Trazendo a Casa abaixo.

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Foi uma coisa boa que ainda não estava perto do amanhecer, já que o meu caminho para casa era ao ar livre. Eu tirei um momento para usar o telefone do bar e fazer uma rápida ligação enquanto o Gabriel preparava sua moto. Quando fiz meu caminho para fora, ele estava sentado na motocicleta Indian, uma linha baixa e longa de cromo, assento negro de couro, e um esmalte prateado.
Tirei um capacete extra da parte de trás da moto, e então subi uma perna.
— Você já andou antes?
— Já faz um tempo. — eu disse.
Gabriel fungou, e então ligou o motor. — Então sugiro que você segure
firme.
Coloquei o capacete, subi na moto, e contornei minhas mãos na cintura dele.
— Não tão firme gatinha. Nós vamos apenas até Hyde Park.
— Desculpa. Desculpa.
A moto trovejou, um som oco e estrondoso. Mas mesmo com o barulho dela, eu pensei ter o ouvido murmurar. — Vampiros.
Dez terríveis minutos depois, em uma viagem que deveria ter levado vinte,
nós voltamos para Hyde Park. Gabriel pilotava como se os fogos do inferno
estivessem perseguindo-o. Da coluna de fumaça que estava se erguendo da vizinhança a quadras de distância, eu me preocupei que eles estavam. A rua estava turbulenta, caminhões e motos estavam estacionados no meio, provavelmente para manter os policiais para fora, que não estavam em lugar nenhum para serem vistos. Mas havia diversos paparazzi, tirando fotos dos veículos e dos Metamorfos que surgiam deles.
E, mais importante, da fumaça que se levantava do primeiro andar da Casa.
Meu peito parecia oco. Eu era Sentinela. Esta era a minha Casa. E eu havia sido enganada a deixá-la sem proteção, deixar os vampiros dentro dela desprotegidos.
Deus, por favor, que ele esteja seguro, eu rezei, tirando a minha adaga de
sua bainha e pulando para fora da moto antes que Gabriel tivesse tido tempo de pará-la completamente. Ele me chamou, mas eu já estava correndo, de adagas em mãos.
Andei apenas alguns degraus antes de um Metamorfo vir até mim, segurando uma katana que provavelmente havia sido furtada de um dos outros vampiros. Minha ira vampírica se elevando rapidamente e ferozmente, abaixei um joelho, presas a mostra, e forçando o atacante a pular em cima de mim. Enquanto ele deslizava pelo ar, enfiei um cotovelo para cima em seu peito e tirei a katana de seu aperto mole.
Eu me levantei novamente e rolei a katana em minha mão, seu peso era
confortável apesar de não ser minha. Eu me virei para o homem, que havia rolado e parado, mas no local mais inconveniente, nas botas do Líder predador da Matilha da Central Norte Americana.
— Eu pego esse, gatinha. — Gabe disse, seu olhar estreito no Metamorfo perante a ele.
Eu esperava que o homem tivesse bom senso o bastante para ficar abaixado.
Com um aceno de entendimento, comecei a correr, katana na minha frente, sirenes finalmente começaram a soar atrás de mim. Era o corpo de bombeiros, eu esperei, se eu ainda esperava que fosse ter algum lugar para colocar a cama antes do amanhecer.
Enquanto eu cortava mais dois Metamorfos agressores, eu tentei silenciar minha mente o bastante para me conectar no Ethan. Mas apesar de chamar seu nome duas vezes, e então três vezes, eu não podia achá-lo.
Ele não me respondia de volta.
Fiz o meu caminho pelos saqueadores até o portão da frente da Casa; e encontrei o Luc lá com duas Fadas, os três lutando contra a multidão de Metamorfos que estavam tentando entrar. Dada a fumaça, alguns devem ter entrado, ou talvez tenham entrado por cima da parede em outras partes do terreno.
— Luc! — chamei, dando ao agressor um pé no queixo e assistindo-o se
contorcer.
Luc olhou em volta. — Sentinela, graças a Deus. Alguns deles são humanos, mas acho que o resto são Metamorfos. Eles atacaram a Casa!
Eu tive que gritar por causa do barulho das sirenes e do ressoar das
espadas. — Foi o Adam! Ele tinha um plano, nós falamos sobre isso depois. Está todo mundo bem?
