Quando nós chegamos de volta na Casa, Ethan me deu as últimas horas de escuridão de folga, e então seguiu para a Sala de Operações para atualizar o Luc. Eu imediatamente segui para o meu quarto e para o chuveiro para esfregar o resíduo de magia, e então coloquei uma camiseta e uma calça de ioga e fui para a cozinha do segundo andar. A convocação havia sido exaustiva – fisicamente e mentalmente.
Eu terminei dois litros de sangue da reserva da geladeira antes que eu pudesse sentir-me inteira novamente.
Quando eu estava saciada, e depois de eu ter mandado um SMS para a
Mallory para informá-la que o Ethan e eu havíamos conseguido passar pela
convocação; ilesos, eu decidi falar com a Linds. Seria tão fácil eu me trancar no meu quarto com um livro, mas eu era a cadeira social da Casa. Sem problemas em manter essa promessa. Eu podia ouvir o quarto dela antes que eu pudesse vê-lo,
enquanto o barulho se derramava pelo corredor da porta aberta de Lindsey. Eu dei uma olhada para dentro e encontrei Margot, Lindsey, e Michelle se preparando para o que parecia ser uma noite tardia na cidade.
— Ei! — Lindsey disse, acenando de seu lugar na frente do espelho.
— Nós estávamos indo te pegar. Já que você conseguiu chutar algumas bundas na convocação. — o quarto explodiu em aplausos. — Nós decidimos te sequestrar e te levar ao Temple Bar!
— Nós queremos que você saiba que nós te apoiamos. — Margot disse com um aceno e um sorriso, erguendo uma taça de vinho. — Especialmente desde que você esteve..., um...
— Mal utilizada? — Michelle ofereceu.
Margot sorriu bobamente.
— Obrigada, Chelle. Mal utilizada.
— É a noite só de Cadogan no Temple. — Lindsey disse. — O que significa sem presença de humanos e vampiros Navarre. Então nós vamos passar as últimas horas antes do amanhecer tomando alguns drinks, conversando, e no geral nos divertindo, sem Mestres. E isso não é um passeio opcional. — ela adicionou, quando eu abri minha boca para implorar para não ir.
— Foi um longo dia.
— Que é exatamente o porquê de você precisar disso. — Lindsey disse.
— Há alguma chance de eu sair fora dessa?
— Nem um pouco.
— Então eu acho que estou dentro.
Lindsey piscou, mas então fez uma careta enquanto ela olhava a minha
roupa.
— Primeira coisa, o guarda-roupa. — ela se virou para as outras vampiras e girou um dedo no ar. — Preparem-se, e então nos encontre na antessala em vinte minutos. Os táxis estarão lá.
Quando ela tirou todas para fora, nós voltamos para o meu quarto.
— Então. — ela disse quando finalmente se acomodou em frente à porta aberta do meu guarda-roupa.
— Esta é a primeira vez que você sai conosco desde a Recomendação. É também a primeira vez que você sai desde que, você sabe...
— Fui largada? Jogada? Substituída?
— Há uma maneira educada de dizer isso?
— Não realmente. Para quê?
— O meu ponto é, a melhor vingança é uma vida bem vivida ou algo assim. Isso significa que você precisar estar completamente, insanamente fabulosa, e você precisa se divertir fantasticamente. — ela tirou uma camisa azul clara sem mangas com um decote drapeado de um cabide, e em seguida, pegou uma calça reta preta.
Com a vestimenta montada, ela se virou para mim.
— O lugar estará cheio de vampiros Cadogan, e você sabe que as palavras viajam. Isso significa que é hora de
ensinar uma lição a ele.
Eu fiz uma careta. Eu não queria brincar de “ensinar uma lição ao Ethan”, especialmente já que eu estava trabalhando em ignorá-lo, mas eu sabia que eu havia sido vencida. Eu ergui uma mão, e então abri e fechei meus dedos. - Me dê. -
eu disse, e então peguei o monte e segui para o banheiro. Dez minutos depois, eu saí com um rabo de cavalo e de batom, o meu biper preso na cintura. Lindsey havia exigido que eu usasse o meu cabelo preso. Combinado com o decote, ela
explicou, era a maneira vampírica de anunciar que você era solteira..., e que a sua carótida estava disponível. Eu não estava muito interessada em procurar por amor, mas eu imaginei que discutir isso iria demorar muito.
