Bando de Mentiras.

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Eu dei ao cômodo uma leitura meticulosa. O bar estava sem benfeitores, e a Berna não estava à vista. Mas pessoas ou não, o ar estava grosso com magia.
Também tinha cheiro de sangue fresco e ferimentos, o meu paladar pinicando com a possibilidade de um almoço mais cedo. Mas isso não era sangue para ser tomado; era sangue já derramado.
Hank Williams cantarolava suavemente no jukebox, gorjeando uma canção assombrosa sobre o chicote de má vontade e da solidão. O jukebox repentinamente soluçou, e a música pulou, parou, e então começou novamente.
Eu fui até o bar, onde o cheiro do sangue era mais forte, e cautelosamente toquei a ponta dos meus dedos em um ponto na madeira. Eu tirei meus dedos, molhados com sangue.
— Oh, isso não é bom. — eu murmurei, limpando minhas mãos na calça e investigando o lugar, buscando por sinais de luta que colocou o sangue lá. Um baixo murmúrio de repente ecoou da parte de trás do lugar. Era um som de dor,
talvez com um pouco de desespero junto. O cabelo no meu pescoço ficou de pé. Sangue no bar e gemido na sala de trás, algo estava muito, muito errado. Eu olhei de volta para a porta, desejando que eu houvesse pedido para o Adam ficar e me acompanhar até a parte de trás do bar.
Que diabo aconteceu enquanto ele tinha ido me buscar?
E tanto pela teoria do Gabriel que a Convenção da Matilha havia parado o drama com os metamorfos.
Eu soltei um xingamento e pensei nas minhas opções. Opção um: eu podia
esperar até o Adam retornar, mas isso me deixava no bar, com sabe Deus o que do outro lado da porta.
Opção dois: eu podia fazer uma  jogada sozinha. Isso, claro, arriscava um ferimento e a ira do Ethan, mas alguém estava ferido lá atrás. Eu não podia somente ficar por lá, e esperar que eles morressem.
Eu ergui a barra da minha calça, e tirei a adaga da minha bota, e a ajustei na minha palma até a pegada estar perfeita. Eu fiquei de pé no bar por alguns segundos mais, até eu juntar toda a coragem para dar um passo. Quando eu estava pronta, eu soltei o fôleto e me arrastei arma na mão, em direção à porta. Quando eu
alcancei o couro vermelho, eu coloquei minha mão na porta e empurrei.
O lugar estava escuro, luz se derramando ao meu redor enquanto eu estava de pé na entrada, uma mão ainda no couro. O cheiro de sangue era mais forte aqui, junto com algo mais..., uma pontada de emoção, de medo. Magia da matilha.
Enquanto os meus olhos se ajustavam à escuridão, uma forma surgiu – um
homem no chão, encostado contra a parede, o rosto ensaguentado e machucado, um joelho para cima, a outra perna extendida. A camiseta dele estava destroçada, o jeans em pedaços nos joelhos.
Apesar de aquele formigamento ser familiar, o meu cérebro demorou um momento para perceber o que eu estava vendo.
Quem eu estava vendo.
Era o Nick.
— Ah, meu Deus. — corri até ele, ignorando a dor quando os meus joelhos bateram no azulejo do chão e comecei a verificar os cortes e machucados. — Você está bem?
Ele gemeu uma resposta.
— O que aconteceu contigo? — perguntei. E, mais importante, como? Nick era um metamorfo. Ele pode não ser um Líder, mas eu sentia o despertar de sua magia, sabia que ele tinha poder. Quem teria poder para machucar o Nick?
— Gabriel. — Nick murmurou, e então tossiu fortemente. — Foi o Gabriel.
Eu pisquei confusa. — Gabriel?
— Ele acha que eu... — Nick começou, mas antes que ele pudesse terminar,
a minha adaga deslizou para o outro lado do cômodo. Em choque, eu congelei, uma mão na têmpora do Nick, o meu coração de repente estava batucando no meu peito, enquanto eu a via girar no canto mais distante.
— Tarde demais. — Nick murmurou.
Engolindo uma onda grossa de medo, eu olhei ao meu lado para o pé com a bota que havia chutado a minha adaga para o canto, e o metamorfo a qual pertencia. Olhos dourados cintilaram.
Gabriel.
O meu coração começou a bater forte. Melhores habilidades de defesa ou não, eu me sentia tão insignificante e enfraquecida como nunca, confusa no chão perante a um homem que estava tenso o bastante para fazer o ar ficar espinhoso com a magia dele.
— Foi eu. — ele confirmou.
Ele havia feito isso? Ao Nick? Um dos seus próprios membros da Matilha?
Eu tentei entender mais eu não conseguia ver o sentido nisso. O que o Nick poderia ter feito para instigar esse tipo de violência do Gabriel?