— Eu não sei. Nós deixamos Lacey na parte de trás da Casa com a Lindsey.
Ethan, Juliet, Kelley, e Malik estão lá dentro.
— Merit! — olhei atrás de mim. Catcher, Jeff, e o meu avô, o seu andar um pouco mais lento, se movendo na nossa direção entre os policiais vestidos de preto que estavam finalmente começando a emergir dos carros e juntando os criminosos.
Isso levantava uma boa questão: como em nome de Deus nós iríamos
explicar isso para os policiais? Eu acho que esse era o Departamento do meu avô.
— Só se preocupe com os seus deveres. — meu avô disse como se tivesse antecipado a minha pergunta. — Nick ligou e explicou. Nós vamos acalmar isso aqui. Você faz o que você precisa fazer para manter as pessoas seguras.
Eu acenei, e então apontei um dedo para o Jeff. — Pronto para lutar?
Ele sorriu abertamente. — Pode apostar.
— Então vamos fazer isso.
Nós nos movemos para dentro do portão, minha katana emprestada na mão e o Metamorfo do meu lado. Eles nos rodearam enquanto nós entrávamos; metade deles carregando a carga elétrica de Metamorfos agitados, mas nenhum deles na forma animal.
— Por que eles não se transformaram? — perguntei para ele, erguendo a katana e me preparando para o ataque.
— Paparazzi. — disse; o que fazia sentido. Jeff saltou sobre os calcanhares, de punhos fechados. Era uma posição estranha para um programador de computador esguio, mas eu sabia que o Jeff podia cuidar de si mesmo.
E diferentemente da Convocação, onde nós lutamos em diferentes lados do cômodo, desta vez eu pude assistir. Enquanto lutava contra os meliantes à direita, Jeff pegava os da esquerda.
E ele foi com tudo.
Era como assistir um monge em uma batalha, uma calma completa em sua expressão e em seus olhos, mas cada movimento era perfeito, cada movimento preciso. Ele era um lutador fantástico, seus golpes e chutes no alvo e os seus bloqueios na hora certa para se defender de ataques dos agressores. Certa hora, ele pegou o meu olhar impressionado e ofereceu um sorriso até as bochechas.
— Sinto muito, linda. Já tenho dona.
Eu revirei os olhos e dei um golpe com a minha katana, e juntos nós lutamos contra o exército de pessoas e Metamorfos decididos a destruir a Casa. Eu havia derrubado quatro agressores quando finalmente o ouvi respondendo na minha cabeça.
— Merit?
Agradeci silenciosamente ao universo. — Ethan, onde você está?
— Primeiro andar. Meu escritório. Venha se você puder. Se não, encontre o Malik e o mantenha a salvo.
Meu estômago afundou. Malik era basicamente o vice-presidente de Ethan, o vampiro encarregado de tomar conta da Casa se algo acontecer ao Ethan. Ethan havia desistido? Ele já estava tentando estabelecer uma linha de sucessão?
Deixei sair uma maldição que deveria ter criado bolhas nos ouvidos do Jeff.
— Fique onde você está. — eu disse para ele. — Estou a caminho.
— Merit.
— Eu sou a Sentinela da Casa, Ethan. É minha decisão.
Isso foi respondido com o silêncio.
— Jeff, Ethan está com problemas. Preciso entrar. Você pode achar o Malik e ter certeza que ele está bem?
— Mãos cheias, Merit. — ele disse, usando um golpe no peito para empurrar alguém para trás. — Você pode esperar até que nós tenhamos o quintal da frente seguro?
Olhei em volta, me perguntando quanto tempo isso levaria, e sorri.
Eu fiz a decisão, e a cavalaria havia chegado.
Seis deles entraram pelo portão vestidos com jaquetas de couro pretas e vermelhas, Noah na frente, cinco outros vampiros atrás. Juntos, eles pareciam como Anjos Vingadores, katanas a mostra, expressões ferozes, prontos para lutar pelos vampiros. Jonah não estava entre eles, e eu presumi que ele havia pulado a luta para que pudesse manter o seu anonimato como membro da Guarda Vermelha.
Um pouco da tensão deixou meus ombros ao vê-los.
Noah assinalou que eles haviam tomado o perímetro do lado de fora.
Quando acenei o meu entendimento, ele começou a latir ordens para o resto da sua equipe. Eles quebraram a formação e se dispersaram na multidão.