Nós seguimos escada abaixo, onde o resto de nosso grupo esperava
igualmente estilosos, com trajes que mostravam o pescoço. Como uma mulher em uma missão, Lindsey fez um sinal com a mão, e nós obedientemente seguimos para
fora. Uma fila de táxis branco e pretos estavam estacionados do lado de fora da Casa, prontos para nos levar ao Temple Bar. O boteco oficial da Casa Cadogan estava situado no meu bairro favorito, Wrigleyville, a algumas quadras do Campo Wrigley. Os paparazzis tiraram fotos enquanto nós nos esprimíamos nos táxis, e os
seus camaradas de profissão estavam esperando do lado de fora do bar quando nós chegamos quinze minutos maravilhosos sem tráfego depois. (Havia vantagens óbvias em sair de casa quando o resto da população estava dormindo.) Nós fomos levados para dentro do bar, uma placa de FESTA PARTICULAR na porta avisava aos humanos e outros que eles não entrariam essa noite. Sócios, eu acho, tinham os seus privilégios.
Mesmo estando tão tarde quanto estava o bar ainda estava pulando, os dois barmans – Sean e Colin – passavam drinks enquanto um rock clássico tocava no sistema estéreo. Lindsey nos guiou pela multidão de vampiros para uma mesa marcada como RESERVADA.
Diferentemente da Casa Cadogan, o Temple Bar não possuía pinturas finas e antiguidades cuidadosamente escolhidas. Mas possuía equipamentos novos e antigos dos Cubs de todo o tamanho e formato – jaquetas antigas, flâmulas, bonecos. Como você pode ter imaginado, eu me senti em casa.
Nós havíamos acabado de puxar umas cadeiras e sentado quando o Sean
apareceu do outro lado da mesa. Como o Colin, Sean era alto e magro, e ele tinha um cabelo curto e vermelho dando um formato a um rosto oval e olhos brilhantes azuis. Sean era bonito de uma maneira séria e antiquada, como se ele tivesse saído
de uma fotografia de um batalhão da II Guerra Mundial.
Por outro lado, ele era um vampiro, e imortal. Ele podia muito bem ter sido um membro de um batalhão da II Guerra Mundial. Sean cruzou seus braços e nos olhou divertido.
— E o que traz os melhores de Cadogan para o nosso pequeno pedaço esta noite?
Todos apontaram para mim. Minhas bochechas esquentaram.
— Ahhh. — ele disse, e então olhou para mim. — Então nossa Sentinela
finalmente escapou do confinamento?
— Ela escapou. — Lindsey disse, colocando um braço ao redor dos meus ombros. — Ela cumpriu seu dever com os Metamorfos e agora ela está trabalhando em um pouquinho de esquecimento. O que você recomendaria?
— Hum. — ele disse, me olhando de cima a baixo. — Feminino ou
masculino?
Eu pisquei para ele. — Como?
Ele se moveu para o meu lado da mesa, e então se agachou em um joelho, uma mão nas costas da minha cadeira.
— Mulheres que bebem socialmente tendem a cair em duas categorias. —
ele disse com uma confiança de um sociólogo e um provedor de espíritos, os trabalhos tendo muito em comum. — Mulheres que bebem femininamente: mulheres que tomam coisas coloridas em taças de Martini, vinho branco, bebidas geladas; e mulheres que bebem masculinamente: mulheres que não têm medo de dar um gole em um uísque irlandês, ou um pouco de um Scotch seco. Que tipo de mulher você é, minha Sentinela?
Eu sorri de volta para ele por debaixo das minhas franjas. — Por que você
não decide?
Ele piscou. — Eu gosto de uma garota animada.
Bem, ele definitivamente iria gostar de mim.
Sean aparentemente considerou-me digna de uma bebida masculina. Ele
trouxe uma taça gordinha até a metade com gelo e um líquido dourado.
— Você pode lidar com isso. — ele avisou em um sussurro, e então seguiu em frente para colocar drinks na frente de todos.
Com cuidado, eu ergui a taça e cheirei. Eu nunca havia sido muito de beber, e isso cheirava somente um pouco mais saboroso que óleo diesel. Mas eu gostei da ideia de ser uma garota que pedia um scotch com gelo – presumindo que era isso.
Havia algo foda sobre isso, como ser a garota que dirigia um Jipe Wrangler, a garota que usava a calça jeans do namorado, a garota que brincava de bandeirinha com os caras em um dia frio de outono..., e ganhava. Eu ergui a taça e dei um gole cuidadoso..., e então passei os próximos segundos tossindo.
Margot, rindo ao meu lado, me deu tapinhas nas costas.
— Como está o drink, Sentinela?
