era decisão nossa.
Ficamos ali de pé e em silêncio por um instante, o suficiente para me fazer virar e olhá-lo. Encontrei seus olhos nos meus.
— O que foi? — perguntei.
Deu-me um olhar inexpressivo.
— Estamos aqui a negócios. Quero que o ar esteja limpo.
— O ar está tão limpo como vai estar. Cometemos um erro. Nós dois o
consertamos, portanto superemos; ok? — disse.
— Um erro. — ele realmente teve o descaramento de soar surpreso por
minha resposta, mas eu não acreditei. Não havia usado a palavra “erro” em seu discurso de culpa depois da festa dos Breckenridge, mas isso era tudo o que ele havia dito.
— Um erro. — repeti. — Podemos ir trabalhar?
— Merit... — começou; arrependimento em sua voz, mas eu levantei uma mão para o alto. Sua culpa não ia me fazer sentir melhor.
— Vamos trabalhar.
Subimos as escadas até as portas que se estendiam pela frente da igreja.
Presumi que aqui era onde as pessoas se reuniam depois dos serviços, quem sabe para darem as mãos para o padre, quem sabe para fazer planos de jantar ou almoçar.
As portas estavam sem tranca e levavam a um pequeno salão de recepção, cujas paredes tinham sinais para a congregação, indicando-lhes o caminho para as salas de crianças e os cafés da manhã. Avançamos até um segundo par de portas e ofeguei perante a visão frente a nós, caminhei para dentro passando Ethan para ter uma visão completa. A vista externa da igreja era impressionante, mas isso não era nada comparado com o interior. O santuário era como um cofre de tesouro, com pisos de pedra brilhante, paredes de vidros coloridos, representações com molduras de ouro, nichos dourados e frescos. Brilhantes colunas e enfeites de bronze, marcando os corredores da igreja. Robin, Jason, Gabriel e Adam estavam de pé na parte frontal do santuário, mas foi Berna quem obteve nossa atenção antes.
— Você vai comer. — ela disse, parando diante de nós, uma vasilha de alumínio descartável seguro em seus braços estendidos. A vasilha estava coberta com papel alumínio, soltava vapor pelo calor, e podia cheirar o que havia dentro: carne, repolho, especiarias – delicia Européia Oriental.
— Tome. — ela disse e empurrou a vasilha, ainda quente, para os meus
braços.
— Aprecio o gesto, mas você não tem que continuar me alimentando.
Ela estalou a língua.
— Muito magra. — disse e estendeu dois dedos calosos e beliscou meu braço. Forte. — Aí. Sem carne. — ela disse com desaprovação em sua voz. — Sem carne nos ossos, não encontrará homem. — depois jogou um olhar analítico para Ethan, com uma sobrancelha loira levantada.
— Você é..., um homem.
Não é que eu estivesse discordando, mas ela estava fazendo uma parceria errada.
— Obrigada Berna. — eu disse, esperando atrair sua atenção de volta para mim e distraí-la de sua ligação de amor. Lentamente, como se adivinhasse minha estratégia, voltou seu olhar para mim, então me deu um olhar apreciativo de cima abaixo que não era nada galanteador. Depois de estalar sua língua novamente, nos
rodeou e desapareceu no vestíbulo.
Olhei para Ethan e ofereci-lhe os rolinhos de repolho.
— Deveria colocar isto em seu carro enquanto estamos aqui?
Pálido, aparentemente não louco pela ideia de que sua Mercedes cheirando a cozinha de um Clube Ucraniano.
— Boa noite vampiros.
Virei para encontrar Adam sorrindo pela vasilha em minhas mãos.
Estava vestido de forma simples; uma camiseta cinza xadrez e jeans, sobre
pesadas botas pretas, mas isso não disfarçou o atrativo de Lobo.
— Boa noite. — levantei a vasilha. — Ela continua me empurrando comida.
— Essa é Berna. É sua maneira de mostrar afeto.
Não por meu físico, ao que parece. Deixando isso de lado, ainda tinha a
vasilha fumegante com que lidar.
— Há algum lugar onde eu possa deixar isto por algumas horas?