— Merit, na sua esquerda!
Com o aviso de Jeff, eu imediatamente joguei minha katana para bloquear o ataque. O ataque do meliante era defletido, e o soco do Jeff nos rins do cara trouxe-o para baixo.
— Divertido, divertido. — ele disse, sorrindo para a sua presa caída.
— Sim. — eu disse, me inclinando para frente para beijá-lo na bochecha. — Você e a Fallon vão se dar super bem.
Com isso, subi as escadas e me encaminhei para a Casa.
Fumaça cinza estava agora se derramando do segundo andar, vampiros estavam evacuando enquanto os bombeiros corriam pelo corredor, com as mangueiras na mão. Um deles pausou no caminho para subir as escadas e levantou
o seu capuz.
— Senhor, você precisa evacuar!
— Vampiro! — eu gritei. — Eu sou imortal.
Ele piscou para mim.
— Casa Grey. — ele disse, e então colocou o seu capuz e continuou subindo as escadas com os seus colegas.
— Continue meu amigo. — eu disse, e então me apressei pelo corredor até o escritório do Ethan.
O seu paletó estava descartado, marcas de sangue e restos de fumaça; um grande contraste contra o branco de sua camisa. Ele estava de pé na parte de trás do lugar, as cortinas de veludo do escritório estavam agora despedaçadas e saindo fumaça atrás dele, um leque de quatro Metamorfos na frente dele.
Mesmo com esta terrível situação o meu alívio não podia ser menor ao vê-lo são e salvo.
— Precisa de ajuda, Sullivan?
Ele verificou o meu corpo, procurando por ferimentos. Um olhar de alívio cruzou seu rosto. — Graças a Deus! — ele falou.
Eu ofereci um sorriso para ele antes de virar minha atenção aos Metamorfos. — Vocês crianças não estão em menor número?—  perguntei.
Quando eles se viraram para olhar para mim, Ethan tirou vantagem da distração deles, mandando dois deles para o chão com ataques fatais. Eu me aproximei dos outros dois, me colocando entre eles e Ethan. Infelizmente, os criminosos aproveitaram o momento para chamar a quatro ou cinco de seus
amigos, que apareceram na porta com armas; revólveres e o que parecia com pedaço de móveis da Casa Cadogan, na mão.
Eles perceberam que haviam nos encurralado, e começaram a trabalhar os flancos, nos circulando para que nós ficássemos no meio deles.
— De costas. —eu disse para ele, e ele acenou, e então virou para que nós
ficássemos com as nossas costas juntas, nossas espadas na horizontal na nossa frente, cercados por inimigos. E então nós lutamos.
Seja qual for o milagre da genética dos vampiros não poderia ser nada
comparado ao milagre da nossa luta..., juntos. Nós dois atacamos, a magia e o poder ao redor de nós parecendo na realidade aumentar enquanto nós lutávamos, balas voavam enquanto nós brigávamos contra os intrusos que haviam ameaçado a nossa Casa. O Mestre da Casa Cadogan e a sua Sentinela, as suas lâminas temperadas e afiadas, e erguidas contra um inimigo comum.
Nós fizemos um trabalho rápido nos primeiros dois agressores, mas então eles começaram a ficar criativos, se movendo ao nosso redor para tornar mais difícil para o Ethan e eu coordenar nossos movimentos, mesmo quando nós podíamos dar direções silenciosas um para o outro.
Por outro lado, isso também nos forçou a ficarmos um pouco mais criativos também. Eventualmente, nós lutávamos lado a lado, Ethan cortando a sua katana para tirar o equilíbrio de um agressor, e eu chutando-o até ele se submeter. Ethan virava com um chute alto, e eu usava um soco baixo para forçá-lo até o chão quando ele tentava desviar do ataque do Ethan.
Eventualmente, o cômodo estava limpo, e nós ficamos lá de pé juntos, peitos arfando, uma jorrada de Metamorfos e humanos no chão na nossa frente. Nós não estávamos totalmente sem ferimentos; eu havia levado um tiro que machucou minha coxa direita, e Ethan tinha cortes ao longo de sua barriga onde havia sido
pego com a ponta de uma barra de aço quebrada da cadeira de alguém.
Mas nós estávamos vivos.
