Animais Políticos.

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Fallon não olhou em nossa direção enquanto nos aproximava-nos, mas pela rigidez dos seus ombros e seu olhar observador, não tinha nenhuma dúvida que sabia exatamente onde estávamos. Mantivemos-nos ao seu lado, assegurando-se que teria uma clara visão do santuário.
— Vamos dar uma volta. — Ethan disse. — Gabriel sugeriu que confiava em você para manter um olho nele enquanto isso.
Fallon lhe dirigiu um olhar.
— Meu irmão disse isso?
— O fez.
— Huh. — ela disse; seu rosto repentinamente brilhando de prazer. — Essa é uma agradável mudança. Sintam-se livres para dar uma volta. Tenho as coisas controladas por aqui.
Pelas alteradas correntes de magia ao redor de seu corpo, um sinal que usava armas (no plural) de aço polido, apostava que ela o fazia. Ethan assentiu; logo se moveu para a porta do santuário. Mas Fallon não havia terminado conosco.
— Vocês são amigos de Jeff, verdade?
Parei e olhei para trás.
— Ele é um bom amigo, na verdade.
Mordeu a borda do seu lábio.
— Ele é; ele faz..., qual sua situação? Você sabe, relacionado a namoradas.
Tive que me esforçar para morder um sorriso.
— Solteiro. Deveria se arriscar.
Empinou seu nariz e voltou seu olhar para a multidão.
— Muitas coisas acontecendo essa noite.
— Isso é verdade. — disse; logo me voltei para o limite da porta da ala
lateral da igreja onde Ethan estava de pé me esperando. — Mas ter um
companheiro em uma crise pode ser de grande ajuda. De todas as formas,
estaremos de volta em alguns minutos.
— Anotado.
Trocamos um assentimento, e me uni ao meu próprio companheiro novamente.
À medida que nos movíamos pela ala lateral, a pressão do ar trocava. Me dei conta tardiamente que a magia zumbia completamente na capela. Igual a um sapo na panela, nem sequer havia notado até que tínhamos andado alguns passos.
Disse para Ethan sobre a acumulação, enquanto caminhávamos pelo corredor.
— É apenas magia. — ele perguntou. — Ou é aço também?
Franzi o cenho. — Não estou certa de poder diferencia-los. Provavelmente
ambos?
— Provavelmente. — esteve de acordo, logo assinalou as portas que
conduziam para fora do vestíbulo principal. — O que são esses?
— Salas de aulas. Enfermaria.
— São lugares pouco prováveis para se fazer planos de assassinato.
— Alguém poderia pensar isso. Se alguém vai fazer uma tentativa contra Gabe, eles provavelmente haviam feito o planejamento em algum outro lugar. — assinalei a última porta. — A última é a da cozinha.
Parou, voltou em meio circulo, e examinou o corredor, seu olhar tropeçando com os folhetos, a arte das crianças, e os pôsteres religiosos.
— Algo de interessante ali?
— Minha caçarola com rolo de repolhos conta?
Deu um sorriso sarcástico.
— Apenas para você, Sentinela. E agora que estamos fora do ouvido de Gabriel, tem algo que me quer dizer sobre a chamada telefônica anônima?
— Está sugerindo que não lhe disse a verdade completa?
Olhou de forma inexpressiva.
— Não seria incorreto assumir que aquele que fez a chamada tem uma
inclinação jornalística. — Ethan abriu sua boca para responder, mas antes que pudesse formar as palavras, a porta de saída no final do corredor se estalou aberta.
Ethan e eu giramos ao redor, mãos em nossas espadas. Dois homens em roupas pretas, sombras em seus olhos, caminharam para dentro. Um dos homens levava um pacote embrulhado em papel marrom, as pontas amarradas com fita adesiva de cor preta. Meu coração deu uma parada. Havia visto pacotes como esse apenas em programas policiais na televisão - justo antes de tudo estourasse em estilhaços. os vampiros não se preocupavam por estilhaços, especialmente não do tipo de madeira.
Prepare-se, Sentinela. — Ethan disse silenciosamente, como se sentisse meu repentino medo. E desde que sem dúvida estava lançando magia no ar, ele provavelmente o fazia.
— Podemos ajudá-los cavaleiros? — Ethan perguntou.
Ambos os homens arquearam as sobrancelhas sobre seus óculos, mas
continuaram avançando. Apesar do tamborilar do meu coração, me movi para ficar ao lado de Ethan, uma barricada de vampiros. Uma canção dos Os Miseráveis começou, estendida antes que o homem pudesse tirar o que seja que estava procurando.
Desabotoei a proteção da manga com meu polegar.
— Whoa. — disse o homem com o pacote, seu acento de Chicago o
suficientemente pesado que sangrava através apenas dessa palavra.
— Estamos aqui apenas para deixar esta entrega, certo? Estendeu o pacote em suas mãos.