Sem palavras, Gabriel andou até a porta e ligou o objeto acima da cabeça com um clique alto, inundando o cômodo com luz. Eu pisquei para os pontos brancos, e então fiquei de pé e olhei para ele. As juntas de seus dedos estavam esfolados, e um machucado aparecia em sua bochecha direita. Nick havia apanhado, então, mas ele
havia principalmente sido testado pelo alfa no lugar.
E aqui estava eu em um quarto com ele, os meus colegas há milhas de
distância, a minha adaga do outro lado do quarto. Era hora de usar a única arma que havia sobrado – um bom, e velho blefe vampírico.
Eu adotei o tom mais orgulhoso que eu consegui fazer.
— O que você fez com ele?
Gabriel arqueou uma sobrancelha, como se estivesse surpreso que eu havia desafiado a autoridade dele, o seu direito de lidar com o membro de sua Matilha como ele achava melhor. Depois de um momento que ele ficou me encarando, ele se virou e deslizou uma cadeira da mesa, e então se sentou. A sua postura era negligente – descuidada, as pernas abertas, um cotovelo acomodado na mesa. Eu não estava certa se ele estava realmente tão despreocupado que um vampiro
acabara de descobrir..., bem, algo, ou se isso era algum tipo de plano.
— Você mentiu para mim, Merit.
— Como?
Gabriel cruzou as pernas nos joelhos, e então traçou um círculo na mesa
com a ponta do dedo. Minha pele começou a coçar com o efeito comichão de sua magia. Eu lutei para segurar as minhas presas e o pratear dos meus olhos mesmo com a minha genética gritando, Corra, ou se prepare para lutar. Agora.
— Você me disse que ficou sabendo sobre o contrato para me matar porque você havia recebido uma ligação anônima. — ele olhou para mim, a cor de suas íris em turbilhão com uma óbvia fúria. - Isso foi uma mentira.
Eu encontrei o seu olhar penetrante com uma expressão neutra.
Gabriel apontou com a cabeça na direção do Nick. — Na verdade, eu
descobri que o Sr. Breckenridge aqui era a sua fonte não tão anônima. Um homem com quem você teve um longo relacionamento pessoal.
Eu franzi para o Gabriel. Nick havia me dado à informação porque ele havia recebido uma ligação anônima. E, sim, eu tive um relacionamento pessoal com o Nick..., mas no colegial.
Confusa, eu olhei para o Nick, que balançou a cabeça.
— Ele acha que eu fiz
isso. Acha que eu planejei, os ataques. As tentativas para matar ele.
— Você possuía o conhecimento. — Gabriel disse secamente.
Nick latiu para fora uma risada estrangulada. — Com todo o respeito, Líder, eu sou um maldito repórter. Eu recebo pistas. É o meu trabalho.
— Ele estava tentando te ajudar. — eu adicionei. — Ele me contou para que
eu pudesse repassar o aviso, para que você soubesse que havia o risco de um ataque na conferência. É por isso que te contamos. Foi por isso que nós estávamos preparados quando o caos começou.
— Eu agora estou me arrependendo de ter pedido a convocação, de eu não ter levado de uma vez os Metamorfos de volta para Aurora. Um metamorfo – um líder – está morto, e há agora uma divisão entre o resto deles. Você tem ideia de quanto isso me deixa frustrado? Quanto eu confiei em você?
Dada à magia raivosa no ar – e o cheiro sulforoso dela – eu tinha uma boa noção disso.
— O Nick não fez isso. Ele não poderia ter feito isso. Você sabe que ele faz
tudo o que é possível para te proteger, para proteger a Matilha. Você se lembra, algumas semanas atrás quando ele tentou acabar com a nossa Casa porque ele apenas tinha uma suspeita que nós poderíamos machucar os metamorfos? E você não tem o direito de questionar as minhas motivações ou as do Ethan depois do
que nós fizemos essa semana.
— Nós sabemos do que vocês nos chama. — Gabriel disse. — Fingidos.
Eu ergui minhas sobrancelhas.
— Eu não te chamo disso. Ethan não te chama disso. E mesmo se há outros vampiros que usam este termo, nós certamente não temos o monopólio no preconceito. Há varios Metamorfos com um ódio nivel A em relação aos vampiros. — Nick costumava ser um destes Metamorfos. E aqui estava eu protegendo-o.
— Você mentiu para mim. Eu não lido bem com traição, Merit. Eu não lido
bem com ser enganado. Por que eu deveria te deixar escapar com tal impunidade?
Dane-se isso, eu pensei, e fui atrás da adaga. Gabe me deixou pegá-la; ele
não levantou um dedo do chão enquanto eu voltava para me posicionar na frente do Nicholas, com a arma na mão.
Eu mudei de lugar, mantendo o meu corpo e lâmina entre o Gabriel e o Nick.
Não é como se eu tivesse muito amor pelo Nick, mas o Gabriel estava na frente na minha lista neste momento. Eu tinha que descobrir o que estava acontecendo, mas eu tinha que ter a maldita certeza de fazer isso com a adaga na mão.