Nós olhamos um para o outro. Eu estava prestes a falar, mas antes que
pudesse tirar as palavras para fora, a sua mão estava na parte de trás da minha cabeça, sua boca se apertando contra a minha. O beijo intensamente possessivo me deixou sem ar, mas mesmo quando ele se afastou, seus dedos ficaram presos na parte de trás do meu cabelo.
— Cristo, Merit, eu pensei que você tinha morrido. Você foi embora depois que nos falamos, e ninguém conseguia te encontrar. E quando eles atacaram e você não apareceu, onde diabos você estava?
— Eu estava no bar. — eu disse. — Eu te dou os detalhes depois. Para resumir a história, isso é tudo feito do Adam. Ele arquitetou tudo, tinha um plano para matar Gabriel e incriminar a Casa.
Ethan sorriu perversamente. — E você descobriu antes que Adam pudesse ter matado vocês dois, mas ele já havia iniciado o ataque.
— Bem, eu sou uma Sentinela de Cadogan.
— Sim, você é. — ele disse, e então me beijou com força brutal novamente.
— Isso não acabou. — ele grunhiu, e então ele tinha ido embora, pronto para batalha novamente. Eu não iria perder tempo discutindo com ele, mas logo que as suas costas se viraram, ergui a ponta dos dedos até a minha boca, a sensação dos seus lábios ainda lá.
Eu podia senti-lo vindo. O sol não estava muito longe de realizar o seu
caminho para cima do horizonte, e havia começado a puxar os meus ombros.
Felizmente, a força combinada do Departamento de Polícia de Chicago, o Corpo de Bombeiros de Chicago, o escritório do Ombud, metade da Matilha da Central Norte Americana, os vampiros da Casa Cadogan, e a Guarda Vermelha haviam finalmente conseguido parar o ataque.
Ethan parecia engolir no tranco a participação da Guarda Vermelha. Ele não piscou um cílio quando os viu, mas também não tinha nenhuma razão para ligar a presença deles comigo.
Isso significa que se eu decidisse me juntar a eles, poderia ainda manter o meu segredo escondido.
Mas lados bons de lado, a Casa não havia ficado sem casualidades. Sete
Metamorfos e humanos haviam sido mortos no ataque. Nós perdemos três vampiros. Eu não conhecia nenhum deles para falar, apesar de dois viverem no segundo andar não muito longe do meu quarto. Dois foram perdidos para estacas de madeira; as cinzas deles agora misturadas com a destruição da Casa.
O terceiro, no entanto, havia encontrado um final mais macabro. Ela havia sido vítima de uma tortura dos tempos antigos. Um agressor humano louco, um dos falecidos, deixou-a fraca com uma estaca mal posicionada e removeu o seu coração.
Em honra de seu sacrifício, o corpo dela havia sido colocado no jardim
atrás da Casa, para ser dado ao sol quando ele finalmente alcançasse o céu.
Quanto a Cadogan em si, os invasores haviam trazido a Casa abaixo ao redor de nós. Enquanto a vigorosa construção de rocha havia impedido o pior do estrago, a mobília e a marcenaria no primeiro e segundo andar haviam sido danificadas, alguns dos quartos se tornaram inabitáveis. Helen e Malik estavam
nos telefones, fazendo arranjos com Grey, Navarre e os outros vampiros de Cadogan em Chicago para encontrar lares temporários para os vampiros cujos quartos haviam sido queimados ou estavam muito molhados e cheios de fumaça para ficar dentro. Meu quarto, no final do corredor no segundo andar, havia sido poupado felizmente. Como Ombudsman, meu avô possuía jurisdição sobre a resposta da cidade ao caos. Ele ajudou a separar os bons Metamorfos dos ruins, explicando as políticas para os policiais do DPC que ele pode cercar por tempo suficiente. Ele acordou para que eles não prendessem todos os Metamorfos e vampiros a vista; dada a destruição e o caos, eu chamava isso de vitória.
Infelizmente, ele não havia sido capaz de impedir que os paparazzi tirassem fotos. Eles não se arriscaram a entrar na Casa Cadogan, mas não tinham precisado, um dos Metamorfos de Adam havia sido gravemente ferido na forma humana que ele havia se transformado no meio do gramado para curar a si mesmo. Eu posso ter
sido a primeira vampira a presenciar a mudança de um membro da Matilha, mas não havia sido a última..., e os paparazzi não seriam os últimos também. Eles aparentemente tinham tirado fotos de um motoqueiro que havia se transformado em um coiote. Vendo a transformação eu mesma, duvidava que as fotografias finais mostrassem muito mais do que luz e cores.