— Você acha que segurar uma vasilha de rolinhos de repolho interromperá
seu encanto vampírico?
— Fará um mais difícil o manejo de minha espada.
— Bem, não queremos que isso aconteça. — disse timidamente.
— Vou te levar a cozinha e você pode deixá-la lá. Também te dá uma oportunidade de ver um pouco mais da igreja.
— Obrigada.
Esperarei aqui. — Ethan acrescentou silenciosamente. — Eu gostaria de falar com Gabriel sobre Tony.
Boa sorte. — eu ofereci em resposta, me perguntando se a briga com os
Brecks seria realmente água debaixo da ponte ou se Gabe a sustentaria contra nós.
Por outro lado, ele não tinha mudado de opinião sobre nós proporcionarmos segurança, o que deveria estar confortável o suficiente.
Mantenha-se em guarda, Liege. — respondi condescendente.
Segui Adam pelo corredor do lado esquerdo da igreja, oferecendo a Gabriel e a Jason, uma saudação enquanto passava. Moveu-se através de uma porta e dentro da ala lateral que Luc nos havia mostrado antes. Era obvio que tínhamos passado da arquitetura original a Renovação de 1970.
Enquanto que a Capela era luxuosa, a ala lateral era toda reta e estéril. O
pratico havia triunfado sobre as formas aqui, desde os pisos industriais acarpetados a paredes de blocos de concreto. Mas, à medida que passamos os cômodos de enfermaria, ficou claro que os congregados estavam menos preocupados em como parecia à igreja do que como estava ali. Parei para abrir uma porta e olhar dentro. Desenhos e pôsteres educativos decoravam as paredes.
Mesas e cadeiras pequenas enchiam o cômodo, e animais de pelúcia e blocos de madeira foram empilhados cuidadosamente contra uma janela.
— É uma comunidade fechada. — Adam disse atrás de mim.
— Posso ver.
Quando olhamos até nos fartar, Adam continuou pelo corredor, logo virou
para dentro de uma cozinha estilo industrial, com o propósito claro de preparar refeições para uma grande e faminta congregação. Manteve aberta a porta da geladeira enquanto deslizava a vasilha em uma das prateleiras. Uma vez feito isso, fechou a porta novamente e se recostou contra um dos balcões de aço inoxidável no meio da habitação.
Vi uma tabela de anúncios na parede em frente e me aproximei para ver
melhor. Uma folha de inscrições para um almoço depois da missa estava colocada ao lado de um folheto de comida enlatada. Dar para receber, eu pensei.
E falando em receber, decidi tomar a oportunidade para conhecer um pouco mais sobre Adam e sua gente. Comecei com a geografia.
— Então, tenho curiosidade..., porque o bairro Ucraniano? Qual é sua
conexão com este bairro?
— Metamorfos?
Assenti.
— Temos raízes na Europa Oriental. Nossas famílias são muito unidas. Se
você junta às duas. Obtém o bairro Ucraniano.
— Huh. — eu disse. — Isso é interessante.
Levantou uma sobrancelha.
— É interessante ou você está sendo agradável para fazer sua parte em conseguir uma aliança Vampiros/Metamorfos?
Disse as palavras com sarcasmo, mas havia um fio de algo mais em sua voz. Irritação? Raiva? Desgosto? Não estava certa se isso era animosidade para com os vampiros ou para as políticas em geral. Ambas era emoções de Metamorfos.
Sem querer discutir, copiei o encolher de ombro negligente que ele havia
me dado antes.
— Simplesmente tendo uma conversa amistosa. Não há nada de mal nisso, não é verdade?
Com um brilho em seus olhos, respondeu.
— Não senhora, definitivamente não há.
Conversamos por um pouco mais de tempo, o suficiente para conhecê-lo
mais. Havia previsto conseguir algo da vibração do “irmão mais novo do Líder da Manada”, e mesmo sendo bastante espertinho, parecia seriamente preocupado pela Manada.
— Estou nervoso por esta noite. — admitiu enquanto pegamos o corredor de volta a Capela principal. — Não é que eu pense que Gabe não poderia lidar com qualquer coisa que surja, mas prefiro que as coisas se mantenham livres de violência se for possível.