— Segure isso. — Ethan lhe disse, logo voltou seu olhar ao homem cuja
jugular estava certamente a polegadas da ponta de sua espada. — E você. — disse ao outro. — Tira sua mão muito, muito lentamente.
O homem engoliu, mas fez o que lhe disse. E quando sua mão estava fora de seu paletó, ofereceu uma carteira de couro. — Apenas estava tirando a
identificação, camarada.
— Abra-a. — Ethan disse.
Ele a abriu, e rapidamente levantou para que Ethan a visse, e depois eu.
— Tenho um negócio de importações/exportações. — disse. — Apenas sou
um homem de negócios.
— E o que há no pacote?
Os homens trocaram um olhar.
— É um presente para, uh, o mandachuva, se entende quero dizer. — ele ergueu as sobrancelhas, como se fosse um gesto para que Ethan entendesse.
— Para seu mandachuva? — Ethan perguntou.
O homem assentiu com alivio. Aparentemente, eles eram membros da Norte América Central (e bom escondendo esse fato), e estavam aliviados de não ter que admiti-lo em voz alta. Talvez viver as escondidas não fosse tão fácil como Tony
havia feito aparecer...
— E o que tem na caixa? — Ethan perguntou.
O homem com o pacote se inclinou para frente, umedecendo seus lábios com nervosismo.
— É algum tipo de grãos finos, se me entende? Uma colheita de variedade vermelha? É um presente de uma família que é importante aqui em
Chicago, para a família do Sr. Keene.
— Ahhh. — disse Ethan em voz alta, depois trocou para o modo silencioso. — O que há na caixa?
Inclinei-me um pouco e franzi o cenho, clareando minha mente para
bloquear os ruídos externos e a magia.
Mas a caixa era uma lousa em branco, sem metal, sem magia, assim que
mudei a um sentido mais simples e tomei uma respiração.
Ali estava.
— É uma bebida. — disse, indo para a direita novamente. — Boa qualidade
também; tão longe como posso dizer.
O homem sem o pacote rodou seus ombros e ajustou sua gravata. — Claro
que é boa. Quem acredita que somos?
Ethan sorriu educadamente, colocou sua mão esquerda em sua bainha, e
cuidadosamente guardou sua espada. Depois se afastou.
— Desfrutem da convocação, cavaleiros.
Voltamos-nos para olhar avançando o corredor.
— Acredito que esses cavaleiros estão conectados, Sentinela.
— Eles estão relacionados?
— Conectados a algo um pouco mais, digamos, organizado?
Levei um momento para que a implicação penetrasse. — Ethan pensava que eles eram mafiosos.
— E os deixou entrar na capela?
— E com álcool de reboque. São membros da Manada com um presente em mão, não podemos deter a cada membro da manada que tenta entrar na capela com uma bebida. — deu uma risada.
— A capela estaria vazia.
Eu ri apesar de mim mesma.
Inclinou a cabeça para a porta da cozinha novamente.
— Essa era a cozinha?
— Yep.
— Vou buscar algo para beber.
O segui para dentro e esperei junto a porta enquanto ele inspecionava o
refrigerador. Tirou uma garrafa de água e bebeu um grande gole. Quando havia acabado, jogou a garrafa vazia e a tampa em um recipiente de reciclagem, logo assentiu para a porta novamente. a abri, e pude ouvir vozes movendo-se para nós pelo corredor.
E desta vez, um zumbido metálico os acompanhavam.
Poderia ser algo simples, Metamorfos que usavam armas como parte de seu curso normal de negócios. Mas isto se sentia..., mal. Silenciosamente mantive uma mão para deter Ethan, depois apontei para a porta, depois ao meu ouvido, depois levantei dois dedos. Assentiu e se moveu para frente, colocou seu ouvido na porta.
— Pensa que podemos tira-lo? — perguntou um deles.
— Malditamente verdade. Quanto mais rápido façamos isto, mais rápidos teremos o dinheiro em mãos, assim que definitivamente vou pegar uma maldita oportunidade. — sussurrou outro. Havia ira em sua voz venenosa.
— Hum. Simplesmente não sei se podemos fazer com que isso funcione essa noite. Não como ele o quer. Haverá um montão de malditos corpos nesse salão em alguns minutos.
Ethan arqueou suas sobrancelhas para mim. Assenti.
Os passos se moveram próximos.
— Armas. — disse silenciosamente. — Revólveres, ou facas, eu não sei. Mas
estão fortemente armados.
— Então nos movamos. —respondeu.
Ignorando ao batimento nervoso em meu peito, fui a primeira, atravessando a porta da cozinha.
Os dois homens; ambos em jeans, botas e jaquetas de couro, saltaram
quando aparecemos, mãos movendo-se para suas cinturas. Presumi que estavam procurando suas armas.