— Não chegue mais perto. — eu o avisei, minha adaga apontada na direção de seu peito. — Eu não quero ter que te machucar.
Ele sorriu para mim, estimadamente. — Eu me divirto que você pensa que
pode me machucar, Merit. Você lutou contra alguns Metamorfos, claro. Mas eles não eram alfas. — como se para provar o ponto, ele se levantou e esticou uma mão.
Eu acho que ele queria me desarmar casualmente, para empurrar a adaga da minha mão, mas ele subestimou a minha velocidade. Eu o ataquei e fiz cortando, uma linha vermelha apareceu ao longo de seu antebraço. Seus olhos se arregalaram instantaneamente, e ele olhou para baixo, surpreso que eu havia conseguido, mas ainda não intimidado.
Eu, por outro lado, estava me sentindo malditamente intimidada.
— Como você sem dúvidas se lembra, eu levei um tiro ontem. Isso é apenas um arranhão. Eu só vou pedir para a Berna me trazer um curativo. Berna. — ele chamou, sua cabeça meio inclinada em direção à porta.
Não houve resposta.
— Ela não está lá fora. — eu disse para ele. — O bar está vazio.
— O bar não está vazio. — ele disse. — Eles ainda estão trabalhando lá fora. Berna. — Gabriel gritou novamente, mas sua chamada foi encontrada pelo silêncio. Ele olhou de volta para mim, confusão em sua expressão.
As peças se encaixaram. — Adam. — eu sussurrei.
A voz do Gabriel ondulou. — O que tem o Adam?
— Ele me pegou na Casa em uma limusine e me trouxe até aqui. Ele disse que você queria falar comigo. Ele me mostrou um sms que você mandou. Ele me deixou aqui e disse que ele iria circular a quadra para nos dar alguns minutos para conversar.
— Eu não mandei um sms.
— Eu entendi isso agora. Eu acho que ele armou para nós. — eu olhei para o Gabriel. — Ele te falou que o Nick e eu armamos para você?
Houve um relampejo de alarme nos olhos dourados do Gabriel, pelo menos até ele os fechar novamente, sua expressão abatida. — Ele disse que vocês dois estavam trabalhando juntos para criar problemas para mim em Chicago. — ele olhou para o Nick. — Ele disse que tinha provas que você iria usar o dinheiro da sua família para se colocar no comando da Matilha.
Nicholas zombou e desviou o olhar.
— Eu nunca faria isso. Nunca.
— Ele é o meu irmão. — Gabriel adicionou silenciosamente, frustração em sua voz, como se estivesse tentando fazer o Nick entender o porquê de ele confiar no Adam, mesmo se a história fosse um pouquinho dramática para ser inteiramente acreditável.
— Eu presumo que ele estava tentando fazer você ficar puto comigo e com o Nick. — eu disse. — Talvez para que você nos incapacitasse ou nós matássemos os dois juntos. E então o quê?
— E então ele tenta me matar enquanto você está aqui...
— E eles pensarão que fui eu. — eu termino para ele. — Adam vai me matar e falar que ele me pegou te matando. E este é o primeiro tiro na guerra entre Metamorfos e vampiros. — eu suavizei minha voz. — Gabriel, se você não me chamou aqui, porque mais ele teria arrumado para eu vir?
Enquanto Gabriel considerava a minha pergunta, eu considerei o acaso que havia me colocado para fora da Casa. E se eu não estivesse lá? Ele teria entrado na Casa procurando pelo Ethan? O Ethan que seria atraído para a armadilha?
— Ele falou que o Ethan estava envolvido nisso? — eu perguntei.
Gabriel acenou. E então, como se o peso da traição do seu irmão havia
finalmente o atingido, as suas pálpebras se fecharam.
— Santo Deus. — ele disse,
balançando a cabeça, enquanto desvendava tudo. — Você está certa, porque mais ele teria feito você vir aqui?
— Ele poderia estar por trás disso tudo? — eu perguntei. — Da morte do Tony? Do ataque ao bar? A convocação? O ataque? Quer dizer, ele é o seu irmão.
— Eu presumo que esta é a motivação. Ele é da família. Ele está na fila para
a posição de alfa – mas é o último da fila. Ele deve querer a posição, e eu sou o obstáculo atual para este plano. Não somente o único obstáculo, já que a Fallon e o resto deles estavam na fila antes de Adam, mas um obstáculo atual. — ele soltou vários insultos que avermelharam as minhas orelhas e fez o Nick choramingar de seu lugar no chão.
— Ele matou um Líder pelo amor de Deus. — Gabriel se benzeu, dois dedos movendo-se da cabeça até o coração, e então fez o sinal da cruz no peito, como se estivesse se protegendo da reação cármica que o ferimento mortal do Adam havia iniciado..., ou talvez pedindo perdão ao universo por isso.