— Alguma ideia sobre o culpado do tiroteio no bar?
Sacudiu sua cabeça, sua expressão endurecendo. Estava se segurando.
— Ouvi que Tony... — não estava certa sobre como terminar a frase, então
não o fiz.
— Sua morte muda as coisas. — Adam disse. — Mas não sei se isso significa
que ele estava por trás do ataque.
— Pensamos o mesmo.
Adam franziu o cenho.
— É que simplesmente esse assassinato planejado não é algo muito de Manada. Um crime passional, com certeza, mas não um
assassinato. Isso é um pouco, quem sabe, vampírico?
Levantei uma sobrancelha receosa. E falando de prejuízos, perguntei.
— Gabriel disse algo sobre o incidente nos Brecks?
Adam sorriu sem alegria.
— O incidente com Ethan?
Concordei.
— Bem, não estava muito contente pela interrupção, mas acho que estava mais divertido por todo o assunto.
Cruzei os braços sobre meu peito.
— Divertido?
Adam encolheu os ombros.
— Eles se conhecem há um tempo. Gabe conhece Sullivan por ser frio, calmo, calculista. E isso definitivamente não foi frio, calmo ou calculista. Gabe acha que Sullivan está morto por você.
— Você se surpreenderia. — disse secamente. A vibração de meu celular me resgatou de uma elaboração mais profunda. Eu o peguei de meu bolso e olhei o visor. Era uma mensagem de texto, mas não de Luc ou Malik, ou dos guardas de Cadogan. Era de Nick, e não era boa.
INFORMANTE DISSE QUE HÁ UM CONTRATO SOBRE A CABEÇA DO
CACHORRO MAIS VELHO; GOLPE IMINENTE. — a mensagem dizia. Estava assinado com NB.
Parei no meio do corredor, meu coração batendo repentinamente com força. Tínhamos estado certos, quem seja que fosse o culpado, a violência não ia se limitar ao ataque sobre o bar.
Alguém queria tirar Gabriel, com ou sem Tony.
Dei uma olhada na porta da Capela em frente a mim. Precisava contar a
Ethan e a Gabriel, mas primeiro queria fatos. Se Nick tinha informação - uma fonte, um horário, alguma coisa – eu queria ouvir de seus lábios antes de levá-lo aos homens que duvidariam de sua veracidade ao Máximo. O vampiro e o Metamorfo que já suspeitavam de Nick.
Levantei os olhos para Adam, que havia parado alguns metros adiante, sua cabeça inclinada enquanto me olhava.
— Está tudo bem?
Apontei para uma das enfermarias.
— Não há problema se eu usar a sala
por alguns minutos? Preciso fazer uma rápida chamada de telefone.
— Aconteceu alguma coisa?
Fingi indiferença. Não tinha sentido parecer alarmada até que tivesse as
provas em mãos.
— Não realmente, são tempos sensíveis.
Levou alguns segundos, mas ele finalmente concordou.
— Ajude a você mesma. Pode nos encontrar na Capela quando tiver terminado.
Sorri alegremente.
— Obrigada Adam. E obrigada pela conversa.
— De nada, Gatinha. Quando quiser mais do que conversar. Gabriel sabe
como me contatar.
Por hora, a chave era contatar Nick.
Acabou sendo que contatar Nick não foi tão difícil. Uma vez que estive em
uma das enfermarias com a porta fechada, simplesmente marquei de volta o número de onde a mensagem havia sido enviada e ele atendeu no primeiro toque.
— Breckenridge.
— Nick? É Merit.
— Isso foi rápido.
— Parecia importante, pela ameaça de morte e tudo. O que foi que você
ouviu?
— Alguém ligou para a linha de informações do jornal e chamou por mim especificamente.
Franzi o cenho.
— Então sabiam o suficiente para não espalhar detalhes sobre os Metamorfos ao garoto que o atendeu?
— Esse foi meu primeiro pensamento também. Ele deve ser um Metamorfo, mas não pude dizer quem. Você conhece esses manipuladores de voz que os sequestradores usam nos filmes para mudar o tom de suas vozes? Este tipo tinha um.