— Cavaleiros. — disse, soltando o protetor da minha katana e levantando-a de sua bainha o suficiente para revelar o brilho do aço.
— O que está acontecendo?
Olharam um ao outro, depois para mim.
— Temos negócios aqui, vampiro.
— Sim, captei isso. O problema é que estou tendo o pressentimento que
seu tipo de negócios não será bom para o resto de nós.
O da esquerda; mais baixo e calvo dos lados, deu meio passo para frente.
Deixou descoberto um dos lados de sua jaqueta de couro, revelando uma arma enfiada na cintura de seus jeans ao estilo anos 80.
A visão da arma; cravei meus dedos no cabo da minha katana para evitar que minha mão tremesse, já havia sido baleada duas vezes esta semana; não estava ansiosa para obter mais.
— Carinho, porque você e seu namorado aí não pegam suas pequenas facas e vão por um longo e agradável passeio, sim? Este não é seu assunto.
— O problema é; chefe. — disse desembainhando minha espada e
desfrutando a ampliação dos seus olhos. — Que é nosso assunto. Soa como se tivessem algum tipo de problema com o líder da Manada, por assim dizê-lo, e ele é amigo meu.
O mais alto, mais jovem, mais lindo, mas igualmente egoísta, deu uma
cotovelada em seu amigo.
— Eu me encarregarei desta.
— Fique atrás de mim. — disse para Ethan, enquanto o garoto mais jovem dava um passo para frente. Ele foi ao interior de sua jaqueta e tirou uma arma de fogo preto fogo do bolso.
— É bonita. — disse. — Por isso que vou te dar mais uma oportunidade. —moveu a pistola em nossa direção.
— Dê uma caminhada porra, e nós faremos nossos negócios e todo mundo fica contente. Verdade?
Não tinha dúvida de que ele apertaria o gatilho. Ele era do tipo - valente até
ao ponto de ser estúpido; narcisista de uma maneira totalmente contra
produzente. E embora ele soubesse que nós éramos vampiros, claramente não compreendia o que isso significava - que uma bala, ainda que doesse como uma filha da puta, seria bastante ineficaz para me derrotar.
Coloquei meus olhos em brancos e girei meu pulso para girar minha espada, depois soltei uma ameaça que Celina uma vez havia usado contra mim.
— O terei aos meus pés antes que possa ter uma oportunidade.
— Cadela. — ele disse.
Foi a última coisa que disse.
Levantou sua arma, depois levantou sua outra mão para firma-la, mas eu já estava me movendo. Girei meu corpo, levando minha perna em um chute de varredura alta que tirou a pistola de suas mãos. Golpeou o chão e deslizou atrás de mim, senti a troca do ar quando Ethan se dirigia para ela. Completei o giro, depois troquei o peso da minha espada e empurrei o cabo contra seu peito tão forte como pude. No que parecia uma câmera lenta, soltou uma respiração e caiu
para trás, mãos agarrando seu esterno.
No tempo em que bateu no chão, já havia endireitado minha katana e a
sustentava na minha frente, depois levantei o olhar ao seu amigo mais baixo.
— E o que há com você amigo? Quer me provar também?
Seus olhos grandes pelo pânico - o ar grosso com magia dele - tomou alguns passos inseguros antes de se virar para a saída. Mas os reforços haviam chegado - dois irmãos loiros Keene estava de pé em frente a porta, braços cruzados e olhares consciente sobre os traidores. Deviam ter sentido o problema - ou Fallon os havia enviado para manter um olho sobre mim e Ethan. Garota inteligente.
— Excelente momento. — disse, mantendo um olho no homem no chão até que pudessem alcança-lo. Ambos mais altos e mais robustos que os intrusos, os tinham em suas mãos em questão de segundos.
— Fazemos o que podemos. — disse o irmão Keene da esquerda, com seu
aperto no pescoço do homem que eu havia nocauteado. — Parece que não nos conhecemos. Sou Christopher.
— Ben. — disse o outro, que tinha o pescoço do homem maior debaixo de seu braço. O homem lutava em uma posição estranha, mas Ben nem sequer piscava. Sorria.
— Encantada em conhecer a ambos. — disse, depois voltei meu olhar par
Ethan. Ele me olhava fixamente, seus olhos uma piscina de prata. Acho que consegui impressiona-lo.
— Nada mal para um “soldado comum”, hum? — perguntei tranquilamente, depois reembainhei minha katana e me dirigi de volta a capela. Podia sentir seu olhar nas minhas costas enquanto me afastava por isso decidi fazer uma performance. Parei na porta do santuário, depois olhei sobre meu ombro e sorri vampiricamente através dos olhos estreitados.
— Vem?
Sem parar, caminhei para dentro.
Agora isso, amigos, é ao que nós os vampiros chamamos de uma boa saída.

Mordida duas vezes 3Onde histórias criam vida. Descubra agora