— Ele é bom. — eu disse calmamente. — Ele nunca envolveu diretamente o Tony, mas ele nos apontou na direção certa para que nós o envolvêssemos
sozinhos.
— O que fez a ideia muito mais crível.
Eu acenei, e então olhei em volta. Se o Adam ainda estava circulando a
quadra, esperando que o Gabriel me matasse, nós iríamos precisar de um plano, e rápido. — Há outro caminho para sair daqui?
Ele balançou a cabeça. — Há uma saída de incêndio, mas é pela porta do outro lado do bar.
Eu soltei a respiração, apertando várias vezes o cabo da adaga. Nós havíamos caído em uma armadilha, e uma merda, muito, muito ruim iria acontecer neste bar na Vila Ucraniana.
Melhor ainda, ninguém sabia que eu estava aqui, e eu não tinha um celular comigo. Adam tinha um, o merdinha, mas muita coisa isso iria fazer por mim agora. Eu tentei diminuir a velocidade que martelava o meu coração e segurei o prata que estava surgindo no fundo dos meus olhos. Eu não queria estar presa no fundo do bar sem saída. Eu me sentia como a estúpida heroína de um filme de terror, por vontade própria entrando na cova do leão sem telefone ou espada, agora presa em uma briga familiar entre o Líder e o seu irmão traidor. Reforço, eu imaginei, era a minha única aposta. Eu podia ligar para o Ethan ou o Luc – ou até o Jonah – e reportar que o Adam estava tentando nos matar. - Você tem um telefone?
— Atrás do bar. — Gabe disse.
Enquanto nós olhávamos para porta de couro vermelha que guiava para
dentro do bar, nos preparando para fazermos a nossa jogada, a campainha da porta da frente soou.
— Ele voltou. — Gabriel disse.
Meu esforço para segurá-los, não obstante, fez descer as minhas presas e os meus olhos ficarem prateados. O sangue começou a correr pelas minhas veias enquanto o meu corpo se preparava para lutar.
— Pai? — Nick chamou. — Por favor?
Gabriel se moveu para o Nick, colocando uma mão por detrás de sua cabeça e apertou os lábios na testa de Nick. Ele sussurrou algo que eu não pude ouvir, mas as palavras eram baixas e faladas sinceramente. E então Gabriel olhou de volta parar mim, como se a minha presença fosse afetar qualquer resposta que ele fosse
dar ao apelo do Nick.
— Mude. — ele disse. — E faça rápido. Eu não sei quanto tempo mais nós temos.
Nick fechou seus olhos aliviado e começou o lento processo de ficar de pé.
— Nenhum vampiro vê isso e vive. — Gabriel disse sua voz grave. — Eu vou permitir isso agora porque um dos meus a colocou nessa posição. Mas você não viu nada disso.
Eu acenei. Mesmo se eu não tivesse acreditado piamente em suas palavras, a expressão nos olhos dele assinalava claramente que ele estava confiando em mim com algo importante – o direito de assistir um metamorfo trabalhar a sua magia pessoal.
— Senhor. — eu disse, reconhecendo sua autoridade. Quando o Gabriel
acenou e se virou de volta para a porta, a primeira linha de defesa do ataque iminente de Adam, eu arrisquei uma olhada no Nick. Ele havia tirado sua camiseta, revelando um felpudo, mas machucado, peito, e ele estava tirando o seu jeans. Não que eu esperava um show, mas os Metamorfos não tinham que supostamente arrancar fora suas roupas? Eu me virei novamente, mas não antes de o Nick me pegar inadvertidamente olhando.
— Não é totalmente necessária tirar toda a roupa. — eu o escutei dizer
enquanto o tecido caía ao chão. — Mas este é o meu jeans favorito.
Eu inclinei minha cabeça mostrando entendimento, mas mantive os olhos
desviados.
— Se você quiser ver. — Nick calmamente ofereceu. — É melhor você olhar agora.
O único vampiro vivo a ver um homem se transformar em..., algo? De maneira nenhuma eu ia perder isso.
Eu olhei de volta, pegando o Monte Inteiro de um homem muito pelado e um jornalista muito afinado. Ele tinha pés atléticos longos, panturrilhas magras, e coxas firmes. Os seus ombros eram fortes, os braços musculosos, mas ele também
estava abatido e machucado, cortado e mordido. Ele claramente havia levado uma surra das mãos do Gabriel. Nick acenou, e então começou... e minha boca se escancarou com o choque. Não era o que eu esperava. Eu havia visto Anjos da Noite e o resto dos filmes que detalhavam a transformação de humano para lobo. Eu presumi que a mudança era física – uma mudança nojenta de músculo e osso, uma
troca de patas e pelos pela pele humana e pés.