Independentemente, era óbvio para os repórteres que algo sobrenatural
tinha acontecido; algo que eles não haviam visto antes, e que disparou um frenesi jornalístico. Foi por isso que meu avô, a pedido de Gabriel, havia juntado todos os repórteres em uma área na frente da Casa. Ele ficou de pé atrás de um pódio de faz de conta, Gabriel ao seu lado, um grupo de policiais uniformizados ao redor deles.
Esperando.
Gabriel levantou suas mãos, e a multidão de repórteres ficou em silêncio da mesma forma que os Metamorfos na noite passada.
— Eu tenho algo a dizer. — ele anunciou, e então usou as costas de sua mão para tirar uma trilha de sangue de seus olhos. Pausou o peso da confissão iminente em seus olhos. Eu sabia o que ele iria dizer, mas também sabia que isso iria custar
para ele, emocionalmente e politicamente.
— Vocês logo verão fotos que contarão um conto diferente. Que prova que
os vampiros não são os únicos seres sobrenaturais no mundo. Nós somos
Metamorfos. — ele disse. — Seres que podem tomar forma animal ou humana.
Ethan ficou de pé ao meu lado, e na menção da palavra magia, deslizou
seus dedos nos meus. Eu os apertei em resposta. A área explodiu em uma cacofonia de flash de câmera e perguntas. Gabriel as ignorou, segurando uma mão para cima para que ele pudesse continuar falando.
— Nós somos Metamorfos, e alguns dos meus são responsáveis por este
ataque a Casa Cadogan, um ataque em um grupo de cidadãos que não tem feito nada mais do que nos ajudar e nos proteger. Este ataque foi injustificado. Nós já submetemos o organizador deste ataque à custódia do Departamento de Polícia de Chicago. Como ele violou a confiança entre o nosso povo, vocês podem lidar com ele como vocês acharem melhor. — pausou, deixando o peso daquela afirmação se acomodar. E quando estava pronto, olhou para a multidão e encontrou Ethan e eu.— E que Deus possa ter compaixão de todos nós.
Alguns minutos antes do amanhecer; encontrei Ethan em seu escritório,
cutucando os escombros. As cortinas arruinadas já haviam sido substituídas por modelos mais simples, a mudança necessária para bloquear a vinda do sol.
Ele olhou para cima quando eu entrei, e então verificou o meu rosto e corpo.
— Você está bem?
Eu acenei. — Tanto quanto é possível alguém estar. Sinto muito sobre os
Novatos que você perdeu hoje.
Ethan acenou, e então arrumou uma cadeira que estava caída de lado.
— Não era imprevisto que nós enfrentaríamos violência. Mas isso não torna o ato de violência menos chocante. — colocou uma mão na cintura, e então massageou sua têmpora com os dedos de sua mão livre. — Eu falei com o seu avô sobre os eventos no bar. Nick o colocou a par.
Esperei pelo sermão inevitável sobre deixar o campus, ou empreender um diálogo Metamorfo/vampiro sem permissão, ou colocar a Casa em risco.
— Bem. — ele disse filosoficamente. — Adam não é o primeiro narcisista que colocou um alvo em nós. Todo mundo já foi reinstalado?
Demorei um momento para perceber que eu não havia levado uma bronca.
— Scott e Morgan mandaram ônibus para pegar todos. Há pelo menos uma dúzia de vampiros em cada Casa. O resto deles está na cama e contados. A ala da frente do segundo andar precisar ser arejada, mas as Fadas concordaram em manter a guarda para que os operários possam começar ao amanhecer.
Ele acenou oficialmente, mas não encontrou os meus olhos. Estava claro que ele tinha mais a dizer, mas ainda não havia decidido o quê.
— Há mais alguma coisa? — perguntei, dando a ele uma chance de dar voz aos seus pensamentos.
Ethan abriu sua boca, mas então a fechou novamente. — Nós podemos
conversar amanhã. Encontre um lugar para descansar. Durma um pouco.
Eu acenei. — Boa noite, Sullivan.
— Boa noite, Sentinela.
Minhas noites estavam começando a ter os mesmos finais, aparentemente.

Mordida duas vezes 3Onde histórias criam vida. Descubra agora