— O que ele te disse?
— A mensagem era breve e simples. — ouvi o farfalhar de papel, como se
Nick estivesse folheando um caderno. — Ele disse que os tiros no bar não foram um acidente. Disse que alguém colocou preço pela cabeça de Gabriel e que a segunda tentativa ia ser esta noite.
— Em uma igreja cheia de Metamorfos? Não é uma maneira exatamente discreta para tirar alguém do caminho.
— Sim, um conselho para os não iniciados, em algum ponto será um caos aí. Não acho que um disparo, inclusive um golpe a curta distancia, seria muito difícil de conseguir.
Bem, essa informação teria sido útil antes de hoje.
— Algo mais?
— Isso foi tudo, exceto por uma coisa mais. — disse, então parou. Criando
drama, pensei, como qualquer bom escritor.
— Ele disse que para encontrar o culpado, teríamos que procurar na parte mais alta da Manada.
— Você soube que encontramos Tony?
— Sim, mas isso não significa que não esteve envolvido. Teve a oportunidade, foi sua motocicleta que encontraram. E poderia ter tido seus
motivos também.
— Tais como?
— Instalar alguém mais no assento de Gabriel. Quem sabe tentar uma
consolidação de Manadas. Não seria a primeira vez. Ou talvez a mais simples possibilidade, assustar a todos para que voltem para Aurora.
— Algo mais é estranho, sabe.
— O que?
— O informante. — eu disse. — Pense, alguém fica sabendo que Gabriel está com problemas e tem a precaução de te chamar, mas usa um dispositivo para disfarçar a voz?
— Talvez tenha medo de ser preso.
— Por ligar para uma linha de informações anônimas?
— Se tem a informação, é provavelmente porque esta perto o suficiente da cena do crime para ser parte dela.
— Ou talvez soubesse que você reconheceria sua voz.
Ambos consideramos por um momento.
— Acho que seria melhor se você não lhes dizer que a informação veio de mim. — finalmente disse. Sabia por que ele queria se manter no anonimato, os Brecks ainda não estavam de bem com a Manada. Estavam tentando voltar a entrar, certamente, mas saber que Nick era a fonte de informação sobre um ataque apenas ia fazer com que Gabe suspeitasse mais.
Por outro lado.
— Sou um vampiro, Nick. Se alguém tem informação como essa, porque
diria a mim?
— Porque você é a Vingadora de Rabo de Cavalo.
— Não sou capaz de vingar ninguém. E como você sinalizou, sou um
vampiro. Não é como se ajudar Berna trouxesse alguém dentro do acampamento vampiro. — deixei sair uma respiração. — Eu direi a Gabe que foi anônimo. Mas se
Ethan perguntar, não vou mentir para ele.
Nick ficou em silêncio por um momento. — Combinado. — disse finalmente.
— Vocês virão esta noite?
— Não. Não iremos. Demos o poder a outros membros da Manada, é uma
coisa simbólica, outro modo de nos retratar.
— Bem, então suponho que te verei logo. Ou não. — eu disse no caso de que a votação decida por uma retirada dos Metamorfos.
— Boa sorte. — ele disse solenemente e a linha ficou morta.
Informação em mãos; corri de volta a Capela para encontrar Ethan.
Havia mais Metamorfos nos bancos agora, e alguns espalhados com
equipamento de sons e pranchetas. Como os Lideres da Manada americana, que eram todos homens, exceto por Fallon Heene, quem estava de pé em frente a Capela com uma camisa preta, bordada, de mandas longas, uma curta saia preta e botas até os joelhos, de estilo militar, seu olhar receoso na congregação. Encontrei Ethan na parte de trás do salão com Gabriel, os dois sozinhos em um canto, de pé lado a lado, seus olhares na multidão. Ambos levantaram os olhos enquanto os
saltos de minhas botas ecoavam contra o chão de pedra.
Sentinela? — Ethan perguntou silenciosamente.
Não respondi isto precisava ser dito aos dois.
Decidi que seria melhor me manter o mais agarrada possível a verdade.