Mas não havia nada anatomico nisso. Eu ergui uma mão para cobrir os meus olhos enquanto uma luz saía do corpo de Nick, uma nuvem de deslocamento de cores enquanto a magia – grossa o bastante para atingir forma tangível – se envolvia ao redor dele.
Eu sempre pensei assim como grande parte dos vampiros – que os Metamorfos eram como nós – superpredadores que existiam através do resultado de uma mutação genética que alterava a forma de seus corpos. Isso não era como acontecia, essa luz suave e essa névoa de cores. Metamorfos eram predadores somente secundariamente.
Primeiro, e mais importante, eles são mágicos – clara, pura, magia inerente.
Não como nós.
Gabriel se virou para me encarar, os seus olhos âmbares se acenderam com uma arrogância predatória. Mas a emoção se suavizou. Eu balancei minha cabeça.
— Eu já vi este olhar antes, Merit. Não é nem ruim nem bom como você
pensa.
Eu olhei de volta para o Nick, que ainda estava envolvido na névoa daquilo, invísivel pela fumaça que formou um casulo em volta dele. E então a névoa mudou de forma, do homem alto e magro, para algo baixo, algo horizontal.
E quando ele se acomodou na minha direção pela névoa, abaixado e
parecendo um felino, um gato negro e suave – puma? Jaguar? Onça? – no meio do bar em Chicago, meu coração quase parou. Ele era alto – sua cabeça estava alta o suficiente para alcançar o meu cotovelo, a sua pele tão lisa e negra que ele brilhava como um veludo embaixo da luz das lâmpadas, as suas patas estavam pesadas, grandes o bastantes para arrancar um pedaço de um vampiro, se ele tivesse vontade. Não havia como confundir o seu poder. Não havia como confundira sua saúde. Onde o Nick havia sido espancado e machucado, o gato estava saudável. Talvez fosse por isso que ele havia pedido para mudar, para que ele pudesse se curar e perder os seus machucados. E talvez fosse por isso que ele tivesse que mudar – porque o Gabriel havia impedido a sua recuperação.
Eles podem se imaginar como sendo casuais menos estrategistas e guiados pela ansiedade mais do que os vampiros... mas com certeza havia uma hierarquia na cadeia alimentícia dos Metamorfos. E a hierarquia importava.
Nicholas caminhou na minha direção e encostou o rosto na minha coxa.
— Agora quem é o Gatinho? — murmurei, e apesar de baixo, o som de rosnado que ele fez decididamente era felino, e ainda era sarcástico.
— Tudo bem, crianças. Vamos nos preparar para a hora do show.
Breckenridge cuide da Merit. — ergueu o olhar para mim. — Você será um soldado, uma guerreira, algum dia, quando você estiver pronta. Este é o legado seu e dos seus. Você me pegou, mesmo sem a sua arma. Mas ele é o meu irmão. Esta é a minha luta, a luta da minha família, então eu vou pedir para você se submeter.
— Você não quer a minha ajuda?
Gabe soltou uma risada. — Eu sou o Líder, e ele é parente. Esta é a ordem
natural das coisas, a maneira que o nosso mundo opera. Não há nada que você possa fazer a não ser se machucar, e fazer o Sullivan ficar puto comigo. No evento de eu sobreviver, eu com certeza gostaria de evitar isso.
Meu coração gaguejou, mas eu era inteligente o bastante para aceitar o seu conselho, pelo menos até que a honra fizesse com que eu interferisse. Eu olhei ao redor do cômodo e decidi por uma mesa que estava no canto, à pilha de cartas do jogo de poker em cima dela. Eu me arrastei para debaixo dela – um vampiro se escondendo de uma briga. Claro, era um pouco humilhante, mas, eu também estava esperando sair dessa viva.
Nick me seguiu, e então se virou e arrumou a sua parte traseira no chão, se colocando entre mim e a porta – algumas centenas de quilos de metamorfo agora felino entre eu e seja lá o que for que iria acontecer.
Gabriel começou o metódico processo de tirar suas próprias roupas, os
músculos de seu corpo firmes embaixo delas. Quando ele havia terminado e estava de pé nu perante a porta, ele cruzou os braços, e nós esperamos.
Quando o Adam finalmente empurrou a porta para entra no cômodo, havia
choque em sua expressão.
Eu decidi não tomar como um elogio por ele estava surpreso que eu ainda
estava viva.
— O que..., aconteceu aqui? — ele perguntou hesitante. Ele estava
enrolando, eu presumi, analisando a situação, para saber se havia uma maneira de salvar o roteiro que ele havia desenvolvido ou se ele precisaria escrever um novo
final.
— Eu ainda estou vivo. — Gabriel apontou. — Nick também está vivo, assim como a Merit. Todos acenem.
Eu pulei o aceno, mas ofereci um sorriso sarcástico, que eu dirigi ao garoto que havia me levado diretamente para uma armadilha – uma armadilha que ele havia criado.