Eu balancei minha cabeça, um punho na boca enquanto eu tentava recuperar o meu fôlego.
— Combustível de foguete. — eu cuspi.
— Você o deixou escolher o seu drink?
Eu concordei.
— Sim, esse foi o seu erro. Nunca deixe o Sean ou o Colin escolherem a sua bebida, Merit. Eles possuem um lado sádico. Mas eles fazem isso com todos, se isso faz você se sentir melhor. — ela levantou sua taça. — Bem vinda ao clube.
— Falando no clube. — eu perguntei para ela, acenando para os festeiros a nossa volta. — De onde todas estas pessoas vieram? Deve haver uns cem vampiros aqui.
— Lembre-se, há ainda trezentos e poucos vampiros afiliados a Cadogan, mesmo se eles não morem na Casa. Por alguma estranha razão, aqueles duzentos não possuem desejo de brincar de fraternidade de vampiros e sair com o resto de nós.
Dada à semana que eu tive até agora, eu não achei que fosse um mistério do por que.
Nós passamos as próximas horas conversando, eu segurando a bebida nas mãos como se estivesse me proporcionando o calor necessário, e dando um gole somente quando a minha garganta havia se esfriado suficientemente de cada bebida anterior. Os vampiros ao meu redor deliciaram-me com histórias sobre a
vida na Casa Cadogan – de quando o alarme de incêndio disparou durante a Recomendação de 2007, até o boicote em 1974 ao Blood4You, até a invasão do portão por um residente audacioso de Hyde Park que estava convencido que a Casa era o local secreto para rituais ocultos.
De repente, Margot baixou sua bebida, empurrando a sua cadeira para trás, e então subiu em cima dela. Quando ela ficou de pé, ela apontou para o bar. Sean sorriu de volta, e tocou um sino de bronze que pendia de um poste curto atrás do bar.
O lugar inteiro irrompeu em aplausos estridentes.
— O que está acontecendo? — eu murmurei para Lindsey, mas ela
levantou uma mão.
— Só continue escutando. Você entenderá.
— Vampiros Cadogan. — Sean gritou, enquanto cada vampiro no local
ficava em silêncio novamente. — Agora é a hora de participarmos de uma tradição de orgulho do Temple Bar. Não que a tradição seja de orgulho, mas o Temple Bar certamente é.
— Vida longa ao Temple Bar! — os vampiros gritaram em uníssono.
Sean ofereceu uma reverência de rei, e então gesticulou em direção à
Margot.
Houve assobios da galera, e então uma chiadeira de madeira enquanto as cadeiras eram viradas em direção à ela. Ela levantou as mãos.
— Senhoras e vampiros. — ela gritou. — É hora de uma rodada de bebidas
honrando os vários e diversos tiques de personalidade do nosso maior Mestre, Ethan Sullivan!
Eu não pude resistir o sorriso que se espalhou pelo meu rosto.
— Essa noite, nós recebemos em nosso sagrado encontro..., nossa Sentinela!
— ela levantou a taça para mim, como todos os vampiros no lugar também fizeram.
De bochechas vermelhas, eu levantei a minha taça praticamente cheia para o restante deles, acenando a minha cabeça em reconhecimento.
Margot olhou para mim, com a taça ainda levantada, e piscou.
— E que a Lacey Sheridan, Deus abençoe sua alma, se engasgue.
A sala explodiu em aplausos. Minhas bochechas doíam do sorriso em meu
rosto. Lindsey se inclinou e apertou um beijo na minha bochecha.
— Eu te disse que você precisava muito disso.
— Eu realmente precisava muito disso. — eu concordei.
— Todos se divirtam. — Margot disse. — Todos bebam conscientemente. E
depois, todos façam uso da maior atração de Chicago – o seu transporte público!
Com a ajuda do vampiro ao lado dela, Margot desceu e tomou o seu lugar
novamente. Todos na nossa mesa abaixaram as taças e moveram as cadeiras um pouco mais juntas.
— Tudo bem. — eu disse, com a timidez acabada. — Então o que
exatamente estamos fazendo aqui?
— Bem, Sentinela. — Margot disse. — Posso te chamar de Sentinela?
Eu sorri, e concordei.
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Mordida duas vezes 3
VampireSinopse: Merit a mais nova vampira de Chicago, esta aprendendo como se encaixar bem com os outros. Os outros sobrenaturais, isso é, os Metamorfos de todo o país estão convocados para a Cidade do Vento, e como um gesto de paz, o Mestre Vampiro Ethan...