— Recebi uma ligação. — disse quando os alcancei. — Não tinha
identificação e a pessoa usou um desses dispositivos que distorcem a voz. — levantei os olhos para Gabriel. — Ele disse que havia um contrato para te atacar e que seria esta noite.
Ele fechou os olhos por um instante. — Não é que me surpreenda, mas isso é um maldito inconveniente. A violência leva a violência e eu não quero mais problemas porque alguém pensa que pode superar ao Ápice. Não quero que saibam disso e afete a votação. A Manada precisa estar aqui. A decisão precisa ser feita e feita por eles.
Ethan franziu a testa, essa familiar linha de preocupação entre seus olhos.
— O que disse, precisamente, a pessoa que te ligou?
— Simplesmente o que eu disse; que haverá um ataque contra Gabriel e que esse ataque ocorrerá esta noite. Iminente. — acrescentei. — Acho que ele disse..., iminente.
— Não pode, não cancelarei a ConManada. As Manadas virão esta noite com merda em suas mentes. Não podemos simplesmente descartar isso, evitar toda essa energia acumulada de volta ao universo sem saída. Essa seria uma má ideia para a Manada e a cidade.
Dada a seriedade de sua voz e o zumbido elétrico que já começava a se mover pela Capela, à medida que a audiência crescia, concordei com suas palavras.
Não precisávamos de centenas de Metamorfos frustrados correndo por Chicago.
— Entendemos sua posição. — Ethan disse. — E admiramos a devoção por
sua gente. Mas a continuidade da Convenção não é o único problema. Se eles te tiram do caminho, quebram o equilíbrio de poder. Não..., alteram completamente o equilíbrio de poder. Essas consequências são igualmente ruins. — se Ethan estava sendo franco assim, presumi que ele e Gabriel tinham ultrapassado qualquer
tensão persistente.
— O que você sugere? — disse Gabriel.
— Dada nossa limitada quantidade de tempo, a maior quantidade de precauções que possamos tomar. — Ethan disse.
— Não é para ser mórbida, mas se tentarem um ataque, vocês tem ideia sobre possíveis cenários?
— O debate pode ser escandaloso. Não é impossível que tentem levar vantagem do caos, fazer um movimento em meio a ele.
— Então nos manteremos ao seu lado quando a Convocação começar.
Sabemos que você é forte, mas não é imortal. Como Merit demonstrou, podemos lidar com tiros, você não pode.
— Não estou certo que me insultar seja o modo de lidar com isso. — Gabriel murmurou.
— Você sabe a que eu me refiro. — Ethan disse. — Em quem você confia na Capela?
Gabriel examinou a multidão por um momento.
— Fallon. Confio em Fallon.
— Mesmo que ela seja a próxima na fila de sucessão da Manada depois de você?
Muito lentamente, Gabriel virou a cabeça para mim, seu olhar
repentinamente ameaçador.
— Você está acusando Fallon de alguma coisa, Sentinela? — magia, adstringente e afiada, eletrizou o ar.
Mantive meus olhos em Gabriel, minha expressão neutra, como se estivesse olhando para um cachorro prestes a atacar.
— Não estou acusando ninguém. Estou, sem duvida, fazendo o papel de advogado do diabo com o propósito de garantir a sua segurança. Nesta noite esse é meu trabalho.
Levou alguns segundos para que a magia se dissipasse, mas ele finalmente concordou.
Ethan colocou uma mão em minhas costas.
— Daremos um passeio ao redor da igreja, para ver se algo está fora do normal. Falaremos com Fallon em nosso caminho. Mantenha-se dentro da linha de visão enquanto não estivermos.
— Ele é sempre tão mandão; Sentinela?
— Você não tem nem ideia.
— Seja o que for. — Ethan disse. — Daremos atenção e mantenha-se com vida por enquanto. — com a concordância de Gabriel, caminhamos até o canto de Fallon.
— Algumas vezes. — Ethan sussurrou enquanto nos movíamos. — O trabalho de proteger outros consiste em convencê-los de que precisam de proteção em primeiro lugar.

Mordida duas vezes 3Onde histórias criam vida. Descubra agora