— Então só repasse o básico para mim. — Gabriel disse. — O negócio era, o que, matar o Tony, incriminá-lo pelo ataque ao bar, e me assassinar? E quando isso não funcionou você decidiu me matar você mesmo, matar a Merit, incriminando-a pelo meu assassinato, e assumir o controle da Matilha? — ele cruzou os braços em
cima do peito. — E depois que tudo estivesse dito e feito, o quê? Você acabaria com as Casas e guiaria as Matilhas para a glória do genocídio?
A expressão de Adam se endureceu, os seus lábios formando uma linha fina.
E então os seus olhos se obscureceram, e começou o seu discurso. — E o que você fez por nós? Nós tínhamos reuniões, enquanto os vampiros são tratados como celebridades. Eles controlam o giro. Nós somos parte deste mundo, algo neste mundo, como nada mais que existe, mas nós agimos como crianças correndo atrás das saias de nossas mães!
Eu tinha que admitir aquele discurso não era exatamente difícil de sair nos últimos dias. Apesar dos Metamorfos na convocação não terem conseguido, Celina e seus camaradas conseguiram. Era o mesmo argumento feito pelos vampiros que queriam poder no mundo humano. Eu escutei Celina falar isso, e duas semanas atrás eu escutei Peter Spencer fazer o mesmo argumento.
— A Matilha age com a Matilha. — Gabriel contra-atacou. — Nós não
existimos para controlar os destinos de humanos ou vampiros. Nós controlamos o nosso destino, e isso é o bastante.
— Não quando nós podíamos fazer mais.
Ser sobrenatural claramente não garantia imunidade contra a fraqueza do ego.
— Liderar a Matilha não é sobre poder. — Gabriel disse honestamente, como se nós estivéssemos pensando a mesma coisa. — Não é sobre o ego ou usar um manto de liderança.
— Eu acho que o Papai discordaria.
Uma pulsação de magia fria preencheu o ar; eu acho que o Gabriel não estava contente sobre o Adam trazer o pai deles para o meio disso.
— O Pai não está mais aqui. Eu falo pela Matilha agora.
Adam revirou os olhos. — Você mal fala, e esse é exatamente o meu ponto, irmão. Nós dois sabemos por que eu estou aqui. Vamos acabar logo com isso. Eu tenho coisas para fazer.
A pressão no cômodo de repente mudou, como se a força da magia que ambos trouxeram houvesse alterado a atmosfera, e essa diferença era o bastante para fazer os meus ouvidos doerem. E então os dois mudaram.
A luz era mais brilhante do que havia sido quando o Nick se transformou,
talvez porque Gabriel era um Líder, e Adam compartilhava algumas de suas genéticas. Nick soltou um rosnado baixo e pulou para mais perto de mim, até que as costas dele se bateram nos meus joelhos. Eu não estou certa se o movimento foi feito para me proteger, ou porque ele estava tão nervoso quanto eu. Muito curiosa para resistir, eu estiquei uma mão e acariciei o seu flanco, que parecia um veludo grosso por cima de músculos firmes. Ele hesitou com o contato, mas se acostumou logo.
A névoa subiu novamente, cercando o Adam e o Gabe, e então eles afundaram enquanto mudavam as roupas, as do Adam aparentemente se vaporizaram com a força da magia. Eles eram gigantes, e a nossa informação estava correta. Eles eram lobos, ambos, e enormes. Eles eram facilmente maiores que o Nick, e ambos possuíam uma pelagem grossa, cinza como aço e pálidos olhos verdes. Os seus corpos eram quase como barris, seus focinhos pontudos, as orelhas retas contra a cabeça enquanto eles se preparavam para a batalha. Adam era um pouco menor do que o Gabriel, talvez porque ele era mais novo. Ele também possuía uma marca branca em seu ombro esquerdo, que era a única forma que era possível diferenciá-los enquanto se moviam.
E eles se moviam bastante. Eles fizeram o primeiro ataque simultaneamente, ambos de pé nas patas traseiras para atacar um ao outro com as patas dianteiras. As presas estavam à mostra, lábios puxados para trás para revelar dentes grosssos brancos. Eles pularam por um momento antes de ficar em quatro patas novamente, Adam em uma posição mais baixa, talvez em
reconhecimento a sua submissividade ao Gabriel – antes de aparentemente decidir que a hora havai passada para tal submissividade. Com um rugido alto e lamurioso, ele pulou dentes e garras nos ombros de Gabriel.
Gabriel se arrastou para se recuperar, mas não antes de sangue brotar de
um machucado em seu ombro. Ele soltou um grito estridente que me fez tampar meus ouvidos com as minhas mãos, até que a lamentação se transformou em um rosnado canino. Ele rolou, levando o Adam com ele, e então chutou o Adam com força o suficiente para se impulsionar para o outro lado do cômodo.
E se as visões e sons não fossem o bastante, cada vez que eles atacavam, eles mandavam uma pulsação de magia no ar que tornava difícil sugar oxigênio. Os meus sentidos, já no limite, estavam praticamente esmagados. Isso não era somente dois lobos brigando para declarar a sua dominância. Esta era uma batalha
de forças mágicas – poderosas forças mágicas – pelo controle sobre a Matilha e seus membros..., e o futuro dos Metamorfos. Gabriel representava o status quo; Adam representava um futuro muito, muito diferente.
Adam se levantou novamente, se desvencilhando da força do impacto, e, com o rabo no alto, costa levantada, e orelhas retas, atacou. Ele tentou novamente ser melhor que o Gabriel, o sangue da ponta dos dentes mordendo o focinho do lobo maior, mas Gabriel não desistia. Ele se mexeu freneticamente para se desvencilhar do aperto de Adam, e então fez o seu lance para o domínio, fixando Adam ao chão e agarrando o focinho do Adam. Adam latiu de dor, o som mais como um filhotinho do que um lobo gigante, mas o Gabriel não cedeu.
Adam se mexia embaixo dele, tentando reverter suas posições, mas Gabe rodou enquanto o Adam se movia os caninos à mostra e emitindo rugidos guturais para manter a posição de dominante. Como lutadores de luta de gaiola, eles
continuaram assim por um tempo, as cadeiras deslizando enquanto eles se
desgranhavam pelo chão da sala de um lado para o outro no chão de linóleo, começando a levar as marcas de sangue de sua luta. Adam não desistia, mas Gabriel também não dava espaço. Eu me perguntei se o Gabe havia lutado assim antes, e quantas vezes ele teve que lutar para manter a sua posição de Líder, ou
para manter a ordem na Matilha. Adam fez uma última tentativa à coroa, correndo para o canto isolado do cômodo como se para juntar forças, e então se lançando em direção ao Gabriel com a força que ainda restava. Não poderia haver muito mais força nele. Eles estiveram lutando por dez ou quinze minutos, e Adam suportando o peso da luta. Sua pele uma vez lisa e cinza estava agora encharcada e rasgada em lugares, sangue jorrando dos machucados em seu rosto, pescoço e nas pernas. Mas ele veio até o Gabriel novamente, caninos de seis centímetros beliscando o focinho do Gabe enquanto Adam tentava empurrá-lo para o chão.
Gabriel latiu com o contato, mas conseguiu manobrar suas pernas o bastante para colocá-las embaixo do torso do Adam e empurrá-lo novamente. Desta vez, Adam atingiu diretamente a perna grossa de madeira da mesa do outro lado do cômodo.
O vaso de flores plásticas que estava em cima cambaleou, e a madeira rachou enquanto a perna da mesa se partiu com o impacto.
Adam, parado de lado, rabo agora enfiado subsivamente entre as pernas, choramingando. Ele estava vivo, mas ele havia perdido a sua busca pela Matilha. Eu me perguntei que destino o aguardava.
Nick andou alguns metros, e com outra explosão de mágica, mudou de volta para a forma humana. Gabriel fez o mesmo, arranhões e perfurações ainda evidentes em seu rosto e braços. Eu saí debaixo da mesa, sempre a vampira corajosa, e tirei o pó da minha calça. A sala estava em silêncio enquanto eles se vestiam novamente, deslizando para dentro dos jeans e das camisetas, e então meias e sapatos. Os gestos de Gabriel eram simples e eficientes, e eu me perguntei se o ato de se vestir novamente era algum tipo de meditação para ele, um processo de reajuste ao mundo humano e a sua forma humana, depois de passar algum tempo no corpo de um lobo.
Quando Nick estava vestido, ele se moveu de volta até mim. — Você está bem? — ele perguntou, verificando o meu rosto. Eu acenei, e então mudei o meu olhar para o Gabriel.
— A mudança não o curou? — eu sussurrei.
— Somente machucados feitos como humanos podem ser curados através
da transformação. Ferimentos feitos enquanto metamorfo são mais custosos. Ele irá se curar eventualmente, mas não há uma cura rápida.
Gabriel, agora vestido, ofereceu a mim e ao Nick acenos de reconhecimento, e então se moveu para o seu agora inclinado irmão. Ele se agachou com um joelho e encarou os olhos do Adam. Adam, ainda de lado, resmungou novamente.
— Mude. — Gabriel mandou.
Eu só tive um momento para erguer minha mão contra a luz repentina.
Quando eu pisquei novamente, Adam estava deitado no chão, nu e enrolado em seu corpo, seu corpo uma bagunça de cortes e ferimentos.
— Você é um desapontamento para mim, para a família, para a Matilha. — Gabriel disse.
Magia subiu de novo no cômodo, mas não o relampejo energético de antes.
Essa magia era antiga, pesada e opressiva. Apesar de não ter nada a ver comigo, os meus pulmões queimavam com o esforço de puxar e empurrar o ar pesado com o peso e a consequência do desapontamento do Gabriel. Não havia como não perceber.
— Você não escolhe ser Líder. — ele disse para o Adam. — A Matilha escolhe você. Ser um Líder não é sobre poder ou riqueza ou status. É sobre família e compromisso. Lições que eu aparentemente, falhei em te ensinar.
Havia melancolia em sua voz enquanto ele tomava responsabilidade do fardo das ações de Adam.
— Ser um Líder é sobre assumir a liderança. Com certeza não é sobre por em perigo a família. E se você tivesse me matado? E então? Fallon é a próxima na linha, não você. E eu sei que ela tem força e sendo o bastante para segurar a Matilha. Você está no final da escala de sucessão, meu garoto, e enquanto eu posso ter me perguntado se você poderia se mostrar mais forte do que o resto deles, isso prova para mim que você nunca se encaixaria.
Gabriel se levantou novamente, e então encarou distraidamente o outro lado da sala, uma decisão parecia estar se pasando em sua mente. Depois de um minuto de silêncio, ele suspirou. — Você é responsável pela morte de um Líder da Matilha. Eu não vou, não posso, dado os votos que eu fiz ao nosso pai, te matar, apesar da dor e vergonha que você causou.
Gabriel balançou a cabeça, resignação em seus olhos. — E talvez você tenha
sorte. Talvez os membros do Grande Noroeste também não o farão. Mas será uma decisão deles a ser tomada.
— Gabriel... — Adam roucamente implorou, mas Gabriel o dispensou.
— Você vai se apresentar aos membros do Grande Noroeste, e eles
decidirão seu destino. E se você não estiver disposto de ir por vontade própria, eu vou mandá-lo em um engradado, se isso fará com que você vá para lá.
Com o destino do Adam aparentemente decidido, Gabriel soltou o ar que parecia empurrar o peso do mundo de seus ombros, e então olhou para mim.
— Parece que eu te devo outra maldita desculpa por te trazer em outra disputa da Matilha. Eu não gosto de dever desculpas. Eu farei com que alguém ligue para o Sullivan para que ele seja informado quando você voltar. Eu estou achando que se
ele não for informado, você passará as próximas duas horas em seu escritório, repassando os eventos.
Eu acenei. — Isso é basicamente como funciona.
— E quando ele perguntar por sua versão dos eventos, quanto você contará para ele?
Eu pensei com uma séria consideração na pergunta. Não havia maneira de eu mentir para o Ethan. Mas omitir? Talvez. Especialmente se eu explicasse para ele o porquê de eu estar omitindo alguns detalhes.
— Eu direi para ele as coisas que ele precisa saber. — eu respondi honestamente. Gabriel pareceu satisfeito com isso.
— Bom o bastante. Apesar de que ele vai reclamar sobre isso, sobre você
estar envolvida em algo tão estúpido e perigoso assim.
— Eu sou equipamento. — eu disse com remorso. — Se ele ficar puto, é
porque você pôs em perigo a sua arma.
— Merit, se você realmente acredita nisso, eu estive te dando muito crédito.
A expressão dele era séria o bastante para colocar uma surpresa na minha.
— Então ele tem um jeito muito estranho de demonstrar isso.
— Amor, ele é um vampiro.
Por que todo mundo ficava dizendo isso?
Eu estava prestes a pedir uma carona quando o meu biper soou. Curiosa, eu o desprendi e olhei. Lia-se “CADGN. INVASÃO. ATAQUE. 911.”
Eu encarei a mensagem, e levou um momento para o meu cérebro absorver seu conteúdo. E então o que deveria ser óbvio desde o anoitecer: havia uma invasão, um ataque, na Casa Cadogan.
— Oh, Deus. — eu disse minha mente se acelerando. E então eu olhei ao
Adam. — O que você fez?
— Merit? — Gabriel perguntou, mas eu ergui a mão e mantive o meu olhar no irmão dele.
— Adam, o que você fez?
Ele olhou para trás por seu ombro, maldade em seus olhos.
— É tarde
demais. O plano está funcionando. Eu já os mandei atacar.
Meu coração quase parou. Até Gabriel ficou pálido.
— Você mandou quem?
— Metamorfos. Alguns humanos. Aqueles que queriam derrubar um pouco os vampiros de seu pedestal.
— Oh, Deus. — eu disse. — Há uma festa acontecendo. Eles estão fora da
Casa. Sem proteção. Eu tenho que voltar.
— Ok, ok. — Gabriel disse. — Nick, fique de olho no Adam. E chame a
Matilha.
— E o meu avô! — eu coloquei.
— Consiga tantos quanto possível mande até Hyde Park. Eu estou com a minha moto. Nós levaremos você de volta, e nós pararemos isso.
Se Deus quiser, nós ainda poderíamos.

Mordida duas vezes 3Onde histórias criam vida. Descubra agora